Primeiramente, que todos tenham um 2023 de muitas jogatinas! E que tal começar com...
REGICIDE
Um jogo de Paul Abrahams, Luke Badger e Andy Richdale.
Regicide tornou-se um dos
queridões por aqui. É um
jogo cooperativo que precisa de
apenas 1 baralho comum para o jogar. E tomara que você não tenha
rebolado no mato os dois curingas— ou eles estejam novos demais — porque eles são necessários. Se ainda quiser, tem a opção de jogá-lo no
BGA ou no
Tabletopia.
Ele já
ganhou alguns prêmios lá fora e há
de vir para o Brasil em breve — na verdade, parece que já está em pré-venda por aí, mas
depois do que houve com o The Red Cathedral,
o gato está escaldado e tem medo de água fria.
Bora conhecer Regicide?
Entre Castelos e Tavernas.
Em
Regicide, os jogadores são bravos aventureiros que devem
restaurar quatro reinos embrenhados na escuridão
ao derrotar seus Reis e Rainhas que tiveram os corações corrompidos e, também, seus
fiéis escudeiros (Valetes). Para tanto, eles terão a ajuda de
Campeões, Animais e até Comediantes que encontrarão na
Taverna da região.
Na prática, os jogadores devem
eliminar 4 Valetes, 4 Damas e 4 Reis (nessa ordem) um por vez ao jogar
cartas que possuem valores de ataque e efeitos especiais — tais como recuperar e comprar cartas, duplo ataque e valores de defesa. A
vitória só ocorre ao desbaratar o 4º Rei. A
derrota acontece se algum jogador ficar sem cartas para jogar.
Como é um
tema muito pesado (matar Reis e Rainhas; e são quatro de cada!), a explicação a seguir de como jogar será
bem leve. [/contém ironia]
Palmirinha Onofre ensina Regicide.
Oi, amiguinho. Oi, amiguinha. Para a nossa
partidinha receitinha, os ingredientes são:
. 1
baralho comum de 52 cartas. (
pausa) Um... baralho... comum... de.. 52... car-tas.
. 2
curingas. (
pausa) Dois... curin-gas.
Bem fácil, né? Todo mundo tem em casa. Se não tiver, que tipo de
boardgamer você é? Hanh! Se quiser, pode comprar a caixinha do jogo pronta da Devir. O
modo de fazer é bem simples:
Primeiro, misture os 4 Valetes, as 4 Damas e os 4 Reis
separadamente. Faça um bolo com
3 camadas: a base com os Reis; no meio, as Damas; os Valetes são a cobertura. Esse é o bolo
Castelo.
O
restante dos ingredientes são misturados e formam outro bolo, chamado
Taverna. Só acrescente os
Curingas se tiverem 3 ou 4 pessoas para aproveitar a receita. Corte e sirva as cartas de Taverna aos jogadores.
Bonitinha, bonitinho, é hora de aproveitar. Na sua vez, a pessoa vai usar 1 carta. O
naipe dá um toque especial ao momento; o Ouros, por exemplo, serve mais bolo de Taverna aos participantes desse café da tarde gostoso. Depois,
o número da carta vai consumindo o recheio de
Vida de quem está no topo do bolo de Castelo. Se esse recheio acabar, ótimo; a camada do bolo é
removida. Senão, a pessoa vai
perdendo suas cartas e ninguém quer ficar sem bolo de Taverna no prato, né?
Olha, tem
uns detalhes a mais que fazem toda a diferença. O naipe de quem está no topo do Castelo
estraga o naipe da carta da pessoa. Precisa usar o
Curinga para recuperar essa receita. E tem os
animaizinhos*, gente! Se tiver a presença deles, pode usar 1 carta a mais e
aumentar a magia dos naipes.
*NOTA: os Animais são os ases.
Tudo de bom, né? Até mais, amiguinhos e amiguinhas.
O jogo é difícil, viu?
Ao ler as regras, o Regicide
pareceu ser simplão e causaria aquela jogatina despretensiosa entre jogos
pesadões.
Que nada!!! Na primeira partida,
não se derrotou nem o 3º Valete. Com mais treino, avançou-se o Castelo e
chegou-se até o 1º Rei. Mas ainda nada de vitória até então.
É certo que o jogo
depende de sorte. Mas exige habilidade e conversa entre jogadores para usar as cartas da melhor maneira possível. Sinceramente,
não é possível culpar a aleatoriedade das cartas pelas várias derrotas porque o jogo exige muitos momentos de escolha por conta dos efeitos dos naipes:
.
Paus:
dobra o valor do ataque.
.
Espadas:
reduz o dano que o inimigo causa; lembrando que, levar dano
é perder cartas.
.
Ouros: os jogadores compram cartas e
é o único modo de receber cartas para usar.
.
Copas: reabita a Taverna e
também é o único jeito de recuperar o descarte.
Perceberam a encrenca? Sem contar que o naipe do inimigo
anula o naipe jogado. O
Curinga ajuda com isso, mas numa partida em 2J (a maioria delas por aqui),
não tem Curinga.
O
naipe é tão importante que o efeito do Ás (Animal) é poder usar
2 naipes de uma vez: a do Ás e da carta extra jogada.
Então, os números das cartas servem pra nada? Não é bem por aí. Se o valor de ataque é igual ao da defesa do inimigo, o coração corrompido dele é restaurado e ele se torna um aliado, podendo ser uma carta usada pelos jogadores com
força maior que qualquer outra da Taverna. Sem contar a
poderosa jogada dos Combos: pode-se jogar números iguais e irá se somar o valor deles e de todos os naipes jogados!
Duas curiosidades
Tem um
modo solo no qual o jogador usa os dois Curingas para comprar cartas para a mão quando quiser. É a
única e fundamental diferença em relação ao modo multijogador para que uma partida funcione.
Além disso, existe o jogo
Regidice.
Reza a lenda de que
Luke Badger digitou o anagrama de Regicide “sem querer” e viu que ele poderia ser um
jogo de dados (
dice, em inglês) em vez de cartas. O dito cujo foi até anunciado num
1º de Abril.
Acredite se quiser.
Vale?
Em geral,
Regicide merece todo o destaque que vem tendo, pois faz muito com pouco, ainda mais por ser
cooperativo usando
baralho comum, algo
diferentão que atrai novos jogadores. A
única reclamação, por ora, é o fator sorte, mesmo. Contudo, ele é que tem sido o
tempero para a vontade de continuar tentando ganhar — como qualquer jogo de baralho comum.
Até uma próxima.
Fonte das Imagens: Manual do Jogo, Ludopedia e BGG.