Ótima reflexão, meu cineasta! Parabéns por se aventurar por formatos diferentes de conteúdo depois desses quase dois anos de programa. 

Pra mim, seu podcast não gera FOMO nem nada, pois você faz uma análise num formato bem próprio, sem se ater aos lançamentos ou sem ter a menor preocupação de "vender" o jogo. Se o pessoal curte o jogo pela sua análise, não é pela urgência de comprar, mas pela curiosidade de sentir isso que você relatou. Se isso é algo que te atormenta, pode ficar tranquilo! 

Comecei a seguir seu podcast mais ativamente desde o episódio que você fez sobre o Àiyé com o Teruya e o Knop, num formato diferente dos usuais e aos poucos fui ouvindo os outros episódios dos jogos que conhecia. Quando vi já tava ouvindo episódio sobre jogos que nunca nem teria ouvido falar ou que jamais irei jogar, como o Tammany Hall e Jaws, hahahah. Sinto que você faz o programa tanto pelo amor ao jogo quanto pelo amor formato de podcast mesmo, nessa pegada que você comentou de slow content. E particularmente eu prefiro um conteúdo que venha sem periodicidade definida, mas que seja feito com essa dedicação toda (e eu sei que esses seus roteiros dão trabalho para escrever), do que algo que sai toda semana sem ter o mesmo gás inicial. 

E é justamente nesses termos que eu respondo à sua pergunta: o que esperar do seu podcast? A resposta é simples: nada! E essa que é a graça. De todos os formatos pelos quais você passeou, todos foram muito bons. Não vejo porque você deva se ater a uma fôrma específica. Siga fazendo o que o seu coração desejar (brega, né?) e o que o seu cronograma permitir, que tenho certeza que sempre haverá gente pra te ouvir e comentar aqui. 

Enfim, poderia me estender mais, pois o episódio passou por muitos outros assuntos que me tocam, mas chega de ser palestrinha. O resto a gente pode conversar sobre numa mesa de bar ou em um evento qualquer. Forte abraço! 

Imaginei que esse episódio fosse uma continuação do episódio de 2023 e vim aqui para também dar aquela contribuição de quem está sempre refletindo (e descontente) com o próprio formato kkk.

Vou tentar ser mais objetivo e comentar em alguns pontos específicos que me pegaram por aqui:

- A fala do fundador da Asmodee é o tipo de fala de quem tá tão em cima que ele já acredita na própria ladainha, inclusive conheço vários assim. Se realmente ele estivesse preocupado com o que ele falou, sobre o mercado, sobre tentar trabalhar mais títulos perenes, se a Asmodee quisesse, ela mudaria o mercado, afinal, eles não tem sei lá ai, 80%? Precisa lançar tanto título toda semana? Precisa trazer jogo em inglês sem localização para não gerar só FOMO, mas também uma segregação entre o consumidor que sabe ou não falar em inglês, como é o caso da Gálapagos (que todo mundo fala que é assim hoje por ser Asmodee, mas será mesmo?). Duas franquias imensas, Star Wars e Disney, dois TCGs com um bom hype, dois TCGs em inglês...

- Claramente a industria como um todo se aproveita dessa onda de consumismo e jogo descartável, e quando digo industria como um todo, vai desde o designer, que sabe que precisa fazer X jogos por ano para poder ter algum lucro, até o lojista que precisa trabalhar o produto nas primeiras 24hrs pq amanhã já tem outro chegando. E o criador de conteúdo não consegue ser diferente. Com o podcast, cada vez mais eu espaço os episódios dedicados aos jogos e já cogitei terminar com eles de uma vez. Isso ainda pode ser uma realidade em 2025. Isso porque mesmo mudando o formato, eu continuo incomodado. Já no meu canal de vídeo (Jogos de Cartas & Afins), eu decidi ainda fazer reviews, mas na verdade o review eh a parte menos importante para mim ali, o importante é acertar as regras e deixar ali um meio das pessoas conhecerem o jogo, ou explicar, mas lembrar que o manual existe e que nenhum video deveria substituir a leitura do manual. Mas sem dúvida até para esse canal já começaram a aparecer os parceiros que, nesse primeiro momento, eu acabei novamente cedendo porque, querendo ou não, o pico do canal foi justamente quando eu falei do quente, dos lançamentos. Trouxe pessoas novas, e algumas já se foram quando viram que o canal tbm é sobre um jogo obscuro japonês ou sobre alguma loucura que quis falar na época, como Mahjong ou Pokémon TCG.

- A quantidade de conteúdo de jogos de tabuleiro está tão grande hoje, que já começou a aparecer lançamentos atrás de lançamentos com 2-3 conteúdos só. Geralmente quando procuro um jogo como consumidor, sempre vou atrás de opções. Tem conteudistas que eu não gosto do formato, logo não assisto. Mas está tão pulverizado, que chegou ao ponto de ter que assistir um conteúdo que eu não gosto só para poder ver o jogo funcionando. Claro que tem alguns jogos que tem muito conteúdo que sai, mas como foi citado ai no podcast, sai na semana, e morre. Eu continuamente tento explorar esses jogos, inclusive jogos menores, que geralmente são os que são esquecidos nesse meio. Pq muitos vão atrás do conteúdo não pra validar uma compra de 50 reais, mas sim uma de 500 reais.

Tem muito mais a comentar, mas isso seria praticamente outro podcast então deixo essa msg na garrafa tbm em 2024, vamos ver como será até o final de 2025.

Ótimo episódio, cara. Teu podcast gera ótimas discussões filosóficas sobre o hobby. Lembra muito o também ótimo Tabulices, como já foi citado por outro ouvinte. Para 2025, só espero que você ainda tenha ânimo e satisfação para continuar com o projeto e que siga falando sobre o que gosta. Isso que importa.

Sobre a discussão do episódio, ainda que levante pontos relevantes sobre mercado, hype e coisas afins, não compro a preocupação do chefão de empresa de board games (80% do mercado? Muito predatório). O grande volume de lançamentos é ruim, mas com ele também vem o surgimento de novas editoras e novos autores. Para quem já comanda o status quo, é tudo muito mais fácil.

Por fim, sobre a responsabilidade dos criadores de conteúdo, é difícil cobrar algo da galera que tenta sobreviver dentro dos algoritmos das grandes empresas, mas acredito que algo primordial é a transparência. Tá cheio de conteúdo por aí que claramente é pago ou feito por que a editora mandou o jogo que se reveste de "esse jogo foi feito para você".

O maior perrengue da enxurrada dos produtores de conteúdo, tem sido a falta de conteúdo. Tem muita gente gravando vídeo de graça e gravando vídeos cheios de elogios sobre jogos que nem lançaram ainda.

No fim das contas, a galera vem na loja pra jogar os que já conhecem (vulgo azul, carcassonne, catan, etc) ou conhecer os jogos que viralizaram no tiktok, pois são extremamente festivos (Taco Gato, FDP, Dobble, etc). 

Salve, Lucas! Concordo com o teu ponto, mas precisamos considerar também que em alguma medida parte do movimento dos conteudistas é provocado pelas próprias editoras que ao fecharem "parcerias" enviam os seus lançamentos para os produtores antes da data do lançamento, o que os enreda numa trama bastante ardilosa. Não que isso possa ser invocado para isentar os produtores de conteúdo da responsabilidade pelo que eles produzem, mas parte da crítica que o Marc dirige aos comunicadores, como um bumerangue, dá uma volta e retorna pra ele mesmo. Mas enfim, espero sempre dos canais que acesso uma curadoria honesta e verdadeira: e sei o quanto isso é difícil, uma vez que validação e engajamento são importantes para a manutenção do processo. Mas o que me interessa mesmo é o efeito produzido em mim pelo contato com uma perspectiva diferente da minha, nem que seja num detalhe. É isso. Forte abraço.

jordhammoraes7::Ótimo episódio, cara. Teu podcast gera ótimas discussões filosóficas sobre o hobby. Lembra muito o também ótimo Tabulices, como já foi citado por outro ouvinte. Para 2025, só espero que você ainda tenha ânimo e satisfação para continuar com o projeto e que siga falando sobre o que gosta. Isso que importa.

Sobre a discussão do episódio, ainda que levante pontos relevantes sobre mercado, hype e coisas afins, não compro a preocupação do chefão de empresa de board games (80% do mercado? Muito predatório). O grande volume de lançamentos é ruim, mas com ele também vem o surgimento de novas editoras e novos autores. Para quem já comanda o status quo, é tudo muito mais fácil.

Por fim, sobre a responsabilidade dos criadores de conteúdo, é difícil cobrar algo da galera que tenta sobreviver dentro dos algoritmos das grandes empresas, mas acredito que algo primordial é a transparência. Tá cheio de conteúdo por aí que claramente é pago ou feito por que a editora mandou o jogo que se reveste de "esse jogo foi feito para você".

Ele está colocando em pratica a teoria do stakeholder, que é para maximizar o retorno (valor) para o acionista no longo prazo é necessário levar em conta toda a cadeia e demais envolvidos.
No final ele apenas está pensando no longo prazo e sustentabilidade tanto da cadeia de distribuição quanto de novos entrantes no mercado, é puramente pragmatismo.

Sou o Claudio Garcia, do CANAL VAR E OS JOGOS, onde falo, com meu filho Rodrigo, sobre jogos para jogar com famílias e crianças. Adorei esse episódio e penso bastante sobre minha função como criador de conteúdo. Nosso canal começou como brincadeira durante a Copa do Catar, Rodrigo louco por futebol me pediu pra fazer um canal durante a Copa pra analisar as partidas e surgiu o VAR DA COPA. A copa acabou e seguimos, mudando o foco para boardgames e mantendo o VAR no nome, mas agora com os jogos. Quando começamos Rodrigo tinha 11 anos, me questionei bastante sobre esta exposição dele nas redes (ele segue até hoje sem suas próprias redes sociais). Mas seguimos porque vimos um desenvolvimento absurdo dele na maneira de se comunicar, de pensar comigo os conteúdos e tudo mais. Então fomos percebendo que estar com ele, gravando e falando de jogos de tabuleiro nos aproximava ainda mais, nos proporcionava grandes momentos juntos e isso hoje(completando 2 anos de VAR) é o principal motivo de ainda seguirmos. Sou professor de artes cênicas na rede municipal do Rio e também utilizo jogos em minhas aulas e fui percebendo a importância de apresentar, a essa garotada, uma possibilidade de diversão e aprendizado que nunca imaginaram existir, contrapondo ao vício das telas.

Assim seguimos hoje, falando basicamente de jogos que não estão em lançamento, mas vez ou outra sobre algo que ainda vai ser lançado. Mas sempre sobre jogos que acreditamos que podem ser interessantes para famílias, talvez ajudando a criarem o hábito de se reunirem em volta de uma mesa para partilhar momentos com seus filhos. Mas é claro que também estamos incentivando o comércio, sugerindo jogos como presentes, indicando editoras etc. Recentemente divulgamos alguns financiamentos coletivos também, mas sempre de autores nacionais e que estejam em seus primeiros jogos.

Uma coisa que você falou sobre a clusterização é bem o que pretendemos ser como criadores. Não quero falar pro cara do pesadão, ou até mesmo pra quem já é muito inteirado, quero falar pra pessoas que nem sabem o que é a delícia de jogar um bom jogo com quem gostamos. Por estar meio que na contramão de outros criadores, percebo que é ainda mais difícil porque nosso público não á o aficionado por jogos, mas sim aquele que está começando a conhecer esse hobby e isso não é o alvo principal das editoras e lojas.  Pra produzir conteúdo sobre o jogo eu preciso ter acesso ao jogo, ter jogado pelo menos, e sem remuneração acaba ficando complicado demais investir em novos jogos. A maioria das editoras quer mandar os jogos novos pros grandes criadores que vão contribuir ainda mais o FOMO e poucas olham pra gente, talvez por não sermos um grande canal, mas também porque não há interesse que a gente fale dos jogos lançados há um tempo.

Mas fazer conteúdo sobre produtos é e sempre será esse incentivo ao "compre". Quando começamos, nos 6 primeiros meses tínhamos parceria com duas empresas de aluguel de jogos, que nos emprestavam em troca da divulgação. Foram importantes para gente ter conteúdo, já que tínhamos poucos jogos. Mas a gente não ganhava nada de grana, nem mesmo ganhava  o jogo e fazia propaganda pra empresa de aluguel e pra editora, de forma gratuita, reforçando o que dizia seu chefe. Continuamos fazendo, não mais com jogos alugados, mas ao menos recebemos o jogo como "pagamento". É pouco, é bem pouco. Mas já recebemos jogos, testamos e não gostamos. E aí não fizemos conteúdo sobre e tento manter essa ideia de só falar do que realmente nos agradou e pode agradar nosso perfil de público.

Como sempre, excelente episódio!!

Tenho apenas um ano e meio de hobby e 2024 foi um ano muito intenso de consumir conteúdo de boardgame, estou inscrito em todos os canais de YouTube - inclusive gringos - e escuto todos os podcasts. Claro que 90% desse conteúdo eu consumo dirigindo no carro, rs.

Mas agora já estou meio de saco cheio, kkkk. Quero só jogar mesmo. Jogar, jogar e jogar. Devo sair da maioria dos canais. Podcasts hoje só escuto alguns - os mais "cabeça" - e passo longe de episódio sobre lançamento.

É normal essas fases no hobby. Foi importante pra mim todo esse conteúdo e os jogos que comprei. Agora, espero que outros que estão entrando agora no hobby possam "me substituir" como consumidores (de jogos e conteúdo), porque vou dar um tempo e só ficar jogando mesmo, kkkkk. O hobby é sobre jogar, então vamos jogar!

Grande abraço.