Olá, pessoal!
Depois de um longo período de pausa, “estamos” de volta! Neste retorno, vamos falar sobre colecionismo e boardgames!
Minha relação com o colecionismo
Sempre tive um pensamento impreciso sobre o colecionismo em geral. Por um lado, me sentia super atraído, isso por entender que o tipo de coleção tem a ver com a identificação do sujeito. Por outro lado, parecia algo sem sentido, uma vez que grande parte dos itens de colecionismo não tem serventia. O cidadão apenas expõe sua coleção ou a tem guardada. E por não ter um pensamento concreto se valia ou não a pena, nunca me engajei em colecionar algo.
Na infância carregava comigo esse sentimento misto em meio a variadas espécies de coleção. Um primo meu colecionava bolinhas de gude (birosca!!), o que, apesar de achar bem bacana, era simplesmente impossível para mim, pelo simples fato de eu ser ruim. Um dia ele até me deu um litro cheio, mas não tinha valor se eu não as conquistei.
Também vi de perto um tio colecionar cartões de telefone. Apesar de encontrar ali alguns cartões com artes bacanas, simplesmente não era atrativo, e eu nem podia ter, afinal, eu não tinha idade para fazer ligações.
Convivi também com pessoas que colecionavam aqueles fantasminhas da coca cola, e sim, COMO EU QUERIA ISSO!! Entretanto, comprar coca cola não era um hábito em minha casa, e pensando bem eu nem sei o que devia fazer para conseguir um daqueles...
Minha primeira tentativa
Sou de MG, e minha primeira tentativa em colecionar foi na adolescência, em uma promoção contida em um jornal aqui do estado. Você coletava os selos que vinham em cada edição diária do jornal (custava apenas R$ 0,25), pagava mais R$7,50 e levava pra casa uma miniatura de automóvel. Terminada a temporada de automóveis, começou a temporada das motos. Tentei colecionar essas motos, mas foi realmente a gota d’água para entender que colecionismo não era pra mim. No começo parecia legal pegar diversas versões diferentes de miniaturas, mas depois ela se tornou apenas mais um item imperceptível no rack da sala, e que ainda me dava o trabalho de limpá-las. Peguei minhas dez motocicletas e dei para meus sobrinhos. Chega de colecionismo!!
A era dos boardgames
Foi quando dez anos depois vim a conhecer os boardgames, algo que realmente me encantou, e que vejo completo sentido em colecionar. É lindo de olhar, mas, mais do que isso, tem utilidade real. É entretenimento, é diversão, é interação com amigos e família! Não me considero um colecionador nos moldes que alguns do nosso hobby se consideram, daqueles que compram apenas para ter. Jogo que não é jogado é vendido. Mas sou super adepto da chamada coleção dentro da coleção.
O primeiro jogo a encantar a mim e minha esposa foi The Castles of Burgundy. Com isso, surgiu em mim um intento de quem sabe colecionar jogos do Feld. Entretanto, já desencanei. Percebi que nem todos os jogos dele serão tão bons quanto “burgundy”, e que tendo um estilo muito variado, alguns poderiam ficar muito parados na coleção, além de claro, o preço absurdo de alguns.
Depois disso, tivemos uma temporada aficionados com Terraforming Mars. Como jogamos! Mas ainda bem que sou um cara lento no quesito compras. Demoro bastante até ter certeza de qual preço se aproxima do mais baixo que posso pagar. Em meio a essa avaliação, acabamos nos envolvendo em atividades que fizeram de Terraforming Mars um jogo “longo demais” para jogarmos sempre. Se o fazemos em 2h+ apenas com o base, imaginei que estenderia muito ter tudo, então, hoje só ficou o base mesmo.
Mas é quase verdade que “quem acredita sempre alcança”. A mim foi verdade. Comprei um jogo despretensioso, com sincero receio de que poderia não gostar, mas ainda bem que eu estava super enganado. Aos 26 anos finalmente encontrei o que eu teria prazer em colecionar: Ticket to Ride’s. Não falarei sobre o jogo, porque meu intento externar o imenso prazer de ter uma coleção que tem real valor para mim.

É impressionante o quanto tenho prazer de sentar no meu local de trabalho e daqui avistar todos tão enfileirados, uma caixa mais bonita que a outra (aliás fiz isso enquanto escrevo). Perceber que não falta (por enquanto) mais nada que me possa ser comprado. É impressionante o quanto gosto de parar na frente dessa “coleção dentro da coleção” e ficar escolhendo qual será o mapa da vez. É impressionante o prazer que tenho em pensar que vou jogar isso por anos da minha vida se me for concedido o viver além de hoje. É impressionante o prazer que tenho em saber que meus amigos que amam jogar Ticket to Ride estão vindo à minha casa, e ter a certeza que teremos horas ou dias de regozijo. É raro, mas acontece de, como criança, retirar alguns deles da estante apenas para olhar para as artes...
Enfim, cada pessoa nutre um apreço por coisas diferentes, mas a mim, parece muito claro o fato de que, exceto em circunstancias completamente especiais, eu facilmente venderia os demais jogos de minha coleção, mas nunca qualquer das 12 caixas dessa preciosa coleção.
E por aí? Anda colecionando algo?