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Aviso: Recebi uma cópia de pré-visualização do protótipo do jogo. Regras, arte e todos os outros aspectos do jogo estão sujeitos a alterações antes do lançamento final.

Minhas peças favoritas de música clássica tendem a começar ou terminar fortemente. Com isso em mente, esta prévia do último título da Paverson Games – Luthier – começará como a Toccata and Fugue in D minor de Bach. Luthier é um ótimo jogo. Um órgão de tubos corta o silêncio. O clack-clack-clack da colocação do disco na vitrola adiciona um contraponto rico e brilhante ao formato europeu tradicional de coletar recursos para cumprir metas. Uma tocata para sua fuga, se preferir. O resultado é um jogo limpo, competitivo e envolvente. Mais pesado do que os médios, sem ser muito difícil de ensinar ou aprender, mas com uma riqueza que recompensa a repetição. Novamente, muito parecido com a peça de Bach. Todos nós sabemos como ela começa, e quanto mais a ouve, mais aprecia o que vem depois daquela exposição familiar inicial.

Bebida e música – um festival?

Eu dei uma olhada no jogo anterior de Dave Beck, Distilled, há muito tempo. Realmente gosto daquele jogo, então fiquei animado para ver um protótipo de Luthier na UK Games Expo em 2023. Era pouco mais do que quadrados pretos em papel branco naquela época, mas os mecanismos pareciam realmente inteligentes, e adorei o tema incomum. A promessa da arte de Vincent Dutrait me deu confiança, e essa confiança foi recompensada quando vi o protótipo quase final na UK Games Expo deste ano. Luthier é lindo. Cores ricas, ilustrações lindas e uma iconografia fantástica.



O jogo te coloca no papel de uma famosa família de fabricantes de instrumentos musicais do passado. Seu objetivo é reunir os materiais necessários antes de criar os melhores instrumentos musicais que puder, adequados para apresentações na orquestra no meio do tabuleiro. Ao mesmo tempo, a arte está imitando a vida por meio dos patronos no jogo. Essas são pessoas ricas e poderosas que, se conseguir mantê-las satisfeitas, te recompensarão com presentes. Se conseguir atender a todas as suas demandas, a carta deles acaba escondida atrás do seu tabuleiro de jogador com bônus contínuos pelo resto da partida.

Pensará que pode simplesmente ignorar os patronos e se concentrar em outra coisa para acumular pontos e, embora tecnicamente possa, provavelmente não quer. Se deixar o cubo de um patrono se mover totalmente para a direita conforme as rodadas progridem, eles se cansam de você e abandonam os negócios da sua família, te punindo com uma perda de VPs (pontos de prestígio no jargão de Luthier) no processo. Isso acontece na realidade. Os patrocinadores recompensavam as artes por apresentações e produções, eles investiam nas famílias e em seus ofícios.



Em Luthier, seus principais objetivos e principal fonte de pontos vêm dos vários lugares que esses artesãos tocaram com seu ofício. Os clientes têm um lugar no tabuleiro (o salão) onde pode competir para adicioná-los ao tabuleiro da sua família. Os designs de instrumentos vêm de outro mercado contestável. As performances são disputadas da mesma forma, assim como os reparos. Todos vão para sua pontuação e todos estão envolvidos em um dos principais objetivos do jogo, reivindicar a Primeira Cadeira para cada instrumento no fosso da orquestra.

Harmonia

Luthier é estranho em alguns aspectos. Como em muitos outros jogos Euro, o tema me parece que poderia ter sido substituído por algo diferente com relativa facilidade. Poderíamos ser fabricantes de móveis fazendo belas peças e vendendo-as. Poderíamos ser pintores criando obras-primas e competindo por espaço em galerias. Poderíamos até ser fabricantes de brinquedos tentando estar na frente e no centro da vitrine da Hamley em Londres.



Dito isso, no entanto, o tema é tão bem integrado em Luthier que não quero um diferente. Admito que encontrei uma ligeira desconexão com a forma como os instrumentos acabam na Primeira Cadeira, assim como os tokens de performance. Os próprios artistas nunca são referenciados ou atribuídos, o que pareceu estranho no início, mas então percebi que preciso dar um passo para trás e entender que o jogo inteiro é visto pelas lentes do luthier. Seu papel começa e termina com a criação e reparo dos instrumentos em suas oficinas. Os instrumentos são usados nas performances, mas quem os usa não é o foco do jogo. Nosso foco principal é esboçar os instrumentos antes de finalizá-los e criar coisas bonitas.

Tudo funciona tão bem junto. Os recursos são limitados a apenas três tipos diferentes: produtos de origem animal, madeira e metais. Remover a sobrecarga mental necessária para pensar em muitos tipos diferentes de recursos e gerenciar quaisquer caminhos de atualização potenciais para eles é uma parte negligenciada do design do jogo, na minha opinião. A qualquer momento do jogo, pode olhar para o seu tabuleiro de jogador, contar os cubos em três cores e saber exatamente o que pode ou não pode fazer. Isso lhe dá o foco que precisa para se concentrar em sua estratégia e seu caminho para a vitória.



Tudo isso, reunido com a colocação do disco do trabalhador, que é minha parte favorita do jogo. Na ordem do turno, cada jogador coloca um disco de cada vez em vários pontos do tabuleiro. Alguns deles estão nos seus tabuleiros de jogador, enquanto o resto são espaços compartilhados no tabuleiro principal. Todos os jogadores podem ir para cada espaço quantas vezes quiserem, mas a parte interessante é que cada trabalhador é um disco com um valor impresso nele, e são colocados virados para baixo em uma pilha. Cada pilha é resolvida para determinar a ordem do turno, com o valor mais alto obtendo a primeira escolha das cartas em cada mercado respectivo. No caso de empate, o que é comum, pois todos os jogadores começam com uma ficha de valor 1, 3 e 5 cada, é por ordem de chegada.

É ótimo. Adiciona algum drama três ou quatro vezes a cada rodada de uma forma que geralmente é reservada para jogos mais leves e de estilo festivo.

Considerações finais

Se ainda não adivinhou, gosto muito de Luthier. É visual, com certeza, e mesmo com o protótipo inicial, seria perdoado por pensar que era um jogo Eagle-Gryphon. Tudo parece premium. A arte de Vincent e Guillaume é linda nas cartas e nos tabuleiros, e não há nada que pareça fora do lugar ou confuso. É um jogo de número 3, o que também une tudo muito bem. Três recursos diferentes, três tipos de instrumentos e três tipos de performance. Talvez o futuro reserve uma expansão que acrescente mais, não sei, mas conforme o jogo avança, parece que faz o suficiente sem turvar as águas.

A colocação oculta de trabalhadores não parece tão importante na primeira partida, o que torna fácil ignorar sua importância e seu impacto no jogo. Depois que faz as conexões, tudo isso te atinge. Os pontos dos objetivos públicos, cada um dos quais tem diferentes níveis de conclusão (um pouco como Ark Nova), dependem da conclusão de certos tipos de patronos, ou de ter instrumentos em diferentes áreas do fosso, ou diferentes números de instrumentos raros criados, etc. Quando as cartas que precisa para completar esses objetivos aparecem no mercado, a competição pode ser furiosa. Faz uma grande declaração e coloca sua ficha 5 no salão imediatamente para reivindicar aquele patrono? Ou apenas desliza sua ficha 1 para lá criando uma falsa sensação de competição, esperando que os outros jogadores travem guerra por essas cartas enquanto silenciosamente cria dois instrumentos? Quão bem você acha que consegue ler as caras de seus amigos e familiares?



Há mais coisas que não tenho tempo ou espaço para contar em detalhes, para não transformar isso em um livro. As três trilhas para avançar tem impulsos assimétricos. As habilidades iniciais e os recursos de cada família são diferentes. A dança que faz tentando manter seus clientes satisfeitos enquanto ainda compete no tabuleiro principal, não apenas para mantê-los, mas para manter seus presentes chegando. O único ponto negativo que realmente encontrei durante meu tempo com o jogo, foi o modo "padrão" para dois jogadores. Ele bloqueia alguns pontos e reduz o número de cartas no mercado para manter as coisas competitivas, mas o drama e a tensão do lance do trabalhador não parecem tão suculentos. A razão pela qual coloquei padrão entre aspas é porque pode adicionar o bot solo como um terceiro jogador, o que recomendo fazer. Há mais para executar o bot, mas a competição é melhor. Prefiro jogar com três e quatro jogadores. Amo o metagame que acontece acima da mesa entre você e seus amigos.

Ainda há ajustes para fazer no jogo até seu lançamento, mas mesmo no estado em que está agora, Luthier é um jogo brilhante. Música para meus ouvidos, como bater palmas junto com a Radetzky March no Dia de Ano Novo em Viena. Bravo!

Por Adam Richards

Traduzido*** por Marcelo GS
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