Post original: https://boardgamegeek.com/thread/3276395/an-hour-in-the-life-of-board-game-pirates

[Esta cópia de revisão navegou pelos sete mares para chegar à minha humilde morada. Foi uma jornada impressionante e a editora foi muito gentil em fornecer este baú de tesouro – mas não influenciou minha opinião sobre o jogo. Só me deu um pouco do velho escorbuto, mas estou acostumado.]

Diário de bordo, dia desconhecido, agosto, 1686 d.C.

Já estamos navegando há três rodadas, mas o X vermelho continua mudando e viajando em direções diferentes pelo mundo. Confirmamos que o globo terrestre é plano e termina no espaço L18 - mas o tesouro cobiçado permanece fora do nosso alcance.

Em vez disso, adquirimos um belo escorbuto. Bob Barba Ruiva não gosta de suco de limão; piorou ainda mais sua condição. Já amputamos e substituímos as duas pernas e estamos nos preparando para esculpir um braço de madeira para seu aniversário, ele vai rir disso.

Tripulações concorrentes sob as bandeiras vermelha e roxa continuam a nos assombrar, atacando nossas ilhas e lentamente dizimando nossa frota. Qualquer um que não tenha morrido pelo fogo do canhão logo desertará quando tiver que remar duas rodadas seguidas - ainda assim, não conseguimos encontrar materiais para velas, então remamos.

Fora isso, está tudo bem conosco. Temos três pontos de pilhagem e ainda mantemos duas ilhas no arquipélago do sul. A menos que naveguemos em uma tempestade, um retorno tranquilo à ilha mercante nos aguarda.

Espere... o que é isso? O que em cem mil barris de rum... O QUE SÃO ESSAS NUVENS NO HORIZONTE?!

Plunder: A Pirate's Life são sonhos tornando-se realidade de uma vez.

Um jogo altamente temático, com temática de piratas, sem uma infinidade de regras e mecânicas. Jogabilidade rápida e dinâmica, sem uma campanha épica. Diversão emocionante ao redor da mesa, com alta interação dos jogadores.

Aqui, tudo isso - e mais - cabe em uma caixa, uma hora e uma ideia honesta: vamos nos divertir.



Um Playground pirata

Sinto que Plunder é metade um jogo e metade um brinquedo. O aspecto físico e sensorial aqui é tão evidente que quase se iguala aos mecanismos de condução da jogabilidade.

Plunder: A Pirate's Life é um jogo família para 2 a 6 jogadores (BGG recomenda 4 pessoas), onde testaremos nossas ambições piratas na prática. Começando com um navio e uma pequena ilha, os jogadores partirão para o mundo plano para saquear, apreender e expandir sua frota. O objetivo é simples - adquirir 10 Plunder Points. Eles são obtidos por ilhas próprias, navios, navios inimigos afundados e comprados - por cinco peças de ouro! = Cartas de Plunder. Então é muito temático, um tanto rústico e, o mais importante, temos duas mecânicas favoritas dos jogadores aqui: role para mover e role para resolver!



Desculpas Marítimas

Por favor, tenha paciência comigo por um momento.

Não acho que Plunder precise de defesa - embora sua classificação média no BGG e mecânicas não muito queridas provavelmente tornem difícil para o jogo alcançar mais jogadores - mas requer uma explicação gentil.

O movimento após uma jogada de dados é uma reminiscência de jogos de uma era passada, quando Catan ainda era um hino de um futuro desconhecido. No entanto, aqui o jogo inteiro é construído para energizar a jogabilidade e adicionar imprevisibilidade, permitindo reviravoltas dramáticas no curso do jogo. Plunder: A Pirate's Life tem um mapa grande, com navios grandes, componentes grandes e um jogo de alto risco, dividido em episódios curtos - micro aventuras.

Sim, às vezes a jogada não sai do nosso jeito - mas logo também não sai do jeito que o outro joagador queria. Então, uma Carta de Tesouro desfavorável virá, a tempestade mudará para onde não deveria e mais tarde obteremos um conjunto exato dos recursos que precisávamos.

Tudo é calibrado para proporcionar experiências. Às vezes extremo, às vezes desagradável, mas sempre intenso, mesmo que seja por uma ou duas rodadas - até que algo mude no mapa, até que façamos algo emocionante, até que nossos rivais se envolvam em uma sangrenta escaramuça marítima.

A vida marinha não é justa e nem tudo pode ser planejado.

Mas é aí que reside o charme deste jogo.



Mecanismos Sob as Velas

Os turnos consistem em duas partes: adquirir recursos de ilhas ocupadas e rolar os dados.

Se rolarmos 1, teremos que desviar a tempestade. Semelhante aos X vermelhos que indicam esconderijos de tesouros, aqui escolheremos novas coordenadas girando dois "spinners de destino".

O lançamento dos dados é dividido entre todos os nossos navios, adicionando +1 ou +2 onde o navio tem 1 vela ou velas. Com esse valor, podemos navegar quase livremente, ocupar ilhas, atacar inimigos ou coletar tesouros - fazer quantas ações puder. O combate é direto - cada lado rola um dado, adicionando +1 para cada canhão ou caveira visível na ilha. Movimento e escaramuças levam apenas segundos aqui - não há habilidades passivas ou cartas de combate e a única intriga é a que criamos para nossos rivais desavisados.

Além das atividades de navegação e pirataria, em nosso turno podemos expandir nossa frota, reforçar a artilharia, reabastecer a tripulação (pontos de vida do navio) ou erguer um mastro, que nos levará mais rápido e mais longe do que nunca na história.

Claro, também podemos perder acidentalmente nossos recursos acumulados - e às vezes não tão acidentalmente - mas essa economia simples é mais uma fonte de alegria. Ilhas garantem um recurso aleatório cada - mas podemos trocá-los em ilhas mercantes a uma taxa de 2:1. Também temos inúmeras oportunidades de roubar cartas de oponentes, diabos, temos até oportunidades de suborno!

Plunder depende de interação intensa, muitas vezes maliciosa, mas sempre muito envolvente. Nossos interesses se entrelaçam no mapa, que rapidamente se torna pequeno demais para todos nós. Ilhas mudam de donos, frotas são construídas e afundadas e cartas Plunder mudam de mãos. A situação é dinâmica e, independentemente de para onde o vento sopra, devemos estar sempre preparados para mudar de curso.

Especialmente se a caça ao tesouro é o nosso sonho...



Em Busca de XXX

Construir nossa própria pequena economia é algo agradável. No entanto, se sonhamos em ficar ricos rapidamente (ou morrer tentando), devemos sair da nossa zona de conforto. E confiar nos caprichos do destino.

Espalhadas pelo mapa e em constante movimento, as marcas X são os verdadeiros tesouros de Plunder. O baralho de cartas de Tesouros, sacado ao atingir a cruz vermelha, é um baralho de surpresas. Plunder Points, recursos adicionais, movimento imprevisível do mapa, roubo de outros jogadores, perda de recursos, frotas ou pontos - pode encontrar tudo isso sob os reversos vividamente vermelhos. Navegando em direção ao tesouro, nunca sabe que surpresa o destino te reserva. Fama e glória? Ou uma vida contínua em extrema pobreza e privação de recursos?

Assim como em outros aspectos, aqui também Plunder: A Pirate's Life oferece emoção, desafios, frustração e a imprevisibilidade selvagem do mar revolto. Mas buscar tesouros é a essência da vida de um pirata. Rumo ao horizonte inalcançável, descobrindo o desconhecido, enfrentando aventuras e as dificuldades da vida marítima - tudo isso está inseparavelmente ligado à nossa vida nas ondas.

Plunder leva os jogadores a essas águas inquietas e permite que eles as explorem em seu próprio ritmo, em seus próprios termos, mas não sem consequências. Podemos nos concentrar na economia, na caça constante ao tesouro, na construção de uma frota agressiva ou na improvisação encharcada de rum. Em cada um desses caminhos, encontraremos reviravoltas, dificuldades imprevistas e presentes inesperados do destino. Em cada um dos nossos caminhos, acima de tudo, encontraremos outros jogadores vivos e imprevisíveis. O barulho de suas pernas de madeira e a respiração de seus papagaios em nossas costas nos assombrarão durante toda a hora que passarmos com Plunder - e são nossos oponentes que farão dela uma hora inesquecível... ou não.



Está ventando aqui?

O jogo inteiro é direto em sua premissa: apenas algumas ações aqui e ali. Um mapa do mundo gerado aleatoriamente, tempestade aleatória (que bloqueia a produção de recursos e custa 2 recursos para sair), dois baralhos de cartas e lá vamos nós para o mundo. E essa simplicidade se traduz em um ensino fácil e algumas rodadas realmente rápidas.

No entanto, é essencialmente um jogo dependente de dados. Os dados nos permitem executar nossos planos. Rolar 1 nos fará não chegar a lugar nenhum a tempo e nossos oponentes geralmente roubarão tesouros debaixo de nossos narizes. Também é um jogo onde pode perder tudo (embora inclua mecanismos que permitem um retorno do mais rochoso dos fundos).

A pilhagem requer a atitude certa. Suspender a descrença - e suspender algumas de suas ambições e preconceitos sobre jogos de tabuleiro. Não é Through The Ages: Uma Nova História da Civilização. Não é Gloomhaven. Este jogo foi feito para ser rápido, ágil e cheio de coisas de piratas, servido em um pacote condensado. Não precisa ser justo, não precisa ser profundo, não requer expansões ou versões antigas. Está aqui, piscando para você como se dissesse: "vamos jogar como se estivéssemos em 1686!" Eu entendo os puristas que não querem esquecer as revoluções dos jogos de tabuleiro dos últimos 20 anos. Mas falando como jogador: cada partida de Plunder foi um ótimo entretenimento. Mais leve e exigindo um olhar suave, mas ainda assim ótimo: ele nutre os sentidos e desperta meu lado humorístico. E sei que estou defendendo um jogo aparentemente aleatório demais para dar aos jogadores "reais" a alegria verdadeira. Mas aqui estou, dizendo: me diverti muito com ele e estou ansioso para voltar para mais pequenas aventuras. Mesmo se rolar 1 após 1.

Devo admitir, no entanto, que a aleatoriedade leva a um sério desequilíbrio - o jogo às vezes pode ser cansativo quando nos movemos lentamente ou os tesouros estão sempre do outro lado do mapa. Quando por vários turnos não fazemos nada além de comprar cartas de recursos ruins. Ou quando vários outros piratas visitaram cortesmente nossas terras, saqueando ilhas, assassinando tripulações e nos privando de meios para nossa vida tranquila de pirata.

O que falta em equilíbrio no jogo, compensa em ação. Qualquer monotonia ou repetitividade é constantemente interrompida pelas ações de nossos rivais, a imprevisibilidade da tempestade e surpresas nas cartas do Tesouro. Sempre há muita coisa acontecendo: tesouros, rebeliões, pilhagens, explorações, batalhas navais, cercos, comércio entre navios... Com um pouco de sorte, nem perceberemos o quão grande é o papel da sorte em Plunder.



Grande, ousado e bonito

Palavras não podem descrever a impressão que Plunder causa quando está na mesa. É um jogo grande e visualmente intenso, com componentes maravilhosos e alguns dos melhores dados que já vi. Ainda não conheci um grupo que, ao ver os navios resistentes, as pequenas velas, canhões e bússolas giratórias, não quisesse tentar a sorte nessa aventura pirata.

E ainda não conheci um grupo que se arrependesse do tempo gasto no jogo.

É um título peculiar: mecanicamente quase desatualizado, não totalmente "sério" e com seus componentes espetaculares, provavelmente está mais perto de um brinquedo do que de Merchants & Marauders. Mas, por algum motivo, funciona. E faz algo certo, mesmo que faça várias outras coisas erradas.

Convencer um grupo de jogadores "hardcore" ou gênios estratégicos pode ser difícil. É um jogo com um ponto de entrada de nível família, sem muita profundidade estratégica, com um enorme elemento de sorte - não é um jogo "moderno" no sentido de que surgiu depois de Catan: O Jogo e incorpora mecanismos modernos, minimiza a aleatoriedade ou oferece aos jogadores muitos caminhos assimétricos para a vitória. Ainda há muito o que amar aqui, mas é um tipo diferente de amor do que aquele sentido por títulos mais pesados. Mas "títulos mais pesados" e "jogos sérios" têm modelos de navios pesados e robustos que podemos tripular com pequenas figuras de plástico, reforçar com um mastro de plástico e armar com um canhão de plástico?



Paradoxalmente, sinto que jogos como Plunder são mais "sociais" - eles evocam sentimentos completamente diferentes, provocam um tipo diferente de jogo ao redor da mesa e parecem mais calibrados para um tempo agradável e compartilhado - não apenas entre JOGADORES, mas entre PESSOAS: aqueles que não jogam regularmente, mas estão abertos a apenas se divertir.

É uma mistura de temas voláteis e componentes espetaculares com os quais você quer jogar. Interação forte e competição igualmente forte, temperada com malícia bem compreendida e inveja pirata. Tudo isso é banhado em um molho humorístico, graças ao qual as derrotas não doem tanto quanto em jogos complexos.

Plunder não se leva totalmente a sério e encoraja os jogadores a fazerem o mesmo. Há muito humor para ser encontrado aqui. Alianças espontâneas, ataques inesperados e subornos que às vezes permitem que evite o confronto dão cores ao jogo e falam muito claramente: jogamos uns contra os outros, não contra o jogo. Você não pode ficar de lado, observando os conflitos e as lutas de outros jogadores. Quanto mais perto estivermos do centro dos eventos, maior a chance de emergirmos do jogo como um pirata lendário.

Plunder: A Pirate's Life é um baú pesado e cheio de aventuras. É uma vela, nos convidando a explorar e buscar o fim do mundo pirata. É uma bandeira preta sob a qual os corsários famintos por entretenimento se unem.

Tudo o que precisa fazer é se deixar levar pelo clima despreocupado. Acredite em piratas, não pense em justiça, cálculo de probabilidade ou mecanismos de equilíbrio e deixe-se levar pelas ondas. Uma grande diversão está no horizonte.



Prós:
+ apresentação impressionante e componentes espetaculares
+ uma grande dose de humor situacional e pirata
+ enorme potencial para regras atmosféricas da casa, modificando a jogabilidade e aprimorando elementos temáticos
+ no grupo certo, ligeiramente RPG - muito envolvente
+ grande variabilidade de mapa (6 peças duplas dispostas aleatoriamente)
+ insert bem projetado



Contras:
- a aleatoriedade pode estragar a diversão (por exemplo, cartas de tesouro podem encerrar o turno de um jogador ou tirar pontos de pilhagem, mudando completamente o curso do jogo)
- sem o grupo certo, o jogo pode ser muito simples, muito imprevisível e muito arcaico em termos de mecanismos para proporcionar puro prazer


https://www.gamesfanatic.pl/

Por Piotr Wojtasiak

Traduzido*** por Marcelo GS
***Todas as traduções são autorizadas pelos autores originais do texto
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