O evento rolou no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, das 08h às 17h e, já antecipo, foi um sucesso! O público alvo eram profissionais de saúde, mais especificamente psicólogos, psiquiatras, terapeutas e afins, para disseminar a palavra dos jogos de tabuleiro modernos dentro de contextos de saúde mental e na educação. Além das palestras (e do
coffee break, sempre tradicional nesses encontros com cara de corporativos), ainda houve um espaço com alguns jogos que contou com a presença da Devir, Ludens Spirit, Copag e algumas outras iniciativas voltadas ao tema (volto nelas mais pra frente).
Basicamente, o evento foi distribuído em um programa que contou com palestras sobre desenvolvimento cognitivo e aprendizado; envelhecimento; impulsividade; habilidades sociais e criatividade. Dentre os palestrantes estavam até alguns nomes conhecidos para quem já é do hobby, como Thomaz Castilho, Marta Giardini (Mitra Jogos) e Thiago Queiroz (Jogando Juntos, Paizinho, virgula!) – e o próprio Daniel Martins, que não (tão) raramente em seu canal do Youtube sobre comportamento e saúde mental apresenta alguns jogos de tabuleiro modernos.
Além do esperado, como a fala sobre como jogos de tabuleiro modernos podem contribuir no desenvolvimento cognitivo (raciocínio, memória, atenção, aquisição de linguagem, entre outros), desenvolvimento social (autorregulação, autonomia, senso crítico, relações afetivas e emocionais em geral) e até mesmo desenvolvimento físico (motricidade fina, coordenação), a grande importância desse tipo de iniciativa, ao menos para mim, é a exposição que os jogos de tabuleiro modernos recebem. Durante as palestras, vez ou outra, surgiam perguntas do tipo “quem aí já conhece jogos” ou “quem aí já ouviu falar na Ludopedia?”, e observando os bracinhos ao ar, deu para ter uma ideia da parcela de pessoas que não tiveram, antes deste evento, um contato mais próximo com jogos. Com base nessa observação, eu chuto, com certa convicção, que ao menos 2/3 dos presentes (algo em torno de 80 pessoas – considerando que deviam ter umas 120 ao todo no evento) não conhecem, de fato, jogos de tabuleiro modernos (algo que, parcialmente, confirmei ao conversar com algumas pessoas lá presentes durante os intervalos).
(Ó eu aí, pra quem nunca me viu!)
Na área de jogos, não havia nada de novo que eu não conhecesse, contudo foi possível jogar o recém lançado pela Ludens Spirit “Meu Primeiro Blackpower” (
https://ludopedia.com.br/jogo/meu-primeiro-black-power -
...Ô Ludens, vâmo preencher a ficha do jogo no site, por favor?), um jogo interessante, que lembra bastante Ubongo (
https://ludopedia.com.br/jogo/ubongo). Para quem não conhecia sequer Catan, porém, acredito que foi ao delírio. O estande da Ludes Spirit não ficou vazio momento nenhum e, se me permitem a indiscrição: encheram o bolso de grana (e que ótimo!).
Outra coisa muito legal: todos os participantes recebiam, na entrada, uma cópia do Glifos (
https://ludopedia.com.br/jogo/glifos) e do Cortéx (
https://ludopedia.com.br/jogo/cortex), então o valor da inscrição meio que se pagou e aqueles que não comprariam nada (seja lá por qual motivo), não tem como ter ido embora sem exemplares de jogos modernos (mesmo que pequeninos e festivos).
(Os presentinhos que todos receberam na chegada)
Dentre as empresas lá presentes, que não eram editoras conhecidas no hobby, destaco três:
- Ludo Academy (https://ludoacademy.com/): uma empresa voltada para soluções lúdicas dentro de processos de aprendizagem;
- Movimento Futuro (
https://www.instagram.com/movimentofuturo/): um projeto que auxilia na formação de professores em busca de um melhor desenvolvimento de habilidades socioemocionais dos alunos.
Criei esta postagem (e meu breve relato – que estive presente por estar me formando como psicólogo este ano), pois achei importante trazer para o canal um reforço sobre a força que jogos de tabuleiro modernos possuem, indo muito além do plástico e do papelão que constituem um produto comercial, sendo também uma expressão artística e, além disso, uma possível - e muito forte – ferramenta de aprendizado. É preciso, sempre, de esforços para furarmos a nossa bolha do hobby, expandi-la o máximo possível, pois com mais acesso, com mais gente jogando, teremos também mais gente investindo, logo, mais gente criando. Em parte, essa é um dos objetivos deste canal. Assim como eu trouxe anteriormente textos sobre a criatividade, pretendo trazer outros temas que também dialoguem com aspectos psicológicos e cognitivos, afinal jogar é mais do que apenas ter um tempo despretensioso de lazer, jogar é algo anímico, é ter um encontro autêntico com a vida e todas as suas possibilidades.
Confiram, se não conhecem, o canal do Dr. Daniel Martins:
https://www.youtube.com/c/DanielMartinsdeBarros.
Abraços digitais,
Raphael Gurian
Oficina de Variantes.