- QUASE 150 INSCRITOS, DÁ UMA MORAL AE MEU POVO E POVA -
Ainda no ritmo de
lançamentos de fim de ano no Brasil, hoje vou dar minha
opinião sobre o
Endless Winter: Paleoamericans.
Joguim legal.
Endless Winter é o novo jogo do criador do
Rurik: Dawn of Kiev (
jogo esse que merece uma análise futura, apesar de que nunca vai brotar no BR), e do
Dice Hospital. Com arte do mesmo cara do
Valeria: Card Kingdoms (
arte essa que muita gente acha linda, pra mim é só OK), o jogo tá confirmado a chegar aí pela
Calango e vamos falar aí sobre seu
jogo base.
Os componentes do jogo são bem temáticos, e as miniaturas são bem bonitas.
Endless Winter é um jogo que se passa na
era do gelo, nas
Américas. Cada jogador estará
desenvolvendo a sua tribo, enquanto c
aça variados animais da época;
expande, criando outros acampamentos e aldeias;
cria novos itens e desenvolve a cultura deles e
recruta novos personagens para otimizar a sua tribo.
Ele é uma
mistureba de mecânicas, pois ele tem
alocação de trabalhadores,
Deckbuilding,
influência/controle de área, se sobe em
trilhas num esquema
Terra Mystica da vida, tem
set collection, tem
montagem de pirâmides e na moral?
Funciona.
“Porr4 Bomba, mas DB com controle de área tem Tiranos da Umbreterna.”
Sim.
“E DB com alocação e controle de área tem Duna: Imperium que tu escreveu sobre quase agora.”
Sim.
“Então porque car4lhos eu deveria olhar pra esse jogo que faz literalmente as mesmas coisas que outros jogos que você já citou?”
Perspicaz Padawan, vai ter
gente sim que vai olhar pra esse jogo e vai ignorar ele exatamente pelos motivos acima. Eu mesmo
não curto repetir jogos com a mesma mecânica, mas o faço
desde que ele se prove
diferente o suficiente.
E na moral? Esse aqui é.
A miniatura dos líderes é um charme a parte.
Primeira diferença, esse jogo é daqueles DB
cobertores curtos que não compram muitas cartas: ele lembra mais o
As Ruínas Perdidas de Arnak e
Dominion na questão das cartas. Você não vai acabar o jogo com o
baralho muito grande, e você vai
utilizar bem pouco as cartas que você adquiriu, e as pilhas de compras de personagens são
inatas: elas se
mantém igual o jogo todo. Aqui o jogo são
4 turnos, e ao final de cada um deles, rolam
4 fases de pontuação parcial.
Tabuleiro com as ações, e o mamute fazendo o track do turno. Fique ligado nos Eclipses.
E o
grosso da pontuação tá aí na verdade. Tem que ficar
muito ligado pois isso é bem diferente dos jogos
que vemos por aí: você tem que se
planejar pra pontuar bem TODOS os turnos.
O jogo tem um
fluxo muito interessante: primeiro você usa uma
carta de cultura (
que é nada mais nada menos que uma carta que faz alguma habilidade). Depois disso, você
aloca seu trabalhador em uma das 4 ações, Recrutar, Desenvolver, Expandir ou Caçada, e faz todos os passos daquela ação.
As cartas de Cultura devem ser a primeira coisa que você faz em seu turno.
Aqui você
não blocka o amiguinho quando
escolhe uma ação, porém, o primeiro jogador a utiliza-la
ganha um bônus por isso. O jogo tem
assimetria adicionada, pois cada líder de tribo é um
trabalhador, e a maioria deles ganha algo ao ser
alocado em uma das trilhas.
O Tuskbreaker gera mais Mão-de-Obra se você utilizar ele pra fazer a ação de Caçada.
Depois que todos os trabalhadores forem alocados, rola a fase do
Eclipse, que é literalmente a fase que
rola a pontuação do turno. Você também, num esquema
Arctic Scavengers e
Duna: Imperium, deixa
separadas as cartas que você
quer revelar na fase do Eclipse, e nessa fase se determina o
primeiro jogador do próximo turno, assim como você ganha sua
renda/pontos e
bônus variados de suas cartas, tabuleiro de jogador e tabuleiro de controle de área.
Tabuleiro do jogador: Note que ele marca sua comida, ferramentas, e onde tem o símbolo de eclipse, se você liberar tu gera o que tem embaixo.
Tabuleiro com o controle de área, cada cabaninha dá 1 de influência, aldeia, num esquema Catan: O Jogo, dá 2 em cada quina que você encosta. Todos os empates geram pra todos os empatados.
Eu citei que o jogo tem
set collection, sim,
ele tem. Na trilha de
Caçada, você captura
diversos animais daquela época, e se você não os
sacrificar, no fim do jogo você ganha pontos pelos
animais iguais que você manteve consigo.
Note que nas cartas mostram quantas delas tem no baralho, o que elas dão se você sacrificar o animal, e embaixo, se você pegar e acumular cartas iguais tu gera pts de fim de jogo.
Se você sacrificar há um
alto ganho de recursos, e também há cartas e
pedras de bônus que
interagem com o cemitério dos bichos que você sacrificou, inclusive, várias delas dão
vários pontos.
O jogo dá muita importância pra
pilha de cartas que você removeu de jogo, ela gera
muito ponto pra você no fim do jogo, assim como os
recursos que sobram ao final.
Inclusive, essas são as duas trilhas que
você pode subir. E é mais uma
decisão que você tem que tomar.
Vale mais a pena estocar recursos e pontua-los, ou brilhar com seu cemitério?
As duas trilhas, lado a lado.
Além disso ainda temos os
monolitos; no esquema
Teotihuacan: City of Gods da vida, nós
empilhamos pedras aqui pra adquirir bônus e pontos. Todas as partidas que joguei foram pra 3, e acho que é a que tem mais
profundidade estratégica.
Começa no meio, o que você tampar é teu.
Sem dúvidas o que eu mais gostei nele é que eu
achei ele muito aberto; dá pra se ganhar com
X estratégias diferentes, e mistura delas
também. Achei ele muito
balanceado.
A duração dele é ótima, ele é muito bonito, ele roda muito bem, sua iconografia é top, o manual é claro, e na moral, a única coisa que eu tenho pra falar de mal dele é o timing.
Eu não acho, mas eu consigo ver sim
várias pessoas achando esse jogo muito parecido com vários dos jogos que eu citei até aqui. Mas mesmo sem compra-lo, eu te encorajo a
pelo menos jogar, porque ele é muito
agradável e se tu curte qualquer um desses jogos que citei,
tu vai curtir com certeza.
Cartas que você pode recrutar e adicionar no baralho. Note que elas tem efeitos para as ações, assim como pra fase de Eclipse.
O segundo jogo que eu quero citar aqui é um jogo que eu vejo
pouquíssima gente falando aqui, mas ele é importantíssimo pro
Hobby no Brasil por ser um dos jogos que disseminou o hobby e está em sua
segunda edição por aqui.
Citadels (2ª Edição) é um jogo que jogam de
2 a 8 pessoas, e o seu objetivo é literalmente criar uma...
Cidadela.
Vários dos distritos que podem ser construídos.
E ele roda muito
simples: Começando por quem tem a coroa cada pessoa escolherá uma carta de
personagem (vai rodando na mão de cada jogador), depois que isso rolar,
o cara com a coroa vai chamar pelos números pra cada um fazer a sua ação.
Na moral mesmo, eu teria um quadro com essa igreja na minha parede fácil fácil.
Ele vai chamar do
1 até o 8, se o personagem
1 foi escolhido, ele revela a sua
carta, e faz a sua
ação:
que é comprar 2 moedas ou comprar 2 cartas e descartar 1.
Depois disso ele diz se constrói um distrito ou não, e
chama o 2. E vai indo assim até a
resolução do turno.
A questão aqui é que eu falando desse jeito não diz e nem mostra a profundidade do jogo. Cada personagem tem uma
habilidade, que pode ser da
mais fdp ou da mais roubada possível, e há de se marcar e ter um
blefe rolando pois senão o jogo desanda muito rápido.
Alquimista na primeira e segunda edição: revamp na arte e carta tamanho tarô.
Nessa segunda edição, o
Bruno Faidutti foi um cara
muito feliz. Agora existem
3 cartas de personagem para cada número (exemplo: Nº 2 agora tem
Chantagista, Espião e Ladrão); Agora existe lembrete de cada carta que está em jogo em
forma de marcadores, assim quem nunca jogou é só ir chamando pela ordem
lendo o que tá na mesa; A arte do jogo é
absolutamente espetacular, e essa aqui é um jogo
obrigatório na coleção de qualquer um.
Como no exemplo citado acima, você customiza o jogo escolhendo um personagem pra cada número.
O que essa caixinha pequena traz de treta, diversão e polidez não tá no gibi. Pra mim, ele roda perfeitamente bem de 3 a 6 pessoas, se por acaso vai rolar algum tipo de festividade, ou se eu preciso viajar, ele é o primeiro a ir pra mala.
Marcadores dos personagens escolhidos ajuda muito a lembrar o nome de geral.
O design desse jogo é simplesmente uma obra-prima de simplicidade e interação. Como já disseram um dia, “menos é mais”.
Mais uma comparação de arte, agora de dois distritos: O negócio agora é outro nível.
Esteja você num frio danado na era do gelo ou em uma discussão acalorada sobre quem matou o rei, o importante aqui são as cartas: fique de olho em qual é o padrão do jogador, pois se o caldo desandar você não vai ter ninguém além de si mesmo pra se culpar.
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