Se pudéssemos resumir, diríamos que Mexica é um jogo belíssimo, refinado em sua estrutura, referência na mecânica de controle de área e com um tema que nos agradou bastante. Mexica faz parte da chamada 'Trilogia das Máscaras' dos designers M. Kiesling e W. Kramer, juntamente com Tikal e Cuzco, e fala sobre quando os Astecas começaram a erigir a magnífica cidade de Tenochtitlan em uma ilha no lago Texcoco, que viria a se tornar a Capital do Império. Mexica foi o nome adotado pelo povo Asteca da região a partir de então. No jogo, que se passa durante o século XIV, os jogadores representam nobres que atuam na construção dos distritos e templos da cidade, buscando a supremacia espiritual e disputando favores e prestígio junto ao Imperador, com o objetivo de vencer a disputa e ser declarado o Oficial Superior.

Apesar de já contarmos com nada menos que 20 anos do seu lançamento, em relação à estrutura, Mexica continua atual e relevante. As suas mecânicas principais são o sistema de pontos de ação e o controle/influência de área. A cada rodada, os jogadores dispõem de um número fixo de pontos de ação para 'gastar' no seu turno, escolhendo dentre as diversas ações disponíveis, sendo que cada uma delas possui um custo diferente em pontos de ação. As ações concentram-se, basicamente, dentre locomover-se no tabuleiro, erguer pontes, construir templos e canais e, enfim, formar novos distritos em Tenochtitlan. Fundados os distritos, os jogadores pontuam imediatamente e também ao final das duas fases do jogo, conforme a presença e/ou influência que conseguiram estabelecer em cada um deles.

Mesmo que menos celebrado que seu irmão Tikal, Mexica é um dos melhores euros que já jogamos. A partir da experiência que obtivemos, destacamos tanto a simplicidade quanto a genialidade em que a mecânica de controle/influência de área foi implementada. Além do mais, os componentes são excelentes, em especial, as pirâmides que constam da edição atual e que deixam o enorme tabuleiro com um visual fantástico e imersivo. A arte, por sua vez, é linda e retrata bem a cultura Asteca. O jogo roda bem em qualquer número de jogadores, até mesmo em 2, quando são espalhados prédios neutros para preencher o território. Porém, com 4 jogadores é que o jogo ganha ainda mais brilho, por tornar mais intensa a disputa pelo controle/influência das áreas e deixar mais bonito o tabuleiro, através do uso de todas as peças disponíveis.
Por: Linauro. Apaixonado por literatura, música e jogos, desde sempre. Descobriu nos jogos de tabuleiro uma desculpa perfeita para passar mais tempo com amigos e pessoas amadas.
Imagens: acervo pessoal.