Rimor::
Se em nosso dia a dia acontecem muitas situações de comunicação, é uma questão de consequência, haverem também muuuuuitas FALHA DE COMUNICAÇÃO. O resultado da coisa toda é a comunicação simplesmente não acontecendo como deveria, mas o interessante é entender os porquês. Pensando nisso, podemos visualizar em que parte da cadeia toda aconteceu a falha. Olhando para o nosso hobby, podemos citar diversos casos de expectativa VS realidade, e não estamos falando de adquirir um jogo, jogar e não gostar, mas sim sobre ter entendido que o jogo pareceu apontar para uma proposta e na verdade ser outra.
Vamos voltar um pouco pra teoria da comunicação na abordagem de Roman Jacobson. Dependendo do que você cursou/estudou na vida, pode ter conhecido ela de uma forma mais aprofundada ou simplesmente conhece devido a no ensino médio ela ser citada ao estudarmos funções de linguagem como a função emotiva, metalinguística, poética, fática etc. Nesse contato mais raso ou mais aprofundado, somos apresentados ao modelo de comunicação idealizado por Jacobson. Aqui nós não iremos tão longe, queremos apenas fazer um paralelo a como nos comunicamos em nossa relação com os boardgames.
Roman Jakobson (1896 a 1982) foi um linguista que propôs uma teoria do sistema de comunicação. A comunicação ocorre quando um emissor envia uma mensagem a um receptor. O processo comunicativo acontece dentro de um contexto(ou referente). A grosso modo ele afirmava que a mensagem é passada por meio de um código, que é transmitido por um canal (ou contato). Vamos voltar rapidinho nosso olhar para uma imagem (mega elaborada e que parece um slide feito com raiva e pressa
) que amarra esse nosso flerte teórico e eu prometo que na sequência já falamos de boardgames, que devem ser o principal motivo de você estar lendo esse texto hehe.
Caro
Rimor
Achei seu texto brilhante e estou cogitando seriamente não apenas plagiar na "cada dura", mas copiar tudinho mesmo, e publicar no Maxiverso, como se fosse de minha lavra, de tanto que eu gostei!!!!


No mais eu acho que essa falhas de comunicação que você citou, podem ocorrer em todas as fases do processo, e em relação a todos os elementos. Algumas vezes o emissor mandou uma mensagem com um conteúdo diferente daquilo que ele queria dizer, às vezes a intenção e o conteúdo estão corretos, mas o meio é que distorce a mensagem, e em outros casos, tudo funciona direitinho, mas é o receptor que "prefere" receber a mensagem que ele gostaria de receber (por uma série de motivos), do que a mensagem que ele efetivamente recebeu. Um exemplo disso que me vem à cabeça é o de Hitler preso em um bunker com os russos às portas, mas que continuava enviando despachos determinando contra-ataques e a movimentação de exércitos que só existiam na sua mente doentia, degenerada e delirante.
No caso dos board games, só me recordo de dois jogos em que houve essa falha de comunicação, mas que foi única e exclusivamente minha. O primeiro foi em relação o Blackout Hong Kong, que eu meio que me convenci que era um jogo para mim, muito mais por estar deprimido durante a pandemia, por ele ser de uma designer famoso e por estar barato. Com isso, mesmo tendo assistido alguns vídeos de gameplay, a mensagem que eu recebi foi interpretada de forma equivocada por mim, e acabei comprando um jogo que não tem nada a ver comigo. Não vou falar mal do jogo como de costume, porque ele é um "queridinho" do
RaphaelGuri (eita sujeitinho intrometido!!!! Brincadeirinha meu amigo

).
O outro jogo em que meio que rolou outra falha de comunicação foi com o Shadow Amsterdã, que eu também vi o vídeo e até experimentei. Na época eu estava jogando o Dixit demais, para divulga o hobby entre os amigos e queria dar uma variada. Nesse caso a vontade de variar em relação ao Dixit, mas mesmo assim com a vontade de continuar jogando o Dixit, foi tão grande que eu me convenci que o Shadow Amsterdã era o que eu queria. Sei que isso parece muito contraditório e realmente é muito contraditório, mas em um momento o jogo fez todo o sentido, mas já na segunda partida eu fiquei me perguntando o que é que eu tinha na cabeça quando comprei aquele jogo...
Por fim é por essas e outras que eu sempre recomendo que as pessoas não comentam os mesmos erros que eu cometi nesses dois casos, e em alguns outros e pesquisem exaustivamente sobre os jogos que pretendem comprar.
Mais uma vez, meus parabéns pelo excelente artigo.
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio