Post original: https://boardgamegeek.com/thread/3414822/looked-for-copper-found-true-gold
[Achei esta cópia de revisão debaixo de uma pedra. Então a pedra foi roubada de mim. A peguei de volta do editor que estava dormindo. Bobo da corte.]
Dizem que as maiores fortunas não são conquistadas com trabalho duro, mas encontradas por puro acaso.
E assim foi com
Gold Nugget. Não tinha ouvido falar do jogo, nem estava procurando por ele. No entanto, graças à generosidade cautelosa da editora, o trouxe de Essen, sem saber bem o que pensar sobre ele.
Animais adoráveis, ilustrações encantadoras, algumas penas na caixa. Certamente apenas um jogo família aconchegante para uma tarde agradável.
Oh, meu Deus, como estava errado!
Ouro para os Ousados...
No centro da mesa está um ninho, cercado por penas pretas, escuras como corvos. Ao redor dele, animais se reuniram: um urso sonolento, uma raposa energizada, um morcego vigilante e uma coruja desconfiada.
Todos os olhos estão focados em uma coisa: as pedras. O ninho, coberto delas, esconde riquezas incalculáveis — ou pelo menos é o que corre na floresta. O corvo não voltará por alguns dias. O tempo é curto e os ansiosos são muitos.
Quem arrebatará a pepita de ouro e a manterá, mesmo durante a noite?
...Ouro para os maliciosos
Gold Nugget mente. Desde a primeira nota e a primeira ilustração na capa, ele mente como um profissional.
Primeiro, os animais retratados nas cartas e na caixa são fofos. Eles posam inocentemente, como se a manteiga não derretesse em suas bocas. Enquanto isso, a jogabilidade é uma série de roubos, manipulações, extorsões e confiscos diretos. Tudo realizado por esses animais doces e tão inocentes.
Segundo, o jogo vende a ideia de que o ouro está ao alcance — de uma mão, pata ou outro apêndice. Na realidade, mesmo o ouro que já foi encontrado ainda pode estar frustrantemente longe. Normalmente, pelo menos uma fase do dia longe demais.
E terceiro... o corvo nem é o cara mau. Ele está simplesmente guardando o que lhe pertence por direito.
Em toda essa confusão, ele é a principal vítima.
A multidão da floresta
O jogo se desenrola ao longo de vários dias, cada um dividido em quatro fases. O jogador ativo pega a pena branca e começa a jogar e descartar cartas. Isso permite que ele pegue pedras do ninho, espie seus próprios tesouros ou outros escondidos nas tocas dos animais e até mesmo roube, troque, reorganize ou devolva os tesouros de alguém ao ninho do corvo.
Ninguém pode impedi-lo, a menos que tenham a carta certa para combater tais palhaçadas.
Imagine que tem uma pedra em sua toca, uma que esconde a pepita de ouro. Você sabe onde ela está, mas não tem permissão para tocar, espiar ou reorganizá-la, a menos que uma carta de ação permita isso explicitamente.
Agora imagine que outro jogador começa a se intrometer — espiando e reorganizando as pedras como quiser. Isso é administrável se puder ver o que está acontecendo. Mas é pior se for sua hora de dormir.
Todos os dias, em cada fase, alguns animais vão para seu "local de soneca". Eles literalmente fecham os olhos e perdem a capacidade de observar ou influenciar o que está acontecendo. Para facilitar, a caixa inclui máscaras especiais.
Agora imagine-se, por trás dessa máscara, ouvindo aquele maldito urso vasculhando sua toca.
Este Pequeno Pedaço de Chão da Floresta é Meu
A totalidade de Gold Nugget é uma montanha-russa imprevisível de táticas de guerrilha e roubos à luz do dia (ou à meia-noite). Direitos de propriedade? Eles não existem aqui. Manter qualquer tipo de lei? Esqueça isso. Tocas e ninhos estão abertos a qualquer morador da floresta ousado o suficiente para aproveitar sua chance.
A rotação das fases do dia, a mudança do jogador ativo e dos animais adormecidos e as pedras escondidas viajando pela mesa criam um jogo que é uma gangorra constante de ganhos e perdas, de contratempos e recuperações lentas. Tudo isso é impulsionado por cartas de ação brilhantemente projetadas. Elas variam das mais simples — espiar, mover, sacar — às mais complexas: trocar, embaralhar, passar para um jogador de um lado específico. Cada uma delas pode criar um verdadeiro caos na mesa. Mas cada uma também pode gerar surpresa genuína, risos e um leve aborrecimento quando estamos no lado receptor.
A constante reorganização de mercadorias significa que as pedras anônimas de dois lados estão sempre em movimento e qualquer ouro que reivindicar desaparece rapidamente de vista. Cada espiada sob uma pedra carrega o risco de irritar o corvo. Ganhe ou receba dos oponentes três de suas penas e a ameaça alada levará todas as suas pedras de volta ao seu ninho.
E então a dança começa novamente.
Com uma Asa, uma Pata ou uma Cauda
Os jogos que giram em torno da troca de bens existem desde o início dos tempos. Mas nenhum eleva a mecânica ao nível de arte como este.
As cartas de ação criativas, combinadas com o ciclo de sono e vigília e a adição de poderes animais assimétricos, criam uma mistura volátil que está fadada a explodir. Em qual focinho ou pelo ele vai pousar? Os jogadores aqui recebem uma caixa de ferramentas de estratégias travessas para morder e arranhar seu caminho para a vitória, muitas vezes virando o equilíbrio várias vezes em uma única rodada.
Não tem reviravoltas o suficiente para você? Novas cartas só podem ser compradas quando acordar da fase de sono. Se sua vez chegar enquanto deveria estar dormindo, pode escolher pular o sono e jogar normalmente — mas ao custo de não renovar sua mão.
Poderes animais que quebram regras? A coruja dorme com os olhos abertos, sempre ciente do que está acontecendo. O sapo rouba uma pedra sempre que outro animal devolve uma ao ninho do corvo. O guaxinim vê todas as pedras espiadas por outros animais. O urso rouba três pedras de qualquer lugar antes de adormecer.
As Cartas de Vento introduzem eventos que todos os jogadores resolvem juntos em momentos imprevisíveis. Ganhar ou perder penas pretas, sacar pedras e outros efeitos podem repentinamente reforçar — ou atrapalhar — seus esforços.
A Terceira Pena do Corvo
Lindamente criado e ricamente ilustrado — por mãos humanas! — este jogo evoca as fábulas e contos de fadas que lemos e assistimos em nossos dias de juventude. E até agora, é a descoberta mais emocionante da convenção SPIEL de 2024. Tudo graças a uma recomendação simples de um dos representantes no estande da 2Tomatoes.
A princípio, Gold Nugget tem um fluxo de rodada um pouco não intuitivo. A terminologia temática, a divisão em fases do dia e vários tipos de cartas não facilitam a compreensão. No entanto, uma vez que começam, os jogadores imediatamente entendem o que está acontecendo nesta floresta caótica.
O jogo é repleto de detalhes encantadores e reviravoltas sofisticadas. Veja o final, por exemplo: não é suficiente simplesmente possuir a pedra dourada — você deve, após uma contagem regressiva especial com os olhos fechados, pegá-la antes que qualquer outra pessoa o faça. Fácil demais? Apresente as cartas de objetivo oculto, que podem terminar o jogo muito mais cedo do que as regras padrões podem sugerir.
Um Sorriso Dourado
Fazia tempo que eu não me divertia tanto com um jogo que compartilha tanto DNA com jogos festivos simples. Risadas genuínas, gritos de surpresa, pura indignação quando uma máscara sai ou admiração por movimentos particularmente magistrais — esse é o padrão de ouro do Gold Nugget.
O ouro está quase sempre ao seu alcance — às vezes até em sua própria toca — mas ele tem vida própria, muitas vezes te deixando sem nada para fazer além de observar cuidadosamente suas viagens pela mesa. O jogo desencadeia reações animadas, envolve os jogadores desde a primeira rodada e os mantém acreditando, até o último segundo, que a sorte sorrirá para eles e mais ninguém.
Esta é uma coisinha fenomenal que combina vibrações de jogo festivo com cartas taticamente inspiradoras. Aqui, a estratégia vale tanto quanto um bom blefe e suas habilidades de observação geralmente superam o que está em sua mão.
Em apenas vinte minutos, experimentará uma gama completa de altos, baixos, reviravoltas repentinas e golpes de sorte. Qualquer aleatoriedade ou elementos dependentes de memória são tão bem equilibrados que, mesmo quando as coisas dão errado, não consegue realmente ficar de mau humor. Outra carta poderosa já está em sua mão, esperando o momento certo para reivindicar o que é seu por direito.
Uma peça excepcional, excepcional de design de jogo.
E é minha, toda minha!
Pelo menos até que aquele maldito guaxinim coloque seus olhos nela...
Prós:
+ Interação negativa elevada a uma forma de arte
+ Um "jogo festivo" para jogadores — especialmente os travessos
+ Belas ilustrações, cheias de calor e detalhes
+ Jogabilidade rápida com um forte apelo de "só mais uma partida"
+ 12 animais com poderes únicos (495 combinações potenciais com 4 jogadores)
+ Máscaras, penas e pedras dão ao jogo um forte apelo sensorial
+ Excelente escalabilidade (número variável de penas, pedras e pepitas de ouro)
Contras:
- Para um "jogo festivo avançado", o ritmo de jogo é inicialmente pouco intuitivo
- As pedras podem desenvolver características distintivas (manchas, lascas, bordas irregulares) que as tornam mais fáceis de reconhecer. Por exemplo, uma das duas pepitas de ouro na minha cópia tem uma marca muito distinta (isso pode ser contornado de várias maneiras, mas ainda assim é um problema).
https://www.gamesfanatic.pl/
Por Piotr Wojtasiak
Traduzido*** por
Marcelo GS
***Todas as traduções são autorizadas pelos autores originais do texto
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