Century: Edição Golem é um jogo interessante. Por mais que eu não curta abstratos, há algo nas continhas de padeiro e nesse quebra-cabeça constante de otimização que me atrai bastante.
Century é Century, tudo igual, só muda a cara.
Ele é um jogo
simples, há os
contratos na mesa, e as cartas que
você pode adicionar na sua mão. E no seu turno você pode:
usar uma carta da sua mão,
comprar uma carta da trilha (pagando os custos devidos), completar um contrato, ou recuperar toda a sua mão (pilha de descartes volta pra mão), fazendo assim o jogo ser uma
Engine Building bem escrachada e
dedo na tua cara.
Acredito que ele seja um
bom jogo de entrada, pois as mecânicas são
simples o suficiente para até uma
criança entender e aprender. A ideia dele é se adaptar, pois
contratos diferentes vão pedir gemas diferentes, e você precisa tentar achar a
solução mais rápida em meio as cartas existentes pra você
resolver aquele “problema” antes que alguém
resolva na sua frente e pegue
aqueles pontos.
As cartas de contrato são bem simples, elas dizem quantos pontos dão e quais recursos ela precisa pra ser concluída.
Aqui a temática é
mega colada com cuspe (
coleta recurso/entrega recurso completando contratos), e como existem
vários Century, a ideia é que eles só têm
imagens diferentes e cartas diferentes. Falando da
Golem Edition especialmente (que foi a última que saiu no país), ela é
muito bonita,
agradável e as cartas são muito bem feitas.
“Mas o que faz o jogo ser pouco conhecido e não ser um sucesso no país Bomba?”
Na minha opinião, o que faz o Century
não brilhar nesse país é
simplesmente o preço. Century é uma
caixa pequena,
poucos componentes (o jogo só tem carta e umas gemas de acrílico, manual extremamente pequeno).
E aí tu vai bater o olho e... 350 reais.
O jogo é literalmente isso aí que você tá vendo.
Note que esse jogo
já era caro antes do boom dos preços, e assim como outros (
estou nesse texto usando esse de exemplo, mas vocês podem citar nos comentários outros que estão no mesmo limbo) na mesma situação,
não brilham por causa desse custo benefício.
A maioria das pessoas com
350 reais vai atrás de jogos
com mais coisas (note que não vou falar sobre qualidade aqui), que chamem
a atenção na mesa, que façam aquele grupo
olhar e se encantar. As pessoas
não vão atrás de um jogo que só tem cartinha, abstrato, que não transmite emoção (o que acontece na maioria das vezes).
Com a
nossa situação financeira, as pessoas acabam
ficando mais criteriosas, e buscando
mais informações sobre os jogos e lançamentos que nos acercam. Temos vários exemplos de jogos que
estão em promoção (rolaram várias durante a Black Fraude) porque estão
literalmente mofando em lojas/editoras por causa do erro grotesco que cometeram durante o marketing dos mesmos, ou até mesmo da estimativa errada.
Então a
minha sugestão fica. Se você quer um
jogo agradável de 2-5 pessoas, que tem a
duração curta/média e que tem
pouquíssimo tempo de setup, espera uma promoção e
cola no Century que é bala. O jogo vai te
entreter e vai tranquilamente pra uma mala de viagem contigo porque realmente há muito mais jogo nessa caixinha do que você imagina.
Cartas que ficam na sua mão. Você como alquimista, consegue transformar as gemas em outras de qualidade melhor.
No contraponto, temos um
jogo barato, que
entrega muito mais do que o que você pagou por ele, e como prévia, é um dos
únicos jogos desse designer que eu realmente curto (
e já tem gente me cobrando pra eu descer a lenha nele também).
The Castles of Burgundy não deixa de ser um
clássico contemporâneo.
Feld é realmente conhecido
pelos seus jogos “
salada de pontos” e esse aqui é o que eu
sempre mantenho em mente quando penso nessa premissa.
Um cara aí que eu vou falar mal num futuro próximo.
A ideia aqui é que vão se seguir
5 turnos, cada uma com
5 rodadas, totalizando
25 fases de ação. Na fase de ação você vai usar seus
dois dados, cada um deles você utiliza pra
comprar tiles,
colocar tiles no seu tabuleiro, ou fazer uma
ação genérica pra adquirir trabalhadores. Trabalhadores estes que
modificam seus dados.
O que que eu completo primeiro...?
Castles é um
jogo apertado. Por mais que estejam todos os jogadores fazendo
estratégias diferentes, e comprando
coisas diferentes, a pontuação aqui é
alta, e por várias vezes,
bem parelha. A experiência
beneficia nesse jogo (assim como a grande maioria deles), mas pela sua
simplicidade é muito
tranquilo começar a traçar estratégias e planos pra
tentar vencer.
Os conjuntos dão coisas diferentes;
tiles de cidade dão poderes quando são construídos (ex.: Hospedaria imediatamente te dá 4 trabalhadores).
Animais dão muitos pontos, mas são necessários construir vários animais iguais para maximizar a sua pontuação.
Tiles amarelos (de conhecimento), te dão poderes passivos que funcionam o resto do jogo.
Tiles de mina, te dão prata na fase de renda (que rola antes dos turnos). E
os castelos, quando são construídos te dão uma ação coringa extra no momento que são colocados na mesa (criando assim um potencial para combos).
Diferentes animais não te ajuda muito não. O negócio é spammar várias vezes o mesmo pra fazer ponto no joguinho.
Tudo isso somado a “
quem completar/ocupar todos os espaços do tipo ganham pontos extras”, acaba funcionando
muito bem. A única coisa que eu
realmente tenho pra falar desse jogo de ruim é que a arte dele peca bastante,
inclusive nessa nova edição. Tiveram a oportunidade de
fazer o jogo ficar realmente bonito nessa edição comemorativa, e jogaram pela janela.
Esse novo tabuleiro é uma zona. Tirou todo o aspecto clean da primeira edição e sujou o board inteiro.
A outra é um problema que pra
muitos tá tranquilo, mas pra mim
incomoda.
Tá ligado quando um
turno termina? Eu acho a fase de manutenção muito
comprida e chata. E não acho
intuitivo o jeito que o mercado central se abastece. Uma pessoa que nunca jogou se for fazer aquilo ali
vai apanhar um pouco.
E isso acabou me
afastando do Burgundy versão “mesa” e
acabou me fazendo curtir mais a versão do BGA e do TTS (onde eu aperto 1 botão e toda a manutenção é feita automaticamente).
Botão de script que faz manutenção automática, eu te amo.
Mas isso realmente não é um problema só desse jogo, a grande maioria dos jogos do Uwe eu sinto exatamente a mesma coisa.
Voltando para o
tema do tópico, essa caixa realmente
entrega muito mais jogo do que o que parece, e eu paguei literalmente
170 reais quando comprei minha cópia.
Resultado?
Burgundy esgotado sob qualquer circunstância. Bem difícil você achar uma
cópia lacrada hoje, usada tu acha tranquilo até. E com a subida dos preços provavelmente ele deve ter
dado uma inflacionada também.
Um dos únicos bons do careca, o resto vai ser tema pra outro texto.
Recomendo Burgundy pra qualquer jogador que curta um
eurozinho leve,
não tenha medo de jogo feio e que não ligue pra abstração do tema (
que aqui também é colado com cuspe). Roda bem em
qualquer quantidade de jogadores e a sua duração
também é tranquila (principalmente se você já estiver acostumado a fazer a fase de manutenção entre os turnos).
Seja você um jogador humilde ou desumilde, aproveite as peças/cartas no momento certo. Se tu der mole algum outro baludo da mesa vai pensar a mesma coisa que você e tu vai perder a oportunidade de fazer “aquele monte de ponto que se você tivesse mais um turno”...
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Comenta aí embaixo qual jogo é Opulento e qual também é Humilde!
#VAIBRASIL!!!!!
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#quintou