Criar uma floresta tropical, na qual árvores, plantas e animais convivam de forma integrada e balanceada é o objetivo de Canopy, jogo do designer Tim Eisner.
Trata-se de um jogo de draft de cartas e set collection desenvolvido inicialmente para 02 jogadores (como denuncia a própria caixa e os manuais separados), no qual foram adicionadas regras solo e para até 04 jogadores

Arte e componentes
A primeira coisa que chama atenção no jogo são as belas ilustrações de Vincent Dutrait, com artes realistas da flora e da fauna tropical.
Os componentes são de boa qualidade e os desenvolvedores se preocuparam em não incluir nenhum componente de plástico na caixa. No entanto, contrariando a intenção original, sentimos a necessidade de sleevar as quase 200 cartas, para facilitar o embaralhamento do enorme deck.

Isso nos criou um problema: a nossa edição, importada do Reino Unido, vem em uma caixa pequena, que demandam algum esforço e muitos anos de Tetris para conseguir fazer caber tudo. A caixa é bastante diferente, por exemplo, da versão em língua espanhola da Devir, mais espaçosa e que renomeou o jogo para Amazonia.
O jogo vem com cartas extras, que aumentam a complexidade e que acrescentam pequenas variações de regras.

Tema
O jogo é bastante temático em suas mecânicas, principalmente nas cartas de animais (por exemplo, a onça que devora os animais do adversário) e de algumas plantas, como a orquídea - que não gosta de muito sol, nem de muita chuva. Interessante, ainda, a integração das cartas de ameaças, que podem, por exemplo, matar animais por doenças, ou o fogo, que queima as plantas, mas que produz mais sementes.

O set collection das plantas força o jogador a manter sua floresta balanceada: o excesso de uma planta pode ser prejudicial e às vezes uma ameaça natural é bem vinda para manter o equilíbrio.

Mecânicas
Importante ressaltar que só jogamos Canopy na versão “original” para 02 jogadores, não tendo avaliado as regras para outras contagens.
O jogo é dividido em três estações, cada uma com um deck. Os jogadores se alternam comprando cartas e, ao final da estação, pontuam árvores e plantas, e no final do jogo pontuam pelos animais e pela maior floresta.
O objetivo é fazer coleções de plantas (que exigem quantidades certas de cartas para pontuar), pares de animais e crescer sua floresta, comprando cartas de troncos e de copa (“canopy”, em inglês).

A espinha dorsal do jogo é o draft de cartas, extremamente simples e bem implementado. Há sempre 3 conjuntos de cartas fechados, disponíveis para compras. O jogador da vez olha uma pilha e escolhe: ou compra e joga todas as cartas, ou passa para a próxima, colocando uma nova carta na pilha que passou. Isso cria um “push your luck” interessante, em que a cada turno há 3 oportunidades de comprar todas as cartas de uma pilha, caso contrário terá que se contentar com a primeira carta do deck.

Mesmo com a presença da sorte no draft, a todo o momento os jogadores terão que tomar decisões: ter várias cartas de uma mesma planta pode dar mais pontos, ou até mesmo pontos negativos; comprar uma copa pode aumentar sua floresta, mas limitar o quanto a árvore pode pontuar; e uma carta de ameaça pode te fazer perder em uma situação, ou ganhar eliminando uma carta indesejada.

Conclusão
A integração entre as mecânicas é excelente, principalmente o draft com push your luck, que adiciona tensão à compra das cartas. Além disso, o set collection é bem implementado, forçando os jogadores a tomarem decisões de tipo e quantidade de cartas que querem jogar na sua floresta.
Os turnos são bastante dinâmicos e a partida não é longa (cerca de 40min), sendo uma boa opção jogar quando tem pouco tempo, ou ainda fazer como nós: jogar repetidas vezes!
E aí, se interessou pelo Canopy? Tem alguma dúvida? Deixa seu comentário!
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