Olá!
Eu sou o Davi e você está no Análise Escrita.
Fim de ano, época de descongelar o Roberto Carlos para o especial de fim de ano, fazer piadas no estilo "Pavê ou Pacumê", pensar em mil resoluções de ano novo que você não vai cumprir e assistir a retrospectiva!
Hoje faremos a última parte, a retrospectiva.
Falarei um pouco de alguns jogos fora do Radar que joguei esse ano e darei minha opinião sobre os mesmos.
Mas que milagre, falar de jogos justo nesse canal hein?
Vou começar minha lista por um jogo que entrou recentemente em minha coleção.
Mottainai - Edição Deluxe é um jogo do genial designer Carl Chudyk, autor do sensacional Innovation (para mim um dos melhores jogos já feitos).
Em Mottainai, você é um monge em um templo Budista tentando criar artesanatos para vender na lojinha do templo, e assim financiar sua manutenção.
O Jogo possui um grau de dificuldade que muitos consideram elevado, e até o manual cita que as primeiras partidas podem parecer confusas mas que o jogador não deve desanimar pois com o tempo o jogo se tornará mais fácil.
Assim como certos vinhos, realmente Mottainai se torna melhor com o tempo.

Peguei o jogo em uma verdadeira Mat trade, troquei um Sushi Go em um Love letter Marvel e em seguida troquei o Love letter pelo Mottainai.
No outro dia levei para o serviço com a missão de encaixar na meia hora de tempo livre pós almoço.
Para mim o jogo "Clicou" demais.
La pela terceira partida já não vi mais necessidade de consultar um player aid, o jogo rodou de maneira tão fluida quanto o Innovation roda em minha mão.
Para meu colega de serviço, que é um player mais casual, o jogo já não agradou tanto, pela décima partida ainda gerava confusão, motivo pelo qual não tenho insistido muito nesse jogo.
Ficou curioso? Teste gratuitamente no Yucata (com uma interface horrorosa).
A ansiedade bateu forte em adquirir o próximo jogo dessa lista.
Cheguei a pedir para alguém me trazer uma cópia do DOFF, e no fim acabei comprando em pré lançamento.
Lata foi um jogo que me pegou desde o início.
Fiquei maravilhado com o primeiro jogo da série "Quinas" o comentado Café, e logo que soube qual era o próximo jogo da série corri para ler as resenhas.

Lata atendeu minhas espectativas.
Jogo de produção bem enxuto e com uma mecânica de leilão inicial para definir o primeiro jogador.
Todo turno você deverá escolher um pacote de insumos para agregar em sua linha de produção.
A ordem de alocação das cartas no tabuleiro é importantíssima, pois define o tipo de conserva a ser produzido entre Sardinhas, Sardinhas ao molho e cavala no azeite.
Posteriormente há uma ordem de venda atendendo a pedidos e ainda uma fase de compra de novos bônus de fim de jogo.
Foi um dos meus poucos jogos que testei/joguei em contagem maior do que dois players.
Levei em um encontro de Boardgames e jogamos em 4 pessoas, rodou tão bem quanto em dois.
Ilustrações muito bonitas (diferente de Mottainai) e componentes de muito boa qualidade, recomendo.
O próximo da lista me pegou muito fácil.
Sempre gostei de jogos no estilo Puzzle, como Tetris, Sudoku, Picross.
Um dos jogos do saudoso gameboy que mais joguei, foi com certeza Mario's Picross.
Até hoje jogo a versão "3D" no Nintendo 3DS.
No mundo dos tabuleiros, Patchwork é com certeza um dos jogos que mais amo.

Esses desafios matemáticos simples de criação de padrões me agradam muito, é muito satisfatório olhar para o tabuleiro no fim do jogo.
Conheci Hens, o famoso "Jogo da Galinha" no BGA.
E que delícia de jogo senhores!
É um Sudoku com galinhas.
Eu já gostava de Town 77, mas Hens foi um achado.
Diferente de Town 77 que tem um fim de jogo meio broxante, Hens tem uma forma de pontuação mais interessante, você pontua a quantidade de ovos no seu maior grupo de galinhas e a quantidade de ovos do grupo onde colocou seu galo, há ainda uma pontuação pelas medalhas presentes em algumas galinhas e outros objetivos sorteados para cada jogo.

Confesso que na impossibilidade de conseguir uma cópia deste jogo, que com 99% de certeza nunca virá para cá, fiz uma versão PNP para meu uso pessoal.
Os próximos da lista me agradaram tanto que foram até tema de posts exclusivos aqui no Canal.
Como já os abordei em posts únicos, vou apenas cita-los brevemente.
Falo de Cultive e de Catan o Duelo.
O Post sobre Catan foi por muito tempo o mais popular do canal.
E tenho que admitir, realmente nada me agradava na série Catan.
Me sentia até um pouco mal por não gostar do Clássico que ajudou a moldar o nosso hobby até hoje.
Com Catan o Duelo foi totalmente diferente.
Não conseguia sentir vontade de jogar outra coisa, ia para o serviço e pensava: Nossa que vontade de chegar em casa e jogar um Catan.

A mesma coisa me passou com Cultive, o tema me pegou de primeira, as mecânicas também.
Esse foi um jogo que fiz questão de apresentar para o pessoal do serviço e inclusive levar em encontros de Boardgame aqui da cidade.
Para mim, o melhor exemplo de que o mercado nacional ainda tem muito para mostrar, e que podemos fazer bons jogos por preço acessível.

Falei um pouco sobre alguns jogos que me agradam muito.
Mas quero falar também de alguns que tirei da coleção esse ano.
Começo por Deterrence 2X62, outro expoente da indústria nacional de jogos.
Esse para mim é o inverso de Cultive, e um dos motivos para que eu parasse de ler resenhas de jogos nacionais antes de comprar.
Cheguei a ler resenhas emocionadas que citavam que o jogo era quase um Xadrez, de tão complexo e envolvente.
Que jogo entediante senhores.
As ações são quase telegrafadas se você jogar com alguém que tenha tanta familiaridade em BG quanto você.
Acabei dando de presente para um colega.
Outro jogo que fiz o possível para tirar da coleção foi o Tiny Epic Pirates.

Que decepção!
Sempre fui fã da linha Tiny epics por considerar um dos melhores custo-benefícios do mercado.
Sempre vem recheada de ótimos componentes, trás jogos diferentes em mecânicas diversas e não ocupa espaço.
Lendo as resenhas e vendo as gameplays, parecia um jogo animado, com batalhas constantes, um sistema de Rondel intuitivo e equilibrado, um pick and delivery de fundo para trazer um "algo a mais".
Na mesa, as batalhas quase nunca acontecem, o Rondel é chato e o jogo vira um pick and delivery puro, mecânica que até me agrada mas onde creio que há jogos melhores focados apenas nisso.
Dei sorte, a troca do Tiny epic me rendeu um San Juan (2ª Edição) que vê muita mesa por aqui e que já considero um dos melhores jogos de carta da minha coleção, além do Sushi Go que na mat trade virou um Mottainai.

A terceira decepção da lista foi Durian.
Durian é um jogo bem simples da Oink Games, você é um macaco que controla uma banca de frutas.
Os pedidos vão se acumulando, quando você acha que os pedidos já não podem ser atendidos você toca uma sineta.
O gerente gorila confere os pedidos, se eles realmente não podem ser atendidos, ele ficará bravo com o seu adversário.
Se os pedidos podiam ser atendidos, ele ficará bravo com você.
É um jogo de dedução e leitura de mesa, quase um party game.
Parecia bem animado, bem divertido.
Mas a realidade é que apesar de simples, mesmo explicando mil vezes ninguém entendeu o jogo ou a diversão por trás dele.
Ficou parado numa gaveta a espera de ir embora, e quando tive oportunidade ele realmente bateu asas e se foi.
Minha lista de hoje era essa!
Para o ano que vem, espero comprar menos e jogar mais o que já tenho.
No meu radar só tenho dois lançamentos, Agropolis e Seasons of Rice.
E da minha coleção espero que Radlands, Fort, Fungi e cave vs cave vejam mais mesa no ano que vai chegar.
E você? O que jogou de bom? O que tirou da coleção?