Discordo com alguns dos pontos, mas não necessariamente em todos, vamos lá...text wall incoming...
De fato não se trata de um jogo, mas de um adventure, ou até uma experiencia, assim como varios outros que estão ai no mercado, alguns com mais componentes de jogo JOGO, outros menos, uns usam aplicativos, outros não. Nesse balaio de gato entram Time Stories, Detective a Modern Day crime , 7th Continent, Sherlock Holmes: Consulting Detective e de certa forma até Mansions of Madness. Levei um tempo para aceitar isso...esses jogos se desviam do olhar usual que temos para os board games, abraçar essa diferença ajuda a aceitar a linguagem desses jogos, e do fato de que eles vão sim custar caro e não oferecer rejogabilidade como jogos tradicionais. Eles vão necessitar de expansões caso você tenha curtido o game e acaba rolando quase um contrato entre vc e a publisher " enquanto meu grupo ainda curtir isso aqui vou jogar grana no colo de vocês". No caso de alguns como 7th continent ele compensa isso te dando muitas e muitas horas no jogo base. Ter isso claro na cabeça me ajudou a curtir esses jogos pelo que eles são e muitos deles me deram experiências incriveis com meus amigos que não encontraria em outros jogos.
Portanto eles são um pouco jogos com "dlcs" sim, mas não vejo isso como algo ruim, expecialmente quando isso é feito de forma digital, expandir os jogos sem necessidade de material fisico é uma das vantagens que a plataforma digital possui e deve ser explorada. Mas claro que já exceções, eu adoraria que a Fantasy FLight tivesse me dado muitas expansões para Mansions of Madness por via de dlcs e realmente se aproveitado da plataforma que criou para suportar o game e que pudesse me ajudar a aproveitar o monte de lixo que ela me fez acumular investindo no jogo. Acho a quantidade de coisas com pouca utilidade em MOM um problema muito mais sério que Dlcs, ainda mais quando se é cobrado o preço de jogos grandes por eles....para efeito comparativo Horrific Journeys do MOM custa em média 300 reais, o preço de digamos Teotihuacan, um grande jogo pesado, com grande rejogabilidade. Abraçar a natureza expansiva que requer Dlcs é uma coisa, mas no caso do MOM, Horrific e Streets of Arkham possuem 3 missões e um monte de tiles inuteis. que nunca mais serão usados fora das missões do Trem, dirigivel, barco, Etc, as criaturas raramente são usadas em missões diferentes, mas toda essa tralha ocupa um espaço monumental, nunca foi lançado dlcs para se aproveitar das expansões e mesmo com os custos embutidos no design e tradução a conta não fecha, um cenario dlc custa 10 reais na steam e acho que 15 ou 18 na App store, cada caixa grande vem com 3 deles, você estaria essencialmente pagando 250-270 reais em umas 5-7 miniaturas de baixa qualidade, algumas cartas e uns tiles bonitos...isso realmente enxergo como um problema. A não existência de uma plataforma de criação de cenários é outra coisa que não consigo entender e no caso do Chronicles of Crime ela traz soluções pra ambos problemas, as caixas de expansão trazem 4 fases, cartas e um ou outro componente que podem ser usados para se criar cenários criados pelos usuários, como as ferramentas disponibilizada pela Lucky Duck games. Alem disso as expansões vão possuir cenários oficiais vendidos por dlc.
Como as tendencias mostram hj em dia, quase qqr jogo poderia ser um App, no caso do Chronicles e de alguns desses que citei não é diferente, mas seriam apps ruins ou no máximo mediocres, já existem adventures criados para se aproveitar da interface digital ha pelo menos 30 anos. Maniac Mansion e Day of the Tentacle, Secret of the Monkey Island e Myst não me deixam mentir, mas com os board games posso jogar com meus amigos e me dar uma experiência que n teria sozinho, agora isso é muito dependente do seu grupo, como qualquer jogo. Não adianta vc querer que uma pessoa que ama Coup, ZOmbicide e Codenames jogue de uma hora pra outra Lisboa, 1830 e Brass. Tenho um grupo que AMA jogos adventure com narrativa e todos se engajam bastante em Mansions, Chonicles, Time Stories e afins e o pessoal n perde engajamento mesmo em 4 players.
Discordo muito sobre o board ser inútil tb, de fato ele pode ser printado e jogado, assim como inúmeros outros board games, mas a graça do design dele é a integração e a interação social do seu grupo, exige uma quebra de paradigma de não enxergar o seu celular como um celular, ele é só mais um componente do jogo, vc estaria fazendo a mesma coisa com cartas, mas seria muito mais moroso. De novo no caso do MOM, prefiro escanar uma carta em 3 segundos muito mais do que procurar qual mini deck, tem a mini variante da mini carta que o aplicativo me instruiu a pegar. Existe para mim um engajamento na dedução dos mistérios e de tudo que o cerca, uma itneração melhor e mais veloz do que no Mansions, aonde as missões investigativas são minoria, são mais simples e levam muito tempo. Algumas muitas vezes eu me forçava no MOM a olhar o tabuleiro mas que a tela, mas quando estava jogando as ultimas fases de Horrific Journeys tendo jogado todo resto, percebi que já estou de saco cheio do jogo e da forma como a FF tem gerido seus jogos com Apps (achei Journeys at Middle Earth chatissimo), acho que a interação de componentes fisicos deveria trazer pensamentos fora da caixa em termos de design e novos tipos de interações entre o material fisico e digital, acho que a Lucky Duck faz isso muito bem , mesmo não funcionando para todo mundo. As expasões Noir e Red View são exemplos claros disso, alias se você esta tendo dificuldade de jogar com mais de 2 players recomendo muito a Red View, ela traz alem do setting Stranger Things, uma campanha realmente co op, quanto mais melhor. Tanto ela quanto noir trazem algumas dificuldades e elementos de gameplay mais jogo e menos adventure, talvez vc se interesse.
Desses games narrativos, acho os menos morosos nessa parte de vasculhar componentes necessários, acho Time Stories e 7th Continent, coincidentemente 2 games que não possuem apps.