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Civilization New Dawn - Por que me desfiz do jogo

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    Eu adoro jogos de Civilização e isso não é de hoje. Já gastei horas e horas da minha vida sentado em frente ao computador jogando Civilization II enquanto ouvia conselhos de um Ministro que parecia o Elvis Presley vestido de Romano.


    Desde que descobri os jogos de Civilização em Boardgame joguei todos que tive oportunidade: Through the Ages, Nations, Sid Meyer’s Civilization: The Board Game, Mare Nostrum e se você considerar, Imperial Settlers, Age of Empires III, Twilight Imperium, entre outros.

    Pra mim, são todos jogos excelentes, porém com um grande asterisco: todos os bons jogos de civilização demoram muitas horas.

    Foi então, com grande entusiasmo que recebi a notícia que a Fantasy Flight estava lançando o Civilization A New Dawn. Se só o nome do Sid Meier no título já me dava arrepios, fiquei ainda mais feliz ao saber que o jogo era uma versão rápida, de cerca de 2 horas, de um grande jogo de Civilização
    .
    Comprei correndo o jogo ainda na pré venda, postei fotos de unboxing abraçado com a caixa no Facebook, mas após 4 partidas, resolvi passá-lo para frente. O que teria acontecido?

    Bem, na minha opinião o jogo até apresenta uma mecânica fantástica de seleção de ações. Cada Civilização tem uma “régua” de ações, que vai de 1 a 5, e cartas de ação de Economia, Militarismo, Ciência, Cultura e Indústria. A cada turno o jogador escolhe qual carta deseja usar, e dependendo se ela está na posição 1 ou 5 da régua ela terá um efeito mais fraco ou mais poderoso. Após a utilização a carta volta para a posição 1 e as cartas anteriores a ela na régua andam 1 posição para frente. Na ação de economia você ganha recurso com suas caravanas; na ação militar você ataca um adversário ou aumenta suas defesas; na de Ciência adquire novas tecnologias que melhoram os efeitos das suas cartas de ação; na de Cultura aumenta seu controle territorial no tabuleiro; e na de Indústria constrói Cidades ou Maravilhas, que lhe dão poderes durante o jogo.

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    Esse mecanismo é, para mim, o que quase salva o jogo. Você fica na eterna indecisão entre esperar a ação ficar mais poderosa ou utilizá-la agora com um poder menor mas quando ela lhe é mais útil. Além disso, você pode observar a força atual da carta militar dos seus adversários para decidir quando atacá-los e quando se defender. No final de cada turno, os bárbaros podem se mover, virando uma constante ameaça, diferentemente do Civilization de 2010, e suas cidades maduras podem produzir recursos.

    E como cada jogador tem apenas 1 ação, o turno é realizado super rápido e o downtime quase não existe. O jogo é facilmente jogado próximo dos 90 minutos mesmo em 4 jogadores.

    Mas se isso é tão legal, por que eu me desfiz do jogo?

    Bem, inicialmente, eu achei que, na necessidade de tornar o jogo curto, quase todos os elementos de um jogo de civilização foram cortados ao extremo.

    O avanço da árvore tecnológica, por exemplo, é bem gradual e você quase não sente, no fim do jogo, que evoluiu tanto assim. Uma vez que o jogo termina rápido, nenhum avanço pode ser tão revolucionário pois causaria desequilíbrio a favor do jogador que o desenvolveu primeiro.

    Me incomodou também que os poderes assimétricos de cada civilização são quase irrelevantes ao jogo e não chegam a ditar sua estratégia. Na única partida que venci por exemplo, não usei, uma única vez sequer a habilidade da minha raça.

    Além disso, o sistema de ataque não em agradou por 2 motivos: a utilização dos dados D6 traz uma aleatoriedade total a parte do combate e, para agilizar nos objetivos de batalha, o atacante quase sempre tem vantagem após se desenvolver no militarismo já que ele utiliza cartas de ação enquanto o defensor tem que trabalhar quase que exclusivamente com os bônus de defesa do terreno e tokens a volta. E como os ataques a outros jogadores é, no máximo, uma condição de vitória de um dos objetivos, parecia quase sempre inútil, ou talvez um puro kingmaking, gastar sua ação atacando outro jogador.

    E no meio de tudo isso, teve um último ponto que me incomodou mais: os objetivos/condições de vitória. A cada partida há 3 cartas de pontuação com 2 objetivos cada. Para finalizar o jogo, alguma Civilização precisa cumprir um dos dois objetivos de cada carta aberta. Mas como o jogo tem apenas 5 cartas de objetivo, quase sempre eles se repetem entre uma partida e outra.

    E foi aí que o jogo me perdeu.

    Se na primeira vez achei a mecânica fantástica, na segunda achei meio parecida e na terceira partida eu senti estava jogando a mesma coisa de novo, fazendo as mesmas ações, nas mesmas ordens, para atingir as mesmas coisas. Em momento algum eu me senti jogando Civilization. Parecia um euro de controle de área arte do jogo de videogame para dar um flavor e que terminava como uma corrida de objetivos.

    O jogo em si não é ruim. A maior parte das pessoas que jogou comigo achou-o bacana embora ninguém tenha empolgado com ele. E verdade seja dita, a produção da Fantasy Flight está impecável. As minis, as cartas com acabamento em linho que te deixam com dó até de sleevá-las. Tudo está perfeito. Mas com tantos bons jogos no mercado eu resolvi me desfazer dele e focar meus gastos em algo que me empolgasse mais. Espero que o próximo dono aproveite-o mais do que eu aproveitei.

    E você? Já teve a oportunidade de jogar Civilization A New Dawn? Se não, conheça o jogo em maiores detalhes no tópico Sid Meier's Civilization A New Dawn - Visão Geral do Ricardo Gama, aqui mesmo na Ludopédia. Aproveite e deixe aqui sua opinião sobre este ou sobre o seu jogo de civilização favorito e mais importante, explique o por que ele é o seu favorito.

    Um grande abraço e não deixe de se inscrever no Canal. Começamos humildes mas somos limpinhos :P . 


    Até a próxima

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    Comentários:

  • Ótima resenha!

    Eu particularmente gosto muito dessas analises "negativas" do jogo.

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  • E2EK1EL::Ótima resenha!

    Eu particularmente gosto muito dessas analises "negativas" do jogo.

    Muito obrigado. Eu gosto de refletir bastante sobre o que gosto (e o que não gosto nos jogos) e muitas das vezes tentar fugir da hype. Civilization no curto espaço que tive, todos queriam conhecer. Mas no final, a impressão que eu tive é o que mais chamava a atenção das pessoas, era a marca Sid Meier's Civilization.

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  • Gosto muito de análises com boas justificativas que conseguem apontar pontos positivos e negativos, além de não soar arrogante.

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  • Aproveitando a oportunidade, qual é o seu board game de civilização favorito e nos diga o porque :). Você já jogou o Clash of Cultures também? No meu caso só joguei o TTA e amei, então estou a procura de um segundo para expandir os horizontes hehehehehe... Parabéns pela excelente análise.

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  • Ulissesvb::Aproveitando a oportunidade, qual é o seu board game de civilização favorito e nos diga o porque :). Você já jogou o Clash of Cultures também? No meu caso só joguei o TTA e amei, então estou a procura de um segundo para expandir os horizontes hehehehehe... Parabéns pela excelente análise.

    Então, o meu favorito é o Through the Ages. Desde que ele saiu como APP para o celular, devo jogar umas 6 partidas por semana. Inclusive, se jogar no app, meu USER lá é o mesmo aqui da Ludopedia, pode me incluir. Muita gente curte o Nations como versão mais curta de TTA, mas sinceramente, prefiro gastar um pouco mais de tempo jogando o jogo do Vlada que pra mim é bem superior (além do Nations ser feio que dói).

    Já o Clash of Cultures é, dos principais, o único que ainda não joguei e o que mais quero jogar. Um amigo do meu grupo já comprou e agora só me falta oportunidade de marcar e jogar. Até o final do mês acredito que fecho esse GAP. 

    Editando pois faltou o por que:

    O motivo pelo qual eu gosto demais de Through the Ages é que pra mim ele é o jogo que mais se assemelha ao Civilization do Computador e onde você de fato sente as eras passando. Apesar de não ter mapa, você começa desenvolvendo um Guerreiro, pra ter depois um Mosqueteiro e no final um soldado de elite. O mesmo vale para o laboratório que começa como algo pequeno e termina como internet. O jogo pra mim tem então duas grandes qualidades. Passar perfeitamente a sensação de EVOLUÇÃO da sua Civilização e ainda ter inúmeras estratégias de vitória. Eu já joguei cerca de 30 partidas do jogo e até agora eu só sei vencer utilizando-se de militarismo e ciencia. Nunca me arrisquei focar em Colonias, Drama ou Bibliotecas por exemplo

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  • Quase que comprei este jogo, minha mão ficou coçando. Mas aí fui vendo analises, realmente não cheguei a ver ninguém falando que o jogo é ruim, mas o game também não é um Civilization, infelizmente. Vi até uma analise falando exatamente o que vc falou, é um euro médio.
    Parece que o jogo vender muito na primeira tiragem, mas se manteve com notas médias. Talvez como aconteceu com o jogo de 2010 as expansões consigam aproximar o jogo do que deveria ter sido. Mas até lá vou esperar para ver.
    No mais, muito boa analise. 

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  • Eu ainda não joguei, mas fico feliz de saber que o jogo é bom, embora não tenha conquistado um lugar na sua coleção. Um jogo de civilização que dura 2h dá pra encaixar naquela madrugada de jogos.

    Parabéns pelo canal, já me inscrevi!

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  • Nunca joguei o Boardgames do Civ 2010. Mas tive esta impressão de ser um jogo mais euro do que Civ. Ainda pretendo comprar a outra versão.

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  • Primeiramente parabéns pela review, muito bem escrita e clara nos objetivos.
    Apesar de ter jogado somente uma partida, e termos conversado depois dela sobre o jogo, concordo 100% vom as palavras, quase me senti lendo minha propria opinião hehehehehhe. 
    O jogo não é ruim, o jogo é lindo, produção maravilhosa, e a mecânica de escolha das ações é genial e quero muito ver ela sendo replicada em jogos futuros. Mas pra mim, o jogo é isso. O resto, como bem disse, é muito mais um euro controle de área que não chega a empolgar. 
    Acho que com uma expansão, e talvez ja seja o objetivo da FFG desde o início, o jogo pode ficar muito bom.
    Não senti um clima de jogo Civ e talvez ter atrelado esse jogo ao Sid Meier Civilization causa uma certa frustração, principalmente pra gente que é fã da franquia há muito tempo (meu caso também)
    E parabens pelo canal, espero ver mais análises honestas assim pelo mundo dos BGs

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Sid Meier's Civilization: Um Novo Amanhecer - Civilization New Dawn - Por que me desfiz do jogo

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