Fala Povo! Eu sou o Rafa Carvalho trazendo mais um texto da série “Por trás do Board”, explorando como a temática de um jogo é amarrada em suas mecânicas, e, ao fim da análise, vamos atribuir uma nota para essa amarração em uma escala que vai de 1 a 5, onde 1 é aquele jogo mais abstrato, e 5 um jogo altamente imersivo em que você entra de cabeça naquele Mundinho.
E o jogo da vez é o Clássico Tzolk’in: O Calendário Maia, um Euro da Escola Italiana lançado em 2012, dos Designers Simoni Luciane e Daniele Tascini, que em conjunto assinam também As viagens de Marco Polo, e individualmente são autores de jogos como Barrage, Teotihuacan, Darwin’s Journey e Nucleum.
Em Tzolk’in você irá liderar uma tribo Maia para desenvolver sua civilização, acumulando recursos, construindo templos e monumentos, avançando nas trilhas de tecnologia e agradando aos deuses. O jogo utiliza o mecanismo de "alocação de trabalhadores dinâmica", onde você coloca e retira seus trabalhadores das engrenagens giratórias do tabuleiro para realizar ações, sendo que a força da ação aumenta conforme a engrenagem gira e a leva para uma posição de maior poder.
Tzolk’in é para mim um jogo que mecanicamente envelheceu muito bem (especialmente se jogado com a expansão Tribos e Profecias), tem uma produção absurda de linda, e no momento da publicação deste texto você o encontra lacrado em um bom preço para os padrões de hoje.
Mas vamos para a análise, que, além de conectar mecânica e temática, buscará responder perguntas que permeiam Tzolk’in: Tem polêmica? Colocaram sacrifício humano mesmo nas mecânicas?
Para responder a essas perguntas a análise será dividida em 10 partes, passando pelo Calendário Maia, a Passagem do tempo, tecnologias, construções, templos dos deuses, e a análise de cada uma das cinco cidades/regiões representadas no tabuleiro.
O Calendário Tzolk’in
Como mencionado, em Tzolk’in você controla uma tribo Maia, e faz isso em um tabuleiro que consiste em um calendário representado pela engrenagem Tzolk'in de 26 pontas, conectada a 5 engrenagens menores que correspondem às 5 áreas onde a civilização Maia se desenvolveu, Palenque, Tikal, Uxmal, Yaxchilan e Chichen Itza.
Os Maias foram uma civilização pré-colombiana que se destacou na Mesoamérica, abrangendo regiões que são hoje o México, a Guatemala, Belize, e partes de Honduras e El Salvador.
Essa civilização é conhecida por seus notáveis avanços em diversas áreas, como matemática, astronomia, escrita, arquitetura e arte.
Eles possuíam um dos sistemas de Calendário mais sofisticados da história antiga, e utilizavam várias contagens, sendo as mais conhecidas o Tzolk'in, um calendário de 260 dias, e o Haab' de 365 dias.
Aqui, infelizmente identificamos o primeiro ponto falho em relação à temática. A imagem representada no centro do tabuleiro é na verdade da Pedra do Sol Asteca! Isso mesmo, a arte central do jogo não remete aos Maias.
A pedra do Sol é uma escultura pós-clássica tardia abrigada no Museu Nacional de Antropologia na Cidade do México, e é talvez a obra mais famosa da escultura Asteca. A pedra tem 358 centímetros de diâmetro, 98 centímetros de espessura, e pesa cerca de 22 toneladas.
Esse calendário Asteca foi encontrado em 1790 no centro da Cidade do México, durante obras de urbanização na praça principal, Zócalo, onde foi enterrada pelos Astecas logo após a conquista espanhola, por volta de 1521.
Ela foi esculpida em algum momento entre 1470 e 1520, entretanto, ao contrário do que se possa pensar, não foi usada apenas para se medir o tempo, mas também como um altar de sacrifícios humanos dedicado a Tonatuih, o Deus Sol que aparece no centro deste artefato
Talvez a adoção deste símbolo Asteca no Design de Tzolk’in tenha sido uma licença criativa já que é de fato um artefato impressionante e ficou lindo no centro do tabuleiro, além disso, esse tipo de equívoco (sobre a origem do artefato) é relativamente comum, basta uma breve pesquisa no google para identificar erros semelhantes, mas não tem jeito, Tzolk’in vai perder alguns pontos aqui na nossa análise.
Passagem do Tempo
Em sua rodada em Tzolk’in você tem a opção de alocar ou retirar trabalhadores de cada uma das cidades representadas no tabuleiro, alocando ou retirando quantos trabalhadores você quiser ou puder, já que alocar trabalhadores adicionais te exige um custo extra em milhos.
Sobre a retirada dos trabalhadores, estes irão render bônus cada vez maiores em cada região à medida que eles ficam mais tempo ali dedicados, e o que determina essa passagem de tempo é a engrenagem central Tzolk’in, que avança um passo cada vez que um trabalhador é alocado em cada uma das cidades, movendo também cada uma delas (e os trabalhadores alocados) um espaço adiante.
Essa mecânica é sem dúvidas o ponto de maior destaque de Tzolk’in, pois converte de forma notável a passagem do tempo e o esforço despendido em cada tarefa, com uma mecânica que representa esse empenho de um modo muito simbólico e alinhado com um ponto de grande notoriedade da cultura desta civilização.
Seguindo o calendário, a cada meio ciclo, você deve alimentar seus trabalhadores, que vão aumentando durante a partida, e claro, você perde pontos caso não consiga alimentá-los, e o fim da partida é marcado por dois giros completos da engrenagem, uma representação de dois anos, que, lembrando, seriam 520 dias (dois anos de 260 dias) para o calendário adotado.
Cidades
Agora vamos entender as cinco cidades do jogo, e seus efeitos, e depois concluir falando sobre a trilha dos deuses Maias;
Mas antes de falar de cada uma destas regiões preciso destacar mais um ponto falho sobre como estas foram representadas.
Dois dos adesivos de cidade (que você cola no centro de cada engrenagem menor) estão completamente errados! Busquei confirmar ao máximo para trazer essa informação, mas de fato, no mapa, o adesivo da engrenagem de Yaxchilan mostra a pirâmide mais conhecida de Chichén Itzá, e o adesivo de Chichén Itzá mostra Tula, que era a capital do Império dos Toltecas, uma outra civilização mesoamericana que floresceu entre os séculos X e XII, localizada no que hoje é o estado mexicano de Hidalgo.
Mas continue aí na leitura, nem só de erros históricos vive Tzolk’in, tem coisa boa vindo.
Palenque
Palenque é famosa por seus belos templos e palácios, incluindo o Templo das Inscrições, que abriga um dos mais importantes exemplos de escrita Maia.
Os Maias de Palenque eram grandes cultivadores de milho, considerado sagrado e uma base fundamental de sua dieta, e a cidade prosperou entre os séculos VII e VIII, muito devido ao seu conhecimento agrícola.
E é essa a função de Palenque no jogo, onde você irá recolher madeira da floresta, permitindo também preparar o terreno para plantar e recolher o tão importante milho, usado para alimentar seus trabalhadores a cada fim de ciclo.
Os Maias praticavam uma agricultura sofisticada, com técnicas de cultivo em terraços e sistemas de irrigação, maximizando a produção. O milho era também a base das bebidas e das cerimônias, simbolizando a vida e a prosperidade, e em Palenque, assim como em outras cidades, muitos rituais e mitos giravam em torno dessa planta.
Tikal
Ao Leste de Palenque temos Tikal.
Localizada na atual Guatemala, Tikal é uma das mais extensas e poderosas cidades Maias, famosa por suas pirâmides monumentais e templos, Tikal foi um centro econômico e militar e teve um papel crucial nas guerras entre cidades-estado Maia.
Em Tzolk’in, Tikal é o centro do desenvolvimento arquitetônico e tecnológico. Essas ações permitem a você erguer construções ou avançar em algum caminho tecnológico. Os avanços têm um custo que deve ser pago em madeira, pedra ou ouro.
E aqui já vale a pena darmos uma pausa nas cidades para já falar da trilha de tecnologias e das construções.
Tecnologias
Em Tzolk’in a trilha de tecnologias oferece benefícios que se aplicam sempre que você usa uma determinada ação.
Essa trilha, além de gerar combos muito importantes, tem por objetivo representar como os Maias eram uma civilização mesoamericana avançada, notável por suas tecnologias em agricultura, astronomia, matemática, arquitetura, escrita e medicina.
Os Maias usavam técnicas agrícolas como o sistema de milpa (*) e irrigação, e seus calendários complexos refletiam suas observações astronômicas. O sistema numérico Maia, por exemplo, incluía o conceito do zero e um sistema vigesimal, sendo fundamental para seus cálculos.
(*) O sistema milpa é um sistema de cultivo pré-colombiano milenar que envolve o consórcio de milho, feijão e abóbora, onde cada planta se beneficia mutuamente e contribui para um solo mais fértil. O milho serve de suporte para o feijão, o feijão fixa nitrogênio no solo para o milho, e a abóbora cobre o solo, controlando ervas daninhas e mantendo a umidade. Este método aumenta a produtividade, promove a biodiversidade, fortalece a segurança alimentar e é adaptável a pequenas áreas de cultivo.
Sua escrita hieroglífica compreendia mais de 800 glifos e era utilizada em códices para registrar informações históricas e culturais.
Os Maias também possuíam conhecimento avançado em medicina, utilizando plantas e realizando tratamentos cirúrgicos. Essas inovações foram essenciais para a sustentabilidade e o desenvolvimento de sua rica cultura.
Construções
Ainda em Tikal, é possível erguer construções e monumentos, que tem como objetivo te dar benefícios imediatos ou pontuações no final da partida.
Tematicamente falando, na arquitetura os Maias construíram impressionantes pirâmides e templos como centros religiosos e cerimoniais, sendo ponto de grande relevância em sua cultura por refletir sua cosmovisão, prestígio social e poder político, além de servir como locais de adoração aos deuses e realização de rituais.
Um exemplo notável é a famosa Pirâmide de Kukulcán, que demonstra não apenas um profundo conhecimento em engenharia, mas também um entendimento profundo da astronomia, uma vez que suas construções eram frequentemente alinhadas com os ciclos solares e astronómicos.
Os Maias também desenvolveram sistemas de drenagem para controlar a água e evitar inundações, revelando sua capacidade de planejamento urbano e adaptação ao ambiente.
Uxmal
Voltando às cidades, e descendo um pouco no tabuleiro a partir de Tikal, encontramos Uxmal, famosa por sua arquitetura impressionante, como a Pirâmide do Mago, um exemplo clássico do estilo Puuc.
Esse termo, puuc, é usado para designar o estilo arquitetônico dos antigos sítios arqueológicos situados nos montes Puuc, e trata-se de um estilo surgido no período clássico tardio, e que floresceu durante o período clássico terminal.
O período clássico tardio Maia, que se estendeu aproximadamente entre os séculos VII e IX d.C., foi uma fase marcada pela intensa atividade cultural, construção monumental e complexidade política, culminando em um eventual colapso das grandes cidades Maias, já o período clássico terminal ocorreu entre os séculos IX e X d.C., e foi caracterizado pelo declínio e abandono de muitas cidades-estado Maias, levando a uma significativa mudança social, econômica e política.
A exemplo de outras cidades, a cidade de Uxmal também tinha um sistema de irrigação avançado, que permitiu a agricultura em uma região seca, além de ter sido um centro comercial.
Em tzolk’in, trabalhadores em Uxmal poderão fazer oferendas aos deuses e realizar investimentos comerciais no mercado, o que é bem amplo, e vai desde também erguer construções, contratar novos trabalhadores, ou até subir um nível em um templo à escolha (segura essa informação sobre os templos, vamos voltar nela).
E agora vamos falar das duas últimas regiões, com um assunto um tanto quanto sombrio.
Yaxchilan
Conhecida por seus elaborados relevos e inscrições, Yaxchilan era um importante centro político e religioso.
Foi na cidade de Yaxchilán, localizada na região do rio Usumacinta (entre o México e a Guatemala), que os maias construíram, no final do século VII, a ponte mais longa do mundo antigo, uma ponte suspensa de 100 metros. Esta maravilha da engenharia antiga ligava a grande praça da cidade à margem norte do rio, permitindo o acesso mesmo na época das chuvas.
Segundo o pesquisador James O'Kon, a estrutura era composta por três seções, sendo a seção central de 63 metros, a mais longa do mundo na época.
Relatos indicam que muitos rituais, incluindo sacrifícios humanos, eram praticados em Yaxchilan para apaziguar os deuses e garantir colheitas prósperas, e é nessa cidade que conseguimos a “caveira de cristal”, esse recurso raro e muito importante no jogo, que inegavelmente tem raízes na cultura religiosa desse povo.
Fiquei pensando no fato deste crânio ser de “Cristal”. Será que os envolvidos na publicação quiseram amenizar eventuais polêmicas? E mais um ponto para discussão aí nos comentários: Esse nível de representação te incomoda? Ao escrever o texto acabei me lembrando de outros jogos que, “supostamente”, não pegaram devido temáticas mais sensíveis (Angel Fury; Inferno...).
Chichén Itzá
Chegamos então à última cidade, Chichén Itzá.
A principal razão para sua fundação foi a presença do que os Maias chamavam de cenote Xtoloc, uma fonte de água doce subterrânea essencial para a sobrevivência. A localização estratégica e o acesso à água tornaram a cidade um ponto de encontro comercial, religioso e científico.
E é Chichén Itzá, que iremos oferecer o recurso “caveira de cristal” para conseguir pontuação e subir na trilha dos deuses.
Chichén Itzá é uma das mais conhecidas cidades Maias e um importante centro para essa cultura, famosa por suas pirâmides, como a de Kukulkán, sendo também um ponto chave ritualístico.
Assim como em Yaxchilan, sacrifícios humanos eram parte de algumas cerimônias para honrar os deuses, especialmente durante eventos significativos.
Sacrifícios Humanos
Os sacrifícios humanos Maias eram rituais complexos, realizados para honrar os deuses e garantir favores. A prática incluía a oferta de pessoas (guerreiros inimigos, nobres ou até crianças) para serem sacrificadas em diversas situações, como eclipses solares, para apaziguar os deuses em tempos de crise, ou mesmo para acompanhar o funeral de um rei. A morte era vista como parte de um ciclo de renascimento, e não como o fim da vida.
Em um estudo de 2021, dois dos principais arqueólogos envolvidos nas escavações da caverna Actun Tunichil Muknal (ATM), desde os anos 1990, apresentaram uma nova metodologia para desvendar esses mistérios.
A caverna ATM fica localizada na selva do oeste de Belize. Essa fascinante e misteriosa caverna, para os maias, era uma entrada sagrada para Xibalba, o submundo Maia.
O estudo da Professora da Universidade da Califórnia, Holley Moyes e do arqueólogo belizenho Jaime J. Awe, denominado "O sacrifício do Deus do Milho: a recriação da criação na câmara principal da caverna ATM" (em tradução livre) formou um quadro detalhado das cerimônias religiosas, estudando a disposição espacial dos esqueletos e artefatos deixados para trás pelos maias.
De acordo com autores, os Maias encenavam recriações teatrais detalhadas e mortais do Popol Vuh — o mito da criação maia — e o faziam para motivar seus deuses a forçar o "renascimento" do mundo no período que antecedeu as secas e crises políticas que causaram o fim da sua civilização, conhecido como o Colapso Maia, no século 10.
Trilha dos deuses
E assim finalizamos as cidades, e partimos para a análise final do jogo falando sobre os deuses Maias, muito importantes para a pontuação em uma partida de Tzolk’in.
Os três deuses representados aqui são Quetzalcoatl, Kukulcán e Chaac, e foi uma tarefa difícil identificá-los, já que o manual não traz essa informação.
Quetzalcoatl, que significa "Serpente Emplumada", é uma divindade muito significativa, especialmente para as culturas mesoamericanas, e aqui fica mais um ponto falho na representação da cultura Maia, já que Quetzalcoatl é o deus Asteca mais conhecido, com o qual o deus Maia Kukulcán está intimamente relacionado, gerando uma duplicidade de representação nestas trilhas.
Quetzalcoatl é associado ao vento, à sabedoria, à fertilidade, à vida e à agricultura. Muitas vezes ele era visto como o criador e o patrono das civilizações, trazendo conhecimento e cultura ao povo.
Já Kukulcán, igualmente uma divindade da serpente emplumada, é também associado ao vento, à água e à fertilidade, e, assim como Quetzalcoatl, é ligado à criação e ao ciclo agrícola, sendo celebrado como um deus que traz chuva, essencial para a agricultura, e como uma figura central em vários rituais Maia.
Kukulcán tem sua marca registrada ainda na arquitetura, já que a famosa pirâmide em Chichén Itzá é uma das mais impressionantes construções dedicadas a ele. A estrutura é projetada de tal forma que durante os equinócios, sombras na escadaria formam a imagem de uma serpente descendo, simbolizando o deus.
Por fim, temos Chaac, o deus da chuva e do relâmpago, mais um celebrado como fundamental para a agricultura Maia, uma vez que a água é vital para a colheita de milho e outras culturas.
Chaac é frequentemente representado segurando um machado ou uma ferramenta que simboliza o trovão, e é conhecido por sua capacidade de controlar a chuva e os relâmpagos e sua benevolência era crucial para a prosperidade das colheitas.
Os Maias realizavam rituais e sacrifícios para apaziguar Chaac e garantir chuvas suficientes durante a estação de cultivo. O culto a Chaac incluía orações e oferendas, especialmente em períodos secos, para invocar a sua ajuda.
Veredito
E é isso, Tzolk’in é um jogo que conseguiu abstrair muito bem vários pontos da rica cultura Maia, fazendo uma representação genial do calendário desse povo em uma mecânica muito inovadora com o uso de engrenagens – lembrando, isso em 2012 – mas é inegável que a construção das mecânicas e representações deu algumas escorregadas na parte de pesquisa desta cultura.
Acredito que os Designers perderam uma rica oportunidade de acrescentar ao manual informações sobre a temática, já que vemos um manual totalmente focado apenas em apresentar as regras, o que tornou mais complexa a pesquisa para esse artigo, e acredito inclusive que esse tipo de informação não era muito comum em jogos nesta época, pois já identifiquei questões similares em outros jogos mais “antigos”.
Dito isso, chegamos à pontuação final de 2,83.
Considero que as mecânicas das cidades, a passagem do tempo, construções, trilha dos deuses, tudo é muito bem amarrado, e uma forma muito boa para abstrair a grandiosidade do tema dentro das mecânicas, o que levaria o jogo para uma nota bem melhor se os autores tivessem tido um cuidado maior nas pesquisas e representações.
Mas é isso povo, espero que tenham gostado, e se é sua primeira vez no “Por trás do Board” dá uma conferida nos textos anteriores. Até a próxima!