Bora falar sobre Estudiosos do Sul do Tigre, o segundo jogo da trilogia do Sul do Tigre trazida para o Brasil pela Mosaico!
Começando pelos
componentes: são
ótimos, assim como os componentes do Viajantes, porém o
insert para as peças de jogador é, na minha opinião, bem
irritante. Meus dedos não cabem direito para puxar as peças, tudo fica voando para os lados… Ainda assim, é um
bom insert, no geral.
Jogo:
Quando li o manual, achei que o jogo seria muito complicado. É meio difícil pensar em toda a manipulação de dados, como encaixar com as ações, mas assim que você começa a jogar, o negócio flui que é uma beleza.
Basicamente, em Estudiosos, você tem que
traduzir cartas de determinada língua (chinês, persa, siríaco, entre outras)
para o árabe. Para isso, você precisa enviar um pergaminho para a guilda (ou traduzir os que já estão lá), ter tradutores disponíveis e pagá-los para traduzir (um ouro para cada tradutor necessário).
A rodada é simples. Você
escolhe entre fazer uma das 4 ações (recrutar, pesquisar, viajar ou traduzir)
ou descansar (todos os dados voltam para a sacola, as cartas de ação utilizadas voltam para a mão, os trabalhadores utilizados são descartados e são recebidos os bônus de descanso).
Como sequência do Viajantes, Estudiosos tem a mesma arte, temática bem parecida e herda algumas “funcionalidades”, como a influência nas guildas, alocação de dados e trabalhadores - acho que só.
Os jogos são bem diferentes na minha opinião.
Eu (Vinicius) gosto de Viajantes, mas acho meio confuso. Fico um pouco sem saber para onde ir, as cartas que eu preciso não aparecem e por aí vai... Fritação pesada.
O que não sou muito fã no Viajantes é a corrida para terminar o jogo. Ela é boa, mas prefiro outras formas de terminar um jogo.
E isso é diferente no Estudiosos. O fim de jogo é controlado por cartas de califa, que estão misturadas no meio das cartas de pergaminho (essas cartas são compradas do topo ou do fundo do baralho dependendo da situação, é bem interessante).
Em
Estudiosos também existe fritação, mas ele
não é confuso,
todas as ações têm uma sequência lógica, são interligadas, fazem sentido no encaixe umas com as outras. O jogo é mais dinâmico, você traça uma rota para traduzir a carta e vai. É um jogo simples e complexo ao mesmo tempo.
A temática se encaixa muito bem no jogo. Você deve buscar pergaminhos, levar para as guildas de sabedoria, contratar tradutores, pagá-los para traduzirem esses pergaminhos e quando eles receberem ouro o suficiente, se aposentarão.
Em 2 jogadores, as partidas duraram 2h30 (as primeiras partidas são sempre mais lentas) e jogamos no modo “casual”, que de acordo com o manual é mais rápido.
Não achamos que foi um jogo cansativo, ele se manteve divertido. Por enquanto, joguei 3 partidas em 2 jogadores e funcionou super bem.
O charme do jogo, na minha opinião, é a alocação de dados. Você tem dados brancos, dados nas cores primárias (amarelo, azul e vermelho) e dados secundários, que são a combinação dos primários (laranja, roxo e verde). Para realizar uma ação, você tem que alocar entre 1 a 2 dados na carta que escolher, mas não é simplesmente alocar. Você tem uma sacola (sim, temos bag building) com os dados e a cada rodada você retira um número de dados e faz a rolagem.
O número e a cor do dado influenciam nas ações. Por exemplo, para ter mais opções na hora de contratar um tradutor, você precisa de um número alto, independente da cor. Por outro lado, para traduzir um pergaminho, é a cor que interessa.
“Mas então o jogo depende muito da sorte?”
Nem tanto, porque você consegue manipular muito bem os dados. Você pode juntar 2 dados para fazer um dado de cor diferente, você pode usar trabalhadores para aumentar o dado para 6 ou mudar a cor do dado branco, entre outras opções.
Os dados secundários são mais difíceis de conseguir, então você acaba manipulando bastante os trabalhadores e os dados primários. Eu realmente achei muito bacana essa parte.
Lógico que rolar dados altos é melhor, mas isso não vai te impedir de continuar jogando, você consegue “driblar a sorte” de outras formas.
Além disso, nem sempre virão dados da cor que você quer e aí entra o
bag building.
Outra coisa que gostamos é a pontuação final. Adoramos contar pontos, então funcionou muito bem por aqui. No final do jogo, você pontua a influência na guilda, o avanço nas trilhas de pesquisa, o ouro remanescente e todas as cartas de pergaminho que foram traduzidas. Cada carta de pergaminho tem uma pontuação diferente, como “ter 4 dados vermelhos”, “1 ponto para cada pergaminho grego traduzido”. Isso possibilita fazer estratégias bem bacanas durante a partida.
Perguntas que imagino serem comuns:
– É melhor que Viajantes?
Para nós, é melhor.
Nós vimos mais sentido no jogo, não ficamos muito perdidos, é uma fritação mais gostosa, o jogo flui muito melhor. Isso não quer dizer que achamos o Viajantes ruim, porém estou considerando trocar um pelo outro.
– Vale a pena ter os dois?
Acho que vale, são jogos bem diferentes, mas vai de cada um, eu não faço questão de ter os 2 (e não tenho espaço para ter os dois), mas pelo colecionismo pode valer a pena - seria lindo ver toda a trilogia na estante.
– Posso começar direto por ele?
Pode, nada impede de ignorar o Viajantes. A única coisa é que se você não está acostumado com jogos mais complexos, você pode sofrer um pouco, então tome cuidado.
Resumo:
Adoramos o jogo, ele flui super bem, é uma fritação gostosa. Gostamos mais do que Viajantes e com certeza
quero na coleção.
Nós não jogamos muitos jogos desse autor (S. J. Macdonald), apenas Estudiosos, Viajantes e Arquitetos do Reino Ocidental. Por enquanto, Estudiosos é nosso favorito.
Já jogou
Estudiosos do Sul do Tigre?
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