Olá,
Segue os 10 jogos que mais gostei de jogar esse ano, com a uma breve descrição/texto do porquê eu ter pensado neles.
Não pretende ser uma lista valorativa ou representar quais os 10 jogos que mais gosto, que deveriam estar na coleção etc.,
São apenas meus sentimentos mais imediatos sobre os 10 jogos que mexeram mais comigo em 2025.
10 - Foundations of Rome

Quando tive contato pela primeira vez com esse jogo e soube do valor investido, pensei.
"Não, isso não pode valer a pena."
Iniciada a partida, regras simples: tu podes comprar um lote, podes construir, ou podes pegar renda.
"Só isso?"
Sim, somente isso.
Terminada a primeira partida, cerca de uma hora, minha cabeça explodiu.
Que jogo. Que simplicidade de regras e estratégia profunda.
Valeu cada centavo. Não os meus, mas valeu.
9- PARKS

Há seis anos atrás, em 2019, o mesmo amigo de Foundations Of Rome havia adquirido Parks. Tive a oportunidade não apenas de jogar, mas de abrir o jogo e testei com a esposa e família.
"É complicado?" Perguntaram.
"Muito!
Oh meu Deus.
"Mas ele é lindo!"
Na tua vez tu andas até aonde quiser com teu trilheiro. No local aonde parares, podes pegar os recursos que estão ali e/ou fazer a ação do local. Chega no final, podes gastar os recursos para visitar um dos parques.
O jogo subiu em popularidade desde então. Aqui no Brasil tivemos, após o lançamento de Parks: Second Edition, uma relativa disponibilidade da primeira edição e por um preço mais acessível.
É meu jogo de entrada favorito atualmente.
8- A Tripulação

Era tarde da noite em uma sexta-feira fora da minha cidade, de meu estado. Estávamos sendo recepcionados por amigos, que ali depois da meia-noite disseram.
"Temos que jogar algo."
Foi colocado na mesa um carteado. Uma cara feia já se desenhou em meu rosto.
"Calma, é colaborativo, eu sei que estás na vibe de colaborativos".
Ok, mas isso é um jogo de vaza?
"Sim, é um jogo de vaza, mas Arcs tá aí para mostrar que mesmo um jogo de vaza, pode ser bom."
E jogamos uma. Duas. Três. Quatro, Cinco vezes. E foram mais que isso.
Nunca uma vaza foi tão colaborativa e tão legal quanto esse jogo.
Simplesmente era impossível parar de jogar, e que difícil.
Como todo jogo colaborativo deve ser.
7- Wizard

Em geral ignoro jogos de vaza e devo grande parte à este jogo de 1984, que me faz não dar a devida atenção à oportunidades como Rebel Princess.
Sobre Wizard, amo a arte cartunesca, antiga, feia ou seja lá o que se possa dizer dela.
Mas, acima de tudo, o jogo é bom. Não, ele não é bom.
Ele é muito bom.
Jogadores de tabuleiro pós 2017 possivelmente desconhecem wizard ou se preocupam em comentar sobre o quanto a arte é datada e de mal-gosto.
Bom, eu não jogo (Wizard) normalmente com essas pessoas, mas sim com quem não joga jogos de tabuleiro.
"Que jogo lindo! E esse plásticos? Que chique!"
Obrigado, também és lindo.
6- Heat: Pedal to the Metal

No início dos anos 90 jogava no meu antigo pc 386 um jogo de fórmula indy que desconheço e não pesquisei o nome. Ocorre que, para evitar pirataria, eu sempre tinha que digitar o ano que tinha ocorrido determinado acontecimento.
Claro, existia uma livro, como uma cola, com todos os lendários pilotos campeões da Indy ou que tinham executado algum grande feito.
Ou seja, eu era obrigado a estudar a história dos pilotos da fórmula Indy para poder jogar o maldito jogo, que em si não era assim tão bom.
Bom, o tal livro tinha fotos. E eu, com cerca de 8 anos, imaginava aquela época romântica dos carros duros, que não absorviam impacto nenhum, quentes por dentro, etc.
Ainda, alguns anos antes, me lembro de estar reunido com meus primos, isso final dos anos 80, entusiasticamente conduzindo alguns carrinhos de fórmula 1 em um autorama.
Heat me fez me reunir novamente não com meus primos, mas com meus amigos, e passar longas horas de uma noite na semana, brincando como uma criança, fazendo ultrapassagens, disputando campeonatos.
Rindo, conversando, como crianças grandes.
5- That's Not a Hat

Jogos sociais que trabalham com a percepção que temos da realidade e sobre como os outros podem pensar diferente, já existem há alguns nomes (dixit, codenamees, seriam os exemplos mais famosos).
Mas e quando tu mesmo não és confiável e podes no instante seguinte pensar de modo diferente e esquecer completamente como estavas pensando?
That´s not a Hat é aquela patada muito forte naquele amigo eurogamer que se acha muito inteligente.
Esse jogo faz qualquer um, sem exceção, se sentir bastante "burro" e limitado com a própria incapacidade em guardar suas próprias observações.
Mas... será apenas muito, muito engraçado para a maioria.
E uma boa oportunidade de "dar um presente" para aquele amigo ou amiga que tu muitas vezes esquece de ser mais gentil e carinhoso.
"Fulano, tenho uma bela bola de boliche para te dar de presente!"
Obrigado, és muito gentil. Tome de volta aquela bela gravata de bolinha que circulou até aqui.
"Ok, agora vou dar de presente para o Ciclano... uma cueca de bolinha? (eu só lembro que era algo com bolinha!)"
4- Scythe

A obra-prima de Stegmaier resiste ao teste do tempo e, principalmente, às críticas e constantes questionamentos sobre o que o faz, ainda, ser tão adorado e bem avaliado.
Provavelmente é o primeiro, talvez único jogo nesse top 10, que afirmo categoricamente meu sentimento de amor pelos momentos que este jogo proporciona e os amigos e amizades que tenho feito ao longo destes 9 anos em que regularmente reúno amigos e diversas pessoas para, praticamente sem exceção, amarem esse jogo e essa experiência comigo.
Vida longa ao Scythe.
3- Arkham Horror: The Card Game

Assim como Scythe, provavelmente este é mais um jogo ao qual dedico todo meu amor e é difícil defini-lo em poucas palavras.
Agradeço ao Arkham por permitir que um jogador de tabuleiro como eu, com todas as limitações impostas pelas formas como jogos de tabuleiros são concebidos, e quem sabe minhas próprias limitações criativas, que ainda assim eu possa ao longo dos últimos 4 anos ter tido a possibilidade de vivenciar histórias, acompanhar e evoluir meus personagens, lamentar mortes.
A narrativa emergente em Arkham (ou seja, as estórias que tu crias e/ou sente a cada jogada de carta) aliado com a história de fato contada pelo jogo, torna esse jogo algo especialmente único e difícil de rivalizar, embora jogos como Earthborne Rangers possam até ter tentado, mas sem o mesmo sucesso.
2- Magic Maze

Nomeado para o Spiel Del Jahres de 2017, trata-se de um jogo em tempo real que não é para todo mundo. Pois há jogadores que ficam ansiosos com isso e eu posso entender perfeitamente.
Mas, superado isso, é um jogo fascinante.
Rápido, altamente interativo, sem alpha player, altamente tático, rápido e com fator replay quase ao infinito.
Nas últimas vezes em que repetidamente busquei achar minhas armas no shopping e sair correndo dali antes que o tempo acabasse, estava com os mesmos amigos que vejo de forma muito esporádica e sempre jogamos esse jogo, que eu sequer tenho mas está disponível na luderia local, bem como no encontro semanal aqui da cidade.
Rimos bastante, nos divertimos e é um jogo colaborativo, gênero que adoro.
MENÇÕES HONROSAS
Azul

Eu me sinto até um pouco constrangido em deixar esse jogo fora do meu top 10, então nada mais justo que devidamente cita-lo.
Não sou um grande fã de abstratos - jogos como Verdant, Calico, entre outros, me aborrecem bastante.
Mas com Azul o sentimento é muito especial. É quase o que senti quando joguei Harmonies.
Meus sobrinhos gostam desse jogo. Não só eles, a minha família, pessoal no trabalho. Não há uma única pessoa fora do hobby que não goste de Azul.
Hegemony: Conduza Sua Classe À Vitória - Edição Ampliada

Esse jogo simplemente pirou minha cabeça em 2024, não só a minha mas de muitos amigos.
Foi o jogo sensação esse ano na Covilcon, com várias mesas sendo organizadas.
Ele possibilita que as pessoas, mesmo aquelas que não jogam tabuleiro, possam vivenciar uma partida profunda, densa, mas de modo completamente familiar à elas, fazendo-as ignorar que estão jogando um eurogame de grande peso no BGG.
Acho que também amo esse jogo.
Guerra do Anel (Segunda Edição)

Durante muito tempo, ou pelo menos muitos anos, estive a procura do jogo, ou dos jogos, que me oferecessem uma experiência plena em jogos de guerra.
Que não fosse a mais perfeita, ou a mais completa, mas a que eu pensasse, seja na expectativa de jogar ou durante o gameplay, e pensassse.
"Eu amo isso e poderia me imaginar sempre jogando e curtindo a mecânica, a história e como eu e meu adversários estamos respondendo a tudo isso."
Guerra do Anel, mais que um jogo de guerra, é uma história desesperada sobre o trajeto da sociedade, as perdas que isso implica e não tens como escapar disso - e também a amizade que os une, sobretudo Frodo e Sam.
Eu sei, eu citei que Arkham Cardgame tem uma narrativa emergente praticamente imbatível mas... esse jogo também tem.
Muitos podem não ter a melhor experiência e se frustrar, o que é compreensível.
Mas, se tu deres a devida chance, possivelmente poderás ursufruir de toda a história e sentimentos que esse jogo propõe.
1- Defenders of the Realm

E chegamos ao número 1.
Há um imaginário da cabeça de muitos jogadores de tabuleiro, às vezes até não-jogadores mas pessoas geek, a respeito de vivenciar aventuras, grandes histórias, missões, tal como retratado na mídia como em Goonies ou mesmo Stranger Things.
Costumo dizer que muitos procuram o Santo Graal dos jogos de tabuleiro e RPG - o jogo que uniria de forma equilbrada e que agradasse a todos, os elementos de jogos de tabuleiro e RPG - mas penso, e posso estar errado, que essa é uma tarefa fadada ao fracasso.
Entretanto um jogo me fisgou, e não só me fisgou, me deixou completamente em êxtase, ao me proporcionar uma pequena fração desse universo D&D e, por algumas horas, me permitir fazer coisas como por exemplo ir na floresta a procura de um unicórnio ou visitar um reino distante em busca de reforços élficos para ajudar o rei; conversar em tavernas a respeito de pistas sobre perigosos generais que avançam sobre Monarch City, enfrentar os perigos de lacaios e generais dragões, zumbis, orques e demônios.
Defenders of The Realm certamente é o melhor jogo Pandemic que "não é pandemic". Usando o consagrado sistema, consegue emular com muito sucesso a trajtória difícil de 1 a 6 heróis que tem que defender a cidade de Monarch City contra os povos selvagens, enquanto cumprem missões e visitam tavernas.
O designer do jogo, Richard Lanius, é o mesmo de Arkham Horror (2ª Edição) e as ilustrações são do famoso desenhista de D&D Larry Elmore.
Em todas as mesas em que Defenders of The Realm foi colocado, sem exceção, houve um brilho nos olhos, especialmente ao final da partida, como se o jogo realmente tivesse tocado o sentimento nostálgico delas ao imaginar o que seria jogar um jogo de tabuleiro. As pessoas saem felizes e perguntam:
"Existem mais jogos como Defenders of the Realm?"