Parabéns pelo podcast, senhores. Eu acho que vou passar este episódio para minha esposa escutar. Ela não gosta de jogos, de forma geral.

Bacana, a forma filosofica que foi lancada aqui. Eu ainda não tinha ouvido,lido ou mesmo pensado nos jogos nesta ideia mais filosofa

Cabeça esse episódio heim! Me fez refletir!!! 
Parabêns!

A cada podcast vcs estão melhores, meu preferido, continuem desse jeito, top demais

Parabéns pelo podcast: conteúdo de alto nível.

Pra quem se interessou pela bibliografia, já existe uma edição brasileira de "Os jogos e os homens", do Roger Caillois, pela Editora Vozes.

Segue a referência:
CAILLOIS, Roger. Os jogos e os homens: a máscara e a vertigem. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2017.

Forte abraço!

Parabéns pelo episódio. Primeira vez que escuto vocês e já estou com vontade de escutar o episódio que vocês fizeram referência: sorte ou revés.

Infelizmente faz uma meia-hora que os ouvi e acredito que algumas coisas que eu ouvi e pensei em comentar talvez acabem passando despercebido então vai assim mesmo, fora de ordem:

Há jogos que ultrapassam o lugar físico: Ingress e Pokemon GO são jogos que utilizam o planeta como tabuleiro. Jogos de Polícia e Ladrão ou Pique-esconde também não possuem espaço definido. Longe de mim querer discordar desses ilustres que passaram sua vida pesquisando sobre o tema, mas acho que evoluímos a ideia de jogo para considerar espaços que ultrapassam o físico. Não recordo qual de vocês disse que os mágicos jogam entre si. Concordo! Jogam por meio de suas performances e é um jogo que ultrapassa o tempo e o espaço - vivos e mortos estão na competição para ser o melhor mágico que já existiu.

Ubi homo ibi societas; ubi societas, ibi jus - Juro que entendi perfeitamente a afirmação que o jogo seria anterior à cultura, porque aquele seria um modelo para a cultura. Mas permita-me discordar. Onde há o homem, há a sociedade e onde há sociedade, há o direito. Para que o jogo exista o conjunto de regras criado a fim de concebê-lo deve ser estabelecido que, por sua vez, é um conjunto diferente daquele que está fora do "circulo mágico". Ora, pensando assim, nota-se que para criar regras diferentes devem preexistir as regras da vida (geradas pela cultura). Posso aceitar que o jogo pode aperfeiçoar a cultura com simulacrum. 

Também compreendo que o jogo precisa ser divertido e esse conceito é extremamente particular. Mas acredito que o jogador não deixa de ser jogador fora do "circulo mágico". Mas tenho percebido que há uma onda de gameficação para coisas que deveriam constituir bons hábitos: apps de monitoração de atividade esportiva (Strava, Garmin Connect etc), monitoração do sono (Android Sleep, Sleep Cycle etc), monitoração da dieta (MyFitnessPal), aprendizado de línguas (Duolingo, Memrise), redes sociais de profissionais ou de mercado (LinkedIn, Mercado Livre, eBay), mesmo dentro do ambiente de trabalho há movimentos de gameficação para conduta profissional. Todos no sentido de dirigir ou motivar a criação de bons hábitos com a melhor fórmula: gatilho-conduta-recompensa. Se for pensar, praticamente tudo pode se transformar num jogo. Especialmente num mundo tão competitivo quanto o nosso.

Mais uma vez, parabéns!

Excelente podcast!

Prezados, 

Acredito que já passou do tempo de vocês pedirem para os admins (Ricardo Gama, Vegeta, Emerson Lopes) para criar o canal.

tuliobarros::Prezados, 

Acredito que já passou do tempo de vocês pedirem para os admins (Ricardo Gama, Vegeta, Emerson Lopes) para criar o canal.

Boa ideia, Túlio! Sabe como devemos proceder?

tuliobarros::Longe de mim querer discordar desses ilustres que passaram sua vida pesquisando sobre o tema, mas acho que evoluímos a ideia de jogo para considerar espaços que ultrapassam o físico.

Sem dúvidas ultrapassamos o espaço físico, mas isso não significa que o jogo não tenha um "espaço", ele nunca pode ser em "todo lugar". É que espaços podem ser simbólicos - o próprio Caillois tem uma discussão interessante sobre isso falando sobre o glorioso jogo de PALAVRAS-CRUZADAS do jornal que poderia ser passado para o "Pokémon Go" de hoje. 

tuliobarros::Onde há o homem, há a sociedade e onde há sociedade, há o direito. Para que o jogo exista o conjunto de regras criado a fim de concebê-lo deve ser estabelecido que, por sua vez, é um conjunto diferente daquele que está fora do "circulo mágico". Ora, pensando assim, nota-se que para criar regras diferentes devem preexistir as regras da vida (geradas pela cultura). Posso aceitar que o jogo pode aperfeiçoar a cultura com simulacrum.

Você tocou na questão fundamental: o jogo pressupõe as regras da vida, mas o paradoxo está no fato de que a vida para se estabelecer como a "regra padrão" também precisa pressupor a regra divergente, no caso o jogo! Para mim, esse paradoxo é a parte mais interessante da ludologia. Acho que é uma questão que, assim como a gamificação, vamos ter que abordar em um episódio futuro do podcast!

Muito obrigado pelas considerações, enriqueceram muito o debate!

DaniloSilvestre::

tuliobarros::Acredito que já passou do tempo de vocês pedirem para os admins (Ricardo Gama, Vegeta, Emerson Lopes) para criar o canal.

Boa ideia, Túlio! Sabe como devemos proceder?

Isso é feito pelo Fale Conosco. Eles são super ágeis.

DaniloSilvestre::

tuliobarros::acho que evoluímos a ideia de jogo para considerar espaços que ultrapassam o físico.

Sem dúvidas ultrapassamos o espaço físico, mas isso não significa que o jogo não tenha um "espaço", ele nunca pode ser em "todo lugar". É que espaços podem ser simbólicos - o próprio Caillois tem uma discussão interessante sobre isso falando sobre o glorioso jogo de PALAVRAS-CRUZADAS do jornal que poderia ser passado para o "Pokémon Go" de hoje.

Não entendi o paralelo entre Pokémon Go e as Palavras-Cruzadas do jornal. No primeiro e em Ingress, pontos de interesse são espalhados no globo terrestre. Está literalmente em todo lugar via Augmented-reality mobile game, há quem os chame da sigla medonha ARMMORPG. Ao jogá-lo você é forçado a percorrer fisicamente distâncias em busca de fechar um field, conquistar um portal, entregar uma chave (todos do ingress), ou pegar pokébolas, participar de uma raid, capturar um pokémon raro dada uma posição de GPS. OK, a infraestrutura é virtual e se você burlá-la, pode ficar sentado no sofá de casa, logo não seria, com precisão, todo o mundo. Mas se você segue as regras, poderá ser forçado deslocar-se até onde esteja disposto para jogá-los.

Palavras cruzadas são mais algo como um jogo-solo, ou um quebra-cabeças. O jogador pega uma cópia e joga sozinho ou em equipe. Por favor, discorra.

DaniloSilvestre::Você tocou na questão fundamental: o jogo pressupõe as regras da vida, mas o paradoxo está no fato de que a vida para se estabelecer como a "regra padrão" também precisa pressupor a regra divergente, no caso o jogo! Para mim, esse paradoxo é a parte mais interessante da ludologia. Acho que é uma questão que, assim como a gamificação, vamos ter que abordar em um episódio futuro do podcast!

Por que a regra divergente seria o jogo? Animais que vivem em comunidade têm regras e um comportamento divergente é punido porque não estão numa esfera de impunidade como aquela provida pelo jogo. Filhotes podem ter comportamentos tolerados até certo ponto. Para haver o jogo cujas consequências permaneçam dentro da esfera de impunidade é necessário um nível de abstração mais complexo do que o que imagino em sociedades/culturas mais primitivas.

Estou curioso pelo que virá.