Olá, guerreiros(as) do plástico e do papelão!
Estou voltando aos poucos, depois de alguns meses afastado fazendo outras coisas e espairecendo a mente. Já vou logo soltar a bomba aqui, pois é a pergunta que mais ouço quando o nome deste jogo é citado: Sim,
eu gostei mais do Terraforming Mars: O Jogo de Dados do que gostei dos dois irmãos mais velhos, Terraforming Mars (2016) e Terraforming Mars: Expedição Ares (2021). Para saber (ou lembrar) o que penso desses dois jogos anteriores, confira o texto
https://ludopedia.com.br/topico/56730/terraformig-mars-vs-tfm-ares-expedition-confronto.
Agora, muita calma e nada de exaltações, pois ao longo do texto irei defender os motivos de ter preferido o caçulinha. Vamos lá:
(Análise) Terraforming Mars: O Jogo de Dados
Título: Terraforming Mars: O Jogo de Dados (2023)
Designer: Jacob Fryxelius
Arte: Isaac Fryxelius
Editora nacional: Meeple BR Jogos
Nº de jogadores: 1 a 4
Retorne para Marte como CEO de uma grande corporação em busca de ter o maior destaque na terraformação do planeta vermelho
..e agora acompanhado de muitos dados!
Resumo de Como o Jogo Funciona
Em Terraforming Mars: O Jogo de Dados não existe uma quantidade de rodadas fixas*, portanto no seu turno o jogador decide se irá fazer um Turno de Produção, no qual pode renovar as cartas da mão, reativar cartas azuis (que são de uso único entre cada Turno de Produção) e coletar sua produção de dados OU se irá realizar um Turno de Ação, no qual ele coleta dados extras, descarta dados para escolher face de outros dados que já possui, desce cartas (pagando com dados por isso) ou troca dados por peças ou pontos, entre outras coisas. O objetivo da partida, como os demais jogos da série, são de terraformar Marte, porém, em O Jogo de Dados, apenas duas entre as três condições precisam chegar ao limite (Oxigênio, Calor ou Peças de Oceano). Os pontos vão sendo acumulados através de cartas baixadas, das ações de terraformação (aumentar oxigênio, calor ou oceanos) e também com objetivos relacionados à faces de dados ou outros requerimentos que variam a cada partida. Vence o jogador com a maior pontuação.
*Nota: No modo solo (1 jogador) a partida dura exatas 50 rodadas.
Mecânicas Principais: Rolagem de dados; Gestão de mão; Alocação de Peças.
Critérios
Ø Qualidade dos Componentes
PRÓS: Cartonados, cartas, tabuleiro, manual e até mesmo o papelão da caixa possuem uma boa gramatura; Os dados são de plásticos e bem resistentes; Acabamento texturizado no manual e nas cartas; Caixa em tamanho que comportam todos os componentes bem organizados, sem sobrar muito espaço inútil; Dentro da caixa vem umas ‘espumas’ bem resistentes, muito úteis para manter as cartas em pé e separadas por tipo; O tabuleiro central é pequeno, porém comporta tudo de forma bem confortável, além de ser dupla-face (no qual cada lado possui um mapa com disposição diferente dos ícones de recompensa na alocação das peças).
CONTRAS: 55mmx76,5mm. Esse é o tamanho das cartas. Apenas esse jogo e Angel Fury (2022), também da editora FryxGames, que usam esse formato de carta. Para quem quer/gosta de utilizar sleeves, se prepare para comprar personalizados (e por isso pagar mais caro ou nem achar); Eu já li comentários na internet reclamando a respeito de existirem apenas duas cartas de ‘Ajuda’, porém isso não me incomodou, uma vez que são grandes e podem muito bem ficar entre os jogadores, uma de cada lado da mesa ...o problema delas é que faltam pequenas informações fáceis de esquecer, por exemplo, como vegetações ou cidades pontuam, precisando que os jogadores recorram ao manual – e, ainda, também sem entender o motivo (tal qual a escolha pelo tamanho personalizado das cartas), no verso de AMBAS cartas de Ajuda existem resumos sobre a partida solo! Qual o motivo, uma vez que o jogador solo só precisa de uma delas, é uma incógnita para mim.
(Todos os componentes)
Ø Tempo de Preparação de Partida
Baixo. Sem contabilizar o tempo de tirar tudo da caixa, só é preciso embaralhar os três tipos de cartas (fundo azul para cartas de jogo, fundo vermelho para cartas bônus e fundo roxo para cartas de corporação), colocar três dados aleatórios e três peças de marcos, oceanos e alguns cubinhos no tabuleiro, distribuir as cartas para os jogadores nas quantidades corretas e tá tudo pronto para a partida começar. Além de ser fácil e prático, dentre os três Terraforming Mars que existem, o Jogo de Dados é o que possui o menor tempo de preparação.
(Os componentes cartonados, incluindo peças que são alocadas, coringas e objetivos)
Ø Arte
Não vou entrar no mérito de “Tem uso ou não de Inteligência Artificial”, só vou deixar minha opinião de que é muito importante ter um toque humano nas produções e a I.A. é uma ferramenta excelente DENTRO do trabalho do artista. Dito isso, a arte é razoavelmente boa, mas não muito consistente. O design gráfico é bem simples e em muito um ‘copia e cola’ dos outros jogos da série, logo não deve ter dado quase nenhum trabalho para a equipe, mas separando como de costume:
PRÓS: A iconografia é de fácil assimilação, até mesmo pelo fato de existirem poucos ícones e a própria simplicidade do jogo; Analisando os custos das cartas (em ícones presentes nos dados) em relação aos seus títulos e efeitos, dá para ver que muitas vezes faz um certo sentido (por exemplo: a carta ‘Pets’, que tem um cãozinho, pede um dado de Animal e um dado de Cidade, ou “Mina”, que pede um dado de Megacrédito, um dado de Aço e um dado Nuclear); Como o tema do jogo é sóbrio, faz sentido as ilustrações serem fotorrealistas (e são em sua maioria bem feitas e ricas em detalhes).
CONTRAS: ...porém nem sempre as artes são consistentes. Temos o já citado cãozinho maltês da carta ‘Pets’, que está presente desde o primeiro jogo (de 2016), que é parece ser uma foto mesmo, enquanto temos um urso na carta ‘Predadores’ que parece ser desenhado; Eu, particularmente, não tenho uma objeção grande em relação aos ‘cubos flutuantes’ na capa do jogo e do manual, que fazem a alusão aos dados, o problema é que eles estão ali puramente por estarem, pois provavelmente o designer achou que era uma sacada muito inteligente (nem era, tá?), já que em nenhum outro momento da experiência com o jogo existe qualquer menção ou relação aos planetas ‘de fato’ cúbicos.
(Os componentes plásticos, como os marcadores e os donos da vez: os dados!)
Ø Curva de Aprendizagem
Baixa. É bem fácil aprender a jogar, sendo o mais acessível dos jogos da série, mas tenha em mente que é preciso adaptar sua mentalidade ao grau de sorte presente (falarei mais à frente sobre isso). O manual não é tão bem escrito como poderia, tendo em mente a simplicidade do jogo, mas em linhas gerais, existem bem poucas regras para se aprender e Terraforming Mars: O Jogo de Dados não apresenta nada de novo mecanicamente para aqueles que já estão algum tempinho no hobby (adendo: só que o que faz, faz bem feitinho).
(Cartas de fundo vermelho: Bônus. Os jogadores as recebem quando bater determinada pontuação)
Ø Presença de Tema
Alto. As cartas fazem sentido, os ícones dos dados fazem sentido (ao menos, sinto que tentam). Os jogadores realmente sentem-se responsáveis pela construção das coisas no planeta, vendo os níveis aumentando e coisas novas sendo acrescidas ao tabuleiro central, além da própria área de jogo do jogador ganhar cada vez mais cartas. Como o jogo, além do tabuleiro, gira em torno das cartas e elas fazem sentido em relação ao título, arte e efeito, a presença de tema considero alta. Uma observação importante aqui é que eu já conheço (e considero que bem) os outros dois jogos da série, então pode ser que eu esteja impregnado com a familiaridade do tema e como ele está encaixado na mecânica geral de Terraforming Mars, porém, ainda assim, acho que mesmo quem está tendo o primeiro contato com a série a partir de ‘O Jogo de Dados’ conseguirá assimilar relativamente fácil as conexões temáticas presentes no jogo.
Ø Rejogabilidade
Alta. Contando a própria expansão que acompanha a caixa do jogo base e a promo vendida separadamente, temos mais de 20 cartas de corporação, 20 cartas bônus (aquelas de fundo vermelho) e mais de 130 cartas de jogo, além do tabuleiro central dupla face e diversas peças diferentes de Marcos. Somando tudo isso, apesar das cartas não terem muitos efeitos amalucados e diferentões entre elas, temos uma excelente variabilidade de receitas de dados, efeitos únicos e objetivos a serem perseguidos em diferentes partidas pelos jogadores. Adicionalmente, temos um tabuleiro dupla-face, no qual as recompensas e oceanos estão em locais diferentes, adicionando mais um temperinho variado à jogatina.
(As cartas de Corporação, de fundo roxo, que são as empresas que os jogadores representam)
Ø Interação
Média. A interação é sutil, sendo direta apenas em pouquíssimas cartas no qual forçam adversários a descartas algum dado, caso o tenham. Já a interação indireta é constante, seja na corrida para aumentar os níveis de terraformação, que além de pontos podem gerar bônus de vez em quando, além de ser relevante para o gatilho de final de partida, ou mesmo na colocação de peças no tabuleiro, no qual o jogador recebe algum bônus que, automaticamente, fica indisponível no futuro para ele e o resto da mesa. Em todos os Terraforming Mars (considerando só os jogos base), a sensação de interação é bem parecida: rola quase uma competição silenciosa pelos momentos certos de fazer as ações. Como a colocação de peças no tabuleiro concede alguns bônus específicos, o momento correto (chamado por quem curte um inglês de ‘timing’) para se fazer determinada coisa é sempre muito importante, deixando no ar um sentimento de urgência, ao mesmo tempo de leitura do jogo dos adversários, muito engajante.
(Agora as cartas de fundo azul, que são as cartas que fazem a partida efetivamente rodar!)
Ø Fator Sorte
Relevância na partida: Média. Tem ‘dados’ no nome, logo, é esperado que a sorte seja impactante. A sorte é relevante, mas incrivelmente bem menos do que eu esperava. Existem diversas formas de mitigar a sorte presente nos dados, como descartar um dado para escolher a face de outro dado, pegar dado adicional e rolá-lo e assim por diante. É interessante notar que não existe ‘rerrolagem’ em Terraforming Mars: O jogo de Dados, ao invés disso, existe ‘selecione uma face’, o que, sozinho, já é um baita avanço na perspectiva do quanto a rolagem impacta no decorrer da partida. Por outro lado, o que mais senti gerar um impacto relevante (e até um pouquinho negativo) é no que tange a compra de cartas! São muitas cartas, no qual metade delas são efeito imediato, um quarto delas geram dados no turno de produção e o outro quarto delas são efeitos e ações extras diversas. Some a isso o fato de existirem 15 diferentes tipos de faces de dados (divididos entre comuns, incomuns e raras) e terá uma compra de cartas que irá acabar guiando muito da sua jogatina. As dicas que dou, portanto, são: a. Não tenha medo de gastar dados para comprar novas cartas, pois fazer as cartas rodarem na sua mão muitas vezes é mais vantajoso do que ficar correndo atrás de faces específicas de dados; b. Tenha uma mentalidade de que os dados e as cartas devem andar em consonância e não que você ‘precisa dos dados para determinada carta’, de tal forma que ter dados e perseguir cartas pode ser tão efetivo quanto ter as cartas na mão e tentar juntar os dados que ela pede. Outra coisa que me incomodou, e senti um pouquinho de falta, é a troca de cartas por dados (o inverso existe)! Algumas vezes o jogador acaba acumulando cartas em sua mão que não servem para nada naquela altura do campeonato e, poderia, por exemplo ‘descartar 2 cartas da mão para escolher a face de um dado’ como uma ação de suporte (o que não existe).
Nota: Uma outra dica que dou, proveniente de conversas que li no BGG, é na preparação da partida distribuir 10 cartas para cada jogador ao invés de 5. Então, cada jogador seleciona 5 delas e descarta as outras 5, e só aí começa a partida. Isso tende a mitigar bastante o azar de começar o jogo com muitas cartas de só uma cor ou então, e até pior, sem nenhuma carta de uma determinada cor.
(Mesa durante uma partida com 3 jogadores. Nota: as caixinhas plásticas no topo da foto não vêm no jogo [mas recomendo sempre utilizarem – e em qualquer jogo])
Ø Fator Estratégia
Relevância na partida: Alta. Apesar da existência da sorte, eu recomendo muito que você não conte com ela. De todas as mais de dez partidas que tive até o momento (incluindo todas contagens de jogadores), em nenhuma delas quem venceu pode se dar ao luxo de soltar um: “Nossa, dei sorte a partida toda!”. Obviamente, uma carta que vem em um momento crucial pode gerar alguns pontos relevantes, mas de nada eles adiantam se o abençoado está em último colocado. O próprio uso de sorte como um impulsionador tático é importante, mas a construção desse uso depende do jogador: como ele construiu sua produção de dados, quais as ações azuis ele tem disponíveis e quais dados ele tem segurado. Jogar tentando baixar tudo que chega na nossa mão de forma meio indiscriminada é algo que vai acontecer, tenho certeza, nas primeiras partidas, contudo, ao percebermos o tamanho da importância da ação “descarte um dado para comprar duas cartas” a coisa muda de figura. Conhecer as possibilidades das cartas, fazer as escolhas (quase apostas) corretas quando se aloca peças (pensando em suas recompensas) e saber ler o que o adversário está acumulando e o que pode vir a fazer com aquilo para não entregar de bandeja alguns dados para ele devido às recompensas das trilhas de terraformação é muito importante. Por fim, o que corrobora isso tudo que escrevi é o próprio modo solo do jogo, no qual o jogador precisa, em 50 turnos, terraformar o planeta todo: é possível e com prática, é possível e com uma pontuação razoável. Isso é evidência que a estratégia, acima da sorte, consegue conduzir o ritmo do jogador ao longo da partida.
(Tabuleiro central em detalhe. Dessa vez ele volta a ser relevante.)
Ø Preço e Valor Percebido
Muito Bom. Infelizmente vivemos em uma época que R$300 não valem muita coisa dentro do hobby, logo, ter um jogo divertido, acessível e com bons componentes na casa média dos R$250, julgo excelente. Inclusive, por ser o Terraforming Mars mais acessível em questão de regras, acredito que ele se encaixa em qualquer mesa, mesmo quem só joga coisa leve e familiar.
Ø BÔNUS: Algumas dúvidas corriqueiras:
- Funciona com qualquer quantidade de jogadores? Sim! Joguei com todas as quantidades de jogadores (mais vezes solo) e sempre funcionou muito bem. Inclusive, testei algumas vezes no modo multijogador aumentar a quantidade de parâmetros para o gatilho de final do jogo (de 2 para 3), o que acarretou de a partida ficar um pouco mais longo, mas tão divertido e funcional quanto. Se quiserem partidas mais longas, até recomendo!
- É possível jogar com crianças? Sim! As cartas, salvo pouquíssimas com texto curto, são simples de entender como funcionam e a dinâmica do jogo é bem direta. Como sempre digo: claro que não espere que a criança domine totalmente alguma estratégia, mas ela provavelmente irá se divertir bastante com a rolagem de dados e a busca em pagar pelas cartinhas na mão (remover a expansão da Era das Corporações nesse caso talvez seja uma boa).
- Dá para jogar sozinho? Sim! Como escrevi a pouco, a maioria das minhas partidas foi solo. No modo solo o objetivo é terraformar Marte (os três índices: oxigênio, temperatura e oceano) em 50 rodadas, além da pontuação ser um balizador do quão bem fomos. Devido ao impacto mediano da sorte e a ausência de outro(s) jogador(es) para ditar junto o ritmo da partida, considero o jogo solo muito mais tático do que estratégico.
- Tem como dar uma resumida na comparação com os outros jogos da série e o motivo de você preferir o de Dados? Sim! Chamarei o jogo Terraforming Mars de 2016 de ‘Original’, para facilitar a leitura, ok? O Jogo de Dados é mais prático, rápido e dinâmico dentre os três, apesar de conter mais sorte envolvida (mas isso acaba por gerar certa emoção adicional). Até o momento (e quem leu minha comparação entre o ‘Original’ e o ‘Ares’ viu), o Terraforming Mars: Expedição Ares era meu preferido, porém o fato do seu tabuleiro ser apertado e a relevância do mapa ser inexistente era um ponto fraco relevante para mim. Em O Jogo de Dados, contudo, o tabuleiro voltou a ser muito importante, mesmo que não exista um certo ‘controle de área’ como na versão de 2016 (o ‘Original’). Apesar da construção da maquininha de produção de O Jogo de Dados ser menos complexa, já que – basicamente – acumulamos novos dados, o sentimento geral enquanto jogo, em cada um dos três, é bem parecido. Fazendo um comparativo mais objetivo:
- Qualidade dos Componentes: O Jogo de Dados e o Expedição Ares são excelentes, o ‘Original’ é ruim, com cartas finas, caixa molenga e cubinhos que muitas vezes descascavam.
- Arte: A ilustração dos três é muito similar, mas o design gráfico, em linhas gerais, do ‘Original’ é pior que dos outros dois.
- Tempo de Partida: O Jogo de Dados é o mais curto (+/-60min), o Expedição Ares é o intermediário (+/-90min), enquanto o ‘Original’ é, de longe, o mais demorado (+de120min). Esses valores são considerando mesa cheia (e lembrem-se que no ‘Original’ cabiam até 5 pessoas, algo que eu nunca indicaria que acontecesse).
- Complexidade de Regras: De novo, a ordem do mais simples ao mais complexo é: O Jogo de Dados; Expedição Ares; O Original.
- Sorte/Estratégia: São bem similares, o que muda mesmo é o impacto da sorte pela presença de rolagem de dados em O Jogo de Dados, mas não consegui ver que esse fato isolado deixa o jogo menos ou mais aleatório que os outros dois mais velhos, inclusive, achei que a rolagem de dados entrega um pouco mais de emoção às partidas. O que mitigava a sorte no ‘Original’ era o draft (seleção de cartas), mas isso foi retirado no ‘Expedição Ares’, além de ser praticamente um ‘modo alternativo’ mesmo no ‘Original’.

(Como fica tudo armazenado na caixa. As caixas plásticas eu comprei à parte, porém essas espuminhas muito úteis vieram junto com o jogo. Parabéns para editora [algum momento elas precisam dar uma dentro!])
RESUMO RAPIDÃO
O que gostei:
- Preparação rápida;
- Regras fáceis, sendo acessível para iniciantes também;
- Sentimento de progressão ainda está presente;
- A interação existe, não é nula e também não é agressiva;
- Tempo de partida (+/-60min.);
- O tamanho do tabuleiro é compacto, mas muito funcional.
O que não gostei:
- A sorte na compra das cartas é um pouco relevante, principalmente se você colocar o jogo na mesa com uma expectativa que não seja condizente com a proposta;
- As cartas tem um tamanho personalizado (diga-se de passagem: à toa);
- O manual poderia ser um pouquinho melhor (por exemplo, na ajuda rápida no verso dele não menciona que cidades não podem ser colocadas de forma adjacente umas às outras e isso é fácil de esquecer).
Considerações finais:
Eu amei Terraforming Mars: O Jogo de Dados. Amei até mais do que os outros jogos da série. Isso quer dizer que esse é o melhor dos três para você também? Absolutamente, não. Eu prefiro, em geral, jogos mais leves e diretos, sou daqueles que quero jogar três jogos médios em uma noite ao invés de um só pesadão. Justamente pelo meu perfil que a versão ‘O Jogo de Dados’ se encaixou tão bem. Além disso, Terraforming Mars: O Jogo de Dados é direto, sem firulas. Não espere ver alguma coisa inovadora, algum uso mirabolante para os dados, nem nada do gênero. Ele é o arroz com feijão, uma saladinha do lado e um belo acompanhamento, ou seja, faz tudo como a cartilha manda, mas muito bem feitinho. Por outro lado, é totalmente possível entender as criticas que rodam por aí: “o jogo tem muita sorte envolvida”, “o jogo é muito simples” e “O jogo não se destaca”. Como respostas, respectivamente, eu digo: “Tem sorte, mas depende muito mais de como você a encara”, “Ser simples que lhe permite fazer uma entrega tão sólida” e “A função da maioria dos jogos é ser divertido, não inovador no mercado e tá tudo bem”. Se formos, ainda, olhar em retrocesso, mesmo o Terraforming Mars de 2016 (o ‘Original’) não agrada todo mundo, mesmo tendo ficado como TOP1 de muita gente, logo, estranho seria se essa nova versão, mais compacta e simplificada, agradasse a todos.
Abraços digitais e até a próxima!
A ideia deste formato de análise não é explicar um jogo, para isso existem muitos outros textos, vídeos e etc. A finalidade do texto é fazer uma análise crítica acerca de critérios que acho importante e que muitas vezes acabam não sendo explorados em análises de uma forma mais detalhada. Os jogos analisados não seguem qualquer critério comercial, incentivo ou pagamento, sendo escolhidos com base em fontes de vozes da minha cabeça, aliado ao fato de ter já jogado o jogo em questão muitas vezes, a ponto de me sentir confortável em opinar sobre o mesmo.
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