grogvar::
Mas é aí que entra a diferença entre o seu modo de pensar e o meu. Abandonando a analogia por um tempo. Um erro em umas 3 cartas não é o suficiente pra achar que não devo comprar um jogo. O peso de um erro pra você está sendo muito maior que pra mim. Pra mim é simplesmente um inconveniente. Pra você está sendo um crime absurdo sem tamanho.
Voltando na analogia, pra vc o restaurante serve peixe podre, mas pra mim é só um arroz um pouco mais duro do que eu gostaria.
Caro Grogvar
Entendi o seu modo de pensar, e com certeza, o mesmo erro pode ter pesos diferentes para diferentes pessoas. Algumas pessoas podem achar um absurdo, pagar R$ 400,00 em um jogo e ainda ter de consertar os erros cometidos pela empresa. Outras pessoas podem achar perfeitamente normal, e que não tem nada de mais, pegar as cartas que vieram erradas em um board game, tacar um adesivo e escrever por cima.
Eu posso parecer exagerado para você, mas o que eu defendo é baseado em um princípio de uma simplicidade franciscana, ou seja, que as pessoas paguem o preço de um jogo e recebam esse jogo correto. Só isso.
Tem outro aspecto, que eu gostaria de ponderar contigo. Quando alguém comete uma infração pequena, e não acontece nada, isso é um incentivo para que da próxima vez, esse alguém cometa uma infração ainda maior. Se ainda assim, com uma infração menos leve, continuar a não acontecer nada com esse alguém, ele continuará praticando infrações até chegar a uma infração realmente grave. Se, na época da primeira infração, que foi algo leve e facilmente contornável, esse alguém tivesse sido repreendido, muito provavelmente ele jamais chegaria a cometer uma infração grave.
Quando a comunidade boardgamer releva um jogo produzido com algumas cartas erradas, porque isso, conforme o seu raciocínio é um erro menor, que nem vale a pena esquentar a cabeça, o recado que a Galápagos recebe do seu público consumidor, é que não tem problema o jogo ser lançado com erros. Porém, como o peso de um erro é subjetivo, e o limite do aceitável varia, então no próximo lançamento, a Galápagos pode errar, por exemplo, em metade das cartas e inclusive no tabuleiro, e alegar que não há nada de errado com o jogo, porque no entendimento da editora todos esses erros não têm tanto peso assim, e estão dentro do limite do aceitável.
Isso já aconteceu, e se os "pequenos erros" de alguns board games continuarem a ser tolerados, como são, muito provavelmente acontecerá de novo.
Um forte abraço e boas jogatinas.
Iuri Buscácio
P.S. Quando uma pessoa aceita erros pequenos em um produto, fica bem mais difícil dizer que não aceita erros grandes em outro produto, da mesma empresa, porque o que é um erro grande para um (comprador), pode ser um erro pequeno para o outro (editora).