Análise - Família ‘Burgundy’!
(Série: Jogos que Gostei - Parte 5)

Olá, construtores e construtoras do plástico e do papelão!
Hoje é dia de análise múltipla (faz bastante tempo que não faço um texto desse tipo) e dessa vez escolhi alguns jogos que compartilham um monte de coisas: tema, gamedesigners, arte, título e até mesmo – quase que de forma idêntica – a arte da caixa (fora o jogo ‘bônus’ que cito no final do texto).
O texto de hoje também existe por outro motivo: o meu próprio colecionismo. Acredito que a muitas das pessoas no hobby (se não, a maioria) acabam não sendo apenas jogadoras, mas também colecionadoras, mesmo que peguem leve e se restrinjam a poucos títulos na estante. Ser colecionador apresenta algumas características em comum, por exemplo: organização, apego emocional, paciência, busca por objetivos e realizações, interesse por questões culturais relacionadas aos objetos colecionados, e um sentimento de posse. Não sei vocês, mas eu me identifico bastante com essas características e acabo, muitas vezes, comprando jogos não apenas “por ter um tema ou mecânica que gosto”, mas também por uma questão de buscar reunir na minha estante, no meu acervo pessoal, jogos que tragam também um simbolismo (mesmo que apenas para mim). Esse foi o caso dos jogos citados hoje, todos derivados do The Castles of Burgundy.
Eu amo The Castles of Burgundy (Feld. 2011). Sua versão de 2011 não é muito bonita, com uma paleta de cores meio triste, desanimaaada ...mas a parte mecânica, EITA! Brilha e muito. É simples de regra, mas riquíssimo em possibilidades. Devido a esse amor ao jogo, que me deixei levar por uma vontade: conhecer e, de preferência, obter, os jogos que levam o mesmo título, mas em sua versão ‘jogo de dados’ e ‘jogo de cartas’. Existem, ainda, outras versões do jogo original, afinal, quando o jogo é tão influente, é de se esperar que seja reimpresso e renovado sempre que possível (são elas: Edição de 20 anos; Edição Especial; e também versões digitais). Contudo, não vou falar destas versões neste texto, pois apesar de ter tido contato com elas, não joguei todas e, no final das contas, elas não são o meu ‘xodó’, justamente por não compartilharem de uma mesma identidade visual entre si. Esse apego pela identidade visual, inclusive, que me fez citar o colecionismo. Acho lindo ter as três caixas quase idênticas na prateleira.
The Castles of Burgundy
(Feld. 2011. 2 a 4 jogadores)
Este é o grandioso início dessa família, o jogo patriarca, a obra matriarca, o início de tudo. Não teria como iniciar falando da família, sem começar por este jogo. Porém, não vou fazer a análise deste jogo neste texto por um único motivo: uma análise completa dele já existe no canal. Confira em:
https://ludopedia.com.br/topico/51242/analise-the-castles-of-burgundy.
Acredito que o texto do link acima já dá conta do recado, apesar de ser um texto de 2021 considero todas as opiniões que ali escrevi ainda totalmente válidas. O mérito do jogo, inclusive, mesmo hoje em 2025, continua. The Castles of Burgundy é um jogo antológico, não à toa que está dentro do TOP15 nos rankings gerais da Ludopedia e do BGG, mesmo após quase 15 anos após o seu lançamento. Para mais detalhes sobre essa obra, cujos componentes e arte podem até ser capengas, mas todo resto compensa, leia a análise completa (mas volte pra cá depois, hein!).
The Castles of Burgundy: The Card Game
(Feld. 2016. 1 a 4 jogadores)

Notas introdutórias e/ou no que ele diverge dos demais: As similaridades vão além do tema, que continua colado na base do tapa, pois tudo que se refere à parte artística (cores, fonte, layout, formato, arte e etc.) tanto dos elementos do jogo como a caixa e o manual é muito similar. Isso, inclusive, apesar de ter um lado bacana, que é a padronização na prateleira, tem um lado negativo: é praticamente imperceptível a diferença entre as versões Dice (dados) e Card (cartas) olhando apenas a lombada (a parte lateral) da caixa. As cores são bem levemente diferentes, indo de um marrom para um roxo, mas só dá pra notar mesmo a diferença com uma luminosidade forte. Os jogos se confundem mesmo, apenas com o nome de um gamedesigner adicional em um deles (na versão de dados). Contudo, fora a arte, a parte mecânica é bem diferente. Ainda é possível sentir a sensação de ‘pega algo, coloca algo, ganha o bônus daquilo’, tal qual é no The Castles of Burgundy original, porém de forma mais rápida e leve em sua versão ‘card game’.
Resumo de como funciona: Em The Castles of Burgundy Card Game uma partida ocorre durante 5 rodadas, cada uma com 6 turnos para cada jogador. Na preparação de cada rodada, cada jogador recebe, aleatoriamente, 6 cartas e mantém elas fechadas em sua frente. No turno de cada jogador, ele sempre tem duas cartas em sua mão (proveniente do todo deste pequeno baralho com 6 cartas), das quais ele escolhe uma para jogar. Ao jogar cartas, o jogador pode adquirir novas cartas de projeto, colocar cartas de projeto como ‘cartas construídas’, vender mercadorias, pegar trabalhadores, prata ou até converter trabalhadores e prata em pontos de vitória. A sacada nesse jogo é que as cartas de construção e ação (com fundo vermelho) são multifunção: elas podem servir como apenas o valor numérico impresso nelas (simulando um dado), quando na mão do jogador; ou ser usada – de fato – como a construção que está impressa na maior parte da carta. Vence o jogador com maior pontuação ao final da partida.
Componentes: Aqui temos só cartas. É tudo carta. Trabalhador, prata, animais, construções e mesmo o que simbolizam os dados são cartas. São exatas 240 cartas, tamanho mini-euro. Considerando a versão da editora ALEA (lembrando que esse jogo não foi lançado no Brasil), a gramatura das cartas é muito boa, com cantos arredondados e bordas brancas. A caixa é pequena, de boa gramatura, mas cabem todas as cartas de forma confortável, só é preciso deixa-las separadas em saquinhos (ziplocks) por tipo para auxiliar na preparação da partida. O manual é bem explicado e com uma coluna em cada página designada para um tipo de ‘resumo da regra’, algo típico nos manuais da ALEA e que eu acho excelente para consultas rápidas, quando necessário. O único problema mesmo é que na lateral da caixa não tem escrito “The Card Game” ou algum outro tipo de sinalização sobre qual é exatamente aquele jogo, a deixando parecida até demais com a versão de dados do jogo. Um ponto de atenção é que apesar de ser um ‘jogo só de cartas’, é preciso ter uma mesa grande! O jeito que as cartas são distribuídas na mesa fazem com que o jogo ocupe um espaço bem grande. Uma observação, e é algo que se repete com a versão The Dice Game (e eu mostro com uma foto real das minhas cópias no final) é que as minhas caixas (e as que já vi pessoalmente) são bem menos roxas e mais marrons do que as imagens na internet mostram, não sei o motivo para isso.
Arte: É The Castles of Burgundy, logo, é aquela coisa que lembra quadro-antigo-de-casa-de-vó, o que pode ser charmoso para uns e só feio para outros. No geral, acho que tá ok. Não agrada muito os olhos e nem chama atenção pra mesa, mas é funcional e deixa um ar de seriedade. A iconografia, numa primeira partida, pode fazer você ficar perdidinho, mas quando entende (e decora – mas é fácil), flui tudo bem.
Tema: O jogo até tenta, dedica quase meia página do diminuto manual para localizar o jogador, falando que eles são nobres franceses no século 15 ...e é isso. O The Castles of Burgundy original nunca foi referência de ilustração e tema, então não espere que essa versão se reinvente. O tema está lá, mas abstraído ao máximo em prol da funcionalidade mecânica do jogo.
O quanto eu gostei e por quais motivos: Gostei muito! Ele é o que eu queria que um jogo ‘versão carta’ fosse de um jogo ‘versão tabuleiro’. Ele consegue traduzir com as cartas o mesmo sentimento de emergência e de tática nas escolhas limitadas que o jogo original. Em outras palavras, pegue o jogo original, reduza o tempo de duração da partida, a complexidade das regras, o tempo dispendido em preparação no início da partida e entre as rodadas e temos essa versão em cartas. O fator sorte ainda está presente, quase na mesma proporção que o original, sendo um jogo onde sentimos aquela emoção do “e agora, o que vai aparecer?”, mas sem perder a importância das escolhas do jogador. Outro ponto positivo é que o jogo possui um modo solo (1 jogador), que é um modo divertido em que o jogador precisa superar pontuações feitas via aberturas de cartas aleatórias a cada rodada. Claro que falta aquele bloqueio intencional de um adversário humano, nem tudo é perfeito, mas é um modo divertido e muito funcional (principalmente se o jogador gosta de jogar tentando contar cartas e prever percentuais probabilísticos).
The Castles of Burgundy: The Dice Game
(Feld; Toussaint. 2017. 1 a 5 jogadores)

Notas introdutórias e/ou no que ele diverge dos demais: Vou tentar ser o menos repetitivo possível, contudo, não é tão fácil, pois muita coisa é parecida, fora a mecânica central do jogo. Se o Original é algo mais complexo e demorado e o Card Game conseguia ficar na metade do caminho de complexidade e tempo de partida, o Dice Game é justamente a outra ponta, sendo o mais leve, fácil e curto dentre os três. Uma característica importante a ser salientada é que o manual diz que o jogo vai até 5 jogadores, contudo, isso acontece, ao meu ver, para mitigar a chance de existirem empates na pontuação final, já que a interação aqui é mínima (só acontece em relação a quem fecha quais cores de áreas primeiro). Portanto, se você tiver um telão, um microfone, infinitas folhinhas de jogo e canetas/lápis, você consegue jogar com quantas infinitas pessoas quiser, apenas tendo em mente que a chance de muitas terem pontuações iguais ser imensa.
Resumo de como funciona: Cada jogador recebe uma folhinha, uma caneta/lápis e escolhem quem será o responsável por rolar os dados. Feito isso, o jogo começa e vai durar uma quantidade imprecisa de turnos, tendo como dependência a rolagem de um dado específico, mas dividido em 3 eras/rodadas. Em cada turno, dados são rolados. Dados estes os quais 2 são numéricos (1 a 6), 2 contém cores 6 cores diferentes) e 1 se refere a passagem do tempo (duas faces com 2 ampulhetas e quatro faces com 1 ampulheta). Uma vez que os dados foram rolados, os jogadores anotam a passagem do tempo e escolhe uma dupla de dados para anotar em sua folha, que deve consistir em uma combinação de 1 dado numérico + 1 dado colorido. Escolheu? Anote. Sempre que um jogador completar uma área de uma cor específica, ele recebe (e anota) o bônus referente. Quando ele desejar, ele pode gastar este bônus (fazendo um ‘x’ no mesmo). Ao final da partida, quando o último espaço de ampulheta for marcado, vence o jogador com a maior pontuação.
Componentes: Basicamente, igual ao que descrevi neste tópico no jogo anterior. Arte ok, iconografia ok, caixa ok, manual bom. O que temos de componentes aqui, de fato, são 5 dados de madeira, mas beeem levinhos, 5 lápis de qualidade duvidosa (e pequenos, parece que já foi apontado meia-vida útil) e um bloco com 100 folhas frente e verso. O bloco cabe na medida na caixinha, logo, se fosse para ser maior, seria mais uma dúzia de folhas e não muito a mais, logo, recomendo – se você gosta e for jogar bastante – que reserve alguma folha para fazer cópias/xerox quando preciso for. Tem gente que gosta de plastificar folhas de jogos deste tipo, de rolar-e-escrever, mas o problema neste caso específico é que o espaço para escrever os números é bem pequenininho, logo, plastificar para usar canetas que possam ser apagadas só é funcional se essa caneta tiver a ponta fina, se não, vira uma bagunça. Outro ponto legal é que existem quatro diferentes layouts do mapa (separados como A, B, C e D), gerando uma variabilidade na jogatina, mesmo que pequena. Sobre as caixas serem quase idênticas, a única coisa que difere o Dice Game do Card Game é que na caixa do Dice Game (esse jogo), temos a ilustração dos 5 dados na frente da caixa e, tanto na frente como na lateral, é adicionado o nome do Toussaint como gamedesigner, fora a coloração levemente diferente.
Arte: Tão boa e tão ruim, ao mesmo tempo, que todos os outros jogos da série. A folha de anotação tem um fundo amarronzado, bege, sépia, cor-de-burro-quando-foge, e é tudo apertadinho, acredito em função de fazer caber no tamanho da caixa, para manter o padrão com o Card Game. Apesar do aperto, é rápido de entender o que são as coisas, onde estão e o que simbolizam.
Tema: Mesma coisa dos outros também, nem mais, nem menos (dava pra ser menos?).
O quanto eu gostei e por quais motivos: O interessante é entender que o misto das escolhas de quais combinações e o uso (e o momento de uso) dos bônus que vai diferenciar como a partida de cada jogador é montada. Em um primeiro momento, pode parecer que todo mundo vai jogar de forma igual, porém uma escolha diferente é o suficiente para desencadear uma sequência de escolhas futuras diferentes. Para mim, uma das pequenas mecânicas mais legais presentes no The Castles of Burgundy, e que ficou de fora na versão Card Game, está de volta aqui, que se refere ao fato do jogador só poder ir construindo o seu ‘reino’ a partir da adjacência de peças (no original) ou marcações (nesse aqui) que ele já fez. Essa mini-mecânica, quando aplicada no Dice Game, o torna um jogo de leitura de possibilidades. É preciso que o jogador escolhas as combinações nos dados não apenas pensando na recompensa, ponto ou efeito bônus, do momento, mas nas chances futuras de virem novas boas combinações. Vou dar um exemplo para facilitar: espaços laranjas só podem conter, se adjacentes uns dos outros, números diferentes. Por sua vez, espaços roxos só podem receber os números 1 ou 2. Daí, vem a rolagem: roxo/laranja (dados coloridos) e 2/5 (dados numéricos). Vai caber ao jogador ver como está o seu tabuleiro/mapinha anotado, para saber se esse momento é propício para fazer um roxo+2, já que as chances de fazer um conjunto roxo+2 são bem menores do que laranja+outronúmero. Ao mesmo tempo: o jogador já possui um espaço roxo vazio adjacente aos locais onde já anotou números? Se não tiver, pode ter sido uma excelente chance de já anotar um espaço roxo desperdiçada! Bom, não sei se ficou claro, mas a ideia que queria transmitir é que The Castles of Burgundy: The Dice Game possui uma característica peculiar de ser uma avalanche de boas ou más escolhas. O que você escolheu fazer (ou deixar de fazer) em um turno irá impactar todo o resto da partida, e acho isso mecanicamente primoroso.
The Castles of Tuscany
(Feld. 2020. 2 a 4 jogadores)

Notas introdutórias e/ou no que ele diverge dos demais: Não tem como falar da família/série The Castles of Burgundy sem, ao menos, citar o The Castles of Tuscany. Apesar das características em linhas gerais como produto, por ser também da editora ALEA, The Castles of Tuscany difere na arte, um pouco no tema e também um pouco na mecânica central, mas não deixa de ser um jogo totalmente relacionado com The Castles of Burgundy. O Tuscany é tipo um irmão caçula que nasceu muitos anos depois dos demais irmãos, cresceu em um outro momento cultural, mas que quando olhamos uma foto da família reunida é impossível não achar que ele é a cara do pai, da mãe e dos irmãos mais velhos. Eu me arrisco e digo que o The Castles of Tuscany é a versão ‘família’ do The Castles of Burgundy (dai temos o original, o de cartas, o de dados e o familiar), sendo o mais acessível de todos em questão de regras e complexidade, mas sendo ainda um jogo de tabuleiro (não de cartas ou de escrever).
Resumo de como funciona: A partida dura três rodadas e durante estas rodadas os jogadores pegam peças, pegam cartas ou jogam cartas para adicionar peças de construção em sua área de jogo. Ao colocar novas peças em sua área de jogo, ativam os bônus da peça respectiva, que varia conforme a cor de cada peça. Além disso, o jogador possui um tabuleiro individual com alguns elementos, como a quantidade de cartas que pode comprar, espaços para reservar peças, quantidade de mármores, trabalhadores ou carroças. Estas características podem ser melhoradas ao longo da partida, modificando a forma com que os jogadores interagem com estes elementos na partida. Ao final da partida, vence o jogador com a maior pontuação.
Componentes: Temos cartas, peças de madeira e muitos cartonados, todos de uma qualidade boa, nem péssima, nem ótima. A caixa é um pouco molenga, tal qual os demais jogos da editora ALEA. Assim como é característica da editora, o manual é bem escrito. O tabuleiro de mapa do jogador ser modular foi uma boa sacada.
Arte: Apesar de ter uma paleta de cores bem mais viva e vibrante, é inegável que tentaram não se distanciar muito das linhas gerais do The Castles of Burgundy original. Algo que não ficou muito claro pra mim, é qual o motivo das peças que compõe o ‘mapa’ do jogador parecerem ter sido coloridas com giz por crianças do fundamental, ficando discrepante com o resto da arte, principalmente com o leão metalizado no tabuleiro de pontuação (e que também estampa a caixa do jogo). Má tá bom... Quem sou eu pra tentar entender a mente criativa do artista?
Tema: Agora tudo mudou (contém ironia)! Estamos em Toscana no século 17 e não na Borgonha no século 15. E é isso. Se o título do jogo fosse The Castles of Burgundy 2, daria na mesma. Se o tema sempre foi colado na base do tapa, aqui só mudaram da mão direita pra esquerda, no máximo.
O quanto eu gostei e por quais motivos: Gostei bastante também! A sensação de ‘melhoria constante’ está ainda mais forte, devido ao tabuleiro pessoal de jogador (que não é o mapinha sendo montado com as peças de construção), ao mesmo tempo, temos a dinâmica das cartas, que estão ali para rechear a forma com que pegamos peças, adicionando uma camada tática extra. As regras estão bem mais diretas e simples também, sem aquele monte de por menores dos efeitos de peças de tecnologia (amarelas) do jogo original, deixando The Castles of Tuscany um jogo bem familiar, concorrendo na mesa diretamente com jogos como Stone Age (Brunnhofer. 2008), Ticket to Ride (Moon. 2004) ou Carcassonne (Wrede. 2000) – que são pra mim a tríade clássica de jogos familiares (para os curiosos, não coloco Catan (Teuber. 1995) nessa tríade, pois o jogo requer uma interação social maior que os três citados, deixando ele um pouco mais complexo para um primeiro contato com o hobby). Algo negativo deste jogo é que não possui um modo solo.

Antes de encerrar o texto, tô devendo uma coisa e outra sei que vão me cobrar!
A primeira é uma foto real comparando as caixas, então lá vai:

Tirei essa foto ao meio dia, de um dia iluminado, no ponto mais claro de minha residência! Aqui parece que as cores são bem distintas, mas uma vez na prateleira, ficando à sombra e bem protegidas, as caixas tem uma cor bem próxima. É notável e óbvio também que não teve foto do The Castles of Tuscany, isso por dois motivos: 1. A caixa é verdona, acho até bem elegante, então por ser diferente não tem sentido fazer um comparativo (mas a saber: ela é do mesmo tamanho da caixa do The Castles of Burgundy); 2. (e triste) eu não tenho em casa uma cópia para chamar de minha (ainda!).
A segunda coisa é que eu sei que vai ter gente que vai pensar algo como: ‘Tá, mas e aí? Escreveu, escreveu, comparou de leve, mas não disse de forma clara: se for para ter só um deles, qual é o melhor?”
Minha resposta para essa pergunta, se for mesmo muito preciso responder é, como tudo na vida, DEPENDE.
- Quer uma partida mais rápida? Vai na versão Card Game.
- Quer uma partida para mais gente e menos interativa? Vai na versão Dice Game.
- Quer uma partida mais leve? Vai de Tuscany.
- Quer uma partida mais complexa, com uma experiência mais profunda? Vai no Burgundy original!
A verdade mesmo é que cabem os quatro jogos na coleção. Eles possuem características de jogabilidade distintas, apesar das semelhanças temáticas e gráficas. Para não me chamarem de gato (por ficar em cima do muro, pois por quesito beleza sei que ninguém vai chamar mesmo), eu SEMPRE vou indicar o The Castles of Burgundy original (2011). Se tiver grana mesmo, pega logo a versão Especial mais recente. Já, se você for uma pessoa nostálgica como eu, a caixa originalzinha marrom-muito-levemente-roxa tem um charme de ‘jogo de tabuleiro de outrora’ imbatível. Minha única ressalva é sobre o The Castles of Tuscany, que apesar de ser um jogo realmente bom, se a sua mesa já superou um pouco jogos mais leves, talvez ele fique encostado caso você já tenha o The Castles of Burgundy.
Abraços digitais,
e obrigado pelo seu tempo,
Raphael Gurian

Um texto de
Raphael Gurian
A ideia deste formato de análise não é explicar um jogo, para isso existem muitos outros textos, vídeos e etc. A finalidade do texto é fazer uma análise crítica acerca de critérios que acho importante e que muitas vezes acabam não sendo explorados em análises de uma forma mais detalhada. Os jogos analisados não seguem qualquer critério comercial, incentivo ou pagamento, sendo escolhidos com base em fontes de vozes da minha cabeça, aliado ao fato de ter já jogado o jogo em questão muitas vezes, a ponto de me sentir confortável em opinar sobre o mesmo.
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