Análise de um jogo pouco conhecido, (quase) recém-lançado aqui no Brasil através de financiamento coletivo e com uma proposta um tanto peculiar. Com vocês...
(Análise) Paperback
Título: Paperback (2014)
Designer: Tim Fowers
Arte: Ryan Goldsberry
Editora nacional: Craftando Jogos
Nº de jogadores: 2 a 5
Um jogo de construção de baralho peculiar, no qual as cartas não possuem heróis, criaturas místicas ou locais, mas apenas letras! Em Paperback, os jogadores irão construir seu baralho para conseguir em seu turno criar palavras, comprar mais letras, cartas de pontos de vitória e se tornar um renomado escritor!
Resumo de Como o Jogo Funciona
Em Paperback jogadores irão alternar turnos até que algum dos gatilhos de final de jogo ocorram (que são uma determinada quantidade de pilhas de cartas de pontuação acabar ou uma pilha de cartas específicas ter sua última carta conquistada). No turno do jogador, ele irá comprar 5 (cinco) cartas de seu baralho pessoal, que giram em torno de ser uma letra, ter duas letras ou ser um coringa (que pode, obviamente, ser qualquer letra, consoante ou vogal) e utiliza-las da melhor forma possível para tentar construir alguma palavra que exista no idioma português. Ao formar a palavra, as cartas utilizadas na mesma geram um determinado valor, que é usado para adquirir novas cartas de letras ou cartas que geram pontuação. Adicionalmente, algumas das cartas possuem algum efeito, seja positivo para o jogador (como comprar mais cartas para compor a mão na rodada seguinte) ou até negativa para adversários (como diminuir as cartas que eles comprem para compor sua mão em rodada futura). Quando algum dos gatilhos de final de jogo for ativado, todos jogadores contabilizam seus pontos e vence aquele cuja soma for maior. Além do modo básico, existem algumas variantes, como regras avançadas ou mesmo um modo cooperativo que funciona para 2 (dois) jogadores.
Mecânicas Principais: Construção de baralho.
Critérios
Um Aviso: Meu papel aqui não é e nunca foi (e trabalho para que nunca seja) massagear ego de designer nenhum e muito menos de editoras. Sou um consumidor como outro qualquer, como você, colega leitor. Tudo que relato é com sinceridade e se, dentre tantos textos de análise e comentários, falo bem ou falo mal, não é para levantar ou derrubar a peteca de ninguém. No final das contas o que vale é a diversão que o jogo proporcionou e nada mais, sem fazer ligações diretos com alguma pessoa ou empresa. Todos nós estaremos no mesmo lugar ao final do arco-íris. Dito isso... Não posso deixar de admitir uma coisa: o texto da análise de hoje vai começar com um gostinho amargo. Os primeiros tópicos não terão muitos elogios, em parte culpa da produção nacional, outra parte dos limites impostos de manter algumas escolhas já meio ruins provenientes da edição internacional que o pessoal daqui foi obrigado a obedecer, contudo, o jogo é divertido, tem uma proposta diferente e que me agradou bastante. Logo, não estranhe se no começo da análise parecer que estou falando mal, pois estou mesmo, porém que sejam justos ao ler, como tentei ser ao escrever. Na minha intrometida opinião, devemos perceber que um jogo é mais do que escolhas duvidosas de qualidade de componentes e no design gráfico (Feld & equipe que o digam!). Em um jogo, é o conjunto da obra que fala mais alto (pelo menos, para mim, salvo a coisa seja muito esculhambada mesmo, o que não é o caso aqui), além disso, o jogo é legal e eu indico! Caso contrário, nem teria me dado ao trabalho e gasto energia escrevendo esse textão de 3600 palavras.

(Todos componentes)
Ø Qualidade dos Componentes
PRÓS: A carta é lisa, de uma gramatura mediana, porém a qualidade geral é boa.
CONTRAS: Uma coisa que não costumo muito fazer, mas achei aqui importante, é um comparativo entre edições estrangeiras com a nacional. Como Paperback é um jogo com uns bons anos lá fora, é de se imaginar que o padrão de qualidade acompanhasse aqui como é no exterior, até mesmo mediante a várias imposições (segundo a equipe do financiamento) que foram feitas. Com o auxílio de Rodrigo Lopes,
anok, que possui o jogo da edição importada, foi possível perceber várias diferenças na qualidade do material e até mesmo escolhas gráficas, como apresentarei a seguir: a qualidade de impressão é bem fraquinha, tanto da caixa como das cartas, inclusive com cartas com tons diferentes (como o ‘ç’, que existe apenas na versão brasileira), por sorte, os fundos das cartas não notei diferenças, então não atrapalham a jogabilidade; Os cubinhos que o manual dizem ser de madeira são de plástico (não que me importe, eu mesmo prefiro plástico pela durabilidade, porém se está escrito uma coisa, que seja válido o que está escrito!); A caixa é um tanto frágil e molenga; A ideia da caixa não fechar totalmente, ficando com a tampa levemente levantada para ficar o nome do designer e do ilustrador a mostra foi uma péssima escolha, pois as imagens nas laterais menores ficam desencontradas, além de isso fazer com que o que mantenha a tampa no lugar ‘correto’ sejam as partes de cima dos separadores das cartas, fazendo com que recebam um peso extra e desnecessário caso coloque qualquer coisa em cima da caixa, obrigando o dono de Paperback a não deixa-lo abaixo de outros jogos, empilhado – e o pior disso é que na versão internacional, apesar de ter este mesmo problema, existe uma espécie de ‘limitador interno’, que evita justamente que o peso repouse sobre as cartas e separadores, o que não acontece na versão nacional; O manual é um conjunto quase sem espaçamentos de blocos e blocos de texto e quase sem ilustrações, o que deixa a leitura cansativa e dificulta a busca rápida à dúvidas (aqui, porém, foi seguido o padrão internacional então
it’s a international problem que vacilaram em não deixarem consertar!). Em geral, a versão internacional tem a qualidade dos componentes melhores em todos componentes do jogo, da qualidade de impressão e papel à qualidade da caixa. Outra coisa que aconteceu (e comigo inclusive) é que algumas pessoas (apesar de poucas, não sei exatamente quantas) receberam cópias com cartas faltando, uma carta ou outra, mas que foram repostas depois, logo, vemos que teve errinho até na separação e conferência.
(Comparativo das edições)
(As tonalidades nas cartas. O 'ç' ficou bem evidente que algo de errado aconteceu)
Ø Tempo de Preparação de Partida
Médio. Considerando um jogo de tabuleiro, a preparação é bem rápida, porém comparando Paperback com outros jogos apenas com cartas, com outros jogos de construção de baralho (deckbuildings), ele é mais demorado que o convencional. O jogo já vem com separadores que facilitam ao armazenar e colocar na mesa, porém são 9 (nove) baralhos diferentes para pegar, embaralhar e colocar no local adequado na mesa, fora outros pequenos passos de preparação, a depender das regras opcionais que os jogadores decidam adotar para a partida. Não que esse tempo seja algo bom ou ruim, mas é uma característica do jogo, então merece ser mencionada.
(Componentes em detalhe)
Ø Arte
PRÓS: É minimalista, e eu particularmente acho que faz sentido com a proposta temática do jogo, onde ilustração mesmo existe apenas nas cartas de pontuação, e são todas bem legais, com diferentes temas e inspirações, sempre deixando um ar de ‘livro clichê de romance de banca de jornal’, porém encarem isso como um elogio, até pelo título do jogo remeter a este tipo de produto.
CONTRAS: A paleta de cores é bem ruim! Vemos o impacto dos tons fracos e sem vida na caixa, que imita na tampa lombadas de livros, mas ao colocar o jogo lado a lado com outros na estante vemos como Paperback é ‘apagado’, com um ar esfumaçado e sem graça, inclusive achei um vacilo não terem aproveitado a própria lombada do livro desenhado na tampa para que nela estivesse escrito o nome do jogo, do designer e coisas assim. Simplesmente são lombadas vazias, em branco. Tentam emular uma coisa e acaba parecendo que só emulou uma emulação, zero inspiração e bom uso do espaço; As cores escolhidas também não ajudam nas cartas, que muitas contém um efeito sombreado escuro exagerado perto das bordas, que inclusive atrapalham um pouco na leitura de algumas descrições; Como dito anteriormente, as laterais menores da caixa não levam em consideração a altura que a caixa fica quando fechada, e para piorar esse efeito visual, a imagem usada na parte de baixo é diferente da parte de cima. Eu quando notei isso fiquei abismado como não pensaram (seja lá de quem for a culpa, gringa certamente) em algo tão simples! Bastava ser a mesma imagem e levemente deslocada que o efeito teria funcionado; Por fim, o manual tem uma diagramação pobre e uma escolha de cores ruim (preto no bege), o que não ajuda na leitura, como havia dito anteriormente.

(A ‘lombada dos livros’ em comparação com outros jogos. Cor sem vida e sem nada escrito)
Ø Curva de Aprendizagem
Média. As regras do jogo são fáceis de assimilar, mesmo utilizando todas regras opcionais. O que torna o jogo mais complicado é que, pode não parecer, mas criar qualquer coisa (palavras no caso) sob pressão é um tanto difícil (quem já jogou Pablo deve entender isso). É meio comum cair num ciclo onde a mesma palavra, ou derivações próximas, ficam sendo repetidas, o que não é em si demérito do jogo, apenas uma característica que demonstra como a prática é necessária. Jogar contra uma pessoa com um vocabulário extenso pode ser um belo confronto e aqui, o jogo até brilha, pois ultrapassa apenas a barreira da diversão e adentra em um universo educacional e lúdico (eu inclusive vi situações que amigos e conhecidos professores gamaram no jogo por este motivo. Quem tinha Scrabble como fonte de alegria, com Paperback ganhou mais uma forte opção!).
Ø Presença de Tema
Bem Baixa. Não entendam errado: O tema do jogo é legal. Eu amo escrever, seria impossível dizer o contrário. O tema, inclusive, é talvez mecanicamente implementado da melhor e mais prática forma possível, porém algumas coisas teriam ajudado na imersão temática, mesmo sabendo que uma abstração é sempre necessária. Posso pontuar os dois seguintes pontos como os que mais me deixaram com uma interrogação na mente e me incomodaram:
- A primeira coisa que me incomodou foi o fato das cartas de pontuação (chamadas de Cartas de Fama) representarem livros que, dentro do tema, a autora Paige Turner (piadoca com ‘page’ e ‘turner’ ou ‘viradora de páginas’ em português), logo isso nos explicita que não somos nós os autores propriamente, mas que todos os jogadores encarnam o papel de Paige Turner, ou então todos nós somos escritores-fantasmas ou mesmo compartilhamos um mesmo pseudônimo (existem teorias que dizem que Shakespeare, por exemplo, não era outra coisa senão um pseudônimo de um grupo de escritores). Isso não fica claro, principalmente pelo manual descrever “Aqui você é um escritor tentando publicar livros de romance para obter fama” e MAIS NADA. No final, as imagens dizem uma coisa, o manual diz outra e nós, jogadores, ficamos sem entender coisa nenhuma. Pelo tema (e riqueza possível de trazer), seria bem legal ter um livreto extra ou mesmo páginas a mais no manual abordando melhor o tema e a escrita;
- A segunda coisa é que, após passar dessa dúvida de ‘Quem Sou Eu?’, cada carta de pontuação (lembre-se: Fama) com valores iguais possui duas artes diferentes apenas, porém uma quantidade maior de cartas (que entram em jogo de acordo com a quantidade de jogadores), logo, em uma partida diferentes jogadores (ou até o mesmo) irão ter uma ou mais cartas iguais. Ué... o que isso quer dizer? Que eles escreveram o mesmo livro? Mais de uma vez? Enfim, sentido? Não achei.

(Manual do jogo. Blocos e blocos de texto sem pausa!)
Ø Rejogabilidade
Alta. O que muda entre uma partida e outra é a dedicação e inspiração dos jogadores, mas mecanicamente é tudo mais ou menos parecido, porém, apesar da estrutura geral ser parecida, o jogo conta com diversas regras opcionais que mudam um pouco o jogo (inclusive uma modalidade cooperativa para dois jogadores). Aliado a isso, por serem sempre várias cartas a disposição do jogador no momento da compra, dificilmente as letras acompanhem sequencias iguais entre partidas, fazendo com que as palavras não se repitam muito entre as partidas (por mais que seja normal ver palavras iguais em uma mesma partida).
Notem que deste critério para frente, será basicamente apenas elogios! Tudo que foi dito de negativo antes, em relação a produção e arte, é de alguma forma compensado daqui para frente, pois se me perguntarem: “Raphael, mas o jogo é bom?”, eu responderei:
(“É BOM!”)
Ø Interação
Alta. O jogo pode ser jogado de forma mais isolada, com cada um cuidando de sua palavra e a interação vai rolar apenas na compra de cartas e no gatilho de final de jogo (que envolve comprar cartas de Fama) ou pode ser jogado com a galera conversando entre si, inclusive ganhando cubinhos como recompensa por palavras sugeridas ou ainda de forma cooperativa em dois jogadores (o que eu curti bastante). Essas características sozinhas já deixam uma interação mediana, o que acaba por elevando o critério é o fato de que a mão do jogador precisa, sempre que possível, gerar um combo entre a maioria das cartas de sua mão no turno, logo alguém comprar na sua frente aquele único ‘R’ ou ‘C’ disponível irá impactar bastante suas opções futuras. Isso, inclusive, justifica mecanicamente o motivo de terem tantas opções de compra no mercado (considerando jogos de construção de baralhos em geral, é mais que o dobro!).

(Mesa durante uma partida)
Ø Fator Sorte
Relevância na partida: Média. Diferente de outros jogos de construção de baralho que obter cartas melhores, sozinhas, já entrega ao jogador efeitos positivos quando a carta aparece na mão, independentemente de outras cartas que a compõe, em Paperback, o conjunto de cartas que compõe a mão da rodada é essencialmente imprescindível para que a mão funcione. Em Paperback é como se você sempre estivesse em busca de um ‘combão’ entre todas as cartas (afinal, quanto mais cartas usar na palavra, mais $ ganha). Não que um jogador tenha fatidicamente um turno ruim com uma mão ruim, não é isso, afinal o limite das palavras é o próprio conhecimento pessoal da pessoa, então se ela for um dicionário ambulante, provavelmente vai se dar bem no jogo, contudo, não é incomum pegar uma mão que pela ausência de uma ou outra carta (letra, no caso) que o jogador tem no seu rol de cartas, mas não apareceu dessa vez, fruste seu turno. Faz parte da estratégia, por exemplo, saber quais cartas pegar e em qual quantia (a letra S, por exemplo, é uma boa, porém ter 5 delas no baralho não é uma das melhores ideias), mas mesmo pensando na estratégia, aparecer aqueles três ‘S’ que o jogador sabe que tem de uma só vez, em uma única mão, fazendo o jogador inutilizar algum neste turno atual e, ainda, ter conhecimento que irá ter algumas rodadas consecutivas sem nenhum ‘S’ (até que o descarte seja reembaralhado), pode ser um tanto punitivo. Existem regras opcionais que ajudam nisso (e em outras coisas), porém nenhuma (oficial, pelo menos) foca em segurar cartas ou coisa do tipo, mitigando essa sorte da compra, salvo efeitos presentes em algumas cartas (e são relativamente poucos em meio ao conjunto total de cartas).
Ø Fator Estratégia
Relevância na partida: Alta. Se por “estratégia” entendemos a energia psíquica que o jogador precisa investir para alcançar seu objetivo, então temos em Paperback uma relevância gigante no que tange este critério! É preciso que o jogador decida com sabedoria quais cartas vai comprar, sempre pensando nas outras que possui em seu baralho, ainda mais pelo motivo de que cartas de letras não dão pontos no final da partida, sendo apenas o meio para conseguir dinheiro ou efeitos que o ajudem a adquirir as cartas de Fama (essas que dão pontos no final). Dessa forma, comprar uma letra ‘x’ pode parecer um mal negócio, pois não tem muitas palavras com ‘x’ por aí, porém o efeito é bom, então talvez valha o risco, contudo uma segunda carta de ‘x’? Talvez não... um ‘z’ ou ‘ç’ nesse baralho que já possui um ‘x’, três ‘s’ e quase nenhuma vogal é bom? Depende de como o jogador está montando sua estratégia e também do tamanho do conhecimento léxico do jogador. Conhecer muitas palavras é necessário? Não, mas ajuda. O bom é que não ajuda apenas o jogador, mas pode ajudar um adversário! Existem diferentes regras opcionais, sendo uma delas uma que retribui um jogador ao auxiliar um outro ‘travado’. Aliás, ‘travar’ é algo relativamente comum em Paperback. Nas minhas experiências, vi diversas vezes um jogador olhando para suas cartas, em seu turno, e ficar lá pensando, repensando, colocando carta na mesa, trocando carta de lugar, mexe daqui e remexe dali, tudo na esperança desse movimento todo cutucar o cérebro em um cantinho específico para que ele lembre de uma palavra que se encaixa naquelas letras. Ele não sabe qual é, mas tem certeza que existe. Só cutucar bem o consciente que o inconsciente sobe à tona. Isso, para mim, quando é comigo, é um exercício muito divertido, contudo, para mesa, pode ser bem chato, principalmente se a galera não tem intimidade ainda para dar uma acelerada ou coisa assim, logo fica claro que Paperback sofre (como muitos jogos de conhecimentos gerais) de um certo dowtime (o tempo de espera entre os turnos do jogador) e AP (analisys paralisys – o tempo que a pessoinha fica pensando no que vai fazer), então recomendo fortemente que: a. jogue com variante que os jogadores possam ajudar a montar palavras de adversários e/ou b. jogue com um timer e/ou c. jogue, preferencialmente, com uma quantidade menor de jogadores (até pelo fato do jogo em si ser longo!). Por mim, reforço, apesar de todas críticas ao jogo até agora, se você gosta de jogos de palavras, talvez achará em Paperback uma das melhores opções no mercado nacional.

(Caixa por dentro. Comporta sleeves. Faltou uma espuminha para que as cartas não escorreguem!)
Ø Preço e Valor Percebido
Bom. Eu sei que critiquei bastante a produção, mas reforço que a maior parte do que não gostei, segundo a galera que produziu, é algo principalmente inerente da arte, temática e escolhas gráficas do jogo original, em inglês, que não foi possível mudar na versão BR (agradeço a Fabian Balbinot e Pablo Powrosnek, galera envolvida com a produção nacional, por me responder questões que ajudaram a entender todo o processo), contudo, realmente poderiam ter utilizados materiais mais resistentes (principalmente a caixa) e uma impressão um pouco mais limpa (parece até que a resolução da imagem na gringa é melhor). O jogo, porém, está na faixa de R$150 (cento e cinquenta reais) lacrado, o que pela quantidade de cartas e o estado bizarro dos preços de hoje em dia, considero um bom valor. Vale a pena, contanto que as pessoas fiquem alertas ao nível de qualidade que irão receber (até pelo fato de achar por ai ainda no valor que rolou o financiamento coletivo).
Ø BÔNUS: Algumas dúvidas corriqueiras:
- Dá para jogar com crianças? É possível, porém, pode ser beeem frustrante para as crianças. Acho que a melhor forma é jogar o modo cooperativo, mesmo que o adulto fique de fora, dependendo de quantas crianças irão jogar, ou façam alguma adaptação conveniente para sua experiência.
- Funciona bem em qualquer número de jogadores? Funciona, porém devido ao AP e downtime, não recomendo jogar em mais de 4 (quatro) pessoas. Sinceramente, não me vejo jogando Paperback em 5 (cinco), até mesmo pela duração longa da partida. Em 2 (dois) jogadores, contudo, achei que fluiu maravilhosamente bem, até mesmo pelo fato de nessa contagem existir além do modo competitivo, a opção de um modo cooperativo.
Opinião Pessoal
“Sou fã da mecânica de construção de baralho e de temas que envolvem arte no geral, então foi uma certeza de aquisição ao ver a primeira propagando de financiamento do jogo (assumo: sem nem o conhecer). Não me decepcionei. Apesar da qualidade dos componentes que poderia ser um pouco melhor (principalmente da caixa – que no financiamento vendiam até um insert em mdf para reforça-la), adorei o jogo, tendo se adaptado muito bem em minha mesa e, como eu jogo bastante em dois jogadores, a opção entre cooperativo e competitivo foi uma sacada que trouxe ainda mais chances do jogo ver mesa.” (Raphael Gurian)
“Paperback é um jogo divertido e simples, que estimula a memória dos jogadores, que deverão montar palavras reais com as cartas na em suas mãos, a cada turno. Apesar de sua caixa não possuir uma montagem de muita qualidade e a impressão possuir diferença de cor em cartas de alguns dos conjuntos, o jogo e sua mecânica compensam totalmente. De partidas rápidas e difícil de enjoar, para aqueles que gostam de jogos como palavras cruzadas, caça-palavras ou scrabble, o Paperback será um ótimo entretenimento.” (Heloisa Fernandes).
Um texto de
Raphael Gurian
A ideia deste formato de análise não é explicar um jogo, para isso existem muitos outros textos, vídeos e etc. A finalidade do texto é fazer uma análise crítica acerca de critérios que acho importante e que muitas vezes acabam não sendo explorados em análises de uma forma mais detalhada. Os jogos analisados não seguem qualquer critério comercial, incentivo ou pagamento, sendo escolhidos com base em fontes de vozes da minha cabeça, aliado ao fato de ter já jogado o jogo em questão muitas vezes, a ponto de me sentir confortável em opinar sobre o mesmo.
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