Caros Boardgamers
O camarada Nanquim e Dados iniciou uma discussão muito interessante a respeito de caixas customizadas e menores, no tópico:
http://https://ludopedia.com.br/topico/65427/re-boxing-reducao-das-caixas-qual-sua-opiniao
Eu achei o tópico muito interessante, mas queria propor um discussão mais específica, referente ao valor de revenda de jogos, sem a caixa original.
As editoras usam caixas maiores do que o necessário por entenderem que isso não apenas justifica os altos preços cobrados, assim como uma estratégia para chamar a atenção na prateleira da loja. E o interessante é que, aparentemente, do ponto de vista comercial essa prática se justifica, porque mesmo gastando mais com produção, frete e armazenamento, as editoras continuam utilizando caixas maiores do que o necessário.
De um modo geral, a comunidade boardgamer é muito exigente, até porque não há como ser de outra forma, em virtude dos altos preços dos board games. Claro que todo e qualquer produto deve estar em perfeitas condições independente do preço. Porém, é muito diferente pagar R$ 90,00 no Detetive da Estrela com a caixa amassada e pagar R$ 1.200,00 no Eclipse com o mesmo defeito (dos tiles defeituosos nem vou falar porque a discussão aqui é outra).
Assim sendo considerando esse alto grau de exigência dos compradores de board games modernos, a priori, seria inviável vender um jogo sem ser na sua caixa original. Claro que essa discussão se aplica mais aos jogos da coleção, que a pessoa cogita vender, e não aos preferidos, que dificilmente serão vendidos. Porém, é preciso lembrar da questão das novas edições. Nesse caso é natural que a pessoa venda a edição anterior que ela tem, para comprar a nova. Imagine por exemplo, alguém que tenha o Zombicide ou o Massive Darkness como jogos preferidos. Com a chegada das novas edições pode ser que a pessoa queria vender sua versão antiga para comprar a mais recente, até para não fica com dois praticamente iguais na coleção. Se a pessoa tivesse utilizado uma caixa customizada nesse caso, a venda da edição anterior, talvez fosse prejudicada.
Mas existe um outro lado da moeda. Caixas customizadas e bem feitas, aumentam exponencialmente a praticidade em relação ao jogos de tabuleiro. Primeiro porque elas ocupam menos espaço, e com o aumento da coleção isso começa a se tornar um sério problema. Atualmente, os apartamentos são cada vez menores, com isso, arrumar espaço para uma estante de jogos se torna cada vez mais difícil. E em segundo lugar, caixas menores torna muito mais fácil o transporte dos jogos, seja em uma viagem, ou para a casa de amigos, para uma noite de jogatina. Isso sem falar que o "efeito ruffles", caixas com mais ar do que jogo dentro, atinge percentuais absurdos em alguns casos. Só para ficar nos mais emblemáticos, o Carcassonne (80,69% de espaço desperdiçado), Camel Up 1ª Edição (75,27%), Splendor (74,35%) e 7 Wonders (71,01%).
Portanto, eu pergunto à comunidade boardgamer sobre se vale a pena o uso de caixas customizadas e menores, ou se o impacto no valor de revenda inviabiliza essa prática.
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio