Joabfast::blacktorn::O problema para o consumidor e que pode ser mais facil combinar valores com menos lojas...menos concorrencia maior valor do produto.
Exato.
Este é um dos meus receios.
Uma parcela do pessoal só está vendo essa exclusividade de 6 meses, mas não enxergam o futuro, o que essa exclusividade pode se tornar e o quanto pode ser prejudicial para os jogadores.
R DKS:: Eu vou fazer a minha parte e não vou comprar o "Frosthaven - Edição Mofo" da Galápagos durante o período de exclusividade.
Depois também não vou comprar quando sair da exclusividade.
...
Hoje em dia eu prefiro pagar mais para não pegar a edição da Galápagos.
O português é uma língua belíssima, mas não vale a pena dar suporte a uma empresa dessas só pela língua vernácula.
GabrielAlmeida:: Um velho revolucionário russo, aquele mesmo, o calvo, há muito tempo falou como o capitalismo favorece a criação de monopólios. Espero que esse caso seja de utilidade para conscientização em coisas mais importantes que joguinhos de papelão. Lembrem-se que a Asmodee é dona da Galapagos. Busquem quem é dono da Asmodee. Não começou assim, um foi comprando o outro. Hoje a Galapagos é o leviatã que é, o que a permite fazer o que quiser no mercado.
A mesma coisa vale para o ifood, o google, a amazon, o uber e tantas outras.
RaphaelGuri::
A melhor maneira de se mostrar contra práticas abusivas, mofo, erro e etc: não consumir. Quem reclama e consome, precisa assumir que está movido pelo hype, pelo ato do jogo simplesmente existir no Brasil. "Eu quero e vou brigar para ter" é o problema. Logo, a editora vai tomar o dinheiro dessa pessoa de um jeito ou de outro.
Os consumidores quando passarem a encarar que "produto X ter no Brasil em condição Y = considerar que o produto nem existe", tudo melhora e assim vai doer na editora onde importa: no bolso.
Vamos ser sinceros, a loja que não tiver Frostpunk para vender, não vai falir por isso (se uma loja depende de um produto, o problema não é o produto). Sabe quem sai mais prejudicado nessa? A loja grande que forrou estoque com um jogo que ninguém compra.
Portanto, se quiserem algum tipo de efetividade em uma campanha "anti-exclusividade", não vão conseguir através de reclamar da "loja diamante" ou da editora, mas sim convencendo quem quer o jogo a não comprá-lo. Para quem tiver essa iniciativa: desejo toda sorte do mundo, pois não será nada fácil convencer o povo a não comprar um jogo no hype.
Caros
Joabfast,
R DKS,
GabrielAlmeida,
RaphaelGuri
Eu acredito que o direito do indivíduo ter uma opinião é sagrado. O problema é que as pessoas confundem o peso do direito a uma opinião, com o peso da própria opinião. Assim sendo, não é porque todos tem o mesmo direito a uma opinião, que a opinião de todos terá o mesmo peso, ou estará igualmente baseada na realidade. De um lado você tem opiniões que estão baseadas em fatos, em provas e evidências, em eventos pretéritos e em deduções lógicas fundamentadas nos dados que se tem à mão. Já outras opiniões estão baseadas simplesmente no "eu acho isso, porque eu acho, ou porque sim, essa é a minha opinião e eu tenho direito a ela". Não dá para ter muita dúvida em qual das duas reflete melhor a realidade.
Por conta disso, não dá nem para entender, o que é que leva uma pessoa a achar que esse novo monopólio de vendas, que a Galápagos quer impor à comunidade boardgamer, pode ser benéfico. Em que momento essas pessoas viram a Galápagos se importar, um pouquinho que fosse, com o seu público consumidor? Quando essas pessoas viram a Galápagos se manifestar, ou fazer algum movimento em prol de melhorar a questão dos preços, das condições em que seus jogos são vendidos, ou de aumento do controle de qualidade? A empresa até fala que está compromissada com tudo isso, mas qual atitude da Galápagos, que é o que importa, vocês viram ela tomar que refletisse esse alegado compromisso? Então o que é que faz vocês pensarem que essa "novidade" da Galápagos, tem alguma coisa a ver com beneficiar seu público consumidor?
Pelo amor de Deus gente, a Galápagos vende jogo mofado, MO-FA-DO, e em alguns casos, não todos, dificulta bastante a reposição. Precisa dizer mais alguma coisa?
Claro que se pode alegar que o objetivo primário e principal da empresa, e de qualquer empresa, não é fazer caridade ou filantropia, mas sim maximizar os lucros, e só em segundo lugar se preocupar com os clientes, e isso está corretíssimo. Empresa é feita para ganhar dinheiro, e todo o resto é secundário. Mas toda empresa séria e eficiente sabe, que mesmo sendo secundário, se ela não agradar aos clientes, dificilmente ela conseguirá realizar o seu objetivo principal, que é maximizar os lucros. Porém, há uma única exceção a essa regra: o monopólio. Quando uma empresa monopoliza um mercado, ela pode tranquilamente cagar para os clientes e literalmente fazer o que quiser, porque as pessoas não tem nenhuma outra opção. E isso funciona mesmo que não haja um monopólio total, ou seja, mesmo que algumas outras empresas muito menores ainda estejam atuando naquele setor econômico. Assim, quanto maior a fatia de mercado que uma empresa possuir, maior será a sua falta de compromisso com seus clientes. E é exatamente assim que já funcionava antes o mercado nacional de jogos, e que a Galápagos está procurando monopolizar ainda mais, com esse contrato de exclusividade.
Essa iniciativa de fornecer o jogo exclusivamente para apenas quatro lojas, durante seis meses, certamente melhora muito a logística de distribuição para a empresa, que vai economizar bastante nisso. Porém, não tenham dúvidas que essa economia só será boa para a empresa, porque nenhum centavo dessa economia será repassado para os consumidores na forma de redução de preço. Isso só vai aumentar o lucro da Galápagos. Basta lembrar quando o governo passado cortou os impostos sobre os combustíveis, mas isso não reduziu um centavo do preço na bomba, porque as empresas do setor simplesmente não repassaram essa redução em diante, até chegar ao consumidor. As empresas simplesmente retiveram essa redução para si, aumento seus lucros.
Do mesmo modo, imaginar que, com o contrato de exclusividade, essas quatro lojas poderão dar maiores descontos e frete grátis é de um imediatismo e de uma falta de projeção futura imensa. Quem tem o poder de dar desconto e frete grátis hoje, também tem o poder de negar isso amanhã, e a única alternativa para combater isso seria comprar em outra loja. Só que isso só funciona se as outras lojas tiverem o produto para vender. Então vamos imaginar que essa iniciativa dê muito certo, todo mundo compre o jogo, e fique feliz da vida, porque teve desconto e não pagou o frete. Nessa caso a Galápagos talvez aumente o contrato de exclusividade para um ano, nos próximos lançamentos. Mais uma vez, as pessoas vão ficar felizes por comprar com desconto e sem frete de novo. Mantendo essa linha, a Galápagos pode estender esse contrato de exclusividade para seus outros produtos, e aí, as poucas lojas que ainda não tiverem quebrado, certamente quebrarão, porque a Galápagos detém mais de 70% do mercado de jogos e isso numa estimativa muito conservadora. Isso quer dizer que de cada 10 jogos vendidos em uma loja, 7 são da Galápagos. Por isso, se as lojas fora do contrato de exclusividade não tiverem acesso aos lançamentos da editora, que são o que vende e as sustenta, elas simplesmente não conseguirão se manter no mercado. E há ainda outro problema que as pessoas não mencionaram ainda. O fato das lojas não terem acesso aos lançamentos da Galápagos torna ainda mais difícil, e inviável, que elas consigam atingir a meta de vender 900k, no ano anterior, e ingressarem no contrato de exclusividade.
E aí eu pergunto: quando restarem apenas quatro lojas grandes vendendo board games, principalmente da Galápagos, e mais uma meia dúzia de lojinhas de bairro, vendendo cartas de Magic, e um board game ou outro das demais editoras, o que é que impedirá, que essas quatro lojas acabem com a política de descontos e de frete grátis, e que elas joguem os preços dos jogos para as alturas?
Para terminar, em se tratando de iniciativa privada, não há um único caso de monopólio, total ou quase total, que tenha sido benéfico para o público consumidor, e é exatamente isso que a Galápagos está tentando criar, e por incrível que pareça ainda tem gente achando que isso será ótimo...
Pensem nisso.
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio
P.S. Só para refletir, aqui vai um poema que é erroneamente atribuído a Bertold Bretch, mas na verdade é de autoria do Pastor Martin Niemoller que combateu bravamente os nazistas na Alemanha na década de 1930, e que, miraculosamente, sobreviveu ao campo de concentração de Dachau.
PRIMEIRO, ELES VIERAM...
Primeiro eles vieram, e levaram os comunistas, mas como eu não era comunista, eu não disse nada.
Depois eles vieram, e levaram os sindicalistas, mas como eu não era sindicalista, também não disse nada.
Em seguida eles vieram, e levaram os judeus, mas como eu não era judeu, mais uma vez não disse nada.
Finalmente, eles estão me levando, mas agora já é tarde, porque ninguém mais vai dizer nada.