Lissão Bass::Porém, o texto de vocês me gerou um insight:
E se Brazil Imperial realmente for direcionado para público casual/medio? (aquele publico que joga de vem em quando, mas que quer algo a mais pra fazer/decidir). Por jogarem com um hiato maior de tempo talvez essas estratégias "receita de bolo inicial" do jogo, acabem passando batido....talvez)
Usando uma analogia boba: e se ele for o guaraná Dolly, que nunca quis ocupar o posto do guaraná kuat (com todo respeito as marca e seus consumidores) apenas alcançando ali um publico que queria ter uma experiência parecida com scythe, mas gosta mais do cenário do Brasil Império? quem sabe?
Ainda acho que Brazil, como demais jogos tem seu público e que com certeza cativa um perfil de jogador, da mesma forma que ate hoje temos jogadores que querem jogar war e pandemic outros usuários não conseguem nem passar na frente.
rafapaz::Reforço as palavras do @Lissão Bass: é um euro leve, sem muito compromisso com o "estado da arte" em design de boardgame.
Eu concordo com muitos dos seus pontos negativos (então porque o 10 né???), mas discordo com relação à diversão. Eu consigo me divertir bastante.
Apesar das 2 primeiras ações serem scriptadas (meu filho sempre faz chacota disso), as demais ações são um mini quebra cabeça de otimização para fazer a melhor sequência de ações, não só cumprindo missões mas aproveitando oportunidades de encadeamentos para mais pontos com menos recursos.
No fim, a sensação da corridinha por otimização é satisfatória para um euro leve.
Sobre combate, realmente é bem inútil mesmo. O foco aqui é a guerra fria. Convocar tropas o mais cedo possível te dá mais movimentos e deixar tropas sempre adjacente à construções adversárias bloqueiam espaços para construção do adversário.
Em dois a gente faz um mapa customizado nosso bem pequeno mesmo (não do manual), daí neste caso as tropas são bem úteis no block.
Zero:
Sobre a questão da guerra fria,
faz sentido.
Eu acho importante deixar claro para as pessoas que não há interação de fato, ainda mais com o manual incitando que há (com os marcadores de chance de combate e tudo mais, além do tema, que remete muito à jogos como Age of Empires), para que, quem esteja pensando em comprar esse jogo especificamente por ser um 4X (ou próximo), saiba disso antes de gastar quase 500 reais.
Mas de fato, se você já conhece o jogo, sabe quais expectativas ter sobre ele, sabe o que esperar e tudo mais, e entra na partida já com a mentalidade de Guerra Fria, o jogo se torna melhor.
Eu acabo acreditando que o jogo não foi pensado para ser uma Guerra Fria (como falei, pela forma que o manual e as regras foram apresentadas), mas que, devido aos problemas do combate, acabou se tornando isso. Mas confesso a Guerra Fria é legal.
Sobre a questão do jogo ser mais leve ou casual e ainda sim divertido para esse público alvo:
Então... Foi sobre isso que falei no finalzinho do tópico. Se o jogo fosse
divertido pra mim, a nota seria maior. Mesmo com problemas, essa é a função principal de um jogo de tabuleiro: Ser divertido, criar interações entre as pessoas, etc.
A Axa deu uma nota maior que a minha justamente por ela gostar bastante de jogos sem interação. Eu, por outro lado, mesmo que não me importe (gosto de jogos com e sem), não consigo dissociar dos muitos problemas para aproveitar o jogo.
Po, um jogo que clama ser um Euro 4X, com mecânicas vindas de Scythe, que custa 500 reais, com uma arte muito bonita, muito leve, com um Setup e tempo de jogo incríveis... Não me dá satisfação nenhuma de Construir, comprar Quadros, Manufaturar, etc, porque eu não consigo sentir que eu estou gerenciando algo bem, ou sendo recompensado por como estou jogando, mas sim pelo fato de que tudo no jogo é de graça ou custa qualquer coisa, sabe?
E sim, eu gostaria muito de encontrar um WEuro, Euro 4X, algo assim, mais leve para o público casual (aqui em casa amamos os leves e os pesados), justamente por isso que
compramos o Brazil, né. Mas eu sinto que o Brazil não consegue cumprir esse papel, e espero ansiosamente por algum novo "Mini War Euro 4X" para mais uma vez dar uma chance.
Mas, obviamente concordo com vocês. No fim das contas, essa foi uma análise nossa do jogo. Se vocês acham o jogo divertido, se vê bastante mesa, se acham justo o valor (pela beleza, pelos componentes, por quanta diversão traz), vocês estão mais que certos de mostrarem isso e de defender e darem nota alta, por exemplo.
Rhapsody:: Eu ainda tô de cara como tem gente que consegue jogar um euro em cima da cama.
Axa: Nós não temos mesa, mas temos um tapete bem liso para jogar jogos mais pesados. Jogar na cama foi bom para mostrar o ponto positivo do tabuleiro e a modularidade. Dá para um jogador jogar sentado em uma cadeira e outro em um sofá. Claro que não é a situação ideal, mas o jogo é bom nesse sentido. Ele é leve tanto em tempo pra montar o tabuleiro quanto em "requerimentos de setup", estilo "requerimentos de sistema".
Douglas Heleno:: Um texto de cunho negativo é muito interessante de se ver por aqui, mas pra mim o texto perdeu total credibilidade da crítica ao afirmar que '' o jogo é quebrado'' ou chamar o jogo de ''copia discarada de algum outro jogo'' o que não é verdade, o jogo realmente tem algumas caracteristicas como o tabuleiro pessoal e o combate parecido mas para por ai. Acho ele bem equilibrado por sinal, já joguei os dois e realmente não sinto que estou jogando o mesmo jogo, portanto falar que é uma cópia discarada é uma afirmação muito forte e chega a ser insensata, a respeito das cartas, um jogo equilibrado não necessariamente tem que ter todas as cartas com fortes poderes ou coisa do tipo, isso não significa equilibrio. Obviamente a sorte está ali, e pra mim ela influencia mais do que o poder das cartas nesse sentido.
Zero:
Num jogo que clama ser Euro 4X, ter o tabuleiro pessoal (ações como a Manufatura, não poder repetir ação, aprimorar ação, convocar tropas do seu espaço para o tabuleiro, tudo isso dando pontos de vitória) e o combate parecidos já é muita coisa, não?
Eu não chamei o jogo de "Cópia descarada de outro jogo". Eu falei que o jogo foi claramente feito para ser uma versão Mini, o que
não é ruim. Tem seu público e tem seu valor. O problema que eu tive com o jogo é que, mesmo tendo um jogo consolidado como base para as mecânicas, o jogo consegue pecar muito em combate e gestão de recursos.
O desequilíbrio não vem de "um jogador ter muito mais vantagem que outro". Vem de existirem construções inúteis, quadros inúteis, carta de combate fracas, monarcas quase inúteis. É claro que os jogadores podem criar uma "regra da casa" que os Monarcas a serem escolhidos serem parelhos.
Mas como assim "a sorte está ali e ela influencia mais do que o poder das cartas"? Sendo que, nesse aspecto especificamente, estamos falando da sorte de tirar as cartas de combate mais fortes? (De novo, não é
isso que mais pesa pra mim quando falo de desequilíbrio, mas sim o aspecto gerencial de recursos, construções e quadros mesmo)
Mas assim, não acho que seja justo alegar que o texto perdeu a credibilidade por não concordar com a sua visão do jogo.
Da mesma maneira que falei acima, se para você o jogo é balanceado no combate, se não sente que a diferença de quadros e monarcas impacta a diversão, se vale o valor, é o seu dinheiro, seu jogo, sua análise, sua nota, e tem que ser assim mesmo.
E, falando especificamente sobre equilíbrio ou desequilíbrio em combate (para conversarmos sobre a mesma coisa). Novamente, meu ponto é que as
regras do jogo são desequilibradas em sua confecção. A Defesa é mais forte que o Ataque. Esse é o desequilíbrio. De fato não há um jogador que vai vencer ou perder por muita diferença, por conta das suas Unidades ou Cartas. Mas o que vai acontecer é que dois ou mais jogadores vão ficar simplesmente se olhando, sem entrar em combate, porque não faz sentido atacar. Esse é meu ponto.
Que é o que chamaram acima de "Guerra Fria", e concordei, mas o jogo
não é exposto dessa forma, então é importante falar.
No mais, continuamos agradecendo a todos pelas palavras. Obrigado pela educação e por dedicarem seu tempo a ler um textão (ainda mais na época do shorts).