iuribuscacio::
Só para que não haja alguma dúvida, não se defende aqui que sejam lançados menos jogos,
Aí você perde o argumento!
Na dinâmica atual do mercado, vivemos um ciclo infinito de anúncios, lançamentos, campanhas de publicidade laudatórias (disfarçadas de geraçãode conteúdo), um breve período de hype nos grupos de WhatsApp, como consequência
das "
campanhas de publicidade" dos conteúdos gerados. seguido de uma revoada de anúncios de venda na Ludopedia e afins, e na sequência um rápido esquecimento. Onde as menções ao tal jogo maravilhoso e revolucionário do mês passado rareiam bastante, isso quando não chegam a zerar.
Um silêncio quase absoluto finda sendo o destino final da maioria dos lançamentos. Até aí, digamos que seja normal ou quase inevitável. Resultado do darwinismo feroz em que vive a indústria. Mas o ponto é que isso acontece
muito rápido! O resultado final de todo esse ambiente é que a grande maioria dos jogos finda tendo uma tiragem única. E esse é o meu ponto específico de reclamação. Não se vive uma situação normal (?) em que os jogos vêm e ficam.
Isso me faz lembrar da minha área de expertise: as variantes de xadrez. Hobby minúsculo, até mesmo em termos mundiais. A regra para as variantes de xadrez comerciais costuma ser a seguinte. Algum entusiasta tem uma ideia pela qual se apaixona. Ele cria algumas cópias caseiras, joga com os amigos, e em algum momento dá o passo seguinte de tentar lançar o jogo comercialmente. (Como cópia física.) Para isso ele cria uma empresa, contrata a fabricação de um lote de cópias, cria uma loja no [não quero que meu post seja apagado pela Ludopedia] ou na [não quero que meu post seja apagado pela Ludopedia], e tenta vender sua obra, que ele deseja que ganhe o mundo. Também cria um canal no YouTube para divulgar.
Em geral, ele leva anos para desovar a sua produção. Ao final do que o jogo se torna permanentemente esgotado. Mesmo que tenha vendido vários milhares de cópias! (Como foi o caso do
Xadrez Ômega.) Com sorte, o público aficionado que chegar depois poderá contar com a opção de recorrer à versão digital ou em aplicativo.
Um cenário triste. Porém natural, tendo em vista o caráter geralmente individual e microempreendedor dessas iniciativas. Alguém que
não era empresário se torna, com uma missão específica: viabilizar a concretização de um sonho: fazer uma ideia ganhar vida.
Penso que o cenário das editoras de jogos de tabuleiro seja um tanto diferente. Estamos falando de empresas profissionais. Algumas vezes milionárias. E até mesmo multinacionais. Empresas com departamentos comerciais, de publicidade (será mesmo?), jurídicos, etc. Que preferem terceirizar a divulgação de seus produtos. Que não se dão ao trabalho de realizar nem mesmo obrigações simples como fornecer vídeos de unboxing ou vídeos de regras. A menos que estejam pagando a quem faz isso e eu não esteja sabendo.
Enfim, vivemos um ciclo infinito de novos lançamentos seguidos de um rápido (e completo) esquecimento. Isso não me parece um cenário muito profissional. Me soa muito mais compatível com o cenário amador que descrevi anteriormente.