Tiwanaku existe pela graça de Pachamama, que é tudo e tudo vem de Pachamama. Ela é nossa mãe, nosso sustento. Respeite-a e sua vida será próspera. Ela nos dá a oportunidade de cultivar nosso alimento e por isso somos gratos a ela. E tudo o que ela nos dá, deve voltar a terra. Nunca esqueça das oferendas. Ela nos guia e nos mostra os caminhos certos. Tiwanaku Tá na Mesa!
Tiwanaku é um jogo criado por Oliver Grégoire em 2022. De um a quatro jogadores, com duração média de 40 minutos, em Tiwanaku os jogadores devem usar lógica para deduzir os melhores locais para o plantio de suas fazendas.
- Primeiro vocês fazem um texto esotérico, usam palavras bizarras e depois falam de dedução lógica. Essa coisa deve ser um lixo, já que não faz o menor sentido!
Por esse brilhante raciocínio, então você deve ser o suprassumo do lixo, já que é o ápice da falta de sentido, praticamente o avatar do non sense. Pachamama (Nota da Sra. Slovic: Que era o nome original deste jogo) é a principal deusa da civilização Tiwanaku (Nota do Sr. Slovic: Também conhecida como Tiauanaco), que habitou os Andes, principalmente na região do lago Titicaca, muito antes dos Incas. Tudo isso serve só para ambientar o jogo, dar um, flavor. Tiwanaku é uma mistura interessante de Sudoku com Campo Minado.
O objetivo do jogo é localizar os locais exatos de plantio de cinco tipos de culturas: batata-doce, coca, pimenta, milho e quinoa, cada uma com um valor de um a cinco, respectivamente, em quatro tipos de terrenos: vale, montanha, deserto e floresta. Há três regras básicas sobre a localização de cada fazenda (nota da Sra. Slovic: Chamadas de Regras de Pachamama): nunca um tipo de plantação estará adjacente a ela mesmo (Nota da Sra. Slovic: Ou seja, em volta de milho, não pode ter outro milho); o tamanho do terreno determina o valor máximo de plantio que está nele (Nota do Sr. Slovic: Ou seja, se um terreno de montanha três espaços, a maior plantação que pode haver ali será de pimenta, pois ela tem esse tamanho. Não pode ter nem quinoa ou milho) e; não pode ter o mesmo tipo de cultivo em um grupo de terreno.
Explicando de maneira mais sucinta, antes que certo alguém reclame, assim como no Sudoku não pode ter números repetidos na mesma linha, aqui não pode haver o mesmo tipo de plantação. Assim como no Campo Minado você sabe quantas bombas têm adjacente em cada quadrado, aqui você sabe quais tipos de plantio pode ter em volta do terreno.
O seu turno o jogador pode fazer uma de duas ações: andar e adivinhar. Na primeira você movimenta um de seus meeples pelo tabuleiro até encontrar um espaço vazio e depois, usando a Roda de Pachamama (Nota do Sr. Slovic: Que é um dispositivo bem legal que vem no jogo), você descobre o tipo de terreno neste local e coloca o respectivo tile no tabuleiro. Já em adivinhar, o jogador deve acertar qual tipo de planta será cultivada em um terreno onde ele esteja. Para saber se acertou ou não, também se usa a Roda de Pachamama. Se pontua nas duas ações, sendo que na segunda, caso o jogador erre a previsão, ele perde pontos de vitória.- O jogo é mágico! Essa roda adivinha tudo. Vou ganhar na mega para sempre!!!
Sei que não é sarcasmo, porque se você não em capacidade para entender um, imagina fazer. A Roda não é mágica. Ela só esconde um gabarito, revelando somente duas informações (Nota da Sra. Slovic: Terreno e Cultura) e elas ficam atrás de janelas, então, a não ser que você trapaceie, não dá para saber tudo o que tem no espaço. O tabuleiro é quadriculado, sendo que tanto as coordenadas quanto as abscissas (Nota do Sr. Slovic: Mesmo que tenha fugido da aula de matemática e/ou não lembre desses conceitos, isso não impede você de jogar. Mas jogar pode te ensinar algo) são ordenadas por figuras, que são usadas na Roda, formando um par cartesiano que revela as informações. O jogo termina no fim da rodada em que todos os terrenos forem descobertos (Nota do Sr. Slovic: E não quando for revelada a última plantação. Cuidado com isso) e, obviamente, vence quem conseguir a maior pontuação.
No geral, Tiwanaku é um jogo bem interessante. A facilidade em explicar o jogo é inversamente proporcional a jogar bem. É um exercício de dedução lógica nada trivial e bem empolgante (Nota do Sr. Slovic: Para quem gosta disso, logicamente). Mesmo que essa não é sua praia, não deixe de jogar. A Roda de Pachamama traz uma experiência diferente. A rejogabildiade é razoável com a quantidade de gabaritos que vem no jogo, mas se sua turma jogar muitas e muitas e muitas vezes seguidas, vai começar a decorar as localizações. Os gabaritos têm níveis de dificuldade deixando a a partida mais desafiadora. Para quem curtiu Em Busca do Planeta X, Cryptid ou Turing Machine, Tiwanaku é uma boa pedida. Agora seria uma boa hora para falar adeus em Quéchua, mas essa palavra não existe, pois os povos de Tiwanaku não acreditavam que sempre havieriaum reencontro, nessa ou na outra vida. Então eles se despedem dizendo “kawsayta hamuy rikurisun”.
E é isso, Shishô!