Olá pessoal!! O atual estado de pandemia tem feito com que praticamente todos os setores da sociedade se reinventem, e para os board gamers não foi diferente. Com a quarentena, os dias de jogatina e reunião em grupo se foram para muitos de nós, e foi então que alguns, até o momento resistentes, tiveram que se divertir com as plataformas eletrônicas como Tabletopia e BGA.
Apesar da maioria das minhas jogatinas ser a dois (minha esposa e eu), o clima de reclusão acabou me fazendo ter uma frequência no BGA, situação que até então eu rejeitava (“O bacana é a interação”, “Se for pra jogar online eu jogo vídeo game” eram falas comuns). Ali eu decidi que iria conhecer jogos novos, de preferência jogos rápidos, e um belo dia resolvi tentar um jogo estranho chamado Lost Cities, e meus amigos... QUE BAITA SURPRESA!!!
O que me agrada no jogo?
A simplicidade do jogo é o que me chamou atenção no primeiro momento: Joguinho para duas pessoas; baixa uma carta e pega outra; tenta formar a maior sequência numeral que conseguir com cartas de 2 a 10. Acredito seriamente que qualquer pessoa consegue jogar Lost Cities, pela facilidade dos movimentos. O nível estratégico que cada pessoa vai desenvolver é subjetivo, mas os movimentos são simples e de fácil entendimento.
Contudo, apesar de tamanha simplicidade, o jogo é de uma profundidade estratégica excepcional. Assim como você está tentando potencializar uma sequência de cartas de determinada cor, o seu adversário também está tentando potencializar uma outra (ao todo são cinco cores: Azul, Amarelo, Verde, Branco e Vermelho), e as cartas que ele precisam podem estar na sua mão, o que faz com que você trabalhe de forma gigantesca o seu gerenciamento de mão, tentando fazer a leitura certa de qual carta baixar, que é onde está o grande lance do jogo.
Você pode baixar uma carta no seu campo, ou baixar no tabuleiro, onde ela estará à disposição do seu adversário. Essa é a grande escolha do jogo, pois, ao baixar uma carta no seu campo você deve ter certeza de que vai conseguir potencializar aquela sequência, ou você obterá pontos negativos a partir dela. Por outro lado, você deve tentar ao máximo segurar cartas que seu adversário precisa, o que gera conflito: Desço uma carta no meu campo e perco a potencialização da minha fileira, ou deixo disponível uma carta que meu adversário precisa? Meu amigo, se você é alguém que gosta mesmo de ganhar, essa escolha pode te fazer “queimar a mufa” legal.
(Combos sendo formados - Imagem retirada da Ludopedia)
Como todo jogo de saque de cartas, existe um pequeno percentual de sorte, pois ocorre de você precisar de cartas de determinada cor e, como os dois sacam cartas do mesmo monte, seu adversário sacar cartas que você precisa e isso é ruim, mas faz parte do jogo, pois ele precisará gerenciar quais cartas baixar e quais deixar disponíveis para você. E também, já falei em artigos anteriores que eu gosto de um fator sorte moderado nos jogos. Buscar uma carta específica e ela sair pra você é bom demais!!
Os jogadores decidem em quantas rodadas a partida irá acabar, geralmente uma ou três, e é muito comum a partida ter reviravoltas, pois enquanto um está subindo a pontuação com combos medianos, alguém que vem construindo o seu combo desde os números mais baixos pode elevar bastante o seu score e terminar a partida vencedor. Não é incomum alguém sair na frente, tomar a virada, e ainda assim virar o jogo no fim. Isso é SENSACIONAL!! O fim da partida pode até mesmo ser uma corrida contra o tempo, com um jogador sacando carta a fim de acabar a rodada e outro sacando dos montes do tabuleiro e fortalecendo seus combos.
Lost Cities é um excelente jogo para dois jogadores e caso você não conheça, recomendo fortemente experimentar e tirar suas próprias conclusões.
O que você precisa saber...
Lost Cities é um jogo do designer Reiner Knizia, autor renomado e muito conhecido de vocês. Talvez isso seja o suficiente para te convencer a dar uma chancezinha ao game.
Lost Cities é um card game, e como tal, a temática é só um pressuposto para as ilustrações das cartas. Segundo o livro de regras, os jogadores são” exploradores e devem decidir em qual expedição investir”. Na moral? Só lembrei disso agora que estou escrevendo, na hora do jogo isso nem passa pela minha mente, mas também não faz diferença na partida.
No Brasil o jogo foi lançado com o nome de Exploradores. Depois de jogar essa maravilha, procurei para comprar, mas tive uma surpresa nada bela: os menores preços do jogo novo variam entre R$120,00 e R$130,00. Sei que o “quanto vale um jogo” é subjetivo, que cada um tem os seus quesitos para avaliar se o valor pedido é justo ou é alto, mas para mim, um jogo com 60 cartas e um manual não vale R$120,00. “Ah mas vem também um tabuleiro”... Sim, mas quem já jogou sabe que é perfeitamente possível jogar sem ele. Sério, fica bonito na mesa, mas é totalmente dispensável, portanto, pelo menos para mim, eu estaria pagando R$120,00 em cartas e um manual de 4 páginas. Portanto, aguardarei a oportunidade de pegar um usado mais em conta e conservado.
E então, consegui te convencer a dar uma chance ao jogo? Você que já jogou concorda ou discorda? Deixe seu comentário, vamos interagir!! Até a próxima...