urucaknag::
Então é como já comentaram, como experiência de consumidor comum, não é lá muito interessante, principalmente se você morar longe.
Agora pra quem é entusiasta, trabalha na área, quer fazer conteúdo, é legal.
Uma pena que isso só reforça ainda mais o "elitismo" do hobby.
Me lembrou muito o que ocorre nos grandes torneios abertos de xadrez. Onde os capivaras pagam a festa dos mestres. Funciona assim: quem é GM tem isenção de inscrição e recebe hospedagem grátis. E
talvez as passagens. Mas essa parte eu realmente não lembro. Nunca é divulgado, mas em alguns casos, especialmente no de estrelas internacionais, deve rolar também o pagamento de cachê pela participação. Embora, teoricamente, a remuneração esperada seja a dos prêmios da competição.
Os MI's recebem regalias menores. Mas também recebem pelo menos a isenção na taxa de inscrição. Ambos funcionam como uma espécie de presença VIP nos torneios.
Enquanto isso, o jogador comum paga a taxa cheia, e esse público ajuda a financiar os custos da competição. Que é complementada pelos patrocínios.
A presença desse público é muito importante para a viabilidade do torneio. Por isso é tão comum ver crianças 8, 10, 12 anos disputando a mesma competição de mestres de nível continental. Isso não faz sentido esportivo. Mas faz sentido econômico. As crianças estão lá empurradas pelos pais. Que não desperdiçam a oportunidade de dar a experiência de disputar uma grande competição a seus filhos.
O ponto todo é que o jogador fraco que está lá ajudando a pagar a festa dos mais fortes sabe exatamente qual é o seu papel nessa engrenagem. Tem plena consciência disso. Ele sabe que está pagando pela oportunidade de eventualmente poder jogar contra jogadores mais fortes e aprender com isso. Então é um jogo combinado.
O que me parece é que, no caso do evento ora analisado, o descasamento de expectativas é bem maior.