Post original: https://boardgamegeek.com/thread/3261427/faraway-stick-it-in-reverse-and-see-what-happens-a

À primeira vista, Faraway não parece tão espetacular. Jogue oito cartas de localização seguidas, verifique os requisitos de pontuação delas e acumule os pontos. Se isso fosse tudo por aqui, seria um fracasso muito comum, mas com um simples ajuste nos designers da fórmula, Johannes Goupy e Corentin Lebrat, transformaram-no em algo muito especial. 

O ajuste? Alerta de spoiler: a pontuação de Faraway é feita ao contrário. 



Começando pelas beiradas 

Você já preparou uma fatia de torrada e descobriu que não tem manteiga? Acaba tentando desesperadamente colocar até a última parte em sua faca, resultando em uma camada de manteiga com alguns milímetros de espessura em sua torrada. Aquela camada transparente de manteiga que você tem é quase tão espessa quanto o tema do jogo Faraway. 

O livro de regras diz que você está explorando o misterioso continente de Alula, aventurando-se em expedições diurnas e noturnas para explorar e catalogar animais, plantas e minerais. Encontrará habitantes que lhe darão fama (PVs) por completar suas missões. As missões equivalem a “ter esses ícones no momento em que você pontuar esta carta”. Cada carta de expedição tem um número que representa a quantidade de tempo que a expedição leva, e números menores aqui significam que é provável que consiga jogar números mais altos no turno seguinte, resultando na descoberta de Santuários. 



Tudo isso parece muito emocionante, cheio de aventura e mistério. A verdade, porém, é que isso significará nada quando começar. O jogo se resume a focar em números, ícones e cores e, com toda a honestidade, isso não é uma coisa ruim. Na verdade, isso se torna um dos pontos fortes do jogo, porque a pontuação, que abordarei em breve, é aparentemente difícil de entender no início. 



Pontuando 

Vamos entrar nisso, então. Vamos entrar na parte em que todo crítico que colocar seus dentes em Faraway – inclusive eu – irá elogiar como tão inteligente e diferente. A pontuação. 

Ao longo das oito rodadas de duração, você adiciona uma única carta de cada vez à sua linha. Assim que a oitava e última carta for jogada, vira todas elas, cada carta por vez, verificando seus critérios para ver se ganha alguma fama/PVs. O melhor é que a primeira carta que vira é a última carta que jogou, e a primeira carta que você joga acaba sendo a última que vira e marca. 

Só pode contar os ícones que descobriu no momento em que pontua uma carta, então se a última carta que jogou exigir que tenha três dos ícones de pedra azul em seu nome, há uma boa chance de que essa carta por si só ganhe. Se não cumprir esse requisito, não ganhará nenhum ponto. Agora você deve ter percebido em seu cérebro que as primeiras cartas são aquelas que você deve buscar para os PVs altos, aquelas com os requisitos mais exigentes. A primeira carta que colocou pode usar todas as oito cartas de localização reveladas como ícones. 



Os locais não são a única forma de obter pontos, ícones e cores de cartas (que é outra forma de marcar pontos) também. Cada vez que joga uma carta com valor de duração maior que a anterior, encontra um santuário que lhe dá uma carta bônus menor para adicionar à sua área. As cartas do Santuário adicionam oportunidades de pontuação no final do jogo e ícones que ficam voltados para cima para ajudar nas missões das cartas de localização. Se tiver ícones de pistas em exibição ao comprar cartas de Santuário, poderá comprar mais cartas para escolher. Essas pequenas cartas de santuário podem resultar em bônus substanciais, então não os negligencie. 

Tudo parece simples, certo? Jogue cartas e tente ter certeza de que, ao voltar ao início, terá tudo o que precisa para pontuar. Acredite na minha palavra quando digo que é muito mais complicado do que pensa e o jogo é brilhante por isso. 



Considerações finais

Faraway tem muito entusiasmo e elogios circulando no momento. Normalmente, gosto de esperar um ou dois meses para que o entusiasmo acabe, mas a editora Hachette Boardgames UK me enviou uma cópia do jogo e joguei muito. E também joguei com a excelente adaptação BGA que você pode usar agora mesmo. Bem, não agora, termine de ler a crítica primeiro, mas depois vá jogar. É um daqueles jogos que realmente merece destaque. 

Cada carta que joga, cada carta que pega no final de cada rodada, cada carta de Santuário que escolhe entre as que estão em oferta. Cada decisão é uma sereia, chamando você para as rochas da indecisão. Chegará à metade do jogo e, ao jogar sua quinta carta, pensará “Talvez eu possa jogar esta carta de pontuação alta e conseguir os ícones que faltam nos próximos turnos…”, sem saber o custo de jogar uma carta que você definitivamente precisa para uma carta anterior. Vai continuar tentador até o fim, e você continuará caindo nessa. 



Toda essa decisão e indecisão, e a luta contra a tentação das táticas em sua mente, acontecem rapidamente. Podemos jogar Faraway em 20 minutos, o que lhe dá bastante tempo para embaralhar as cartas e jogar novamente imediatamente depois, durante o qual você jura que não será tentado novamente. Mas ficará tentado e cometerá os mesmos erros repetidamente enquanto seu filho/cônjuge/cachorro bate em você pela enésima vez. 

Não há muita interação, além da corrida para reivindicar cartas do mercado, mas mesmo assim é muito divertido. Bravo Johannes e Corentin. 


Por Adam Richards (AdamR)

Traduzido*** por Marcelo GS
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