Nessa semana o colega Patanga fez o ótimo post "Simplicidade + técnica de reduzir a coleção pela metade"
https://ludopedia.com.br/topico/94212/simplicidade-tecnica-de-reduzir-a-colecao-pela-metade
Agora a pouco um colega de trabalho me deu alguns cabides, e eu falei "no final de semana, vou arrumar o guarda-roupa" e ele disse "você vai se livrar de metade de tudo que tem", esse colega meu tá numa onda minimalista, e numa conversa passada eu falou das maravilhas do minimalismo.
Pois bem, eu não gostei, e o minimalismo não é pra mim.
Super respeito quem ter uma coleção enxuta, mas nem todo mundo é obrigado a isso, aliás, se diminuir coleção virar um motivo de stress, deixa acumular.
Dois anos atrás uma pessoa fez uma postagem que o ideal era uma coleção de 52 jogos se você jogasse uma vez por semana, pois assim você rodava sua coleção toda em um ano, e eu ouvi influencers que falavam que você não deveria ter jogos parados, que se você tem um jogo que não joga a mais de uma ano talvez você não precise dele, e tals, é isso foi um motivo de stress e ansiedade pra mim, isso de tenho que rodar o jogo, de não posso ter jogo parado....
Hoje com mais de 170 jogos eu tô em paz, se eu jogar um jogo bem, se eu não jogar amém. Sem pressa, sem stress.
Lembro quando cai nessa de "só tenho que ter jogo que é realmente importante pra mim", fui lá joguei duas vezes o jogo da Helô Kitty, Coatl e o Homem-Batata, fui lá e vendi porque não na época eu falei que tinha que priorizar outros jogos já que esses jogos não eram fantásticos, vendi, barato, sleevado, e me arrependi. E comprei denovo. Se eu tivesse deixado parado na coleção, eu teria sido mais feliz.
Nesse final de semana eu joguei, com regras erradas, o Dwar7s Spring, rodei ele porque tava parado e eu queria jogar ele antes de por pra vender, e passei o pós jogo todo num dilema se jogava ele de novo e mantinha na coleção, ou se vendia ele já que tenho mais de 170 jogos.
Lembro quando eu ainda colecionava gibis, e eu tava na pira que só tinha que ter gibi na coleção que eu gostava de verdade, que eu tinha que ler tudo. Fui no sebo levar uns gibis pra troca e peguei uma Brazilian Heavy Metal, fui pro shopping, li ela toda no shopping, e devolvi na mesma tarde, pra trocar por outra. Não lembro uma historinha sequer.
O que eu quero dizer é que coleção enxuta, somente o essencial, é ótimo pra algumas pessoas, algumas pessoas se estressam em ter jogo parado acumulando poeira.
Mas isso não é pra todo mundo, o trabalho de decidir o que fica e o que vai, pode ser tão estressante quanto, o trabalho de rodar antes de passar pra frente também, vender jogo sem jogar, pode ser frustante.
Talvez você fiquew feliz com uma estante cheia de gibi e jogo parado, e tá tudo bem.
Eu vejo até mesmo algo poeticamente trágica, no sentido bom, a vida é uma tragédia, nisso se esconde uma glória, não iremos ler todos os livros que queremos, não iremos jogar todos os jogos que queremos, mas existe uma beleza nessa luta perdida, nessa partida perdida.
O importante é você, seja com apenas vinte jogos, seja com duzentos, ter uma relação de prazer e conforto com o que tu tem, que seja uma fonte de prazer, e não de stress
Nota sobre minha pessoa: não vou falar que minha relação com o hobby está totalmente saudável, infelizmente eu comprometi o cartão por uma compulsão em compra de jogos.
Meu problema não é ter 170 jogos, meu problema é comprar demais, mesmo que eu tivesse só vinte jogos e tivesse vendendo os outros, se eu continuasse a compra compulsiva ainda seria uma problema independente do tamanho da coleção.
Aí tô em paz com a coleção gigante, tô em paz sobre rodar ou rodar ela na velocidade dela, mas quero debater como parar de comprar jogos, ou comprar menos, quem quiser falar em compulsão de compras e alcoolismo (outro problema meu) sinta-se a vontade (estou aberta a mensagem privada quem não se senti a vontade, eu digo isso porque é com muita vergonha que admito meu alcoolismo e minha compras compulsivas).