Por: Linauro. Apaixonado por literatura, música e jogos, desde sempre. Descobriu nos jogos de tabuleiro uma desculpa perfeita para passar mais tempo com amigos e pessoas amadas.
Tikal é um jogo de tabuleiro de Michael Kiesling e Wolfgang Kramer, para 2 a 4 jogadores e lançado no ano de 1999. O jogo aborda a exploração arqueológica de Tikal, considerado o mais importante dos sítios Maias, localizado nas selvas tropicais da Guatemala. O local integra o Parque Nacional Tikal da Guatemala e desde 1979 foi declarado Patrimônio Mundial da UNESCO. No jogo, cada jogador chefia uma expedição arqueológica com o objetivo de explorar a selva a fim de revelar novos templos piramidais, escavar progressivamente os andares soterrados pela espessa vegetação que os recobre, além de desenterrar e colecionar os diversos artefatos arqueológicos ali escondidos. O objetivo dos jogadores é o de conquistar mais Pontos de Prestígio ao final da partida, conforme o avanço na trilha de pontos que margeia o enorme e belo tabuleiro, cuja ilustração fora assinada por Christophe Swal.

Durante a partida, cada jogador, nas três vezes em que surgem peças de vulcão e mais uma vez ao final, marcará Pontos de Prestígio em função dos artefatos que tiver colecionado, como também dos templos que controlar, quando tiver a maioria de exploradores sobre cada um dos templos já descobertos. No seu turno, cada jogador aloca um novo hexágono de terreno no tabuleiro sobre um espaço livre e, em seguida, através de um sistema de pontos de ação, utiliza os seus 10 pontos para, de diversas formas, explorar os terrenos já descobertos de Tikal. É possível alocar novos exploradores e movê-los pelos terrenos e acampamentos, instalar novos acampamentos, desobstruir novos andares dos templos, desenterrar artefatos arqueológicos, trocar artefatos com outros jogadores e colocar um dos seus exploradores como guardião sobre um templo.

Um detalhe importante é o de que Tikal é o mais velho daqueles que compõem a chamada
Trilogia das Máscaras de Kiesling e Kramer, ao lado de
Mexica e Cuzco. Apesar de já contarmos com cerca de 25 anos do seu lançamento, o jogo continua atual e relevante. Se eu pudesse resumir, diria que, tal como seu irmãos mais novos, Tikal é um jogo belíssimo, com tema e arte instigantes e que conta com uma estrutura elegante, simples e genial, além de ser uma referência no uso das mecânicas de controle/influência de área, alocação de trabalhadores e sistema de pontos de ação. Destaco também que na atual edição nacional, os componentes são ótimos, com destaques para as pirâmides de resina,
tiles hexagonais e tabuleiro, bem maior do que a média. Após diversas partidas, posso afirmar, enfim, que as partidas mais emocionantes foram aquelas com 4 jogadores, nas quais as disputas por influência ficaram ainda mais acirradas.
Imagens: acervo pessoal.