am2net::
Olá Iuri, então, parece que a gente está em um sensação de Déjà vu eterna, não vou entrar no mérito das palavras que eventualmente tenham direito autoral dentro de um determinado contexto, inclusive tem um tópico aqui na Ludopedia sobre isso. E que fala também da questão das traduções feitas pela comunidade.
O meu ponto é, será que não tinha ninguém para dar uma última revisada andes de dar o ok para impressão final e ver que Bosque é diferente de Floresta, O Shire é diferente de The Shire, etc. São essas coisas que pegam, tantos recursos sejam manuais ou automatizados para garantir a qualidade e erra-se no básico. Entendo quem irá devolver e quem irá ficar com o jogo. Mas esse eterno agridoce de comprar jogos muito aguardados e suas eternas Enpansões, Intrusoras, Células reprodutoras de Cetáceo e afins é complicado. Enfim Bruzundanga nunca decepciona.
Caro
am2net
Rapaz, eu acho que a questão é bem por aí mesmo.
A editora lança um jogo, e depois que a obra está pronta, aí é que a editora libera o manual, e se for necessário uma errata. Conforme a resposta da própria Devir, citada em comentários anteriores, isso é o que deve acontecer com esse Guerra do Anel. Tudo bem, vamos fazer um enorme exercício de boa vontade extrema, para com a editora, e imaginar que ela não tem condições financeiras de bancar a reposição daquilo que está errado no jogo. Todo mundo está careca de saber que esse não é o caso da Devir, que já é uma multinacional, inclusive com bases na Europa. Porém, só para discorrer a respeito, vamos concordar momentaneamente com o posicionamento da Devir, assim mesmo.
Nesse cenário de absurda benevolência da nossa parte, o que eu simplesmente não consigo aceitar e nem mesmo entender, é o motivo que fez com que a editora não disponibilizasse o texto das cartas, do manual e do tabuleiro, sem imagens, antes de mandar para a gráfica. Desse modo, a própria comunidade poderia ter feito a revisão e alertado para possíveis erros, como aqueles que acabaram acontecendo. A Devir disponibilizaria o texto em um dia, e eu tenho certeza que no dia seguinte alguém já teria apontado a questão do "o Shire", para ficar só em um exemplo.
Claro que em uma situação dessas, sempre aparece alguém para dizer que é um absurdo a empresa passar a bola e a responsabilidade pela revisão para comunidade sem gastar nenhum tostão com isso, e sendo muito sincero, esse ponto de vista tem algum mérito. Mas a pessoa que acha isso um absurdo basta simplesmente não se envolver com essa "revisão comunitária". Por outro lado, não tenho a menor dúvida de que ia chover de fãs do jogo, ansiosos pelo reprint, que estariam mais do que dispostos a contribuir com a produção do jogo, e conseguir comprar o seu "board game do coração", sem erros.
Infelizmente, uma medida que faria tanta diferença, que preveniria tantos problemas, e é relativamente simples, as editoras se recusam a fazer e eu acho que nem pensam nisso. O resultado é que, para o imenso pesar de uma quantidade enorme de pessoas, o Guerra do Anel veio com esses problemas de tradução (que poderiam ser evitados, sem que a editora tivesse que gastar rios de dinheiro), e a probabilidade desses erros serem consertados é muito baixa. Com isso, o Guerra do Anel é mais um jogo que entra para a longa lista de board games, com edição nacional com uma produção problemática.
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio