storum::Excelente topico Yuri. Uma coisa é certa: não existe motivo algum para terem tomado essa atitude drastica contra o Brasil. Somos maiores que muitos países da Europa, o conteúdo é bem vendido por aqui e se eles dessem um pouco mais de atenção ao país com mais conteúdos extras, certamente venderia muito mais.
Existem milhares de lojas online e fisicas que vendem os produtos de Magic e D&D, ao meu ver deram um tiro no próprio pé..
Ainda acredito que alguma editora nacional dará continuidade, divulgando e lançando produtos oficiais por aqui sob aval deles...
Caro Storum
Meu amigo, para ser sincero, em um primeiro momento eu fiquei revoltado e muito chateado, porque mesmo sem jogar Magic ou D&D há muito tempo, vi nisso um claro desprezo e desprestígio para o Brasil e para a língua portuguesa.
Mas depois de me acalmar e pensar melhor, o que é sempre o mais recomendável em qualquer situação, comecei a me perguntar: onde diabos a Wizard of the Coast estava com a cabeça para tomar uma decisão estapafúrdia dessa. O Brasil é enorme, e nossa população imensa, por isso temos um potencial de crescimento que é impossível desprezar. E foi aqui que meu o estalo: mas quem disse que em um país grande como o Brasil, a Wizard lucra tanto como deveria. Para quem está nesse meio de board games e assemelhados, parece que uma multidão joga Magic, mas não é bem assim.
A Wizard, e muito menos a Hasbro, não começaram nessa indústria anteontem, então definitivamente elas não tomariam nenhuma decisão para perder dinheiro, nem por pirraça com o público brasileiro. As pessoas esquecem que como diziam os romanos "dinheiro não tem cheiro, nem pátria". Bin-Ladem odiava o "Grande Satã", com todas as forças, mas não tinha nenhuma restrição, em relação dos dólares norte-americanos, muito pelo contrário inclusive. Por isso se a Wizard decidiu abandonar o português por conta do corte de custos, e manter japonês e italiano, ela não faria isso sem estar baseada em um profundo estudo sobre o quanto o Magic e o D&D rendem no Brasil. Se não fosse assim, você não tenha dúvida de quem dançaria seriam japonês ou italiano, no lugar do português.
É preciso lembrar também que boa parte dos consumidores casuais de Magic já adotaram o estilo "monte você mesmo o seu baralho, através da compra de cartas avulsas". Então para toda essa galera, essa alteração no Magic, não acho que fará muita diferença.
E tem outra questão importante, que eu sempre gosto de frisar, em relação ao Magic. Esse jogo é um sorvedouro de dinheiro, e por isso, só quem consegue acompanhar o ritmo dos lançamentos é quem tem muita "bala na agulha". Esses jogadores mais abastados, e até quem joga Magic em nível quase profissional quase sempre é muito fluente em inglês, por isso tanto faz se a próxima edição vier em inglês ou português. Isso para não falar que, salvo engano, nos torneios internacionais, na dúvida sobre o que o texto da carta diz, vale o sentido das palavras me inglês sobre qualquer outro idioma. Por isso, não tenho dúvida de que o Paulo Vitor não se sagrou campeão mundial, jogando com um baralho em português, o que seria uma temeridade.
Apesar disso, é realmente triste ver uma país tão grande e que tinha tanto potencial para ocupar um lugar bem melhor no marcado de jogos internacional. O problema é que nós temos apenas um potencial latente, que nunca se concretiza. As grandes editoras que é quem poderia estar buscando formas de expandir o mercado nacional de jogos, que inclui o Magic, nem sequer discute isso, e nem que saber dessa conversa. As editoras mal dão conta de entregar um tiragem de 2.000 unidades sem erros grosseiros e sem mofo, então dá para imaginar o caos que não seria se as tiragens fossem de 5.000 unidades. Como os problemas infraestruturais, como impostos extorsivos, administração alfandegária esquizofrênica e condições de distribuição caóticas, nós não podemos resolver, e as editoras também não estão nem um pouco interessadas em expandir o nosso mercado doméstico, de modo a fazer mais pessoas consumirem jogos, e tornar o Brasil um país mais atraente para as editoras gringas, então nosso destino é esse mesmo de sermos preteridos cada vez mais.
Por fim está lançada aqui a campanha pela criação de um novo formato para jogar Magic, exclusivamente nacional, chamado "Brazilian", em que só se admite cartas em português.
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio