Raitz::Prezado iuribuscacio,
Quando a 2ª impressão da nova edição foi anunciada (no DOFF 2024, se não me falha a memória), a Devir já havia dito que foi feita uma nova tradução. Para muitos (ou todos), o temor (ou dúvida) era se o jogo viria em português de Portugal ou em português do Brasil (uma vez que a HarperCollins mudou algumas coisas nos seus livros traduzidos em relação à editora anterior e a Devir vende esse PT-PT pra nós em todos os jogos).
Haja vista toda a celeuma e a resposta da Devir a um dos usuários da Ludopedia que foi postada aqui no Fórum (não lembro o tópico), mal sabíamos que a nova tradução foi por conta dos direitos autorais dos nomes próprios - não sou juiz ou investigador para julgar se isso é verdadeiro ou falso. Se a 1ª impressão estava tudo traduzido bonitinho, aparentemente essa 2ª impressão precisou mudar e manter os nomes originais de algumas coisas; e a revisão falhou miseravelmente.
Para os fãs de jogos de tabuleiro e de O Senhor dos Anéis, é um episódio lamentável. Tanto se falou, tanto se propagandeou, e agora esse jogão cai em desgraça.
Caro
Raitz
Concordo totalmente que isso é muito triste. As pessoas esperaram anos pelo reprint e a Devir faz uma cagada dessas, e em um jogo tão caro, tão esperado e tão querido...
No mais, se houve algum problema com os nomes próprios, com eu disse em outro comentário, era mais simples manter tudo no original, o que aliás deveria ter sido feito desde o início, porque eu só falo por mim mesmo, mas eu imagino que os fãs de Tolkien e de board games, dispostos a pagarem mil reais pelo reprint do Guerra do Anel, certamente preferem ler Rivendell, Baggins e Shire, do que Valfenda, Bolseiro e Condado, ou pelo menos assim eu imagino. Claro que isso talvez impactasse na diagramação de algumas cartas, mas não seriam em todas, além do fato de normalmente os textos traduzidos do inglês para o português aumentam, de modo que manter no original ocupa menos espaço, e isso em termos de diagramação é menos complicado, porque continua cabendo. O que dificulta é quando se traduz do inglês para o português e o texto aumenta, não cabendo mais no espaço. Um exemplo disso é "Montanha da Perdição", para "Mount of Doom".
Por isso, para mim não faz sentido, trazer apenas alguns nomes próprios da tradução anterior, que saíram em português, de volta para o inglês, ao invés de fazer isso com todos os nomes próprios. Na minha opinião, a Devir deve ter pensado: "bom, eu só preciso colocar em inglês os nomes próprios X, Y, Z, então, para fazer uma economia de clips, bem porca por sinal, só vou fazer isso com esses nomes próprios, o resto vou deixar como está". Como tradução de jogos de tabuleiro é algo sempre complicado, embora alguns jogos saiam todos certinhos nesse aspecto, sem nenhum erro grave (alguns da mesma editora inclusive), o fato é que fazer uma tradução parcial é uma receita perfeita para confusão e problemas. Me parece que foi exatamente isso que ocorreu, nesse caso.
Agora, na minha opinião, apesar de uma tradução errada ser grave, mais grave ainda é a editora saber que errou, e resolver simplesmente não fazer nada a respeito. Isso só ocorre em casos de grande repercussão negativa, como o Ark Nova e o The Witcher Old World, que eu citei em outro comentário. Esse para mim é o maior pecado, não apenas da Devir, mas diversas outras editoras nacionais de jogos, especialmente aquelas de maior porte.
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio