A Mythic Games entrou com um pedido de liquidação (também conhecido como falência). Este capítulo final na história da desenvolvedora de jogos de tabuleiro não é surpreendente, dado o histórico da empresa. Sua trajetória inclui uma longa lista de problemas, como falhas de comunicação com os clientes, atrasos, campanhas problemáticas de financiamento coletivo e até processos judiciais.
A liquidação da Mythic Games foi tornada pública por meio de uma reportagem do site francês Le Parisien. De acordo com a reportagem, a decisão foi tomada no dia 1º de outubro de 2024. O cofundador da Mythic, Leonidas Vesperini, atuará como liquidante.
A Mythic Games foi fundada em 2015 em Luxemburgo e começou como uma das campanhas de financiamento coletivo mais bem-sucedidas da indústria de jogos de tabuleiro. No entanto, essa reputação se deteriorou rapidamente devido a atrasos na produção, falhas de comunicação e má gestão financeira.
Essas controvérsias e problemas são numerosos. Eles incluem miniaturas e componentes insatisfatórios para expansões de
Super Fantasy Brawl e ações legais relacionadas a royalties em
Time of Legends: Joan of Arc.
Essa história também inclui uma conquista marcante: uma campanha de financiamento coletivo para um jogo de tabuleiro licenciado oficialmente de
Darkest Dungeon: The Board Game. Segundo relatos, foi um grande sucesso no Kickstarter, arrecadando mais de 5,6 milhões de dólares. No entanto, após dois anos de problemas de produção, o estúdio solicitou mais dinheiro dos apoiadores para enviar o jogo, mesmo após os apoiadores já terem pago os custos de envio.
Esse comportamento era frequente com a Mythic Games. Produtos chegavam significativamente atrasados. Jogos eram produzidos com materiais inferiores ou inconsistentes. Embora forças externas, como a pandemia de COVID-19, tenham desempenhado um papel, a Mythic já era sinônimo de problemas de desenvolvimento antes que essas dificuldades agravassem seus desafios.
As dificuldades financeiras da Mythic Games foram tão graves que eles venderam algumas de suas propriedades intelectuais de jogos de tabuleiro para a CMON em janeiro deste ano. Essa venda incluiu
Hel: the Last Saga e
Anastyr, feita para garantir que ambos os projetos entrassem em produção.
Em contraste, a CMON tem uma gestão mais estável. Eles têm experiência com plataformas de financiamento coletivo como Gamefound e já conduziram várias séries de jogos de tabuleiro amadas, como
Zombicide.
No momento da postagem dessa matéria, o destino dos projetos pendentes da Mythic Games ainda é incerto.
Fonte:
https://techraptor.net/tabletop/news/mythic-games-files-liquidation-end-controversial-company