E essa é a última postagem de uma pequena série (trilogia) centradas na apreciação das FLOPRECIOSIDADES. Pelo nome já deve dar pra entender, mas não é algo tão simples ou tão direto quanto falar em “tesouro escondido”, “diamante bruto” e alguns termos e abordagens já amplamente utilizados. Digamos que vai nessa direção, mas de uma forma meio que diferente, com nosso tempero do batendo de kina. Então vem conhecer o MESOFLOP, o flop de jogos com temática mesoamericana. Como de costume iremos analisar 2 jogos que são é claro, FLOPreciosidades!
TERMÔMETRO DA FLOPRECIOSIDADE
Porque são flops? Vamos lembrar novamente que ainda que a ludopedia só consiga registrar um recorte do mercado e a verdade de fato fique pras prateleiras e estoques quase sempre mofando nesse Brasil’zão, ainda é o termômetro que temos, e serve pra tirar um retrato do panorama de algum jogo. Sempre lembrando que há ressalvas na precisão, mas iremos aferir através dos critérios: Conteúdo criado, a quantidade de pessoas que colocaram em sua coleção, quantos favoritaram, quantos anúncios tem no mercado da ludo e se teve promoção significativa, daquelas que fica por metade do valor original ou até menos. Abaixo podemos ver um jogo que no geral não flopou, comparando com um flop bem identificável, um jogo de sucesso absurdo e os nossos 2 flops da vez que são o Zapotec e o Founders of teotihuacan.
Observando acima, alguns descontos têm que ser dados (e nem estamos falando de desconto no preço hehe). Vários critérios são contundentes, mas por exemplo se novamente pensarmos na quantidade de anúncios, Pandemic tem mais, então tem mais gente querendo passar o jogo, porém o que conta é o tanto de gente que o tem, tornando esse indicador baixo, perante tantas cópias circulando. Outro ponto é que se observarmos quantos marcaram como “tenho”, o Zapotec já teve sua absorção de mercado (pois passou coisa de um bimestre/trimestre em promos contundentes) e Founders of teotihuacan teve sua season de preço promocional também, mas reverteu menos a própria flopada, e é curioso ver que só tem 1 mês entre eles, sendo o primeiro de abril de 2022 e o segundo de maio do mesmo ano.
Mas então esses 2 jogos são um flop? Sim! E são preciosidades também, então pela união desses poderes surgem mais 2 flopreciosdades!!! Vamos analisar de forma meio resumida (mas nem tanto) essas 2 crianças:
Vamos conhecer melhor o Zapotec?
Essa civilização floresceu no vale de Oaxaca, na Mesoamérica. Evidências arqueológicas revelam sua cultura remontando a pelo menos 2.500 anos. Vestígios da antiga cidade de Monte Albán na forma de edifícios, quadras de bola, túmulos magníficos e joias de ouro finamente trabalhadas testemunham essa outrora grande civilização. Em um jogo de Zapotec, você constrói templos, campos de milho e vilas nos três vales ao redor da capital para gerar recursos necessários para construir pirâmides, fazer sacrifícios aos deuses e realizar rituais.
É um euro onde através de seleção de cartas de ação com iniciativa variável (um número de 1 a 27 na base da carta) onde se coloca a carta virada pra baixo, depois todos revelam. Os jogadores podem construir milharais, vilas e templos em 3 grandes áreas de jogo, Etla, Ocotlán e Mitla, ou se preferir, azul, amarelo e verde. Cada uma delas com outras 3 divisões de tipo de terreno (planície, montanha ou floresta). O número 3 é forte nesse jogo, pois você também terá 3 recursos mais comuns, que são madeira, tijolo e pedra, bem como 3 recursos especiais que são moeda, milho e sacerdote. Sempre que você construir você pega o tilezinho de milharal ou vila ou templo, e coloca em seu playerboard, que tem um grid 3x3 e gerará recursos de acordo com a linha ou coluna que você decidir ativar. O turno do jogador vai ser justamente ativar uma linha ou coluna (isso começa quase inexpressivo mas cresce através das rodadas) daí pegar essa produção e depois decidir se faz ações opcionais/especiais. Ações como construir pirâmide, subir na trilha de sacrifício (não seria um jogo desse tipo se não tivesse uma trilha vertical com bônus e etc não é verdade?
), pegar tiles de comércio com recursos/bônus ou colocar um marcador em 1 das 3 cartas de ritual que são endgame score.
Depois disso você constrói os já citados milharais/vilas/templos e passa a vez podendo ganhar alguns pontos pela carta de pontuação de rodada, e comprando de um mercado de jogadores+1, uma carta pra repor a sua mão. Essa tal pontuação de rodada é sempre 2 pontos por construção que atenda algum critério, como 2 pontos por cada vila, ou 2 pontos por cada construção em floresta, ou ainda 2 pontos por cada construção nessa ou naquela região específica do tabuleiro. O legal é que depois de todos jogarem de acordo com a iniciativa de 1 a 27 e repuserem a mão, sobrará uma carta que já será a pontuação da próxima rodada. Então as cartas servem para determinar várias coisas, quanto mais específica (só pode fazer milharal, só templo etc) menor a iniciativa pra você jogar logo, e quanto mais abrangente (pode fazer qualquer construção em montanha, ou em 1 das 3 regiões) maior a iniciativa, te fazendo jogar depois. Quanto mais cedo você jogar, melhor aproveita as oportunidades, os espaços finitos de construção, mas quanto mais tarde, mais poder na escolha da pontuação da próxima rodada você terá.

Motivo do Zapotec ser uma preciosidade? Ou simplesmente no que ele bate forte:
O jogo fornece um show de blocks, parece até que é um worker placement. Lembra da citada iniciativa? Uma vez que se entende a sequência de quem vai jogar antes e quem vai jogar depois, você pode tirar severamente as opções de um oponente. Saõ 5 rodadas, e talvez nas 3 primeiras exista mais a possibilidade de conseguir planos alternativos, mas nas 2 últimas rodadas, muita coisa já foi ocupada, aí o caldo engrossa e a leitura de mesa grita (pra quem gosta é prato cheio). Uma coisa muito legal é que a pontuação por rodada, é muito direcionadora. Se você ir mal em uma delas, trate de compensar na próxima, esse é um daqueles jogos onde olhando pra pontuação final você nota que fez entre 1/3 e metade durante as rodadas, sendo a cartinha de pontuação de fim de rodada uma senhora parte contribuinte disso. Um clichê que permeia os euros da vida, é que “há muitos caminhos pra vitória”... Aqui isso realmente se aplica, pois você pode pontuar de fato de formas bem diferentes. Pode focar em construir suas 9 construções que é o máximo, pode se concentrar na pirâmide, fazer um dos rituais pontuar grosseiramente bem (10 ou mais pontos) ou ainda querer atingir o topo ou ao menos as 3 últimas casas (de 12) da trilha de sacrifício. Isso tudo sem deixar de entender que há um mix entre o que você quer fazer, e o que você consegue fazer, exigindo bastante adaptação. O modo solo pede que se entenda e se aprenda certas exceções do “cocijobot” mas roda bem e proporciona desafio.
No que Zapotec bate de kina?
Bom, precisamos falar dos recusos em cartonado... De um lado temos as peças das pirâmides em 3d com material resistente e acabamento basicamente 5 estrelas, mas para madeira, pedra, tijolo, sacerdotes, moedas e milho você terá um tokenzinho cartonado, quadrado para os recursos comuns e redondo para os recursos especiais. Perae Board and dice... whaaaat? Pra quem vem de Teotihuacan: City of Gods e tantos outros euros de porte da editora, é de causar estranhamento essa decisão... e nem dá pra dizer que foi pra baratear pois o preço veio compatível com os preços costumeiros de euros, como quase acontece também com o Finspan por exemplo, acaba barateando sensivelmente apenas, e retirar os cubinhos que tanto amamos, nem me refiro a madeira parecer uma tora de madeira, mas um cubo marrom já estaria ótimo.
Diferente do citado acima que é de fato ruim, temos alguns pontos mistos também como por exemplo a duração. Pra entrega de pequenos cálculos e grandes gerenciamentos que ele faz, é legal ver que ele dura 1h, 1h20 no máximo, como um The Red Cathedral ou The White Castle sabem? Mas a impressão que fica é que 5 rodadas é de fato MUITO POUCO. Parece ser meia assinatura do Fabio Lopiano, se pensarmos em 3 Ring Circus e Merv: The Heart of the Silk Road, mas é quase inevitável a sensação de que queria engrenar mais no jogo, mas a matemática é sensível, e poderia ficar avacalhado resolver uma sexta carta, bagunçando a pirâmide, a trilha de sacrifício e principalmente o grid 3x3 em termos de conseguir completar ou não. Já citamos acima que o Zapotec consegue cumprir a premissa de vários caminhos para vitória, mas cabe destacar que também é pelo fato de que não daria tempo de olhar em várias direções.
Isso tudo remete a falar do aperto excessivo, que pode agradar ou frustrar. Falando da experiência deste kina que vos fala, começa frustrando um pouco e depois fica bem legal quando você percebe as nuances da curva de aprendizado do jogo, para de sobreviver e começa a dar block ou se antecipar melhor a certos aspectos entre uma rodada e outra. Ou seja, existe um lado bacana desse cinto mega apertado. Porém não podemos deixar de apontar que são apenas 5 rodadas, e lembram das ações opcionais/especiais que falamos? O jogo é tão escasso e de matemática contida, que elas simplesmente são IMPOSSÍVEIS de fazer na primeira rodada. Isso mesmo que você leu... Pois todas precisam de recursos especiais (moeda, sacerdote, milho) para acontecerem, e nenhum deles é adquirível pois você terá que construir primeiro e depois conseguir tais recursos ao receber a produção/income no início do segundo turno. Então em 20% do rolê todo, nada dessas ações pros jogadores. Pra não parecer exagero nosso, o próprio autor e a editora concordam, pois Zapotec não é nenhum terraforming mars, mas ganhou um prelúdio pra chamar de seu, que é a Zapotec: Quick Start e permite que os jogadores engrenem tudo quase como se tivessem jogado uma rodada antes da rodada 1, e isso é muito bom, apesar de que eu gosto de jogar com e sem esse aparato.
Vamos conhecer melhor o Founders of teotihuacan?
Nesse jogo você construirá templos, edifícios de recursos e a pirâmide central para seu projeto de Teotihuacan. Você vai equilibrar a geração de recursos e o seu uso, pois encontrar boas localizações no tabuleiro da cidade se torna cada vez mais difícil, e você tentará enganar seus oponentes, utilizando um sistema de ação inovador e interativo. Finalmente, assim que o eclipse chegar, todos os projetos serão avaliados e o jogador com mais pontos vencerá e se tornará o arquiteto a se juntar às fileiras dos Fundadores de Teotihuacan!
O jogo utiliza um sistema de discos de ação, que é um worker placement um pouco diferenciado, pois você terá 6 discos e pode colocar 1, 2 ou 3 em algum slot para fazer a ação. Isso resulta na força da ação, e algumas construções (as que dão recurso) pedem força mais alta para serem feitas enquanto outras (templos e pirâmide) você pode fazer com força baixa, mas pagará mais recursos para poder “chegar” no total de força necessário. O tabuleiro é basicamente dividido em 3 grandes áreas para colocar esses discos/workers e ao alocar você escolhe se quer fazer uma construção ou uma ação secundária (porém também importante) que o jogo chama de ações de influência . Essas ações podem ser gerar recursos no que está previamente construído, ativar um tile de pontuação que você já obteve erguendo templos, ou andando numa trilha de adoração (que começa discreta mas pode render uma quantidade sólida de pontos no final) e nesse “andar” você ainda pode trocar tiles de poder ou de pontuação por outros que surgiram depois e você considere mais interessante.
Outro ponto interessante, é que a la Wingspan, quando encerra uma rodada, você vai reaver seus discos de ação -1. Então quanto mais avançado/consolidado menos ações no turno, e isso é sempre uma progressão interessante. A dança do jogo é levantar recursos com as construções (o bom e velho ouro, pedra e madeira) para investir em 3 tipos de templos, e ao posicioná-los você ganha tiles que podem dar pontuação ou ações extras. A última categoria de construções é erguer a pirâmide, que também tem 3 cores e vai gerar um multiplicador em cima dos 3 templos citados. Esse score da pirâmide é o puzzle central e é responsável pelo boom de score no final do jogo, digamos que a pirâmide responde por pouco mais ou pouco menos de metade da pontuação total do jogador, inclusive no setup inicial cada jogador já recebe e posiciona 3 peças de pirâmide, e ela tem um total 14 se for feita por completo. Cada jogador tem seu playerboard, pois a ideia é que são arquitetos planejando a construção da cidade (por isso o “fundadores” do nome do jogo).
Falando em construir, tem um meeple de arquiteto que determina onde você pode colocar os tiles naquele seu turno. Imagine um plano cartesiano com seus 4 quadrantes, ou se preferir um grande quadrado 2x2. O arquiteto (o meeple laranja na foto acima) fica em uma ponta, como se fossem os pontos cardeais... Norte, depois leste, sul e oeste, voltando pro norte. Então nesse seu playerboard 2x2, você só consegue abranger 2 setores por vez, dos 4 existentes. Isso diversifica o puzzle a cada turno, pois inclusive no setup inicial cada jogador coloca o arquiteto em um ponto cardeal diferente. Falando em diversificação, também tem lado do tabuleiro padrão, que é igual pra todos, e lado assimétrico, com bônus diferentes na construção/colocação das peças de pirâmide. Pra finalizar e manter os jogadores atentos, há uma corridinha pelo cumprimento e obtenção das máscaras. Se observar novamente o tabuleiro do jogador a direita na foto acima, vai ver uns formatos de “tetris” com ícones amarelos, roxos e rosas, se essas áreas forem cobertas você obtem a respectiva máscara de valor mais alto daquela cor.
Motivo do FOUNDERS ser uma preciosidade? Ou simplesmente no que ele bate forte:
É um puzzle espacial realmente com um diferencial, que é a questão de gerenciamento de recursos+worker placement, em sua obtenção e gasto (que vai um pouco pro lado euro da força), com o desafio de posicionamento e timing em relação ao que outros jogadores estão fazendo. Então o jogo fornece um certo grau de hibridez nesse sentido. O já citado sistema de força da ação ao alocar discos/workers resolve de forma muito interessante, pois no geral seria sempre interessante ir depois pra empilhar e resolver contando com a força dos discos colocados antes, mas tem 2 pegadinhas. A primeira é que o primeiro jogador a colocar um disco no slot ganha um bônus, que pode ser ganhar 2pts, ganhar 1 pt e um recurso de sua escolha, ou fazer ação extra de construção ou influência e por aí vai. O segundo é que cada coluna só comporta o disco de bônus e +3, sendo essa altura 4 o seu limite. Daí embora pra cada setor/ação do tabuleiro tenham várias colunas, se cochilar você pode ficar sem aquela ação. Inclusive é importante lembrar que os jogadores podem colocar 2 ou 3 discos de uma vez no mesmo slot de ação.
Um ponto muito diferenciado é que ao colocar peças de construção que fornecem ouro/madeira/pedra você não irá pegar esses recursos para uma reserva, ou colocar a sua frente na mesa... O que ocorre é que esses cubinhos irão ficar nos arredores do tile que você colocou no playerboard, nos espaços livres. Então é um puzzle extra fazer isso ganhando o máximo de recursos, e gastar na ordem que considerar correta, para liberar espaço para outras construções, pois vc sempre pode construir onde tiver um cubinho de recurso posicionado, mas perderá esse recurso. A pirâmide é o puzzle principal, tem que estar em sua mente praticamente o “templo” inteiro (desculpem não resisti
) pois você quer a pontuação de grande calibre que ela pode fornecer, mas não é fácil fazer sua base 3x3, depois o meio 2x2 e a peça do topo. Não raro ela vai ficar longe de sua completude, na verdade quase sempre, e é engraçado notar que no Teotihuacan: City of Gods isso também tende a acontecer.
Também há uma sacada muito legal nas pontuações adicionais. Você tem “fichas de adoração” verdes, azuis e vermelhos, que são obtidos quando faz um templo da tal cor. As verdes vão gerar troca de recursos por pontos, as azuis checam se você tem essa ou aquela construção nessa ou naquela quantidade, tipo set collection ou multiplicador e podem render uma quantidade considerável de pontos. As vermelhas tem algumas que funcionam como as azuis mas checam set collection de templos, porém tem mais fichas/tiles que dão uma quantidade menor de pontos (3pts) + uma ação extra. O mais legal é que essas fichas são obtidas mas tem que ser ativadas/validadas em uma ação secundária, gerando mais uma decisão/ataque de oportunidade pro teu posicionamento de discos. E ainda tem uma trilha pra trocar essas fichas, trilha de adoração que pode render generosos 20 pontos no final (2/4/6/8 pois ela tem 4 casas). Por fim há um modo solo que usa 2 bots apenas para gerar escassez e ocupar slots dos discos/workers, mas não pontuam. O jogador sorteia missões/cenários para partida em 3 tabelas, gerando condições bem variadas.
No que o FOUNDERS bate de kina?
Como já falamos tem toda uma hibridez de euro devido ao gerenciamento de recursos e alocação de trabalhadores. Mas o pilar central remete é claro a colocação de peças, e isso pode gerar algumas expectativas não atendidas. Sendo mais direto, muitos jogadores podem se antecipar com o mind set de pecinhas de tetris e sentir falta da premissa de encaixar as peças, pois boa parte do tempo você quer espaço entre elas para os 3 recursos que vai usar pra fazer templos e a pirâmide. Então tem que deixar o raciocínio Patchwork, Project L ou Ubongo de fora, pra não se incomodar. Cobrir os espaços que fornecem máscara como recompensa é o mais próximo disso hehe. Pra muitos solo é detalhe, mas tem desafios claramente mais difíceis do que outros, aí dependendo do sorteio pode ficar aceitável ou extra hard. Sem entrar no detalhe do detalhe, se vc é entusiasta do solo mode, recomendamos ignorar o desafio de completar a pirâmide, presente na primeira das 3 colunas ou se ele vier não sortear mais 2 desafios, já que normalmente se ativam 3.
Outra questão que é interessante não deixar passar batida, é que tematicamente pode gerar reação mista, pois não se relaciona tããão bem assim com o teotihuacan, embora a premissa seja que você está planejando a grande cidade com seus templos e sua pirâmide, e é essa cidade que será o cenário do eurão que vem depois. Mas tirando a estrutura de pirâmide que é um 3x3 seguido de 2x2 e um 1x1 que é o topo (no teotihuacan eurão também é isso mas começa com um 4x4), a presença das máscaras, as mesmas 3 cores de templo, e a mesma iconografia para ganho de pontos, poderia ser outro jogo, outra civilização (visto que várias ergueram estruturas piramidais), poderia ser referente a outra civilização como a egípcia e por aí vai. Parece besteira falando assim, mas houve estranhamento e debates nesse sentido no momento em que chegou no mercado.
QUE TIRO FLOP FOI ESSE?

Tal qual a imagem tosca reflexiva acima, é super válido pensarmos na cena do crime no cenário da flopada! Como estava o mercado (em um recorte rápido), quando Zapotec chegou nas lojas? Ora vejam, pelo que os mensageiros da época me disseram sobre outros “reinos”, em abril de 2022 pensando no tipo de jogo compatível com a entrega que o Zapotec faz (ou seja, euro médio, partida relativamente rápida de 60 a 90 minutos), não teve nenhum jogo que ofuscasse ele diretamente, mas teve outros nomes fortes na eurolândia, porém voltados para peso maior (complexity mais elevada) como Anachrony, Muralha de Adriano e Luna Maris. Nós procuramos observar um mês antes, o próprio mês e o mês seguinte. Então em março, abril e maio de 2022, ele simplesmente não ganhou holofotes e ficou rodando como “só mais um” por aí. Em abril mesmo, veio o próprio founders of teotihuacan, mas fora o tema, eles não dão match nem teriam como se atrapalhar em termo de disputar interesse entre si.
Founders vai pro território hibrído de euro + foco em puzzle de placement estilo poliminó/tetris e pensando em abril, maio (mês de lançamento dele) e junho de 2022 outros jogos com a pegada de colocação de peças foram Savannah Park, Paraíso dos Dinossauros, Recto Verso e Arraial... Todos com desempenho de mercado igualmente fraco ou até mesmo bem pior do que o founders. O jogo que fica de referência em termos de nome forte e sucesso editorial é o Patchwork que veio em junho, mas é meio forçado encontrar um paralelo nos dois além do formato das peças e ter um grid para encaixá-las. Um possível motivo considerável pro entrave do jogo, pode ter sido a bucaneiros meter um retail surreal pra época de 450+-
. O esperado era certamente na faixa de 300, estourando 350, mas houve esse momento devir ou mosaico por parte da editora, e isso gerou um expressivo “nem fu**ndo” por boa parte de quem tava curioso com o jogo.
Vamos encerrando, esperamos que tenham curtido esses apreciados “Mesoflops” (flop de jogos com temática mesoamericana). Assim encerramos a terceira e última parte de nossas abordagens em torno de flops, floPRECIOSIDADES e afins. A primeira parte(com linhas gerais sobre flop e circadianos) pode ser vista AQUI e a segunda (flop and write com zombicide gear up e muralha de adriano) AQUI.
Até o próximo reino a ser explorado, batendo forte e também batendo de kina!
Inscrevam-se, acompanhem!