(Análise) Bunny Kingdom + Expansão ‘In the Sky’
Título: Bunny Kingdom (2017) / Bunny Kingdom: In the Sky (2019)
Designer: Richard Garfield
Arte: Paul Mafayon
Editora nacional: RedBox / Buró
Nº de jogadores: 2 a 4 (com a expansão 2 a 5)
Bunny Kingdom é um jogo familiar de seleção de cartas com uma ilustração incrível e componentes muito charmosos (leia: fofos). Esta análise irá trazer o jogo base e sua expansão ‘In the Sky’, ambos já disponíveis no Brasil.
(Caixa base [a esquerda] e expansão [a direita])
Resumo de Como o Jogo Funciona
Em Bunny Kingdom, cada jogador controlará uma família de coelhos de uma cor. Durante a partida, que acontece em 4 rodadas, os jogadores irão receber uns dos outros uma mão de cartas, escolher duas cartas, baixa-las e ativa-las (ou deixar fechadas à sua frente, em caso de serem Cartas de Pergaminho – que pontuam apenas no final da partida). Quando estas mãos de cartas acabarem, termina a rodada e é feito um cálculo de pontuação, baseado nos recursos e torres de castelos de cada feudo (região interligada) de cada jogador. Ao final da quarta rodada, quem tiver mais pontos, é o vencedor.
Mecânicas Principais: Seleção de Cartas (draft)
Primeiro abordaremos a CAIXA BASE de Bunny Kingdom
(Caixa base)
Critérios
Ø Arte
PRÓS: Criaturas (coelhos e alguns outros animais) feitas de forma antropomórfica cheias de personalidade; Paleta de cores bem viva e divertida; Muitas referências à ícones da cultura em geral; Iconografia de fácil identificação; Riqueza de detalhes nas ilustrações; O artista Paul Mafayon é simplesmente fantástico! Dessa vez faço questão de deixar o site com as artes do artista e recomendo que entrem para dar uma conferida, realmente um traço sensacional com cores vibrantes e muito divertidas:
https://www.artstation.com/mafayon .
CONTRAS: Tabuleiro à princípio um pouco confuso, devido à quantidade de informações e o tamanho justo das casas em relação aos componentes que nelas são colocadas; Trilha de pontos (também presente no tabuleiro) que é fácil de confundir a direção (se pula para linha de baixo ou é ‘vai-e-vem’), também devido à compressão dos elementos no tabuleiro.
(Algumas cartas do jogo. Ilustração incrível e super carismática!)
Ø Qualidade dos Componentes
PRÓS: Miniaturas de coelhos e castelos de bom material e com um belo design; Marcadores cartonados, cartas e caixa de boas gramaturas; Manual rico em ilustrações e exemplos.
CONTRAS: O tabuleiro poderia ser maior, para que as ‘casas’ nele fossem maiores, facilitando a identificação dos ícones; Os números e letras em volta da área de jogo poderiam mudar sua orientação em um dos lados, mesmo que (obviamente) não mudasse a ordem sequencial, para facilitar a identificação para quem fica ‘de ponta cabeça’ para o tabuleiro.
(Todos componentes do jogo)
Ø Curva de Aprendizagem
Média. Caótico à primeira vista, mas fácil de entender após uma breve explicação. Possui uma curva um pouco mais alta se levarmos em consideração o fato do jogador querer decorar os objetivos para tentar descobrir o que os adversários pretendem fazer a ponto de tentar bloqueá-los. Existe também o fato de termos a necessidade de memorizar as cartas que passaram em nossa mão, para saber o que algum adversário na mesa fez. A facilidade das regras, aliado à dificuldade de jogar intencionalmente bem, driblando o caos inicial, fazem a curva de aprendizado ficar flutuando entre fácil e médio, porém como o jogo é vendido como sendo um jogo familiar, devido ao tema e arte, considero uma curva de aprendizado Média ao comparar com outros jogos de entrada e familiares.
Ø Presença de Tema
Alta. Jogadores constroem um reinado e se reproduzem rápido, como coelhos! Só isso já faz jus ao nome, além do fato do jogo trazer um carisma incrível devido a sua arte fofa e colorida de animais antropomórficos (animais que se parecem/vivem como humanos). Mecanicamente não temos nenhum tipo de gestão de recursos ou controle, como em um jogo de civilização, porém isso fugiria da proposta de jogo rápido e familiar, contudo em todos elementos artísticos o jogo deixa evidente que se trata de um reinado em constante crescimento, com as cartas de objetivos com títulos evocativos e cartas de localidade (Exploração) que transmitem mesmo o visual de uma região funcional do reino.
(Miniaturas de Coelhos e Castelos em detalhe)
Ø Rejogabilidade
Média. O jogo não tem muitas novidades depois da primeira partida, porém ele contém muitas cartas e algumas delas nem sequer entram em jogo, fazendo com que a cada partida os jogadores precisem tomar decisões um pouco diferentes para pontuar seus objetivos. O fato do jogo ser meio caótico no início faz com que os jogadores precisem se adaptar no resto da partida, deixando sempre um sentimento de ações realizadas (locais ocupados e objetivos que foram pegos) um pouco diferentes entre as jogatinas.
Ø Interação
Alta. Um pouco diferente de alguns outros jogos de seleção de cartas (draft), Bunny Kingdom não apenas requer que fiquemos atento aos adversários, como permite que façamos isso sem muita dificuldade. É possível a qualquer momento da partida parar por dois minutinhos e observar quais cartas tem maior potencial de ajudar um adversário, nos fazendo decidir o que fazer. Os objetivos (Cartas de Pergaminho), apesar de pontuarem apenas no final da partida, se os jogadores conhecerem bem o jogo e tiverem uma boa memória, conseguem também ser pontos de atenção em relação às ações dos rivais e gerar bloqueios importantes para a pontuação final.
(Todas cartas do jogo. Sim, são muitas cartas: 186 (contando a carta de Ajudinha)!)
Ø Fator Sorte
Relevância na partida: Média. Existe sorte na compra de cartas, porém ela impacta de forma mais relevante apenas a primeira mão da rodada (de um total de 4 rodadas na partida). Caso os jogadores não conheçam bem o jogo e suas possibilidades, em partidas iniciais as mãos de cartas podem soar muito aleatórias e com pouca relevância de quais pegar, fazendo parecer que o impacto da sorte é muito maior do que de fato é. O jogo é caótico a princípio, de fato, não dando muito controle aos jogadores nas primeiras rodadas, contudo isso não envolve um ‘azar’ propriamente dito, mas escolhas dos jogadores em relação à quais locais percebem ser mais interessantes em relação aos objetivos mais fáceis de serem alcançados de acordo com as cartas que já observou, sendo de responsabilidade do jogador se determinada carta ficou com ele ou com um adversário.
Ø Fator Estratégia
Relevância na partida: Média. Em Bunny Kingdom, mesmo os jogadores tendo um bom poder de escolha, impactado por um Fator Sorte injetado de forma mais relevante apenas em uma compra da mão de cartas, ainda assim é difícil pensar a muito longo prazo na partida, pois não sabemos ao certo quais cartas voltarão para nós, muito menos quais serão as próximas a serem compradas em rodadas futuras. Apesar desta característica do jogo, isso não tira seu charme e diversão, uma vez que ele atende à sua proposta temática e familiar, focando também no efeito surpresa da pontuação final (quando se revelam os objetivos (Cartas de Pergaminho)) ao invés de ter um alto grau de reflexão estratégica e controle minucioso ao longo da partida.
É importante pontuar algo que eleva o Fator Estratégia e adiciona camadas interessantes ao jogo: O fato das cartas de Pergaminho fazerem parte de um mesmo conjunto total de cartas (junto das Cartas de Exploração, tanto de locais e de recursos extras). Isso adiciona um poder de escolha interessante, onde os jogadores irão precisar decidir entre estratégias de curto prazo, como pegar novos recursos, castelos ou terrenos, ou pensar na pontuação de final de jogo, pegando pergaminhos. Enquanto pegar pergaminhos abre mão de locais do mapa, eles facilitam ao jogador traçar estratégias durante a partida, para poder cumpri-los e pontuar mais no final, todavia, pegar cartas de exploração darão pontos nas fases de colheita (entre as rodadas), além de dificultar o jogo para o adversário ao ocupar mais cedo espaços únicos do mapa.
Agora abordaremos a Expansão Bunny Kingdom: In the Sky!
Será uma nova análise, porém apenas apontando as diferenças onde existirem
(Caixa da expansão)
Critérios
Ø Arte
PRÓS: Paul Mafayon arrebenta novamente (lembre-se de dar uma olhada no trabalho dele em
https://www.artstation.com/mafayon)! Agora com mais referências, a expansão consegue expandir o universo do jogo, agregando mais nuances de como funciona a vida dos coelhos neste universo incrível (e tem até um
chocobo galo gigante e uma nuvem voadora dourada!); Um novo recurso, moedas, com uma bela ilustração; Um novo castelinho, agora azul, mantendo a linha artística, mas deixando evidente que é um artigo especial.
CONTRAS: Nenhum específico da expansão.
(Alguns elementos em destaque. A beleza permanece.)
Ø Qualidade dos Componentes
PRÓS: Qualidade excelente presente no jogo base se manteve exatamente igual na expansão.
CONTRAS: O novo tabuleiro central, que é adicionado ao do jogo base, poderia ser um pouco maior, para acomodar de forma menos ‘apertada’ os elementos presentes nele; Existem muitos novos recursos (que ficam neste novo tabuleiro que representa uma nuvem) que são colocados na preparação da partida e nunca saem, existindo apenas com a função de obstruir que neste espaço entre alguma nova construção (explicando melhor: No jogo existe uma regra que proíbe que dois objetos (castelos ou recursos em forma de fichas) ocupem um mesmo espaço), dessa forma, existe agora uma preparação de partida a mais, com elementos que apesar de soltos não tem nenhuma função de rejogabilidade, de tal forma que estes elementos poderiam, inclusive, estar já presos no tabuleiro, colados, como uma segunda camada ou qualquer outra solução similar; Existem dois errinhos no manual, porém o próprio manual explica da forma correta em outro trecho, vacilo...
(Todos componentes da expansão. Um pouco mais de tudo!)
Ø Curva de Aprendizagem
Média (mas um pouquinho maior). Considere tudo que foi dito sobre o jogo base e suba um degrau. A expansão traz um pouco de tudo: Novas cartas com novos objetivos, o que aumenta a dificuldade de decorar as possibilidades; Um quinto jogador, que neste critério não interfere; Novos recursos, trazendo mais opções e possibilidades; e (agora o que mais impacta) uma nova forma de pontuar: MOEDAS! Basicamente, agora existe uma pontuação final adicional (chamada de Comércio), além das cartas de Pergaminho. Toda vez que um jogador criar um Distrito, que é uma área com dois coelhos seus ou mais, ele ganha uma moeda e no final do jogo, multiplique seu total de moedas por todos recursos fantásticos e nobres que tiver! Fácil, né? Sim, contudo é comum, principalmente nas primeiras vezes, esquecer de pegar essa moeda, o que pode mudar o desfecho da partida.
Ø Presença de Tema
Alta. Considere o apontado sobre o jogo base. Apesar de agora existir uma pontuação chamada de Comércio e moedas, ainda assim não existe nenhuma abordagem mecânica e temática relacionada aos jogadores fazerem comércio e usarem estas moedas ao longo da partida entre si.
(Relação de tamanho entre o mapa do jogo base (abaixo) com a expansão (acima). São usados ambos durante a partida)
Ø Rejogabilidade
Média (mas um pouco mais alta). Primeiro ponto que para mim é muito positivo: 5º jogador. Um jogador a mais é uma pessoa a mais se divertindo! Outros pontos que aumentam a rejogabilidade são os fatos de terem um pouquinho a mais de tudo: Mais cartas, novos recursos, mais locais para expandir, uma nova mecânica (a de Comércio já mencionada). Tudo isso faz com que aumente o fator Rejogabilidade em relação ao jogo base, apesar de não ter efetivamente nenhum elemento nova que eleve especificamente esta característica.
Ø Interação
Alta. Leve em conta tudo do texto anterior (também) neste critério. Aqui vou fazer uma observação bem pessoal: Quando tive contato com os componentes do jogo pensei: “Aumentou o tabuleiro? Ok, então a interação ficará mais solta”. Eu errei. Apesar do novo tabuleiro, o jogo continua com a mesma interação e com aquela sensação de aperto. Isso acontece, pois o novo tabuleiro tem duas características interessantes e que o diferente drasticamente do tabuleiro central maior (do jogo base): 1. Os recursos presentes nele são únicos, raros e valem muito a pena pegarmos (devido a pontuação nova de Comércio); 2. As casas neste tabuleiro não se encontram apenas diagonalmente, de tal forma que os espaços se unem com todos ao seu redor, aumentando a probabilidade de criar feudos maiores nessa nuvem, o que nos faz ficarmos gananciosos por espaços neste tabuleiro. Estes dois pontos valorizam bastante o novo tabuleiro e quando os jogadores percebem, lá está ficando lotado e de forma até mais rápida do que o tabuleiro ‘em terra’!
Ø Fator Sorte
Relevância na partida: Média. O que altera em relação ao uso de apenas o jogo base é que apesar de existirem agora ainda mais cartas, mesmo as cartas exclusivas de locais passam a ter uma importância um pouco maior graças à nova mecânica de Mercado (as moedinhas), dessa forma o impacto da sorte se torna menor do que se jogado apenas Bunny Kingdom base, apesar de ainda julgar um fator de peso Médio no conjunto da obra.
Ø Fator Estratégia
Relevância na partida: Média para Alta. Ainda considero um fator mediano, porém ele subiu também mais um degrau em relação ao jogo base. Agora, devido a nova mecânica que envolve recursos fantásticos e nobres e as moedas, os jogadores tem mais poder de escolha de quais caminhos traçar. Se antes pegar uma quantidade maior de objetivos e mais cedo era vantajoso, agora optar por criar Distritos para juntar moedas pode conceder uma pontuação final maior do que muitos objetivos (e juntos!). Dessa forma, Bunny Kingdom In The Sky entrega mais um caminho para os jogadores optarem por seguir, seja para pontuar mais ou apenas para driblar o caos que aparentemente existe no jogo (como, por exemplo, perceber que pegou menos objetivos que os adversários).
Ø BÔNUS: Algumas dúvidas corriqueiras (considerando Jogo-Base e Expansão):
- Dá para jogar com crianças pequenas? Como sempre, depende muito do tamanho e desenvolvimento da criança. O jogo requer muita (muita mesmo) observação do tabuleiro e algumas continhas de multiplicação básicas, logo para a criança jogar de forma competitiva é necessário que ela tenha controle sobre estes dois aspectos.
- Precisa de organizador? Não. São poucos componentes diferentes e armazenar em ziplocks (os saquinhos plásticos transparentes) é mais que o suficiente.
- A preparação da partida é demorada? Somente o jogo-base: Nem um pouco. É questão apenas de separar castelos e recursos extras para facilitar durante a partida, embaralhar e começar a jogar. Com a expansão é preciso perder ai uns dois minutinhos colocando algumas fichas no tabuleiro de nuvem, mas também nada que venha atrapalhar ou incomodar a jogatina.
- Funciona bem em qualquer número de jogadores? Funciona, porém, existem regras específicas para 2 jogadores. Em 3 e 4 (ou até 5 com a expansão) vira uma pseudo-bagunça muito divertida (quem nunca jogou e ver a partida rolando vai achar lindo e fofo, mas entender quase nada). Em 2, o jogo se torna mais reflexivo, com jogadas com uma marcação maior entre os jogadores, porém um novo elemento interessante: Novas cartas que a cada turno aparecem nas mãos dos jogadores vindas de uma reserva fechada, algo que não deixa a mecânica de seleção de carta se tornar repetitiva, já que são muitas cartas por rodada (particularmente, achei uma proposta bem legal para a mecânica de seleção de cartas (draft) e que se encaixa com a temática leve e caótica, criando sempre uma surpresinha a cada turno).
- Comprei o jogo-base e a expansão. Cabe tudo na mesma caixa? Os componentes, sim, cabem todos na caixa do jogo-base, porém a caixa da expansão, não. Sendo assim, se colocar tudo em apenas uma caixa (a do jogo-base), a caixa da expansão fica vazia, mas ocupando espaço na prateleira.
Opinião Pessoal
“Colorido, divertido e pesado na medida certa. Bunny Kingdom apresenta uma experiência visualmente incrível, com um tempo de jogo que particularmente gosto muito (em torno de 60minutos) e que apesar do tema fofo não deixa de ser estratégico, recompensando os jogadores por boas decisões ao longo do jogo. Estas decisões são constantes e levam os jogadores à dilemas como ‘Penso em mim ou atrapalho o adversário?’, ‘Escolho esta carta pela localização imediata privilegiada ou vou nessa carta de objetivo apostando no longo prazo?’. A expansão Bunny Kingdom: In The Sky consegue melhorar o jogo em todos aspectos, com novos objetivos, novos recursos e inclusive uma nova forma de pontuação final que interfere com ações que antes não soavam tão boas (como juntar dois terrenos precocemente). Certamente Bunny Kingdom, um dos jogos mais bem ilustrados que já vi, certamente nunca sairá da coleção.” (Raphael Gurian, O coelho amarelo)
“Bunny Kingdom é um ótimo jogo da categoria Family, que abrangem uma jogabilidade um pouco mais apurada e um nível de dificuldade médio, exigindo uma certa estratégia por parte dos jogadores, porém sem se tornar pesado. Além disto ele consegue nos transportar para um universo de fantasia muito cativante, com seus personagens e cenários originais em sua proposta, trazendo ainda assim muitas referências populares e cults através dos personagens apresentados. Com a expansão In The Sky, além de acrescentar novas cartas, recursos e um novo tabuleiro que eleva seus feudos aos céus, o jogo se torna muito mais dinâmico e faz com que os jogadores valorizem muito mais todas as possibilidades de aumentar e melhorar seus territórios. Funciona muito bem tanto em dois quanto em mais jogadores, sem se tornar repetitivo e enjoativo. Uma ótima opção para se ter na coleção! (Heloisa Fernandes, Lola_Fernandes, A lebre vermelha)
Um texto de
Raphael Gurian
A ideia deste formato de análise não é explicar um jogo, para isso existem muitos outros textos, vídeos e etc. A finalidade do texto é fazer uma análise crítica acerca de critérios que acho importante e que muitas vezes acabam não sendo explorados em análises de uma forma mais detalhada. Os jogos analisados não seguem qualquer critério comercial, incentivo ou pagamento, sendo escolhidos com base em fontes de vozes da minha cabeça, aliado ao fato de ter já jogado o jogo em questão muitas vezes, a ponto de me sentir confortável em opinar sobre o mesmo.
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