Nota: esta resenha não contém spoilers! Leia sem moderação.
CRIME-ZOOM: A dirty objective
Um jogo de Stéphane Anquetil
O Objeto de Investigação
Crime-Zoom: a dirty objective é uma
versão demonstração da série de jogos de cartas homônima e que está disponível para jogar no
Board Game Arena (BGA para os íntimos). Jogou-se o mesmo em 2 pessoas num único computador. Sim, é possível
jogar solo (mesmo no BGA) e em
até 6 pessoas. O tempo de jogatina é curtinho: 30 minutos
resolve a fatura.
Neste
Crime-Zoom, os jogadores são detetives
investigando a morte de outro policial, que ocorreu em seu próprio
apartamento, o qual
estava bagunçado o suficiente para deixar
zilhões de pistas para averiguar. Quando quiserem, os detetives podem resolver o caso utilizando essas
pistas e os depoimentos de suspeitos e testemunhas.
Típico cenário de CSI (Monk é uma série melhor) e a carta inicial contando a historinha.
Efetivamente, os jogadores têm à disposição uma pintura da
cena do crime em forma de
mosaico de cartas. Após escolherem uma delas, eles ficam sabendo mais sobre aquele ponto do desenho e podem ser encaminhados a
analisar objetos,
visitar locais e
fazer entrevistas (tudo isso são outras cartas ainda).
Quando se sentirem seguros, os jogadores deverão
responder a um Questionário com perguntas obrigatórias para a vitória e perguntas opcionais que somam pontos de desempenho.
Detalhe: as respostas são dadas usando as cartas coletadas durante a partida.
O Resultado da Análise
Após muitas cartas viradas, leitura e anotações, as risadas
rolaram solta ao descobrir
a resolução do caso. Ainda bem que não estamos em um Departamento de Polícia de verdade, pois o título deste tópico já disse tudo: mandamos
inocentes para a cadeia. Erramos tudo.
O jogo é bem tranquilo. As
informações das cartas são
claras e não há um truncado enigma a se resolver. O ponto é que o jogo
dá muitas possibilidades de resolução. A vítima tem alguns núcleos de atividades e os jogadores precisam ponderar qual deles levou à sua morte. Depois de conhecer as respostas do Questionário, soubemos o que avaliamos mal, algo que não mencionarei aqui para não estragar a experiência de quem quiser jogar.
A acusação
Compreende-se como o autor desenvolveu
a trama do jogo e foi, de fato, algo
interessante. Entretanto,
faltou emoção no final. Ao longo da partida, elaborou-se
várias teorias, uma mais legal que a outra. Mas diante do
Questionário, a coisa ficou simples. Ele tem várias
perguntas objetivas — o que compensa o esforço em matutar sobre o caso por meia hora — que poderiam ser mais instigantes — porque a história dá margem a isso.
Também teve
um detalhe que o autor colocou no jogo que não agradou. Ele combinou algumas circunstâncias a um pormenor. Manter o conjunto de fatores seria o ideal. Mas é um jogo demonstração, né?
Chamando o acusado para depor
Depois dessa experiência com Crime-Zoom, observou-se
um aspecto interessante desse tipo de jogatina: estamos, mesmo, jogando? Longe de mim querer filosofar o que é jogo e o que não é. A questão é que
não tem muita diferença de um livro de detetive* para um jogo de detetive de cartinhas. É como uma
conversão física de um em outro. Você concorda?
*Nota: só para deixar claro, não é referência a livros-jogos.
Fazendo justiça
Quem escreve este texto é
um fanático por jogos (e livros) de investigação. Então, todos são ótimos para divertir. Já aprovou-se
Unlock!, Sherlock Holmes Consulting Detective (versão Steam —
link 1,
link 2,
link 3) e até o Crime-Zoom. Essa pegada de revelar e descobrir o oculto é
fascinante.
Portanto, independente do formato, o tema “detetive” sempre
será entretenimento. E, no caso dos jogos, você ainda poderá
chamar mais gente para curtir a história ao mesmo tempo, para acertar — ou errar — o resultado final.
O Veredito
Voltando
à vaca fria ao
Crime-Zoom, sua “mecânica” de dispor as
cartas como cena-crime é algo bem intuitivo e dá mais liberdade aos jogadores. Também
foi bacana a análise dos objetos e impressões digitais, bem como fazer entrevistas com os suspeitos. Apesar de ser um jogo pequeno (demonstração), ele pareceu
bem completo e não seria nada mal se alguma editora pudesse trazer os casos grandes para nós.
Até uma próxima.
Fonte das Imagens: Ludopedia e
BGA.