Prezados(as):

 
O fim do ano está aí, ainda estamos mantendo a guarda por conta da COVID-19, mas com o avanço da vacinação e já conhecendo bastante como a doença funciona, os encontros familiares e com (poucos) amigos estão voltando.
 
Gostaria, então, de compartilhar com todos a minha experiência com o transporte de jogos para aquela diversão maneira. Isto está fundamentado no seguinte:
 
. Viagens interestaduais ou atravessando um estado de ponta a ponta.
. Viagens de pelo menos 20 dias.
. Levando entre 10 e 19 jogos; aproximadamente metade deles são pequenos/médios.
OBS: jogos pequenos/médios = caixa pequena/média com cartas e meia dúzia de componentes (e.g. 1920 Wall Street, Race for the Galaxy).
 
Gostaria de dizer, ainda, que aqui na Ludopedia tem alguns ótimos tópicos sobre o mesmo assunto. Eu observei algumas dicas deles e adaptei algumas outras coisas.
 
Comecemos, então.
 

 

 
1. Caixas e manuais de regras
Totalmente esquecidos do rolê. São volumosos e podem amassar. Dentre os jogos que transportei, a caixa não fazia parte da jogatina. E o manual tem a versão digital em PDF na Ludopedia que pode ser salva no celular caso não tenha internet no lugar onde irá parar.
 
2. Cartas sem sleeves
Contar e envolver com uma tira de papel resistente, deixando-as bem amarradas (igual aos jogos da Papergames). Esse papel pode ser aquele folder de propaganda que iria para o lixo (reciclável, por favor). Importante anotar na própria tira de papel o nome do jogo e o número de cartas daquele monte para que caibam certinho depois de tiradas. Os bolos não devem ser altos. Aproximadamente 50 cartas para aquelas grandes e 100 para as “minis”. Essa “padronização” ajuda muito.
OBS: fichas de jogador (de papel maleável, e.g. Zombicide) entram nessa categoria.
 
3. Cartas com sleeves
Contar e colocar num ziplock que não permita muitas sobras. Também prefira montes de 50 cartas. Anotar num papel ou etiqueta o nome do jogo e a quantidade de cartas.
 
4. Componentes (fichas pequenas, peças, meeples; seja papelão, plástico, madeira ou metal)
Tudo em ziplocks. Depende da sua organização, mas eu costumo separar os itens gerais entre eles e ter um ziplock com todos os componentes de um único jogador. Anotar num papel ou etiqueta o nome do jogo, o nome do componente e suas quantidades.
OBS: miniaturas entram nessa categoria; porém, já transportei no próprio organizador.
 
5. Fichas cartonadas um pouco maiores (e.g. peças do Carcassonne e tabuleiros pequenos)
Se muitas fichas, fazer pequenos montes não muito altos. Anotar num papel (pequeno) o nome do jogo e quantidade total. Para tabuleiros pequenos (e cartonados; não os finos), se puder os juntar, é melhor (se o tamanho for parecido mesmo de jogos diferentes). Os tabuleiros são bem característicos e não necessitam identificação (isto não vale para a Dory).
 
6. Tabuleiros
Apenas separar para a próxima etapa. Não precisa identificar.
 

 

 
Cada bolo de cartas, cada monte de fichas cartonadas, tabuleiros pequenos e cada tabuleiro (grande) deve ser envolvido em plástico-filme. O plástico-filme, além de dar certa proteção contra a umidade, também ajuda a fixar os itens entre si. O plástico-filme “gruda” nele mesmo e nada ficará “sambando” e se esfregando no transporte. Também funciona como uma amarração adicional.
OBS: Não esqueça de colocar aquele papel de identificação feita na etapa anterior.
 
No caso dos ziplocks com componentes, é melhor tirar bem o ar interno, compactar os itens na parte de baixo e enrolar na parte que sobra. É esta “sobra” que dá maior proteção ao componente no transporte. Por isso, prefira ziplocks um pouco maiores que o necessário.
 
Agora, junte todas as cartas, todos tabuleiros e todos ziplocks, e os separe entre si por jogo.
 

 

 
Esta etapa é uma brincadeira gostosa e fácil de Tetris para colocar os itens em caixas. Tem pessoas que têm mais facilidade com isso, outras nem tanto, eu sei (experiência própria). Então, esta parte depende de cada um. Vou contar o que eu faço como exemplo, mas não é unanimidade. Mesmo assim, com jeitinho, tudo fica muito bom no final.
 
As caixas de papelão não muito altas (aquelas das compras de internet) são as melhores. Para os 19 jogos, usei três mais compridas (para tabuleiros e componentes) e duas quadradas pequenas (para cartas e miniaturas).
 
Primeiro, colocar os tabuleiros maiores embaixo. Os tabuleiros menores serão encaixados conforme os espaços. Se ainda sobrar muito espaço, pode colocar as cartas. Como eu disse, o plástico-filme vai firmar tudo. Ainda assim, vai ter uns espaços vazios para fechar. Complete ou com papel amassado, ou com sacola plástica (biodegradável) amassada ou até alguma peça de roupa pequena.
 
Os blocos de cartas são os mais fáceis de empacotar, principalmente se o tamanho está (quase) padronizado. As cartas com sleeves em ziplocks podem ser colocadas com os blocos de plástico-filme ou lá com os tabuleiros.
 
Os componentes em ziplocks são colocados um a um dentro de uma caixa em pé (aquelas com abertura lateral). Por quê? Com uma área menor, os componentes ficam mais compactos e mais protegidos (o peso deles ajuda). Prefira colocar os ziplocks mais pesados (normalmente contendo madeira e metal) embaixo. Se sobrar espaço no topo da caixa, preencha do mesmo jeito que fez com a caixa com os tabuleiros.
 
Todas as caixas devem ser amarradas (literalmente) com fita adesiva. Eu prefiro fita crepe, porque é mais fácil de manipular (menos grudenta e não precisa de tesoura ou os dentes). Algo útil é anotar que tal caixa é frágil, caso outrem precise mexer na sua bagagem, e qual lado precisa ficar para cima se o conteúdo não ficou balanceado (isto evita bagunçar e amassar as coisas).
 
Por fim, não esqueça de levar o rolo de plástico-filme e a fita adesiva na bagagem. Você precisará para a volta.
 

 

 
Tudo depende de onde você foi parar. Se tiver a liberdade de poder tirar tudo das caixas, é mais prático, com certeza. Senão, precisará de um pouco de paciência e ir tirando o necessário. Por isso, ao empacotar, cuide para deixar os componentes de um mesmo jogo o mais próximo possível.
 
Contudo, independente disso, a dica mais valiosa é: ao abrir as caixas, tire fotos de como elas estão organizadas internamente. Senão, vai ser outro trabalho na hora de guardar tudo de novo para levar as crianças de volta para casa (ou para uma segunda cidade). Com as imagens, é dois palitos organizar tudo.
 
Ao usar os itens para jogar, as fitas adesivas serão cortadas e os plásticos-filmes serão removidos, e não será possível os reaproveitar. Portanto, na hora preparar a mala para voltar para casa, será preciso colocar novamente. Então, repetindo, não esqueça de levar o rolo de plástico-filme e a fita adesiva para o passeio também.
 

 

 
Sim, dá um trabalhinho fazer isto. Como já sei que posso levar jogos para a viagem, quando um novo chega, eu já providencio os ziplocks e envolvo as cartas com uma tira de papel resistente (ou coloco os sleeves e guardo também em ziplocks), tudo devidamente identificado. Se o jogo tem um organizador na caixa, eu guardo os ziplocks e papeis embaixo dele.
 
Além disso, como está tudo separado e contado, preparar a jogatina e conferir se não esqueceu nada fica mais simples.
 
Opcionalmente, pode-se usar plásticos-bolha se tiver (bom para componentes pontudos, e.g. cartões de mar do Catan: O Jogo). Mas, eles ocupam um bom espaço.
 
Se for útil saber, as caixas com tabuleiros e cartas ficam bem pesadas. As de componentes são leves.
 

 

 
A seguir, algumas das fotos das caixas como exemplos.
 


 


 


 
Qualquer dúvida, crítica ou sugestão, eu estou à disposição aqui nos comentários. A ideia deste texto é justamente compartilhar a experiência e ampliá-la com o que a comunidade também sabe.