Post original: https://boardgamegeek.com/thread/3260958/review-mythic-battles-ragnarok-pantheon-veteran
Para começar, joguei muito
Mythic Battles: Pantheon (mais expansões) desde sua primeira edição, então meu ponto de vista será mais da perspectiva de um jogador veterano e focarei mais nas diferenças entre Pantheon e
Mythic Battles: Ragnarök. Dito isto, tentarei manter esta análise acessível também a novas pessoas.
O básico: experimentado e testado
No
Mythic Battles: Ragnarök, você controla um deus ao lado de heróis, monstros e tropas da mitologia nórdica. É um jogo de combate onde seu objetivo é matar o deus inimigo, ou capturar (“absorver” nas regras do jogo) quatro objetivos (“runas”) no mapa. Essas são as regras para o modo batalha, que é o modo de jogo que mais jogo e gosto devido à sua flexibilidade, mas existem cenários pré-definidos que são um bom ponto de entrada para jogadores novatos. Digno de nota, os cenários podem ser organizados em campanhas maiores (“sagas”), o que é uma boa adição em comparação com o Pantheon.
A principal característica do Mythic Battles em comparação com outros jogos de combate é que suas unidades se movem de acordo com um baralho de cartas de ativação. Há um valor definido para cada unidade, e isso introduz um gerenciamento de recursos agradável e um pensamento estratégico de longo prazo (“Devo usar minha última carta de ativação para X e arrisco ficar preso lá/não ser capaz de reagir até a próxima reorganização?”). Além das cartas de ativação, existem cartas especiais chamadas arte da guerra, que permitem realizar ações especiais com suas unidades. Uma vez que uma unidade é ativada, ela normalmente se move, ataca e/ou reivindica runas. O resultado dos ataques é baseado em dados, com um sistema especial que não detalharei aqui, que o torna menos aleatório do que os lançamentos de dados normais. As unidades vêm com talentos e poderes únicos que as tornam muito mais do que apenas um monte de números. Cada jogador tem seu jeito, seus usos, sua estratégia, fazendo de Ragnarok um jogo profundo e estratégico. Todo o sistema permanece totalmente inalterado em relação ao Pantheon, funcionando perfeitamente, então nada de novo aqui.
É divertido, tenso até o fim (desde que ambos os jogadores tenham níveis de habilidade semelhantes – a estratégia é muito importante), sempre há oportunidades para reviravoltas ousadas e, apesar de depender de lançamentos de dados, a estratégia tem muito mais impacto.
Regras: alguns problemas de clareza
Mythic Battles na totalidade percorreram um longo caminho desde o Pantheon.
Ragnarok com certeza parece mais polido do que o Pantheon 1.0, com muito menos esquisitices e unidades ruins. O livro de regras é claro e conciso, as regras escritas são inequívocas e cada situação tem uma solução por regras, o que também não acontecia no Pantheon 1.0. Bons pontos aí. Ainda assim, a formulação dos poderes apresenta problemas, onde a aplicação estrita de regras leva a situações absurdas (exemplos: Ivar, Hraesvelg...) ou onde o efeito do próprio poder é ambíguo (Angrbroda...). Parece que as lições não foram realmente aprendidas e você esperaria melhorias de uma série que já tem 8 anos.
Os mapas: lindos e diversos
A qualidade dos mapas no Mythic Battles: Pantheon era irregular. Alguns foram realmente interessantes devido à variedade de tipos de terreno (Olimpo), enquanto outros foram uma decepção (Tártaro e sua completa ausência de elementos 3D, ou Vulcão da expansão Hefesto com sua lava por toda parte...). O
Mythic Battles: Ragnarök corrigiu o rumo e todos os mapas apresentam uma diversidade de terrenos e efeitos, além da arte que considero mais envolvente do que no Pantheon. Eles também apresentam desafios estratégicos interessantes, especialmente porque o
Ragnarok apresenta novas preparações de combate onde cada jogador tem duas zonas de implantação em bordas opostas do tabuleiro.
Miniaturas: ainda boas, a arte poderia ser mais útil
Do ponto de vista do pintor, as miniaturas têm um bom nível de detalhe, são definitivamente interessantes e agradáveis de pintar. Minha maior reclamação é que a arte está cheia de efeitos de luz sofisticados que obscurecem as cores verdadeiras e, regularmente, a escultura em miniatura apresenta grandes diferenças em relação à arte. Este não foi o caso no Pantheon. Para quem gosta de ficar perto da imagem de referência, é um aborrecimento significativo (de que cor é o cavalo de Odin? O vestido de Frigg? Quem sabe...)
Compatibilidade cruzada com Mythic Battles: Pantheon vale a pena
Mythic Battles Ragnarok é compatível com o Pantheon, permitindo que você coloque deuses gregos e nórdicos. E tem sido muito divertido, porque existem diferenças notáveis entre como Pantheon e Ragnarok jogam, o que cria exércitos únicos.
Primeiro, as unidades no Ragnarok não parecem cópias do Pantheon. Existem novos nichos, novas funções e combinações de poderes que fazem as unidades do Ragnarok parecerem novas. Em segundo lugar, os deuses são geralmente mais difíceis no Ragnarok. Entre o novo talento “terror” e os poderes dedicados a mantê-los vivos, as mortes de deuses estão cada vez mais difíceis. Além disso, seus heróis (reconhecidamente caros) podem mudar o jogo. Por outro lado, Pantheon tem melhores tropas e heróis de apoio para as tropas, bem como mais opções de longo alcance e aqueles heróis de suporte 1RP super baratos que trazem utilidade para a batalha.
A desvantagem é, obviamente, a quantidade absurda de caixas necessárias para fazer um jogo cruzado, considerando o tamanho de cada jogo individualmente.
Conclusão
Mythic Battles: Pantheon era um rascunho de um jogo ambicioso que sofria com sua escala e ainda assim conseguia ser excelente. Oito anos depois,
Mythic Battles: Ragnarök é uma versão bem mais polida, contando com mecânicas refinadas ao longo dos anos (e que não sofre por ter dezenas de pequenas expansões como o Pantheon teve). Claro, Ragnarok adiciona alguns novos talentos e um grande elenco vindo da mitologia nórdica com seus poderes únicos, mas no final, não é o avanço inovador que Pantheon 1.0 foi, mas sim mais do (agradável) mesmo.
Você deve comprar?
Se você amou o Pantheon, definitivamente. Vá para aquelas batalhas entre jogos, elas são muito divertidas.
Se você não amou o Pantheon, é mais do mesmo, então não vai mudar muita coisa. Eu não recomendaria.
Se você não tem Pantheon nem Ragnarok, mas deseja entrar em algum deles, pode escolher o cenário de sua preferência (Grego ou Nórdico) como ponto de entrada na série. Vale a pena. Se você escolher o grego, certifique-se de obter a versão 1.5 do Pantheon (em vez de 1.0) para se beneficiar das regras refinadas.
Por Cha0s_lord (Cha0s_lord)
Traduzido*** por
Vania Telles
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