Seguem algumas dicas de jogos "arqueológicos" que, acredito, merecem uma atenção e poderiam aparecer no podcast.
"Elfenland", de 1998, é um "clássico" que tem como um de seus destaques a corrida pelo tabuleiro que exige dos jogadores não só adaptação tática às cartas de transporte aleatórias que recebem, como também uma capacidade de adaptação a reconfiguração dos tipos de transporte permitidos por caminho, na medida que são definidos pela mesa, jogador a jogador, e a habilidade de prever os movimentos dos adversários para evitar levar um block não proposital ou proposital (todo jogador tem uma peça de "tronco" que pode ser colocada em qualquer rota a qualquer momento do jogo, dobrando o custo daquele percurso... o que pode, simplesmente, afundar a rodada de um adversário e vira uma arma de destruição em massa sob dissuasão... com a ameaça de uso, caso alguém use). (obs: comprei minha cópia do Macri, uns dez anos atrás, após esperar anos por alguma aparecer no mercado, tendo jogado pela primeira vez na última "Festa do Peão de Tabuleiro" realizada em 2009).
"Riquezas do sultão", de 2007, do Zatz e do Halaban, um jogo rápido de apostas fechadas, com foco em coletar componentes (pedras preciosas em set de diversidade e quantidade), sendo que todos os jogadores possuem um mesmo baralho de "dinheiros" para apostar no mercado, que não se renova, de forma que pessoas atentas em contar as cartas baixadas e quais são as pedras que cada pessoa está conseguindo obter e esconder atrás de seu biombo, conseguem prever quais as disputas que terão mais chances de ganhar ou que são mais cruciais ao adversários. Lançado pela Estrela, é um jogo que merece uma reedição.
"Niágara", de 2004, além de bonito na mesa, é um jogo de movimentação, com direito a pequenos roubos entre os jogadores, que é uma divertida e leve corrida para construir o set collection que define a vitória imediata, uma vez obtido.
"Angus: Batalhas medievais", de 2004, lançado pela GROW em ligação ao universo da série de livros "Angus" de Orlando Paes Filho, chegou ao mercado numa época que tudo que havia era, basicamente, "War". Sem deixar parte de sua mecânica ser similar a este, traz como diferenciais bem interessantes peças de templos, movimentação de tropas por navios, e cartas com dados impressos nelas, que reduzem muito a sorte tradicional do lançamento de dados e dão uma esfera maior de planejamento estratégico aos jogadores. Além disso, também é belamente ilustrado, ficando muito bonito na mesa.
"Torres", de 1999, é um abstrato que apresenta uma dinâmica em que visualização espacial e previsão de movimentos possíveis dos adversários são fundamentais para se alcançar a vitória. Tanto a primeira versão da Rio Grande Games, como a mais recente da Devir, ficam belíssimas na mesa.
"Keyflower", de 2012, o mais "novo" da lista aqui. É um jogo de leilão com construção de tabuleiro e alocação de trabalhadores pra a produção de recursos, super apertado e que considero que merecia muito mais atenção do que recebe, pelo menos no Brasil.