Jornais noticiavam as baboseiras de sempre. Há anos havia notícias sobre a tal “guerra”, mas nunca foi nada além de um pequeno conflito local. E era nisso que eu acreditava. Quem em sã consciência atacaria a poderosa Mãe Rússia? Tínhamos um arsenal nuclear suficiente ara acabar com esse mísero planeta umas quinhentas mil vezes. Porém algo deu muito errado e quem pagou fomos nós, a população. Diferente de outras regiões na Europa e América que, como soubemos depois, se tornaram crateras fumegantes de lixo atômico, aqui a cidade não foi aniquilada, só destruída. Sorte nossa? Acho que não. Disseram que a ogiva explodiu muito acima do solo, outros que não era uma bomba, mas outro tipo de arma. Ainda os que falaram que fomos salvos por anjos, extraterrestres ou sei-lá-mais-o-que, mas nada disso adiantou. Não houve salvação. Desde então, foram noites e noites de chuva radioativa, frio intenso, saques, barbárie. Não havia mais governo, não havia mais polícia, não havia nada. Somente o General Inverno nos castigando, para sempre. Houve boatos que os outros países ajudavam uns aos outros, reconstruindo suas cidades, curando seus feridos, alimentando os fracos e doentes, mas nós fomos esquecidos. Ninguém se importa com os perdedores. Agora temos que sobreviver com as consequências. E daquilo que se esconde na noite eterna. Resurgence Tá na Mesa!

Resurgence é um jogo de 2022 criado por Stan Kordonskiy. De um a quatro jogadores, com duração média de 90 minutos, em Resurgence os jogadores são líderes de um grupo de sobreviventes em uma Moscou destruída por bombas atômicas..
- Ha! Mais um jogo feito por americanos, para americanos, tentando difamar o poder do Czar!
Sinto muito dizer, mas está cabalmente errado, безмозглый. Resurgence foi criado por um russo e em nada ele desvaloriza a cultura russa. O jogo tem duração de seis rodadas, onde em cada uma delas os jogadores devem decidir para qual parta da cidade os membros de seu grupo vão, para buscar mantimentos, equipamentos, comida e resgatar pessoas, ao mesmo tempo que completa missões tentando transformar Moscou em um lugar minimamente habitável.

A cada rodada, de quatro a seis sobreviventes são escolhidos (Nota do Sr. Slovic: Aleatoriamente, sacados de uma bolsa. Achou que seria tão simples assim, tovarishch?) e, secretamente, alocados em missões de busca (Nota da Sra. Slovic: Esse ponto lembra um pouco Dungeon Petz). Ao colocar um membro em um local que ja tenha alguém, seja um sobrevivente ou um mutante (Nota do Sr. Slovic: Esqueça X-Men. São somente pobres almas que sofreram horrores com as precipitações radioativas e agora agonizam com deformidades e câncer. A não ser que vocês esteja jogando com a mini expansão. Aí é coisa bem diferente. E pior), o jogador precisa pagar um recurso qualquer por pessoa que esteja lá. E não, não é possivel colocar outro personagem seu no mesmo local. Além da cidade, também é possivel alocar os sobreviventes em áreas de seu bunker, mas para isso é necessário construir no local ambientes como cozinha, oficina, enfermaria…
- Jogo ridículo. Parece aquela coisa tosca do Stone Age.
Фашистская свинья! Como ousa falar mal desse clássico? Tal foi a influencia de Stone Age nos Jogos de Tabuleiro Modernos que se eles não existisse talvez você nunca teria ouvido falar de Boardgames... Tá, pensando bem, não seria de todo mal. Mas Resurgence não é nada parecido com Stone Age. Aqui há trabalhadores especializados, com cartas indicando suas habilidades (Nota da Sra. Slovic: Mas também há os genéricos) e cada grupo tem um Líder, com habilidades únicas e bem fortes.
Conforme o jogo avança, o jogador recolhe recursos que serão usados para cumprir missões, que são a fonte de pontuação do jogo. Cada jogador pode ter até três missões em aberto por vez e para cumpri-las basta gastar os materiais necessários e estar no local indicado pela carta. Não é preciso usar uma ação para realizar missões. É livre. Em cada turno há um evento, que muda a dinâmica da partida. O jogo termina no fim do turno do sexto evento. Quem tiver mais pontos, torna-se o líder supremo dos sobreviventes.
No geral, Resurgence é um bom jogo. Mesmo não tendo nada de inovador em suas mecânicas. Os turnos são fluídos, as regras fáceis de entender e a iconografia dos tabuleiros e das cartas são simples. O tema pode ser considerado pesado por alguns (Nota do Sr. Slovic: Algo como This War of Mine, porém bem menos acentuado), mas não afeta a jogabilidade. A arte é linda, principalmente da capa, que é bem impactante. Em vez de miniaturas realistas, temos os bons e velhos tokens de madeira, que não deixam o jogo visualmente poluído.
E é isso, Shishô!