Amigos, nós colhemos muito benefícios quando conseguimos entender o motivo original desses questionamentos.
Veja só, eu já cheguei a ter mais de 70 jogos ao mesmo tempo, já joguei mais de 100, e hoje a minha coleção tem 16 jogos (14 bases e 2 expansões).
O detalhe está no que vários já falaram, queremos mesmo jogar ou colecionar?
Confio que na grande maioria, entramos para esse hobby para jogar, inicialmente. A mudança para o colecionismo vem por causa da estrutura dos jogos, das suas características materiais e, principalmente, da cultura que os cerceiam. Quando começamos a conhecer os produtores de conteúdo, a Ludopédia, outras pessoas já mais experientes no hobby, somos apresentados ao "deslumbramento da prateleiras", passamos a valorizar cada vez mais ter do que jogar (porquê ter é mais fácil, "só" custa dinheiro. Jogar envolve todas as dificuldades que já foram citadas aqui - tempo, grupo, disposição, etc).
Ora, é exatamente aí que as editoras e lojas capitalizam da sua percepção. Assim a cultura faz de tudo para incentivar o ter, e de forma mais onerosa possível, pois pra eles é uma questão financeira (claro que as empresas também querem que você jogue, que goste do produto, mas não é preciso muito para saber o real intuito de uma empresa num mercado capitalista).
Então lhes pergunto, porquê chegamos aqui? Porquê estamos assim?
É claro que a resposta não é simples, não é igual para todos, e tem vários âmbitos subjetivos, mas de forma geral há várias coisas em comum para todos. Somos preguiçosos e consumistas, somos viciados na sensação de realização imediata, queremos acumular, queremos nos destacar dos outros enquanto ainda pertencemos a um mesmo grupo (tudo isso nos é ensinado pela sociedade em que vivemos, é senso comum).
Não há nada de novo no que expus acima, apenas a constatação da resposta que já temos, mas que queremos que talvez seja diferente. A questão esta em nós mesmos, não no produto. Pense consigo mesmo, porquê o colecionar te trás bons sentimentos (será a preguiça do jogar?)?
Criar rankings, categorias, preferências, são ferramentas que impulsionam esse estilo de viver. Pra quê? É claro que alguns jogos são objetivamente melhores que outros (em vários aspectos práticos), mas e para você, o que realmente faz um jogo ser TOP? É como qualquer outra coisa da vida; séries por exemplo, por acaso você assiste uma série de um tema que não tem interesse só porque ela é a mais bem avaliada dos TOPS da internet? As vezes pode até fazer, mas não é o usual.
Eu lhes digo amigos, se vocês não conseguirem deixar de adquirir compulsoriamente, façam a experiência de se forçarem a jogar os seus jogos por pelo menos 10x. Vocês conseguem? Eu não, pelo menos não conseguia até ter a minha coleção enxuta. Eu queria conhecer algo novo, sendo que o último novo (o que eu já tinha) eu ainda nem conhecia direito. E lhes digo mais, pode ser que ao conhecer um jogo melhor você vá gostar muito mais dele, vai entender muito mais da proposta dele, vai gostar até das falhas (que também são um tanto quanto subjetivas).
O que começou como uma obrigação para mim (jogar pelo menos 10x antes de comprar algo novo) se tornou o meu remédio, hoje nem preciso me obrigar mais, é difícil um novo jogo me convencer, gosto tanto dos que já tenho... Quero conhecê-los cada vez mais. Me sinto livre, pois me divirto com o que realmente me diverte, e não com o que os outros me dizem para fazer.
Quando vou jogar eu penso sempre no seguinte: Os jogos que não estão sendo jogados, porquê? A gente joga 1 por vez, e muitas vezes o jogo que foi preterido não vai voltar a ter espaço mais. Pra quê manter ele na coleção, ou pior, comprar mais um jogo parecido com ele? Isso é consumismo amigos, não é colecionismo.
Pra não dizer que não te respondi: Como disseram, acho que o aluguel é útil pra quem quer jogar, dá muita mais acesso. E principalmente para se conhecer os jogos antes de comprar (mas com a ressalva que não se conhece um jogo verdadeiramente antes de jogar várias vezes), mas já dá aquela noção inicial.