jevver2::Estava pensando aqui e tive uma ideia que sinto que pode ser fulminante, avaliem e passem adiante se for boa:
O consumidor tem o direito de devolver um produto com defeito de má tradução (entre outros defeitos) e ter reembolso integral do dinheiro, incluindo o frete da compra e da devolução, porém, como visto, a maioria das pessoas não devolve pois gostam do jogo que compraram e isso pesa mais na hora de devolver ou não, optando por ficar com o jogo do jeito que está... PORÉM, se as pessoas que não gostam de um jogo (ou até as que gostem do jogo se animem com esta ideia) se reunissem em 20, 30, 50 pessoas e combinassem comprar um jogo conhecidamente com problema de tradução, abrissem a caixa, destacassem todos os tokens, tirassem o plástico que envolve todas as cartas, e "só então percebessem o defeito" (já sabido) e todas essas 20, 30, 100 pessoas devolvessem em massa o jogo agora "usado"... Imagine se muitas pessoas aderem à ideia, imagine 300 pessoas devolvendo um jogo defeituoso, imagine 500 devoluções...
Imagine o prejuízo da editora... Imagine o desespero... Lacra agora... Lacra de volta esses 500 jogos, quero ver! kkkkk E ouse fazer uma tradução/revisão porca da próxima vez para ver se não acontece de volta...
Eu sou parceiro em participar disso, só não sou bom em juntar pessoas e não estou com tempo no momento. Quem achou boa a ideia e tiver algum tempo, pode tocar a ideia adiante... facilitem a ação, disponibilizando uma lista de instruções para todos os participantes de como pedir devolução e reembolso, deixando bem fácil para participarem, informando o prazo que devem fazer isso (do recebimento do produto, com posterior unboxing completo, até o contato para pedir devolução e reembolso), os documentos que precisam guardar para comprovar a data de compra, etc... Na prática, é bem fácil, só saber o que tem que fazer.
Caro Jevver2
A idéia é boa, mas sem quere ser o “espírito de porco” ou o “estraga prazeres”, eu tenho sérias dúvidas se isso funcionaria, aqui no Brasil.
Nós não conseguimos que as pessoas se dessem ao trabalho de entrar no BGG e dar “nota 1”, no Nemesis, aliás, nem no BGG e nem aqui no Ludopedia. Se nem uma coisa tão simples as pessoas se predispuseram a fazer, imagina se elas vão gastar dinheiro, para tentar fazer a Galápagos tomar jeito, mesmo reavendo esse dinheiro depois. Eu acho mais fácil convencer as pessoas a não comprarem os jogos errados, do que conseguir convencê-las a tomar uma atitude pró-ativa. Infelizmente por mais árduo que seja eu ainda acredito que o caminho da conscientização ainda é a alternativa mais viável, para mudar o cenário do mercado nacional de board games, muito embora eu reconheça que isso está bem difícil.
Já consigo até ver o pessoal da passada de pano dizendo o seguinte: “vocês reclamam que os jogos estão caros, mas todo mundo tem dinheiro para gastar fazendo pirraça contra a Galápagos”, “Isso é coisa de haters, não caiam nessa”, “esses caras são uns burguezinhos mimimizentos”, e outras coisas do tipo.
Além disso, a Galápagos não joga para perder, e se 100 pessoas adotassem essa estratégia, ela simplesmente iria dizer que o jogo não tem problema algum, ou o mais provável ainda, ela simplesmente não diria nada, e ignoraria solenemente os e-mails, e os telefonemas sobre esse assunto. Como resultado disso, para receber seu dinheiro de volta, todas as 100 pessoas teriam de ingressar com ações nos Juizados Especiais. Não custa nada, e nem precisa de advogado, mas isso dá um pouco de trabalho. Por isso, se dessas 100 pessoas, apenas 10 realmente movessem a ação, eu acredito que já seria muito, e nesse caso a Galápagos ficaria super satisfeita, porque no final ela teria vendido 90 cópias, e devolvido o dinheiro de apenas 10.
Isso sem falar que eu acho que a Galápagos nem correria esse risco, porque na hora que as 100 pessoas começassem a comprar o jogo no site da editora, quando chegassem a 10 cópias vendidas, a venda do jogo seria bloqueada, por falta de estoque. E porque a empresa faria isso? Porque desse modo, os outros 90 compradores teriam de comprar o jogo, nas lojas especializadas, e certamente ninguém vai querer prejudicar o lojista, que não tem nada a ver com a produção cagada que a Galápagos fez. Mesmo que as pessoas comprassem o jogo no lojista, mas movessem a ação judicial, apenas contra a Galápagos, ela certamente arrumaria um jeito de envolver, mesmo que indiretamente o lojista no problema, nem que fosse para arcar com parte do prejuízo, afinal o jogo teria sido comprado na loja e não no site. Sabendo disso, muita gente deixaria de mover a ação, para não prejudicar o lojista.
Claro que é possível argumentar, que o lojista pode se recusar a dividir o prejuízo de um erro que ele não cometeu, mas aí a Galápagos, simplesmente para de atender aos pedidos da loja, ou demora mais de dois meses para entregar um jogo ao lojista, que só vai começar a vender o jogo, depois que toda a concorrência tiver vendido. Dá para imaginar as chances de sobrevivência de uma loja de board games, que da noite para o dia, fosse impedida, ou tivesse muita dificuldade em receber os jogos da Galápagos.
Como a Galápagos detém uma fatia totalmente desproporcional do mercado brasileiro de board games (maior do que todas as outras editoras reunidas), ela pode se dar ao luxo de fazer esse tipo de covardia, com a certeza de sair impune. Esse é o custo de ter uma única empresa praticamente monopolizando o mercado.
Basta ver o caso do Nemesis, que a Galápagos passou meses sem tocar no assunto dos erros, fingindo que não havia nada de errado, muito embora diversas pessoas entrassem em contato com a empresa, e tenham surgido vários tópicos falando desses erros aqui na Ludopedia. Eu mesmo tenho uns três ou quatro falando sobre isso. De repente, do nada, a empresa muda de postura, resolve reconhecer os problemas e diz que vai corrigir os erros. Está mais do que na cara, que isso só aconteceu por intervenção da Awaken Realms, que deve ter dado um ultimato para a Galápagos, no sentido de que ou ela resolveria o problema do Nemesis, ou daria adeus aos outros jogos do seu catálogo internacional. Basta dizer que o Tainted Grail não veio pela Galápagos, mas sim pela Meeple BR.
Se dependesse apenas da Galápagos ela não falaria nunca mais no Nemesis, que foi exatamente o que ela fez com o “Masmorra do Mago Louco”. Agora, deixa a Hasbro a dona da Wizard of The Coast e da Wizkids, olhar feio para a Galápagos para ver se ela rapidinho não resolve “descobrir” que houve um erro no “Masmorra do Mago Louco”, e que é um absurdo um jogo vir com uma carta escrito “Guereira”, e que ela resolveu por “ela mesma” fazer a reposição.
Como eu disse antes, a Galápagos não joga para perder, e se ela continua a ser tão desleixada com o controle de qualidade, e o processo de revisão de seus produtos, é porque ela sabe que os seus consumidores não moverão um dedo sequer, para tomar alguma atitude mais severa, mais enérgica e mais eficiente, em relação aos erros grosseiros dos jogos da editora. Pelo menos não ainda.
Um forte abraço e boas jogatinas.
Iuri Buscácio