7 Wonders foi um dos primeiros jogos que obtive. Por ser relativamente rápido, e de fácil setup, é um jogo que merece o espaço que possui: Ele sempre entrega.
Apesar da caixa ser mentirosa (2 jogadores não rola, falo aqui da edição antiga, na nova tá escrito 3-7), entre 3 a 7 ele é um dos melhores jogos do mercado com certeza. O jogo (pra quem desconhece), roda em 3 eras e nelas você tem ações muito simples; construir uma carta da sua mão, construir uma parte do seu Wonder (da esquerda pra direita) ou vender uma carta pra ganhar 3 moedas (também conhecido como block no amiguinho que vai receber a mão de cartas).
Babilônia estourando no norte, com muito ponto de ciência.
Existem vários modos de se pontuar; cartas azuis (
construções civis) dão pontos, cartas amarelas geram descontos, moedas, e algum tipo de economia (
também tem algumas que dão pontos), verdes (
ciência) é literalmente um
set collection onde você deve buscar símbolos iguais, ou o combo (
os 3 diferentes) pra otimizar a pontuação, vermelhas (
combate), no final de cada era você treta com seus dois vizinhos, cartas marrons são recursos (
matéria-prima) e cartas cinzas são recursos também (
manufaturados).
E essas cartas rolando draft, junto com as maravilhas que possuem bônus diversos,
acabam criando combos e combinações muito interessantes. Gostaria também de ressaltar a arte do
Sr. Miguel Coimbra, que é meu
artista favorito desse mundo de Boardgames, inclusive, gostaria que mais designers o chamassem, porque o
potencial desse cara é absurdo.
Na moral, olha essa arte.
As expansões do jogo, eu não pretendo falar sobre elas porque
fugiriam da minha proposta nesse post, e deram uma viajada legal em algumas delas (Né
7 Wonders: Babel?), mas se você tem como investir um dinheiro e manter a mesma ideia, pode pegar a
7 Wonders: Líderes sem medo. Ela agrega e o jogo
continua com o mesmo feeling. Sinceramente, eu não entendi o porquê do jogo ter tido uma
segunda edição, eu acho que a primeira poderia ter sido somente reimpressa que tava tudo certo. Nem mexer nas artes mexeram, o jogo continua basicamente o mesmo,
sem os componentes pra 2 jogadores, e bem mais caro do que o anterior (talvez esse seja o motivo).
Um salve pros líderes.
Recomendo 7 Wonders facilmente como jogo de entrada, eu mesmo costumo usar como
filler entre um jogo pesado e outro. É impressionante como o nível dele aumenta e se torna muito
mais estratégico quando todo mundo sabe jogar. Única coisa que eu tenho pra falar mal desse jogo é o
preço. Pra mim, hoje em dia ele não condiz com o que vem na caixa.
Mas em promoção ou usado eu recomendo fácil.
Outro jogo que disputa território com o 7 Wonders se chama
Between Two Cities. Nesse jogo,
que roda também de 3 a 7 jogadores muito bem, você vai criar uma cidade
cooperando com os jogadores vizinhos. E sinceramente, esse é meu jogo favorito da
Stonemaier (
e a campanha dele não vem mentindo que vai ser jogo de civilização, o que é um plus).
Um dos primeiros da Stonemaier.
Cada jogador vai estar criando
2 cidades, uma com seu vizinho a
direita e a esquerda, e tentando fazer com que aquelas cidades pontuem bem, pois, a sua
pontuação final é igual a da sua menor cidade, o que dá um quê de equilíbrio pro jogo. A cidade vai terminar com um grid 4x4, 16 peças (as vezes 15, existem peças duplas) colocadas em cada cidade é o
trigger de fim de jogo.
Ele roda exatamente como no 7 Wonders,
rola um draft de tiles, e os que sobraram, você passa pro próximo jogador, e aqui tu quer que o seu vizinho entenda a sua lógica, já que você tá passando tua mão pra ele e vocês estão construindo juntos.
Os tiles são
lojas (pontuam mais se estiverem em uma linha reta),
parques (pontuam por adjacência, mas não precisam estar em linha, mas otimizando vale a pena botar 3,
depois disso dá pouco ponto extra),
fábricas (quem tiver maioria pontua mais, depois a segunda, terceira pra baixo pontuam a mesma coisa),
tavernas (hotel, bar, restaurante e casa de show) (pontuam por set collection),
escritórios (pontuam por quantidade, e se estiverem do lado de algum tipo de taverna ganham pontos extras) e
casas (a pontuação de cada casa aumenta de acordo com a quantidade de tipos de construções diferentes que você possui na tua cidade).
Lojas (amarelo), parque (verde), casa (marrom), fábrica (cinza), taverna (vermelho), escritório (azul).
E todo esse
mashup de
tiles acaba dando uma sensação de que você está jogando um
jogo bem diferente, uma vez que você tem que tentar pontuar bem com as
duas cidades. E o mais importante:
tem que ter leitura de jogo e jogador (
porque você não pode falar pro teu vizinho “TÔ TE PASSANDO TAVERNA, PEGA ELA PRA GENTE FECHAR O COMBO”), uma vez que a sua pontuação final
depende do próximo. Eu realmente gosto muito que ele use a mecânica de
draft de mão e use do jeito oposto do que 90% dos jogos usam, normalmente essa mecânica é usada pra
negar uma carta pro próximo jogador, aqui você quer que ele pegue algo pra
continuar seu raciocínio.
O que eu tenho pra falar mal desse jogo é
literalmente uma coisa que a Stonemaier costuma fazer em seus jogos mas aqui não tem: não sei se é porque esse jogo foi um dos primeiros que saiu pela empresa ou se foi por algum outro motivo,
mas a arte e a produção aqui é bem simplória.
Tiles duplos do jogo.
O jogo é bom, mas ele não é
lindão padrão Stonemaier não, ele destoa em comparação a qualquer outro (
Scythe,
Wingspan,
Tapestry,
Viticulture, etc.)
Mas sinceramente?
Mecanicamente você estará bem servido com os dois. Os dois entregam o que é proposto, e pra número grande de pessoas são jogos que
cumprem muito bem seu papel de jogo mais pesado que aqueles joguinho de festa que enjoa depois de 2 rodadas.
Seja você um arquiteto projetando uma cidade ou uma civilização antiga, o importante aqui é fazer a escolha certa. Seja carta ou tile.
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Tudo nessa vida é equilíbrio, meus amigos.
#terçou