Infelizmente, na minha opinião, o nível cultural e de instrução da comunidade boardgamer, a julgar pelos comentários nesse tipo de tópico, é bem baixo. Eu me pergunto porque isso acontece, ainda não formei opinião sobre, mas acho um pouco lamentável, sendo eu mesmo parte da comunidade.
Sobre o tópico em si, sim, existiu escravidão ao longo da história. Mas, o processo de escravidão e racismo dos pretos é o mais recente, provavelmente o mais ostensivo (não sou historiador pra ter certeza), e esses fatos vão sim afetar a forma como a escravidão deles é encarada em comparação com a de outros povos. É natural que o que é mais recente e ainda presente na atualidade mobilize mais que coisas que ocorreram há muito mais tempo, e cujos alvos em grande parte já foram absorvidos culturalmente pela sociedade ampla.
Preto vestido de escravo babando é de puro mau gosto mesmo. Difícil e desnecessário de defender.
DITO ISSO, sou contra consultorias culturais pra produtos e coisas do tipo. Na minha opinião, isso é só marketing e relações públicas, uma forma de esconder do público o que as pessoas que produzem um produto realmente pensam (e sim, jogos são muito mais produto que arte na minha opinião). Eu prefiro saber que os autores do jogo são pessoas que acharam ok botar aquela imagem ali e tomar minhas decisões de compra de acordo. Ter alguém pra ajudar a esconder os preconceitos não é a solução, mas sim educar pra que eles reduzam. Concordo que o policiamento nesse sentido pode levar a excessos sem produzir uma mudança positiva de opinião, e até acirrar os preconceitos.
Por fim, acho um equívoco misturar o assunto do Harry Potter no mesmo saco que esse. Aqui, as pessoas estão reclamando de um ato que foi efetivamente parte do produto. A imagem tá lá. No caso do Harry Potter as pessoas estão boicotando a autora por não gostar da opinião dela sobre um tema que não se vê representado significativamente na obra do Harry Potter, mas sim nas opiniões pessoais dela. Eu pessoalmente tendo a ser contra esse segundo tipo de movimento, mas ninguém vai me ver defendendo empresa e autora multimilionários por aqui, eles que se virem.