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  4. Magic e D&D Abandonaram o Português, uma Benção Disfarçada

Magic e D&D Abandonaram o Português, uma Benção Disfarçada

Magic: The Gathering
  • avatar
    iuribuscacio27/02/24 22:04
    avatar
    iuribuscacio
    27/02/24 22:04
    3163 mensagens MD

    Magic e D&D Abandonaram a Língua Portuguesa, uma Benção Disfarçada...

     


    https://ludopedia-posts.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/7efbf_tdruzb.jpg

    Imagem BGG: Magic The Gathering e D&D





    A comunidade de duelistas brasileiros (vulgo jogadores de Magic) e de fãs do D&D foram pegas de surpresa com uma notícia muito desagradável. Devido à sua política de corte de custos, a Wizard of the Coast anunciou a descontinuação do Magic The Gathering e do D&D, em português. Desse modo, a verdadeira legião de fãs brasileiros não terá mais acesso a novos materiais em seu idioma. Por questão de simplificação, doravante o Magic The Gathering será abreviado para MTG e a Wizard of the Coast, para WotC, até para acompanhar o D&D.
     
    Isso é um enorme desprestígio, não apenas para a língua portuguesa, mas principalmente para o Brasil, que corresponde a 75% dos falantes desse idioma. No mundo todo, 293 milhões de pessoas falam o português como língua nativa ou segundo idioma, dos quais 220 milhões estão no Brasil. De acordo com a revista Ethnologue, uma publicação científica voltada para a linguística, a língua portuguesa é o 5º idioma mais falado do mundo. Assim, o português fica atrás apenas do inglês, do mandarim, do hindi e do espanhol, e à frente do árabe, do francês, do alemão, do japonês e do italiano.
     
    Por outro lado, por mais que as pessoas se orgulhem do português, com toda a razão, é preciso lembrar que ele é um idioma de populações pobres. Isso, porque excluindo o Brasil, os outros países falantes do português são bem menores e muito mais pobres. Portugal possui 92.256 km², 10 milhões de habitantes e é a 49ª economia. Angola tem 1.246.700 km², 32 milhões de habitantes e é a 61ª economia. Moçambique possui 801.590 km², 28 milhões de habitantes e é a 128ª economia. Os outros países são ainda menores, com menor população e ainda mais pobres.
     
     https://ludopedia-posts.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/6d2ee_tdruzb.jpg

    Imagem BGG: Magic The Gathering (MTG)

     
    Por outro lado, o Brasil, atualmente a 9ª maior economia do mundo segundo o FMI, tem 8,5 milhões de km², e 220 milhões de habitantes. Como o Brasil responde por 75% dos falantes do português, esse idioma não poderia estar tão mal na fita. Mas a verdade não é bem essa, que esses números impressionantes parecem mostrar.
     
    A triste verdade é que o Brasil é um país rico, mas composto quase que totalmente de pessoas pobres. Segundo a 12ª edição do boletim Desigualdade nas Metrópoles, em 2022, os 10% brasileiros mais ricos ganhavam R$ 7.993,00. Evidentemente um rendimento desses é excelente especialmente comparado com a média geral, que é de R$ 1.644,00, segundo o mesmo boletim. Entretanto, dificilmente uma pessoa que ganha apenas R$ 8.000,00, se enquadra no perfil de alguém considerado “rico”, pelo menos conforme os padrões normais de ”riqueza”.
    E mesmo considerando os 1% mais ricos da população brasileira, que segundo o IBGE precisam ganhar apenas R$ 28.000,00 reais, a situação não muda muito. Quem ganha R$ 28.000,00 está realmente muito bem de vida, mas ainda muito longe do “caviar e champanhe”, em um iate de luxo, na Riviera francesa.
     
    Esses dados demonstram que quem fala português, dificilmente compra cartas de MTG, ou livros D&D, não no nível individual, mas em termos de mercado consumidor. Por isso, não adianta, o MTG ser o CCG (collectible card game, ou jogo de cartas colecionáveis) mais amado e jogado do Brasil, e apenas o 4º no Japão, se os japoneses (na média, muito mais ricos) comprarem mais cartas do jogo, que os brasileiros. A WotC não divulga dados oficiais, a respeito do rendimento dos mercados, mas essa é uma possibilidade muito plausível.
     
     https://ludopedia-posts.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/dba2d_tdruzb.jpg

    Imagem Google: a famosa “Caixa Vermelha” do D&D

     
    Outro problema em relação ao D&D é que existe muito material em pdf, que o sujeito pode baixar sem pagar nada. E aí fica difícil convencer a pessoa a pagar R$ 150,00, R$ 200,00, só para ter o livro oficial, quando pode obter esse material gratuitamente. Só que isso em uma “vitória de Pirro”, porque dependendo do livro, fica mais caro imprimir, que comprar usado. O livro do Jogador da versão 3.5 possui 268 páginas, com a xerox a R$ 0,50, copiar tudo sairia por R$ 134,00. Por outro lado como são muitas páginas, talvez se conseguisse baixar o preço da xerox para R$ 0,25, o que custaria no total R$ 64,00. Só que isso é apenas para copiar as páginas. Se for necessário colocar espiral (ninguém vai grampear um calhamaço de 200 folhas), capa plástica ou qualquer coisa do gênero fica muito mais caro.
     
    Já comprar esse mesmo livro usado, custa por volta de R$ 50,00, mas em sebos não especializados. Porquequem entende e trabalha com RPG, vai colocar preço para colecionador passando dos R$ 300,00 fácil, fácil. Mas mesmo comprando o livro usado ou usando uma versão baixada, para a WotC tanto faz, porque isso implica em não comprar material novo.
     
    Assim, no fundo, no fundo, o que realmente importa para a WotC é qual mercado rende mais dinheiro. Nesse aspecto, se para reduzir custos, a WotC tiver escolher qual idioma eliminar, ela certamente vai escolher aquele correspondente ao mercado que lhe rende menos. É preciso ter em mente, que a WotC não é uma entidade filantrópica, que faz caridade. Ela é uma empresa que trabalha como base em lucro e isso é a única coisa que importa.
     
     https://ludopedia-posts.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/c5e2c_tdruzb.jpg

    Imagem Google: Trilogia do AD&D 1ª e 2ª Edição (detalhe para “feiura” das capas da 1ª Edição, acima)

     
    Por esse motivo, seria absurdamente improvável que ela eliminasse do MTG e do D&D o português e mantivesse o italiano, se o primeiro desse mais lucro que o segundo, só por birra com os brasileiros. Nenhuma empresa trabalha assim.
     
    Mesmo entendendo as razões da WotC, não se pode deixar de ficar triste de saber dessa descontinuação em português de jogos tão importantes e influentes. E isso especialmente para quem jogou muito MTG e D&D na juventude, e mais ainda para quem joga até hoje. Porém, uma vez passada a decepção, raiva e indignação, e pensando melhor, talvez essa notícia não seja tão ruim assim.
     
    No caso do D&D a situação é menos grave, porque a pessoa não precisa do material físico para jogar. Isso sem falar que aquilo que se precisa é muito pouco. Com um livro geral (jogadores), outro para o mestre e alguns outros materiais de referência já se joga RPG numa boa. Já o MTG simplesmente não dá para jogar sem as cartas, e muitas cartas por sinal, para se ter um mínimo de variedade.
     

     https://ludopedia-posts.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/4477f_tdruzb.jpg

    Imagem Google: Trilogia do AD&D da Editora Abril

     
    O MTG é um dos melhores, mais sofisticado e mais inteligente, jogos já criados até hoje, e não há nenhuma dúvida, quanto a isso. Por outro lado, o jogo também sofre severas críticas, não quanto ao jogo em si, mas sim quanto ao seu método de comercialização. E até mesmo os mais ardorosos e fanáticos fãs do MTG concordam com essas críticas. Nenhum outro jogo, criado antes ou depois, se baseou tanto na compra desenfreada quanto o MTG, e nenhum outro jogo fomentou tanto o FOMO. Dá para dizer que a forma como a WotC vende (e sempre vendeu) o MTG, praticamente inventou o FOMO, pelo menos em relação aos jogos.
     
    Só para esclarecer, àqueles que não sabem, FOMO é um acrônimo da expressão “Fear Of Missing Out”, que significa, em livre tradução, “medo de ficar de fora”. Esse fenômeno ocorre, quando as pessoas têm receio de ficarem desatualizadas em relação a algo como moda, música, cinema, e também jogos. E é exatamente isso que ocorre com o Magic, mas de forma ainda mais grave. O fato de alguém não conhecer o mais influente estilista, o artista do momento, ou o mais novo blockbuster, não a impede, nem a atrapalha de curtir, moda, música e cinema. Mas com o MTG a coisa é muito diferente.
     
     https://ludopedia-posts.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/ef60b_tdruzb.jpg

    Imagem BGG: Magic The Gathering (MTG) – Alpha Edition Booster Box

     
    O MTG surgiu em 1993, e teve um sucesso astronômico, e instantâneo, transformando a WotC em uma empresa milionária, praticamente da noite para o dia. Basta dizer que em menos de quatro após o lançamento do MTG, a WotC comprou a TSR, a famosa editora de jogos, com mais de vinte anos de tradição. A TSR é apenas a editora do D&D, o RPG de maior sucesso até hoje, e que bombava na época. Além do forte da empresa (RPG), a TSR ainda tinha uma linha de romances baseados no universo do D&D, lidos por milhões de pessoas.
     
    O segredo do sucesso da WofC não foi a grande qualidade do MTG, mas sim a forma de comercializar o jogo. A primeira demonstração não ocorreu na GENCON de 1993, nem o jogo vendeu em minutos como reza a lenda. Na verdade o CEO da WotC Peter Adkinson demonstrou o jogo, apenas para investidores na Origins Fair de 1993, e conseguiu os fundos para lançar o jogo.
     
    Assim, em agosto de 1993 saiu a primeira edição do MTG, que ficou conhecida como Limited Edition Alpha, e esgotou muito rapidamente. Isso tornou necessária uma reimpressão, lançada dois meses depois em outubro de 1993, que ficou conhecida como Limited Edition Beta, mesmo sendo apenas uma reimpressão. Essa edição também esgotou muito rapidamente e encheu a burra da WotC de dinheiro.
     
    A WotC identificou o absurdo potencial de vendas do produto e investiu tudo o que tinha no MTG. Com isso surgiu a “Unlimited Edition” ou 2ª edição em dezembro de 1993 (as edições Alpha e Beta eram consideradas uma única edição), e a “Revised Edition” ou 3ª edição em abril de 1994. Paralelamente a WotC também lançou os sets Arabian Nights, Antiquities, Legends, The Dark e Fallen Empires, que esgotaram rapidamente.
     
     https://ludopedia-posts.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/70591_tdruzb.jpg

    Imagem BGG: Edição nº 10 da Revista Dragão Brasil que ajudou muito a divulgar o MTG no país

     
    Exatamente um ano depois, em abril de 1995, a WotC lançou a 4ª edição e foi essa que chegou ao Brasil em português. Mas o cenário era diferente de apenas um ano e meio atrás. Antes as edições, e material extra do MTG esgotavam em questão de meses ou semanas. Mas em 1995 já haviam sido produzidas e vendidas, mais de 300 milhões de cartas no mundo todo, em francês, alemão e italiano, além do inglês. A 4ª edição teve um total estimado de 500 milhões de cartas produzidas, que já não esgotavam com a mesma velocidade das primeiras edições. O mesmo se pode dizer da expansão lançada logo após a Ice Age.
     
    Assim, a situação mudou em 1997, porque a WotC lançou a 5ª edição sem que a 4ª edição houvesse esgotado. Antes a WotC lançava uma nova edição simplesmente devido ao esgotamento da edição anterior. Porém em 1997, isso foi feito não por necessidade, mas sim para manter vivo o interesse no jogo. Outro dado que comprova isso é a grande quantidade de expansões lançadas entre a 4ª e 5ª edições, muito maior que entre as edições anteriores. Para reforçar ainda mais essa tese, vale destacar as mudanças de regras que já aconteciam desde a 3ª edição e adição de novas habilidades, mais poderosas, a cada edição.
     
    Isso para não falar no esquema “compre-e-torça”, adotado desde a Limited Edition Alpha, em que o fã precisa comprar incontáveis pacotes de cartas (boosters) até conseguir uma, que seja realmente rara e poderosa. Basta pensar na infinidade de mesadas gastas em boosters de MTG, nos anos 90, até o sujeito finalmente conseguir o tão almejado Dragão de Shiva.
     

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    Imagem BGG: Dragão de Shiva

     
    Claro que se pode contrargumentar que ninguém precisa ter as cartas mais poderosas da edição, e a expansão mais atuais para jogar MTG. A pessoa pode jogar exatamente com as cartas que possui. Até mesmo torneios oficiais adotam regras e formatos, nesse sentido de limitar a influência do poder econômico. Mas é preciso considerar também que o MTG não foi um jogo criado para jogar torneios, mas sim entre amigos, parentes e vizinhos. E isso faz toda a diferença.
     
    Obviamente amigos podem concordar em jogar nos formato dos torneios, mas em geral não é isso que acontece. Basta imaginar o jogador “A”, que tenha cartas comuns da edição “X” e outro jogador “B” que tenha cartas mais poderosas e com novas habilidades da edição mais recente “Y”. Obviamente essa desvantagem não determina, por si só, que o jogador “B” vai vencer apenas por ter cartas mais poderosas que o jogador “A”.
     
    Mesmo com uma clara desvantagem inicial, o jogar “A” pode ser melhor que o jogador “B”. Mas considerando jogadores no mesmo nível, normalmente aquele com cartas mais fortes, tende a vencer na maior parte dos casos. Basta imaginar um jogador apenas com cartas normais, duelando contra outro com 4 Moxis de cada cor, 4 Black Lotus e 4 Chanels, no baralho. Logicamente, esse exemplo é absurdo, mas dá para dar uma ideia, mesmo que exagerada, de como cartas mais fortes podem desequilibrar uma partida de MTG.
     
    Retornando para o exemplo, após perder para o jogador “B” o jogador “A” corre para comprar os boosters da edição “Y”, buscando cartas mais fortes. Só que nesse meio tempo, o jogador “B” já comprou cartas de edição “Z”, ainda mais fortes, e o ciclo de compra desenfreada se reinicia.
     
     https://ludopedia-posts.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/10c40_tdruzb.jpg

    Imagem BGG: Moxis e Black Lotus

     
    Obviamente a intenção desse artigo não é desmerecer o MTG, em si, porque a enorme qualidade, e excelência do jogo, dispensam maiores comentários. Mas não é porque o MTG é um dos melhores jogos de todos os tempos, que se deve ignorar os problemas relacionados a ele. Como dito anteriormente, nenhum outro jogo fomentou tanto o FOMO, e nenhum é tão responsável pelo “culto ao novo”, que caracterizam o universo dos CCGs e dos board games.
     
    E é justamente por isso que essa notícia de que a WotC não lançará mais novas edições ou material extra em português, pode ser uma benção disfarçada. Claro que os fãs certamente gostariam de continuar tendo acesso a material novo do MTG em português. Só que 30 anos depois, e com tanto material lançado, inclusive em português, será que os jogadores casuais realmente precisam de mais material do MTG? 
     
    Da mesma forma, esse abandono do português pelo MTG, também não afeta os jogadores hardcores, que competem em altíssimo nível. Sendo um hobby tão caro, somente pessoas realmente abastadas podem se dar ao luxo de acompanhar os novos lançamentos do MTG. E, normalmente, para pessoas abastadas, a língua inglesa não é nenhum obstáculo. Assim, para este tipo de jogador diferenciado, que realmente depende de edições e material extra, tanto faz se o MTG vier em português ou em inglês.
     
    E para aqueles que só querem montar uma meia dúzia de baralhos, para jogar com os amigos, ou para mostrar aos filhos, com o quê o papai brincava quando era jovem, essa notícia da WotC muda muito pouco. E esses jogadores casuais são a imensa maioria da enorme base de fãs nacionais do jogo. Aliás, pode acontecer justamente o contrário.
     
     https://ludopedia-posts.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/65070_tdruzb.jpg

    Imagem Google: MTG M21 (20ª edição), a mais atual por enquanto.

     
    Se os jogadores causais de MTG, realmente abdicarem do novo material, que não virá mais em português, isso resolve o principal problema do jogo. Sem esse desespero pela próxima edição, o FOMO e o culto ao novo se reduziriam drasticamente. Se alguém quiser uma carta específica, basta comprá-la em algumas das lojas especializadas, sem gastar uma fortuna em boosters. Muita gente já faz isso. Assim, elimina-se aquilo de ruim que existe associado ao MTG, restando apenas as coisas boas.
     
    Isso possibilitaria a criação de um novo formato, exclusivamente nacional, chamado talvez de “brazilian” para agradar os anglófilos, admitindo apenas cartas em português. Isso obviamente não valeria para torneios e o ranking internacional. Entretanto, isso já atenderia bastante bem, quem gosta apenas de jogar, e competir em torneios de bairro, mas não tem a pretensão ou ilusão de chegar à final do Campeonato Mundial de Magic.
     
    Porém, isso vai depender exclusivamente de como os fãs brasileiros de MTG vão se comportar nos meses seguintes a esse anúncio da WotC. Se os duelistas brazucas, continuarem dentro desse “ciclo vicioso” de compra desenfreada, e quem não domina o inglês resolver aprender, apenas para jogar MTG, aí tudo continua como sempre foi.
     
    O FOMO também ocorre com o RPG, mas em escala absurdamente menor. Nos anos 80, havia pouco material disponível, especialmente para o AD&D. Mas nem por isso alguém deixou de se divertir apenas com o Players Handbook, Dungeon Master Guide e o Monstrous Manual (com capas horrendas). A segunda edição melhorou bastante a situação e as capas, e quem é dessa época certamente lembrará o Monstrous Compedium, da capa branca. Tudo isso era em inglês e não havia nada em português. Nesse tempo não dava nem para existir FOMO, porque o lançamento de novas edições, ou material de referência novo, demorava anos.
     

     https://ludopedia-posts.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/76c9a_tdruzb.jpg

    Imagem Google: D&D versão 3.5

     
    E diferentemente do Magic que praticamente reinava sozinho e absoluto, o D&D originou uma infinidade de outras linhas de produtos, dentro do universo RPG. No início dos anos 90, Call of Cthulhu, GURPS e Vampire (assim como toda a linha World of Darkness) fizeram um sucesso estrondoso, por aqui. Só muitos anos depois, quando já havia uma cacetada de material em português, e até mesmo RPGs nacionais é que começou essa história de FOMO. Basta lembrar o episódio do D&D 3.0, que todo mundo comprou feliz da vida, e alguns meses depois a WotC, lançou o 3.5. Todo mundo que comprou a versão 3.0 ficou uma fera, mas acabaram comprando a versão 3.5 do mesmo modo.
     
    E aí fica a pergunta, será que vale a pena pagar tão caro por uma nova edição do D&D? Claro que muita coisa muda, mas o básico permanece o mesmo, e esse básico já é mais do que suficiente para se divertir a valer. As pessoas faziam isso nos anos 80/90 e ninguém reclamava, portanto não há motivo para não se voltar a fazer isso.
     
    Claro que algumas aterações fazem toda a diferença. Quem é “das antigas” vai lembrar essa história. Em dado momento, o GURPS inovou criando vantagens e desvantagens, que tiravam pontos ou davam pontos para se gastar na construção do personagem. Quase que imediatamente depois o Vampire adotou o mesmo mecanismo de vantagens e desvantagens, renomeando-os de defeitos e virtudes, salvo engano. Essa é realmente uma alteração que muda tudo, porém, as pessoas já jogavam Vampire sem o mecanismo de defeitos e virtudes, e gostavam muito. Isso mostra que nem todas as mudanças dos materiais novos são insprescindíveis para manter a diversão. Por isso, na maioria das vezes náo se justifica pagar táo caro por material novo.
     
     https://ludopedia-posts.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/c8ab8_tdruzb.jpg

    Imagem Google: D&D versão 5.0

     
    Fora isso, considerando que a WotC já bateu o martelo e não voltará atrás, realmente não haverá novos lançamentos de material novo do D&D e do MTG, em português. Então se a WotC entendeu por virar as costas ao público brasileiro, nada mais natural que o público brasileiro vire as costas para a WotC. Como dito antes, o Livro do Jogador, Livro dos Monstros e o Livro do Mestre, versão 3.5 se encontram por aproximadamente R$ 50,00 em sebos. E muito material de referência (Monstros e Criaturas, Guerreiros e Armas, Magos e Magias, Defensores da Fé, Punhos e Espadas, etc) vai no mesmo caminho. Só é preciso disposição para procurar, porque nos sites de compra mais famosos, os preços são exorbitantes.
     
    Do mesmo modo que no caso do MTG, o D&D em versões anteriores são perfeitamente capazes de fornecer muita diversão. A pessoa só precisa da versão atual, e muito mais cara, se quiser, e muito menos ainda de eventuais materiais novos em inglês. Porém, se a pessoa tem fixação pelo material mais atual, mesmo o antigo sendo bom, e mais do que suficiente, então talvez o problema seja dela, e não do jogo.
     
    Infelizmente o brasileiro é muito suscetível a essa ilusão do culto ao novo, especialmente, quando se trata de material importado. Por mais que doa admitir o complexo de vira-lata que faz o brasileiro crer cegamente que “tudo o que é bom vem de fora”, ainda é fortíssimo. Por isso, essa possibilidade das pessoas abdicarem desse esquema de compra desenfreada do MTG e do D&D, mesmo exclusivamente em inglês, é muito remota.
     
    Um forte abraço e boas jogatinas!
     
    Iuri Buscácio
     
    P.S. Quem tiver interesse em mais textos no mesmo estilo pode acessar o canal iuribuscacio do Ludopedia ou a seção Jogos de Tabuleiro do Maxiverso.com.


    EDIT: TALVEZ DEVIDO A UM EVENTUAL BUG, O ARTIGO ORIGINAL MUDOU DE LUGAR E DEPOIS FOI INADIVERTIDAMENTE APAGADO. INICIALMENT EU REPRODUZI O TEXTO NA PÁGINA 3, MAS AGORA JÁ CONSEGUI TRAZÊ-LO DE VOLTA E INSERI-LO NO PRIMEIRO COMENTÁRIO. PERDÃO A TODOS PELO IMBRÓGLIO E ASSEGURO QUE NENHUM DOS COMENTÁRIOS FOI APAGADO. FICOU FEIO MAS É O MELHOR QUE EU PUDE FAZER.

    ATENCIOSAMENTE

    IURI BUSCÁCIO


    tumorbr:Que texto fantástico. Muito bem escrito e a discussão bastante enriquecedora
    Quando vi a capa do D&D 3.5 entrei em um túnel do tempo
    Não joguei muito D&D, gostava mais de Lobisomem o Apocalipse, mas as boas lembranças ainda existem

    Também joguei muito MTG, mas a obrigação de ter que comprar carta nova praticamente todo mês para se manter no formato me fez parar com o jogo.
    Já faz alguns anos que não jogo, às vezes dá saudade de jogar um pouco. Mas quando abro um vídeo do formato que jogava, vejo que praticamente não tem nenhuma carta daquela época, daí a vontade passa hehehe


    Caro tumorbr

    Muito obrigado pelas belas palavras e que bom que você gostou. No mais só tenho duas dúvidas a seu respeito:

    A primeira: Crinos ou Glabro?

    E a segunda: Cria de Fenris, Presas de Prata ou Senhores das Sombras? :)

    Um forte abraço e boas jogatinas!

    Iuri Buscácio 

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    Comentários:

  • storum
    1093 mensagens MD
    avatar
    storum27/02/24 22:05
    storum » 27/02/24 22:05

    Excelente topico Yuri. Uma coisa é certa: não existe motivo algum para terem tomado essa atitude drastica contra o Brasil. Somos maiores que muitos países da Europa, o conteúdo é bem vendido por aqui e se eles dessem um pouco mais de atenção ao país com mais conteúdos extras, certamente venderia muito mais.

    Existem milhares de lojas online e fisicas que vendem os produtos de Magic e D&D, ao meu ver deram um tiro no próprio pé..

    Ainda acredito que alguma editora nacional dará continuidade, divulgando e lançando produtos oficiais por aqui sob aval deles...se nem isso eles aceitarem, ai realmente a coisa fica complicada.

    Ao menos o comércio de cartas e decks, temos excelentes editoras pelo país.

    1
  • iuribuscacio
    3163 mensagens MD
    avatar
    iuribuscacio27/02/24 22:42
    iuribuscacio » 27/02/24 22:42

    storum::Excelente topico Yuri. Uma coisa é certa: não existe motivo algum para terem tomado essa atitude drastica contra o Brasil. Somos maiores que muitos países da Europa, o conteúdo é bem vendido por aqui e se eles dessem um pouco mais de atenção ao país com mais conteúdos extras, certamente venderia muito mais.

    Existem milhares de lojas online e fisicas que vendem os produtos de Magic e D&D, ao meu ver deram um tiro no próprio pé..

    Ainda acredito que alguma editora nacional dará continuidade, divulgando e lançando produtos oficiais por aqui sob aval deles...

    Caro Storum

    Meu amigo, para ser sincero, em um primeiro momento eu fiquei revoltado e muito chateado, porque mesmo sem jogar Magic ou D&D há muito tempo, vi nisso um claro desprezo e desprestígio para o Brasil e para a língua portuguesa.

    Mas depois de me acalmar e pensar melhor, o que é sempre o mais recomendável em qualquer situação, comecei a me perguntar: onde diabos a Wizard of the Coast estava com a cabeça para tomar uma decisão estapafúrdia dessa. O Brasil é enorme, e nossa população imensa, por isso temos um potencial de crescimento que é impossível desprezar. E foi aqui que meu o estalo: mas quem disse que em um país grande como o Brasil, a Wizard lucra tanto como deveria. Para quem está nesse meio de board games e assemelhados, parece que uma multidão joga Magic, mas não é bem assim. 

    A Wizard, e muito menos a Hasbro, não começaram nessa indústria anteontem, então definitivamente elas não tomariam nenhuma decisão para perder dinheiro, nem por pirraça com o público brasileiro. As pessoas esquecem que como diziam os romanos "dinheiro não tem cheiro, nem pátria". Bin-Ladem odiava o "Grande Satã", com todas as forças, mas não tinha nenhuma restrição, em relação dos dólares norte-americanos, muito pelo contrário inclusive. Por isso se a Wizard decidiu abandonar o português por conta do corte de custos, e manter japonês e italiano, ela não faria isso sem estar baseada em um profundo estudo sobre o quanto o Magic e o D&D rendem no Brasil. Se não fosse assim, você não tenha dúvida de quem dançaria seriam japonês ou italiano, no lugar do português.

    É preciso lembrar também que boa parte dos consumidores casuais de Magic já adotaram o estilo "monte você mesmo o seu baralho, através da compra de cartas avulsas". Então para toda essa galera, essa alteração no Magic, não acho que fará muita diferença. 

    E tem outra questão importante, que eu sempre gosto de frisar, em relação ao Magic. Esse jogo é um sorvedouro de dinheiro, e por isso, só quem consegue acompanhar o ritmo dos lançamentos é quem tem muita "bala na agulha". Esses jogadores mais abastados, e até quem joga Magic em nível quase profissional quase sempre é muito fluente em inglês, por isso tanto faz se a próxima edição vier em inglês ou português. Isso para não falar que, salvo engano, nos torneios internacionais, na dúvida sobre o que o texto da carta diz, vale o sentido das palavras me inglês sobre qualquer outro idioma. Por isso, não tenho dúvida de que o Paulo Vitor não se sagrou campeão mundial, jogando com um baralho em português, o que seria uma temeridade.

    Apesar disso, é realmente triste ver uma país tão grande e que tinha tanto potencial para ocupar um lugar bem melhor no marcado de jogos internacional. O problema é que nós temos apenas um potencial latente, que nunca se concretiza. As grandes editoras que é quem poderia estar buscando formas de expandir o mercado nacional de jogos, que inclui o Magic, nem sequer discute isso, e nem que saber dessa conversa. As editoras mal dão conta de entregar um tiragem de 2.000 unidades sem erros grosseiros e sem mofo, então dá para imaginar o caos que não seria se as tiragens fossem de 5.000 unidades. Como os problemas infraestruturais, como impostos extorsivos, administração alfandegária esquizofrênica e condições de distribuição caóticas, nós não podemos resolver, e as editoras também não estão nem um pouco interessadas em expandir o nosso mercado doméstico, de modo a fazer mais pessoas consumirem jogos, e tornar o Brasil um país mais atraente para as editoras gringas, então nosso destino é esse mesmo de sermos preteridos cada vez mais.

    Por fim está lançada aqui a campanha pela criação de um novo formato para jogar Magic, exclusivamente nacional, chamado "Brazilian", em que só se admite cartas em português. :D

    Um forte abraço e boas jogatinas!

    Iuri Buscácio   
     
       

    6
  • R DKS
    148 mensagens MD
    avatar
    R DKS28/02/24 04:55
    R DKS » 28/02/24 04:55

    Como eu disse em outro post, não só o brasileiro é pobre (como bem apontado no texto), o Custo Brasil é altíssimo. 

    O resultado é um preço alto para um consumidor final que ou não tem ou não está disposto a pagar pelo produto, e um retorno pífio para a empresa que decide investir no Brasil. 

    5
  • storum
    1093 mensagens MD
    avatar
    storum28/02/24 05:08
    storum » 28/02/24 05:08

    iuribuscacio::
    storum::Excelente topico Yuri. Uma coisa é certa: não existe motivo algum para terem tomado essa atitude drastica contra o Brasil. Somos maiores que muitos países da Europa, o conteúdo é bem vendido por aqui e se eles dessem um pouco mais de atenção ao país com mais conteúdos extras, certamente venderia muito mais.

    Existem milhares de lojas online e fisicas que vendem os produtos de Magic e D&D, ao meu ver deram um tiro no próprio pé..

    Ainda acredito que alguma editora nacional dará continuidade, divulgando e lançando produtos oficiais por aqui sob aval deles...

    Caro Storum

    Meu amigo, para ser sincero, em um primeiro momento eu fiquei revoltado e muito chateado, porque mesmo sem jogar Magic ou D&D há muito tempo, vi nisso um claro desprezo e desprestígio para o Brasil e para a língua portuguesa.

    Mas depois de me acalmar e pensar melhor, o que é sempre o mais recomendável em qualquer situação, comecei a me perguntar: onde diabos a Wizard of the Coast estava com a cabeça para tomar uma decisão estapafúrdia dessa. O Brasil é enorme, e nossa população imensa, por isso temos um potencial de crescimento que é impossível desprezar. E foi aqui que meu o estalo: mas quem disse que em um país grande como o Brasil, a Wizard lucra tanto como deveria. Para quem está nesse meio de board games e assemelhados, parece que uma multidão joga Magic, mas não é bem assim. 

    A Wizard, e muito menos a Hasbro, não começaram nessa indústria anteontem, então definitivamente elas não tomariam nenhuma decisão para perder dinheiro, nem por pirraça com o público brasileiro. As pessoas esquecem que como diziam os romanos "dinheiro não tem cheiro, nem pátria". Bin-Ladem odiava o "Grande Satã", com todas as forças, mas não tinha nenhuma restrição, em relação dos dólares norte-americanos, muito pelo contrário inclusive. Por isso se a Wizard decidiu abandonar o português por conta do corte de custos, e manter japonês e italiano, ela não faria isso sem estar baseada em um profundo estudo sobre o quanto o Magic e o D&D rendem no Brasil. Se não fosse assim, você não tenha dúvida de quem dançaria seriam japonês ou italiano, no lugar do português.

    É preciso lembrar também que boa parte dos consumidores casuais de Magic já adotaram o estilo "monte você mesmo o seu baralho, através da compra de cartas avulsas". Então para toda essa galera, essa alteração no Magic, não acho que fará muita diferença. 

    E tem outra questão importante, que eu sempre gosto de frisar, em relação ao Magic. Esse jogo é um sorvedouro de dinheiro, e por isso, só quem consegue acompanhar o ritmo dos lançamentos é quem tem muita "bala na agulha". Esses jogadores mais abastados, e até quem joga Magic em nível quase profissional quase sempre é muito fluente em inglês, por isso tanto faz se a próxima edição vier em inglês ou português. Isso para não falar que, salvo engano, nos torneios internacionais, na dúvida sobre o que o texto da carta diz, vale o sentido das palavras me inglês sobre qualquer outro idioma. Por isso, não tenho dúvida de que o Paulo Vitor não se sagrou campeão mundial, jogando com um baralho em português, o que seria uma temeridade.

    Apesar disso, é realmente triste ver uma país tão grande e que tinha tanto potencial para ocupar um lugar bem melhor no marcado de jogos internacional. O problema é que nós temos apenas um potencial latente, que nunca se concretiza. As grandes editoras que é quem poderia estar buscando formas de expandir o mercado nacional de jogos, que inclui o Magic, nem sequer discute isso, e nem que saber dessa conversa. As editoras mal dão conta de entregar um tiragem de 2.000 unidades sem erros grosseiros e sem mofo, então dá para imaginar o caos que não seria se as tiragens fossem de 5.000 unidades. Como os problemas infraestruturais, como impostos extorsivos, administração alfandegária esquizofrênica e condições de distribuição caóticas, nós não podemos resolver, e as editoras também não estão nem um pouco interessadas em expandir o nosso mercado doméstico, de modo a fazer mais pessoas consumirem jogos, e tornar o Brasil um país mais atraente para as editoras gringas, então nosso destino é esse mesmo de sermos preteridos cada vez mais.

    Por fim está lançada aqui a campanha pela criação de um novo formato para jogar Magic, exclusivamente nacional, chamado "Brazilian", em que só se admite cartas em português. :D

    Um forte abraço e boas jogatinas!

    Iuri Buscácio   
     
       

    Conversando com uns amigos em grupo, parece que o fator primordial da decisão foi a carga tributária brasileira. 
    Yuri considerando que boa parte dos produtos de Magic e D&D possam ser produzidos diretamente por aqui, como falaram já no grupo, abriu-se agora uma exceção e brecha, é bem provável que esse " osso " vai ser disputado pra representação aqui no país por editoras, eu tb acredito nessa hipótese. O tempo vai dizer...

    PS. Como bem vc relatou, comentaram tb que uma galera cracuda já de Magic não faz diferença alguma a troca de idioma

    2
  • dharrebola
    719 mensagens MD
    avatar
    dharrebola28/02/24 07:13
    dharrebola » 28/02/24 07:13

    Deixo abaixo meus 50 centavos:

    https://ludopedia-posts.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/21b65_6hvlqs.jpeg

    9
  • ronaldovelasquez
    160 mensagens MD
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    ronaldovelasquez28/02/24 09:26
    ronaldovelasquez » 28/02/24 09:26

    Textos do Iuri são aqueles momentos de ver, abrir a página no navegador, terminar as tarefas do momento, pegar um café e ler com toda calma e atenção que merece, pois vale a pena.

    Parabéns novamente meu querido!

    6
  • iuribuscacio
    3163 mensagens MD
    avatar
    iuribuscacio28/02/24 10:35
    iuribuscacio » 28/02/24 10:35

    ronnjuniorr::Textos do Iuri são aqueles momentos de ver, abrir a página no navegador, terminar as tarefas do momento, pegar um café e ler com toda calma e atenção que merece, pois vale a pena.

    Parabéns novamente meu querido!

    Caro ronnjuniorr

    Meu camarada, muito obrigado pelo elogio,  e também pela menção ao café, que eu acho que já tomava desde os tempos da mamadeira.

    Um forte abraço e boas jogatinas!

    Iuri Buscácio

    2
  • fabiopi17
    26 mensagens MD
    avatar
    fabiopi1728/02/24 10:44
    fabiopi17 » 28/02/24 10:44

    Uma dúvida de quem tá chegando agora...
    Eu nunca joguei Magic, tenho amigos que tem coleções imensas, mas nunca me interessei pelo jogo por conta que sou um tanto que avesso a extensas coleções...
    Mas sempre me pareceu um esporte saudável para jovens e adultos [exceto pelo preço azedo das cartas]...
    Eu acreditava que os jogos gringos chegavam no Brasil em formato semi-pronto, que apenas peças sem texto, como itens de plástico, tokens diversos etc chegassem nas editoras daqui e que os manuais, caixas, cartas com texto, tabuleiro enfim, os imprimíveis dependentes de idioma fossem todos terceirizados para editoras nacionais, que davam cabo de imprimir, cortar, encaixotar e distribuir a versão do jogo no idioma de seu país...
    Aparentemente não é assim, então...
    Mas se não é, não seria uma boa ideia uma editora nacional assumir um negócio assim?

    2
  • iuribuscacio
    3163 mensagens MD
    avatar
    iuribuscacio28/02/24 10:51
    iuribuscacio » 28/02/24 10:51

    dharrebola::Deixo abaixo meus 50 centavos:

    https://ludopedia-posts.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/21b65_6hvlqs.jpeg

    Caro dharrebola

    Meu camarada, realmente tem toda razão quem diz que uma imagem vale mil palavras. Nós ficamos falando sobre trinta anos de Magic, em trocentas expansões, trocentas edições, mas nem sempre temos noção real do quão vasto é esse universo. Se o Magic é grande demais até para ver, imagina acompanhar. E aí entra aquilo que eu disse no artigo, será que há uma necessidade tão grande assim de novo material? Em outras palavras, se o grande público brasileiro, que joga Magic casualmente nunca mais tivesse acesso a novos materiais, será que faria tanta falta assim? Será que essa infinidade de produtos que já foram lançados em português não é suficiente?

    Eu vejo essa questão com aquele cara que tem uma coleção com 300 jogos, que é muito mais do que uma pessoa normal consegue jogar com regularidade, que se jogar um de cada vez, quando chegar no último já não lembra como se jogo o primeiro, mas mesmo assim está convencido que não pode ficar sem comprar o novo board game recém lançado.

    Claro que as pessoas são diferentes, e cada um vivencia o hobby da maneira como achar que deve, mas na minha humilde opinião, a pessoa pode até querer e achar fundamental as novas edições e expansões do Magic, e por isso lamentar esse abandono da língua portuguesa pela Wizard, mas necessidade disso, eu acho que não nenhuma.

    Um forte abraço e boas jogatinas!

    Iuri Buscácio  

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