A Biblioteca dos Jogos Perdidos: A Sabedoria de Salomão
 
Mais um review dos "jogos perdidos": jogos para os quais não tem review ainda por aqui. Hoje temos Wisdom of Solomon, o rei filho de Davi e conhecido pela sua sabedoria (historinha no final do texto!)
 
"Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade...
Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito...Porque na muita sabedoria há muito enfado; e o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor."
-Rei Salomão, livro de Eclesiastes
 
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Mini review solo e primeiras impressões do jogo em geral
 
O que interessou
Tema histórico, o designer Philip duBarry (que fez o excelente Black Orchestra), modo solo
 
Tema
Você é um governante sob Salomão, e investirá seus recursos e favores para desenvolver o comércio, estradas, e ajudar a construir o Templo de Salomão
 




Como funciona
É um jogo com alocação de trabalhadores para 1-5 pessoas. Você marca pontos de favor, que são ao mesmo tempo os pontos para ganhar o jogo e moeda para obter bens. Você coloca seus trabalhadores em diversos locais da cidade para fazer as ações, ou do país para coletar recursos.
 
Novidade?
Achei o ponto forte. Tem várias mecanicazinhas para equilibrar e inovar, e dá pra ver que o designer encontrou soluções elegantes em diversos aspectos. Me fez sentir num jogo de Reiner Knizia, não pelo estilo de jogo, mas pelas soluções dadas para as mecânicas.
 
O mercado de recursos é bem interessante. Você pode trocar bens como um bom comerciante, ou pode comprar ou vender de acordo com a demanda no mercado. Confesso que gostei muito do mercadinho, como ele se renova de rodada a rodada, etc. Gostaria muito de jogar com mais pessoas para ver como seria a corrida por comprar os recursos baratos ou vender os caros.


 
Você também pode melhorar o sistema de estradas das nações, o que faz com que sua ação de coletar recursos em uma lhe dê também o recurso da outra. Achei genial e muito temático.
 
Há uma ação de visitar o templo, onde você gasta todos os seus trabalhadores restantes e ganha um dos quatro tipos de bonus bastante fortes. O legal é que o último não pode fazer essa ação, então tem uma corridinha extra para esse espaço.
 
O modo solo é feito tirando tiles de um saco para definar as ações do automa, o rei Jeroboam, e é bem inteligente, com alguns mecanismos muito legais para ajustar as ações.

As cartas de favor lhe dão um benefício extra no fim de algumas ações, e são todas bem temáticas, com eventos e citações bíblicas, e interessantes.
 




Densidade
Achei um euro médio.
 
Setup
Bem rápido, só colocar uns 10 recursos no tabuleiro e distribuir duas cartas.
 
Interação
Só joguei solo, mas deu para ter um vislumbre de como seria jogando com até 5 pessoas. Ia ficar bem disputado o mercado e também o templo. 
 
Andamento
Cada turno é bem rápido, flui muito bem
 
Regras
Li uma vez o manual e saí jogando sem dúvidas. Não é longo.
 
Produção
As cartas, mapas e tokens são ótimos, bem feitos e impressos, com símbolos bem claros. A caixa é no mesmo estilo do Kings of Israel, ocupa um pouco menos de espaço no armário
 
Comparação com outros jogos:
Viticulture mais curto, menos denso, mais focado em conversão de recursos do que contratos
 
Conclusão final:
Gostei bastante das mecânicas e tudo mais, mas não é muito profundo para jogar solo, faltou o automada trazer um desafio mesmo. Não recomendaria para quem curte jogar solo, mas tenho a sensação que deve ser muito legal jogando com mais pessoas, digamos umas 3-5.
 
Historinha:
Duas mulheres moravam juntas e tinham filhos recém-nascidos. Um deles morreu, e acada uma das mulheres dizia que era o filho da outra que tinha morrido. Então, foram até o rei, como era costume, para dirimir a questão, pois ambas insistiam que deviam ficar com o filho. Salomão então disse que trouxessem uma espada e cortassem o menino ao meio, dando metade a cada mãe. Assim que a mãe verdadeira ouviu isso, ela gritou: "Não, deixem-no com a outra, então!" E foi assim que Salomão soube que essa era a verdadeira mãe, e lhe entregou o filho.
 
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Sobre esta série de mini-reviews:
Esses reviews vão ser sempre baseados em primeiras impressões, pois é justamente como gostamos de jogar por aqui: se o jogo é muito, muito bom, jogamos mais vezes; Preferimos buscar jogos que nos encantam já na primeira tentativa do que investir tempo e experiências tentando descobrir se aprenderemos a gostar de um jogo que não se demonstrou inicialmente promissor.